domingo, 30 de maio de 2021

A Estrutura do Processo de Conhecimento

   Começarei, como sempre, daquele modo vendo o significado de cada palavra da expressão até todo mundo entender a importância do signo, significado (com seus vários sentidos) e referente.

   Pegarei de um dicionário cada signo com seu significado. Lembrando que dentro do significado temos vários sentidos os quais podemos empregar um signo. No caso, pegarei o significado genérico, aquele primeiro significado logo após o signo (palavra) no dicionário. Lembrando também que a Linguagem e a Língua são convenções que vem da observação da realidade, os nomes das coisas.

   Estrutura: “organização, disposição e ordem dos elementos essenciais que compõem um corpo (concreto ou abstrato)”.

   Processo: “ação continuada, realização contínua e prolongada de alguma atividade; seguimento, curso, decurso”.

   Conhecimento: “ato ou efeito de conhecer”.

   Acredito que o artigo e as preposições da expressão no título não preciso explicar.

   Então vemos que pelos significados de cada termo da frase, da expressão, podemos iniciar nossa investigação.

   A Estrutura do Processo de Conhecimento seria então, gramaticalmente falando, a organização, disposição e ordem dos elementos essenciais da ação continuada do ato ou efeito de conhecer.

   Posso agora destrinchar as partes que compõem este todo utilizando-me de uma análise livre escolhendo uma das partes aleatoriamente.

   Começo pela parte, pelo signo “conhecer”. O que é conhecer?

   Conhecer: “perceber e incorporar à memória (algo); ficar sabendo”.

   Eu poderia fazer isso ao infinito com cada signo que surgisse, mas temos que ter limites, senão não chegaremos a uma conclusão. Ficar desdobrando as coisas ao infinito, além de causar emburrecimento, pode levar à insanidade.

   Lembrando que “signo” engloba as palavras. Uma palavra é um signo, mas “signo” é um sinal indicativo de algo, um símbolo. Por exemplo, a letra “a” do alfabeto é um signo, mas não é uma palavra. Significamos os signos, basicamente, com palavras e/ou com outros signos. Todo signo tem seu significado em palavras e tem referente. O referente é o que a coisa é. Exemplo, a letra “a” é um signo, seu significado é “a primeira letra do nosso alfabeto” e tem seu(s) referente(s): o som, o fonema aaaaaaaaaaaa é o referente na palavra falada e o sinal gráfico “a” ou “A” é o referente na palavra escrita. Temos também o(s) conceito(s) por trás das palavras o(s) qual(quais) não entrarei agora.

   Voltando à vaca fria. Posso encontrar outras partes na estrutura do processo de conhecimento: básico, intermediário e avançado. É um processo analítico-lógico, aquele processo de análise que nos leva a uma conclusão e esta conclusão pode ser ou ter lógica ou não. Caso a conclusão tenha lógica podemos encerrar o processo de análise ou podemos nos aprofundar na análise do assunto. Caso a conclusão não tenha lógica, faz-se necessário, obviamente, continuar o processo de análise.

   Entre o básico, o intermediário e o avançado existem níveis, camadas, âmbitos, que vamos percorrendo no processo de conhecimento. O separador dessas três partes é um gradiente. Saímos do básico e vamos para o intermediário e vamos para o avançado e depois do avançado... só avançamos. Como o conhecimento não ocupa espaço - é uma coisa incorpórea -, torna-se um pouco trabalhoso estabelecer quando estamos no conhecimento básico, no intermediário ou no avançado.

   Observando a realidade posso especificar que é um processo de comparação. Sabemos quando estamos em um ou outro (básico, intermediário ou avançado) comparando o nosso conhecimento com o de outras pessoas e/ou comparando com o nosso próprio conhecimento, com o que já sabemos. É óbvio que essa comparação depende do assunto e do objeto do assunto. Por exemplo, o assunto é futebol e dentro do assunto futebol podemos ter vários objetos de assunto como o campeonato brasileiro, a copa do mundo, etc. As partes que compõem o todo. O todo, neste caso, é o assunto, e as partes são os objetos do assunto. Podemos chamar os objetos do assunto de temas. Em uma conversa, diálogo, debate, etc, vai-se tema a tema sem fugir do assunto e ao passar de um tema para outro é necessário deixar bem claro que mudamos de tema senão nos perderemos, senão a coisa fica ilógica e não chegaremos a uma conclusão.

   Este processo de comparação de conhecimento é natural. Quando estamos numa simples conversa diária com alguém percebemos se temos mais conhecimento do assunto e/ou do objeto do assunto em questão. Quando estamos lendo um livro percebemos se já conhecemos o assunto ou não, e percebemos se estamos, de alguma forma, no básico, no intermediário ou no avançado, por isso se diz: processo de conhecimento; e sua estrutura é o básico, o intermediário e o avançado. Lembrando que isto é apenas um esquema mental para nos situarmos.

   Geralmente parte-se do básico, dos conceitos básicos do assunto e/ou do objeto do assunto. Isto é necessário porque sem o básico não temos como ir avançando no conhecimento. Caso cairmos diretamente num assunto avançado não entenderemos nada pois nos faltam os conceitos e conhecimentos básicos. Podemos começar do assunto avançado e ir estudando os conceitos básicos que faltam, mas ficarão lacunas na mente.

   Um exemplo simples. Temos o “seu Zé” do armazém com seus 50 anos de idade. Seu Zé sabe fazer contas simples de matemática com 2 ou 3 algarismos, seu Zé sabe dar troco, etc. Seu Zé aprendeu na prática, mas não teve, ou teve poucas aulas de matemática. Seu Zé não sabe a tabuada e outras equações simples, ou seja, falta o básico. Isso fará com que seu Zé não avance no conhecimento matemático.

   Talvez saber dar troco e fazer operações simples seja o suficiente para seu Zé do armazém, mas não estamos falando disso. O assunto é o processo de conhecimento e não sociologia. Não podemos mudar o assunto e/ou o objeto do assunto abruptamente.

   A estrutura do processo de conhecimento é natural. Não podemos inverter ou trocar a ordem. Neste caso, a ordem dos fatores altera sim o produto final.

   Quando estamos na aula, no ensino fundamental, no ensino médio, no ensino superior, estamos seguindo essa ordem natural... ou deveríamos estar, mas não entrarei nesta questão de modelos de ensino, pois todo modelo de ensino perde-se quando não se respeita a estrutura do processo de conhecimento.

   No meio disso tudo temos também o básico, o intermediário e o avançado físicos. Há um tempo nesta vida para aprendermos determinado conhecimento, isso é óbvio. Não podemos ensinar certas coisas para crianças e adolescentes porque eles não têm maturidade, ainda não atingiram tempo de vida necessário para apreender e aprender certos conhecimentos.

   O ser humano não nasce pronto. Biologicamente o ser humano fica pronto a partir dos 16 anos de vida, uns um pouco mais e outros um pouco menos, mas a média é essa. Isso implica que os órgãos internos não nascem formados e o cérebro é um órgão interno. Então, fisicamente até, uma criança ou um adolescente ainda não está preparado para certos conhecimentos. Dos 16 aos 18 anos os órgãos internos já se formaram, mas até os 18 anos terminam de “se ajeitar, se encaixar”, vamos dizer assim. Dos 18 aos 21 anos o ser humano cresce em tamanho. A altura que você tem aos 21 anos, em média, é a altura que você terá para o resto da vida... a não ser na velhice quando “encolhemos”.

   Posso dizer, jocosamente, que dos 0 aos 18 anos somos básicos; dos 18 aos 40 somos intermediários e depois ficamos avançados. É claro que isso é somente um esquema mental, pois vai da vida de cada um e vai do estudo, vai do conhecimento adquirido em cada pessoa. Porém, a tal maturidade, querendo você ou não, ela vem somente com a idade.

   Promover certas coisas como promiscuidade e somente diversão para crianças e adolescentes na sociedade causa emburrecimento, forma-se gerações de burros, fisicamente até. Uma criança ou adolescente que bebe ou fuma ou usa qualquer tipo de drogas antes dos 18 ou 21 anos ficará burra para o resto da vida, dependendo da quantidade utilizada. Porém, mesmo em pouca quantidade, uma vez ou outra, ainda assim pode causar má formação dos órgãos internos, lembrando que o cérebro é um órgão interno, pode atrapalhar a formação natural das sinapses. Você vê seus filhos, sobrinhos, crianças, etc, crescendo fisicamente e isto significa que internamente estão crescendo também, óbvio, estão se formando fisicamente. E daí introduz-se substâncias externas as quais o corpo ainda não formado não consegue processá-las corretamente. Caso você deixa seu filho menor de 18 anos beber, fumar, usar drogas, você está brincando com a saúde do seu filho, tanto a saúde física como a saúde mental.

   Então vemos (eu e o leitor) que é importante aprender primeiro os conceitos básicos de qualquer assunto e, como falava um professor meu, o resto vem por si como a urina. Basta você ter vontade. E se você não tiver vontade - gosto pelo conhecimento -, tenho certeza que você tem interesse por um assunto e/ou objeto de assunto qualquer. Comece o processo de conhecimento pelo seu interesse em algum assunto e comece entendendo o básico, o resto vem por si.

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