terça-feira, 30 de julho de 2019

A Mais Valia de Marx

   Entendendo a mais-valia de Marx. Não entrarei profundamente na mais valia absoluta e na mais valia relativa, mas deixo aqui as conceituações de Marx, que não servem para muita coisa:
Chamo de mais valia absoluta a produzida pelo prolongamento do dia de trabalho, e de mais valia relativa a decorrente da contração do tempo de trabalho necessário e da correspondente alteração na relação quantitativa entre ambas as partes componentes da jornada de trabalho (O Capital, Livro 1, Vol. I, p. 363).
   Vamos tomar como exemplo o atacado e o varejo.  Quando compramos no varejo (de uma até duas ou três, ou mais mercadorias, até um certo número estipulado pelo fabricante e/ou pelo comerciante) a mercadoria tem um determinado valor. Quando compramos pelo atacado, a mercadoria, unitariamente, sai por um valor menor. No caso, segundo Marx, este valor é o valor de troca, posto que o valor de uso é intrínseco à mercadoria, o valor de uso já nasce com a mercadoria. Grosso modo, o valor de uso é a própria mercadoria, é o produto, é o valor que cada um dá à mercadoria não importando seu valor de troca, ou seja, não importando por quanto (em dinheiro ou capital) a pessoa vende ou compra a mercadoria. Algumas vezes o valor de uso é o valor de troca, outras vezes não.
   Ao comprar uma caixa de, por exemplo, água sanitária, o valor unitário (valor de troca, o preço) de cada recipiente é um determinado valor, mesmo eu não concordando com o preço e achando aquele valor (valor de uso para mim) muito caro. Utilizo o exemplo de água sanitária porque é bastante apropriado quando se estuda Karl Marx.
   Ao comprar um recipiente apenas, o valor é maior. Quando estamos dentro de um supermercado que vende por atacado temos uma caixa de água sanitária cujas unidades recipientes tem um determinado valor. Caso eu comprar a caixa toda, obviamente pagarei esse determinado valor. Porém, se eu abrir a caixa e retirar somente um recipiente, o valor deste recipiente aumenta automaticamente.
   Posso dizer, neste ponto, que aí está a mais valia de Marx (o valor excedente), pois, para o fabricante, o valor de produção da água sanitária é o mesmo. Seu custo e seu lucro já estão embutidos neste valor de produção. O preço que pagamos a mais quando levamos um único recipiente em relação a levarmos a caixa toda é, neste sentido, a mais valia de Marx, pois não há nada que justifique financeiramente este aumento no preço.
   Mas podemos dizer que o que justifica este aumento de preço é a quantidade da mercadoria (relação quantitativa entre mais valia e lucro, segundo Marx). Quanto mais compramos, menor preço pagamos. Assim é em praticamente tudo. Compramos uma dúzia de ovos, o preço é um; compramos uma bandeja de ovos, o preço é menor. Compramos um único livro de O Capital, o preço é um; compramos todos os volumes de uma vez só, o preço é menor.
   Obviamente temos, neste processo, os intermediários. Aí a trama se complica. Cada mercadoria tem um ou mais intermediários até chegar no consumidor final, por exemplo, o comerciante dono de mercado que compra no atacado e vende para o consumidor final, é um intermediário. Cada intermediário leva a sua parte aumentando o valor final. Até aí tudo bem. Este é o processo normal desde a produção até a venda final.
   Vemos, então, que temos uma estratificação no processo de troca de mercadorias onde cada camada tem o seu lucro (ou mais valia). Analisando-se assim, isoladamente, podemos chegar à conclusão segura de que a solução seria eliminar os intermediários. Porém, analisando-se a sociedade como um todo, tal solução é inviável pois acabaria em concentração de poder, totalitarismo, fim da humanidade como a conhecemos.
   Poderíamos aventar a possibilidade de que a mais valia seria também o que se chama de especulação, ou seja, aumentar o valor tendo por base uma situação futura e, obviamente, incerta. Por exemplo, a especulação do próprio dinheiro, a usura da qual Sócrates falava, emprestar dinheiro a juros. Teríamos aí, de certa maneira, a mais valia (o valor excedente).
   Vemos, então, que a mais valia não é simplesmente um valor excedente que resulta exclusiva e obrigatoriamente do lucro, posto que o lucro é uma parte financeira do processo de produção e venda. E digo, agora, processo de produção e venda, pois a venda faz parte do processo de produção, pois não teria sentido produzir uma mercadoria sem vendê-la sendo que estamos falando daquilo que Marx chamava de Capitalismo.
   Então, analisando-se neste sentido, a mais valia de Marx existe, porém, ela resulta da falta de moral e da falta de honestidade em cada camada do processo de produção, ou seja, resulta da falta de moral e da falta de honestidade de cada indivíduo envolvido no processo.
   Mais valia, taxa de mais valia, lucro e taxa de lucro são coisas distintas para Marx. Porém, Marx se perde na explicação dessas distinções. Basicamente, lucro, para Marx, é coisa exclusiva do empresário, do capitalista malvado. Ele fez um estudo em O Capital considerando tal estudo de forma geral, mas esqueceu-se de que os negócios feitos por um consumidor no mercado da esquina numa rua de um bairro de uma cidade são diferentes dos negócios entre países e que, no meio disso, tem inúmeros níveis e tipos de negócios que se diferenciam por si só.
   Atirar-se esta expressão - mais valia - de forma vaga e imprecisa na sociedade e ligando-a única e exclusivamente ao lucro, temos que, quando se fala a palavra “lucro” as pessoas automaticamente raciocinam como se lucro fosse uma coisa errada, malvada, mas todo mundo quer ter lucro. Não fosse assim, todos trabalharíamos de graça e todos morreríamos de fome; ou, então, eliminamos o dinheiro e adotamos o processo de escambo total (troca direta de mercadorias total), coisa impossível e até um tanto ingênua atualmente.
   Lucro, neste sentido no qual estou falando, posso dizer que lucro é também o salário do trabalhador. Não fosse assim, então o trabalhador deve transformar-se num capitalista para que possa ter lucro, mas daí voltaremos a toda a discussão de Marx que envolve capital, processo de produção, mais valia, lucro, taxa de lucro, valor de uso, mercadoria, valor de troca, etc, entrando, de novo, num processo sem fim.
   Donde conclui-se: caso você não quer ser um capitalista malvado, então não tenha lucro e mantenha-se a vida inteira na classe dos trabalhadores e seja explorado a vida inteira pelo capitalista malvado, pois no momento em que você tiver lucro, você deixa de ser um trabalhador e passa a ser um capitalista malvado.
   Então, a questão resume-se na resposta da seguinte pergunta: o que é lucro?
   Lucro seria o valor excedente cobrado na mercadoria? Neste caso, então lucro é a mais valia de Marx.
   Neste momento se faz necessário discernir o que é mercadoria para Marx. Basicamente, mercadoria para Marx é tudo, incluindo bens e serviços, e até o próprio ser humano. A força de trabalho também é uma mercadoria no sentido marxiano... ou marxista.
   Então, sendo lucro o valor excedente que um trabalhador cobra de seu patrão, logicamente, este trabalhador está usufruindo da mais valia. E sabemos que mais valia é pecado mortal para Marx. E isto transforma automaticamente o trabalhador num capitalista ganancioso. Um chefe de alguma agremiação de trabalhadores, por exemplo, um sindicato, quando está negociando com os patrões, de certa forma ele está negociando a mais valia (ou lucro) para os trabalhadores, pois a força de trabalho, para Marx, faz parte do processo de produção. Neste momento, “nosso capitalista recobra sua fisionomia costumeira com um sorriso jovial”.
   Obviamente podemos dizer que a mais valia vale somente para o capitalista, não vale para o trabalhador, pois este não tem lucro, tem somente o seu salário e o salário não é lucro. E assim desmanchamos o sorriso jovial do nosso capitalista. Então, a mais valia não está ligada ao lucro, são coisas distintas. E separamos trabalhador de capitalista, pois o capitalista, para Marx, é um não-trabalhador. E, desta forma, separamos em classes financeiras a humanidade que existe em cada ser humano.
   E voltamos à pergunta anterior: o que diabos é lucro?
   Talvez algum leitor saiba me responder essa pergunta, ou, algum leitor com moral e honestidade verá que a resposta dessa pergunta é que lucro é uma coisa individual, pessoal, intrínseca a cada negócio e que depende da satisfação pessoal de cada um dos envolvidos naquele negócio. Mesmo lucro sendo qualquer vantagem, benefício (material, intelectual ou moral) que se pode tirar de alguma coisa, ainda assim, o lucro em si não é malvado. Malvadas são as pessoas que escrevem 2.582 páginas em uma obra que, além de não conseguir responder nada, causam uma confusão imensa na sociedade.

7 comentários:

  1. Parte 1 - A mais-valia, um dos conceitos utilizados por Marx, não é tão complexa quanto parece, mas também não é simplesmente lucro, mas um tipo específico de lucro. Para entender devemos levar em consideração algumas coisas: 1 - a obra de Marx foi concebida no contexto histórico de uma revolução industrial recente em que homens estavam se tornando empregados numa indústria incipiente e sem nenhuma regulação legal ou políticas social-democratas de proteção ão trabalhador. 2- O Capital, apesar de não esconder o viés político do seu autor, é uma obra sobre economia. 3- Para o entendimento da economia, Marx faz uma redução e simplificação didáticas (conhecer o micro para entender o macro). Para explicar o conceito de mais-valia, Marx faz primeiro uma retrospectiva de como surgiu o dinheiro. Isso não cabe aqui, mas, resumidamente, dinheiro é uma mercadoria universal na qual refere-se o valor de todas as outras e, por isso,facilita as trocas (O gado já foi usado como dinheiro, mas, antes do papel moeda, o dinheiro mais conhecido era o ouro). As mercadorias têm valor de uso e de troca. O valor de uso é a necessidade que alguém tem por algo. O valor de troca é o preço. (Se eu criar uma máquina de desentortar banana e estipular o preço em 100 reais, provavelmente ninguém vai comprar, pois as pessoas não parecem ter necessidade de comer bananas retas e, por isso, não há valor de uso). Numa visão simplificada, Marx explica que o valor de troca de uma mercadoria é dada pelo tempo de trabalho necessário para produzi-la (Este é o quantum, ou seja, trabalho socialmente necessário, uma média que varia conforme região, clima e época. Note que o trabalho socialmente necessário, ou quantum, exclui, por exemplo, a brilhante ideia de um carpinteiro atrasar a construção de uma cadeira para vende-la mais cara). Enfim, o valor das mercadorias, neste esquema didático, era comparado pelo quantum de trabalho incluso em cada mercadoria (Se um quilo de ouro demanda o mesmo tempo de trabalho de 200 kg de feijão, então o preço do feijão é 5 gramas de ouro). Percebam que, por exemplo, o oxigênio está disponível para todos, mas o oxigênio envasado em cilindros demanda trabalho e, portanto, tem seu preço. Ideia básica até aqui: o trabalho contido na mercadoria é o que define seu valor de troca, seu preço ao consumidor. Continuando. Com o advento do capitalismo, sistema econômico que se caracteriza principalmente pela propriedade privada dos meios de produção, a mais-valia foi a forma encontrada para que o capitalista (dono do capital/meios de produção) rendesse seu dinheiro. Ora, o capitalista compra máquinas e as mantém em condições de funcionamento; compra, constrói ou aluga o espaço para produção; compra matéria prima e insumos e compra a força de trabalho do empregado (salário). Tudo isso tem seu preço determinado pelo quantum de trabalho contido em sua construção, inclusive o empregado, que está constantemente "construindo" sua vida (come, bebê, veste, etc). Fazendo este empregado trabalhar em cima da nova mercadoria, agrega-se valor a esta e este, mais uma vez, é medido pelo quantum de trabalho socialmente necessário.

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  2. Parte 2 (final) - Agora o capitalista tem uma mercadoria com valor agregado, mas se ele repassar todo este valor agregado para o empregado, ficará no zero a zero. Então ele remunera o empregado com um valor abaixo do que ele produziu e fica com a sobra. Por exemplo: o dono de uma confecção calculou que o custo de uma blusa é 1 real de tecido, 1 real de aviamentos, 1 real de energia, 1 real de custo proporcional da máquina, 1 real de custo proporcional do prédio da fábrica, 5 reais do custo do empregado. Total 10 reais. Então ele remunera o empregado em 4 reais e vende a calça por 10. O 1 real que sobra é seu lucro de 10%, mas este lucro foi em cima do trabalho do empregado e, por isso, Marx diferencia-o ao chama-lo de mais-valia. Importante: é a teoria que Marx elaborou levando em conta o que entendeu ao estudar economia lendo Ricardo, Adam Smith e outros economistas da época. Dece-se ainda levar em consideração as peculiaridades da época e, mais importante, não é questão de ser bom ou ruim, mas apenas uma forma de pensar que deve ser analisada criticamente por quem tem interesse no assunto. @viegas33

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  3. Resposta:
    1 - Concordo que a mais valia não é tão complexa. E concordo que não é simplesmente lucro, tratei disso no texto.
    1.1 - Levei em conta o contexto histórico da época de Marx. Meu texto sobre mais valia foi devido a essa confusão que fazem atualmente sobre ela, daí dei uma interpretação com exemplos atuais.
    2 - O Capital é uma obra sobre economia, concordo.
    3 - "O valor de uso é a necessidade que alguém tem por algo". "O valor de troca é o preço". Nessas, você conseguiu resumir melhor do que eu no texto, apesar de que falei praticamente a mesma coisa. Mas nesta parte concordamos.
    "(Este é o quantum, ou seja, trabalho socialmente necessário, uma média que varia conforme região, clima e época. Note que o trabalho socialmente necessário, ou quantum, exclui, por exemplo, a brilhante ideia de um carpinteiro atrasar a construção de uma cadeira para vende-la mais cara)".
    Nesta parte acima entre aspas, tenho algumas considerações. Penso que, para o quantum, não tem como excluir a brilhante idéia de um carpinteiro atrasar a construção de uma cadeira para vendê-la mais caro. Isso é uma contingência, pode ou não acontecer. No momento em que eu excluo essa variável, minhas conclusões também são contingenciais, podem ou não acontecer. Esse é um dos erros de Marx que eu vejo.
    Óbvio é também, que para fins de cálculo, posso excluir, mas daí os cálculos não serão exatos, torna-se uma coisa, vamos dizer assim, subjetiva.
    "(Se um quilo de ouro demanda o mesmo tempo de trabalho de 200 kg de feijão, então o preço do feijão é 5 gramas de ouro)".
    Nesta parte, conceitualmente até posso concordar, mas feijão é diferente de ouro, o processo de fabricação (vamos dizer assim), de um e de outro são diferentes, o valor de uso e o valor de troca de cada um, são diferentes. Então, neste sentido, penso que não dá para comparar feijão com ouro. Claro é que, conceitualmente, como mercadorias, podemos compará-los, mas a comparação termina por aí. Não posso simplesmente levar em conta somente o tempo de trabalho, e Marx explica que o valor de troca de uma mercadoria é dada pelo tempo de trabalho necessário para produzi-la. Óbvio é que Marx coloca outros fatores envolvidos, mas dá prioridade ao tempo de trabalho.
    Exemplificando: eu levo 30 minutos para respingar tinta num quadro e vendo esse quadro por 5 mil reais e você leva um dia inteiro fazendo uma cadeira e vende ela por 100 reais. Não foi o tempo de trabalho que definiu o preço de um e de outro. Tem outras variáveis. E estas outras variáveis Marx desconsidera na sua mais valia. Segue...

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    1. Quanto a desconsiderar o marceneiro que deliberadamente atrasa a fabricação da cadeira, não lembro a explicação, mas Marx explica uma espécie de regulação que acaba por recuperar em outro lugar o que porventura algum "expertinho" ganhou a mais (preciso revisar a obra para verificar isso). Mas, em suma, o autor enxerga a economia de mercado como um corpo só e o dinheiro como finito. Exemplo: supondo que só existam no mundo 100 pessoas e, no atual estágio, toda a riqueza deste minimercado seja 10000 reais (PIB). Se um cara compra uma cadeira mais cara do que seu justo valor, vai lhe faltar dinheiro para comprar outra coisa é quem vendeu vai poder comprar algo mais por ter tido uma vantagem. Assim o mercado se regula. Exemplo atual: devido à ameaça de rompimento de uma das barragens da Vale, um açougueiro lamentou ter de fechar o açougue porque seus clientes foram retirados de suas casas e realocados a mais de 20 km. Este açougueiro faliu, mas seus antigos clientes vão continuar comendo carne, só que agora comprarão de outra pessoa - houve perda pessoal mas não para o mercado. O caso do quadro pintado entra em outro aspecto que Marx já considerava: com o advento do capitalismo, logo foi criado um elemento novo que convence as pessoas a comprarem o que elas não necessitam (nos dias atuais isso é o trabalho do marketing).

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  4. Parte 2 (final) - Entendo e concordo com teu exemplo do dono da confecção. Neste caso, o lucro foi em cima do tempo de trabalho do empregado, mas o empregado concordou com o salário proposto. Vemos que isso enseja vários outros fatores como educação, opressão do trabalhador, essas coisas, e Marx deteve-se, como você e eu concordamos acima, a um estudo econômico, o Capital é uma obra sobre economia.
    Outro erro de Marx, pelo que eu vejo, foi não levar em conta essas variáveis subjetivas que fazem parte do cálculo, mas que, ao mesmo tempo, são variáveis difíceis de quantificar, mas que fazem parte.
    De onde eu concluo que, nesse sentido, a obra de Marx é muito confusa.
    Óbvio é também, que deve-se levar em conta as particularidades da época, mas daí posso concluir que a obra de Marx (O Capital) é uma obra que teve importância somente na época dele. Mas isso não obsta que aproveitemos alguns conceitos e definições de Marx desde que sejam conceitos e definições objetivos e não subjetivos, pois a subjetividade é intríseca de cada época. Uma particularidade hoje pode não ser a mesma de amanhã e uma de ontem pode não não ser a mesma de hoje.
    E teorias são somente teorias, pelo próprio nome: teoria. Significa que ainda não foi comprovada na prática. Uma teoria deixa de ser teoria quando é comprovada na prática. Discutir teorias enseja subjetividades que passam a ser objetivas quando tem sua comprovação na prática.
    O que estou querendo dizer é que Marx formulou várias teorias e ainda se discutem essas teorias somente no campo das teorias, e alguma delas ainda não há muita comprovação prática.
    A mais valia ainda promove discussões e debates até entre os marxistas, talvez não na essência, mas nos pormenores, os quais estamos aqui eu e você debatendo.

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  5. Cabe ao empregado aceitar ou não o preço oferecido por seu serviço. Certo, mas não entrei no mérito de ser justo ou não a mais-valia (Eu acho justo. Se estamos no capitalismo, vamos praticar o capitalismo). Eu acho a teoria de Marx acerca da economia de mercado muito válida até nos dias atuais, mas, claro, em conjunto com novos elementos que surgiram.
    De toda forma, gostei da exposição de ideias que fizemos aqui.

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  6. "Quanto a desconsiderar o marceneiro que deliberadamente atrasa a fabricação da cadeira..."
    Sobre toda este teu comentário, concordo, também tenho para mim que esta é a visão de Marx.
    Mas na parte do quadro pintado, a arte já existia antes do advento do capitalismo (capitalismo na visão de Marx) e as pessoas, de certa maneira, sempre compraram o que não necessitavam. Um pobre, quando fica rico, vamos dizer assim, irá gastar seu dinheiro em coisas que talvez ele não necessite. Vejo isso como um ciclo natural, e não estou dizendo que isso é certo ou errado.
    "Cabe ao empregado aceitar ou não o preço oferecido por seu serviço".
    Sobre este comentário, o problema que eu vejo em relação a Marx é que ele sempre se refere ao capitalista como "capitalista ganancioso" e nem todo capitalista é ganancioso.
    Como eu disse antes, há erros e acertos na obra de Marx, isso é óbvio, bem como na obra de qualquer autor os haverá. A questão é que Marx, na minha opinião, joga toda a culpa para cima do capitalismo. Com essa visão dele de "luta de classes", ele dividiu a humanidade em burgueses e proletários, mas em que momento um proletário se torna burguês e vice-versa?
    Ou o cara nasce proletário e fica proletário para o resto da vida?
    E o burguês nasce burguês e fica burguês para o resto da vida?
    Até agora também estou gostando da conversa.

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