Por que acreditar em Deus?
Começando do princípio quando tudo era verbo... depois
vieram substantivos, predicados, etc.
Saber se Deus existe, vamos tomar como certa a premissa de
que ninguém sabe com certeza se Deus existe. Podemos dizer que é uma questão de
fé e de lógica. Ou acredita que Deus existe ou não acredita. Os pormenores em
que uns acreditam em Deus, mas seu Deus é diferente de algum Deus de alguma
religião, esses pormenores não interessam, pois, a questão básica é acreditar
ou não em Deus!
Assim temos uma dúvida: Deus existe ou não? Isto é fato.
Perscrute aí no interior do seu pensamento se Deus existe ou não, pergunte a si
mesmo e saberá que existe essa dúvida. E não estou falando dos santos ou de
alguém que teve uma experiência nesse sentido pois isso é uma certeza da qual
somente ele sabe, estou falando do ser humano que tem essa dúvida.
Partindo desta dúvida, deste fato, não sabemos em que
acreditar.
Agora faço uma distinção entre “acreditar” e “confiar”. “Acreditar”
refere-se a não questionar. Por exemplo, você me fala uma coisa (qualquer
coisa) e eu acredito, nem me passa pela minha cabeça que você está mentindo.
Somente depois quando eu descobrir a sua mentira é que me darei conta que
acreditei em você.
“Confiar” refere-se ao popular “vou dar um voto de confiança”,
ou seja, no momento em que você me fala uma coisa, eu sinto que você pode estar
mentindo ou não, mas resolvo confiar em você.
Partindo da mesma dúvida acima (Deus existe ou não?), chegamos
à outra questão: existe vida após a morte? Sabemos que Deus e a eternidade
estão intimamente relacionados. São indissociáveis. Caso você confie que Deus
existe, automaticamente você confia na vida eterna. Caso você não confie que Deus
existe, automaticamente você não confia na vida eterna.
Com efeito, da primeira dúvida decorre esta segunda dúvida:
existe vida eterna ou não?
Depois que morrermos vamos para um outro plano (seja qual
for o nome que você der: céu, outra dimensão, plano espiritual, etc); ou depois
que morrermos acabou-se, o corpo vira pó e a vida de um ser humano deixa de
existir? Não vou entrar aqui na discussão se os animais têm alma, não é o caso.
Estou falando do ser humano, que pensa com inteligência.
Existindo essa dúvida, acredito ser mais lógico confiar que
Deus existe e confiar na vida eterna, pois é mais reconfortante pensar que a
vida não se acaba nesta vida física. É mais reconfortante confiar que existe
vida eterna. Isso dá mais coragem para vivermos esta vida.
Alguém poderá dizer: mas acreditar em Deus e na vida eterna
não depende de mim. O que eu posso fazer se não acredito em Deus e na vida
eterna?
Independentemente se você teve uma formação religiosa ou
não, a questão não se baseia mais somente na fé. Baseia-se também na lógica. A
fé e a lógica também são indissociáveis. Por que confiar que tudo se acaba com
a morte se não sabemos com certeza se tudo se acaba com a morte?
Essa dúvida nos dá a opção de escolha. Ainda que
internamente eu tenha dúvida se Deus existe e se existe vida eterna, eu posso
optar em confiar ou não confiar. E, como já falei, acredito ser mais lógico confiar
que Deus existe e confiar na vida eterna mesmo não tendo provas de uma coisa ou
de outra.
O (verdadeiro) ateu é aquele que opta por não confiar que Deus
existe e não confiar na vida eterna, mas carrega dentro si essa dúvida, pois se
não soubesse que existe um ente chamado Deus sequer pensaria Nele. Não teria
nenhum conceito metafísico na sua mente. Viveria uma vida sem perspectivas metafísicas
(além da física). Viveria uma vida dentro de uma concepção zoológica.
Por exemplo, confiar no big-bang (criador do universo) é um
conceito metafísico que leva a pensar no princípio de tudo.
Coloco aqui duas questões:
1 - Sendo Deus o criador do universo, quem ou o que criou
Deus?
2 - Sendo o big-bang o criador do universo, quem ou o que
criou o big-bang?
Essas duas, no que concerne à infinitude de pensamento, são,
basicamente, a mesma questão. E nenhuma delas tem, no momento, uma resposta.
Então, resta a nós a vida eterna ou o fim da vida com a morte.
E chegamos novamente em uma dúvida que nos permite uma escolha. E seja qual for
a sua escolha, viva esta vida da melhor maneira possível para você e para os outros (isto também é indissociável), pois se tudo se acaba
com a morte você deixará apenas seu legado (seja ele bom ou ruim); e se existe
vida eterna você deixará seu legado (e ele será bom) e viverá a vida eterna
onde reencontrará seus entes queridos. Este último é um pensamento muito mais
reconfortante para este mundo repleto de dúvidas.
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