quarta-feira, 27 de março de 2019

Karl Marx

   Karl Marx tinha um estilo de escrita onde ele discorria um assunto com uma percepção realística indiscutível, porém, tinha a habilidade (consciente ou inconsciente, não sei) de promover tal assunto, muitas vezes, se colocando contra o assunto. Esta "percepção realística" da qual falei refere-se à percepção da imaginação de Marx em relação ao seu texto, não à percepção da realidade, pois esta Marx não a tinha, tanto assim que nunca acertou previsão nenhuma na sua porca vida. Cito um exemplo: na “Questão Judaica”, Marx fala sobre os direitos humanos: “Constatemos, em primeiro lugar, o fato de que os chamados direitos do homem, enquanto distintos dos direitos do cidadão, constituem apenas os direitos de um membro da sociedade civil, isto é, do homem egoísta, do homem separado dos outros homens e da comunidade” (p. 23).
   Para um leitor que tenha a mesma moral de Marx (isto é imprescindível) e que queira colocar em prática seus ensinamentos, esse leitor entenderá logo que para promover uma sociedade de seres humanos egoístas é preciso promover direitos humanos, posto que “os direitos do homem são, em parte, direitos políticos, que só podem exercer-se quando se é membro de uma comunidade” (p. 22). “Assim, nenhum dos supostos direitos do homem vai além do homem egoísta, do homem enquanto membro da sociedade civil; quer dizer, enquanto indivíduo separado da comunidade, confinado a si próprio, ao seu interesse privado e ao seu capricho pessoal” (p. 25).
   Repito: para promover uma sociedade de seres humanos egoístas é preciso promover direitos humanos. Isto fica bem claro. Esta é a percepção avassaladora de Marx, pois ele sabia que quando se promove “direitos humanos” para todos em comunidade (coletivamente), cada indivíduo confinado a si próprio, cada indivíduo interpretará de forma egoísta a declaração universal dos direitos humanos. Mesmo que o indivíduo não conheça o texto da declaração, a ideia entrará no imaginário popular, entrará no senso comum pela repetição da expressão ”direitos humanos”. Cada indivíduo da massa proletária repetirá para si mesmo e para os outros: - Tenho meus direitos.
   Esse pensamento cria uma mentalidade egoísta na sociedade, pois não se fala em deveres, somente em direitos, então... promova-se “direitos humanos” de forma exagerada e contínua e teremos uma sociedade egoísta onde cada ser humano pensará somente em si próprio, cada ser humano será um átomo isolado. Mesmo vivendo em comunidade, em sociedade, em coletividade, cada ser humano pensará somente em si próprio esquecendo-se dos outros, da metafísica... e tal indivíduo esquece até de Deus.
   A última parte, “esquece até de Deus”, refere-se não somente a Deus, mas à espiritualidade, ao espírito de se viver em comunidade que se traduz em direitos e deveres. Substitui-se a espiritualidade por uma causa coletiva, mas o sentimento de egoísmo, fora da espiritualidade e dentro da causa coletiva, é exacerbado naturalmente ao extremo.
   Uma sociedade feita de seres humanos egoístas com várias causas coletivas, fora da espiritualidade e da moral, é uma sociedade facilmente controlável. Basta fornecer causas, sejam elas verdadeiras ou não, basta dividir em classes e dar a cada classe uma causa.
   Voltando à Marx, vemos que esse estilo de pensamento e escrita é constante na sua obra. Um estilo que, traduzindo de forma vulgar, resume-se em: “Falar mal de alguma coisa com a intenção de promover esta coisa.” Ou mais vulgarmente ainda: “Criar confusão na sociedade para que certas pessoas possam obter riquezas às custas dos outros.” Tal estilo foi repetido por vários outros autores da mesma classe de Marx.
   Outro exemplo; tirado de “O Capital, livro 1 volume 1”, páginas 172-173: “Esse impulso de enriquecimento absoluto, essa caça apaixonada ao valor é comum ao capitalista e ao entesourador, mas enquanto este é o capitalista enlouquecido, aquele é o entesourador racional. A expansão incessante do valor, por que luta o entesourador, procurando salvar, tirar dinheiro da circulação, obtém-na de maneira mais sagaz o capitalista, lançando-o continuamente na circulação.”
   Marx sempre associa a ganância ao capitalista, o que não é errado, pois, para ele, todo capitalista é ganancioso. Porém, a sua obra “O Capital” é um manual de como tornar-se um capitalista ganancioso - é o Manual do Capitalista Ganancioso.
   Poderia citar outros exemplos, mas, de momento, esses já bastam.
   A ironia é que Marx, talvez por ter consumido boa parte do seu tempo de vida escrevendo tal manual, não pôde acumular riquezas, mas nem por isso ele deixa de ser um capitalista ganancioso, pois como ele mesmo diz: “A mercadoria é, antes de mais nada, um objeto externo, uma coisa que, por suas propriedades, satisfaz necessidades humanas, seja qual for a natureza, a origem delas, provenham do estômago ou da fantasia” (O Capital, livro 1, volume 1, p. 41).
   A mercadoria de Marx foi a sua obra escrita. Não lhe rendeu riquezas, mas lhe trouxe valor e trouxe riqueza aos seus irmãos capitalistas gananciosos que vieram depois dele, pois Marx ensinou-lhes como transformar qualquer coisa em mercadoria. Ensinou-lhes que as paixões humanas, os desejos, os sentimentos, as vontades, as emoções, até mesmo a própria miséria pode ser transformada em uma mercadoria a ser vendida em uma prateleira de mercado.
   Marx ensinou-lhes que o amor é uma coisa inventada por alguns para vender lenços para outros. Marx, com a sua obra, ensinou-lhes como enriquecerem às custas do sofrimento dos outros e chamou isso de Comunismo invertendo a semântica e confundindo a todos.
   Com o seu estilo, escreveu sua obra “falando mal” do capitalismo, mas deu todas as instruções de como fazer para ser um bom capitalista ganancioso. De como vender o corpo, a alma e o espírito dos outros e de como vender até mesmo o próprio corpo, a própria alma e próprio espírito em prol da ganância imediata ou, como foi seu caso, futura, pois seu nome entrou e ainda está na história, mas Marx continua sendo um charlatão maligno.

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