quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Tristeza Profunda

   Um sorriso triste. A vida não tem muito sentido. Talvez tenha um pouco, mas não muito. A música de amor e felicidade que toca no rádio é uma agressão aos meus ouvidos. As letras e as palavras felizes são ofensas. A melodia até que é bonita, mas serve somente para confundir os sentimentos. Entre alegria e tristeza a vida oscila como um pêndulo e a corda no pescoço vai apertando. Basta um salto neste abismo sem muito sentido e tudo se acaba.
   Mas e se a morte não for o fim? E se o sofrimento continua no infinito?
   As palavras se perdem no ar, mas são mais eternas do que a vida. Tive idéias, mas não deixarei nenhuma que preste. O legado de uma vida sem muito sentido permanece somente na lembrança dos entes queridos. E ainda assim é uma permanência transitória que se perde no tempo. Quando o esquecimento torna-se presente não lembramos mais do passado e ficamos sem futuro.
   Removo a corda imaginária do pescoço, pois estava me sufocando. Respiro aliviado... mas até quando?
   Até quando esta vida sem muito sentido?
   Eu penso, mas não sei se existo. Vamos acumulando flores no jardim da vida, mas as flores murcham e morrem. Não faz sentido cuidar do jardim, é trabalho perdido.
   Estou cansado, mas nem posso dizer que não tenho mais forças, pois forças sempre têm. E esse é o problema. Não tivesse eu mais forças, meus problemas terminariam. A desculpa perfeita para esta penumbra mental e sombria é dizer que não se tem mais forças para viver.
   Mas se não se tem mais forças para viver, como se terá forças para morrer?
   Esse é um dilema que corrói a alma já corroída.
   Viver entre alegria superficial e tristeza profunda é uma balança de sentimentos na qual as medidas não tem peso. As alegrias sequer são um bálsamo que alivia a tristeza, pelo contrário, as alegrias evidenciam a tristeza. Se pelo menos a alegria superficial sumisse restaria somente a tristeza profunda e daí as coisas ficariam mais claras, mais objetivas e esta vida então teria sentido. O sentido desta vida é a morte, e isto não tem muito sentido. Viver para morrer?
   Plantei várias árvores, mas nenhuma vingou. Escrevi livros, mas não publiquei-os. Tive filhos, mas perderam-se no mundo.
   A tragédia da vida é que ela é uma comédia. É uma piada de bom gosto, mas sem graça nenhuma. Ou melhor: é uma piada de bom gosto, mas somente os outros acham graça.
   Os momentos de alegria vêm... e passam. E mesmo quando a alegria está presente a tristeza também está. E quando a alegria está ausente, a tristeza - companheira fiel desta vida - nunca abandona.
   Sentir-se feliz por estar triste. É difícil de entender tal colocação, mas quando resta somente a tristeza ela é companheira na solidão. Não me agarro na tristeza. Queria que ela fosse embora, mas a tristeza é quase um órgão físico. É como um órgão interno, vital, que se arrancarmos a tristeza, morremos. Por isso diz-se "tristeza profunda", ela faz parte do corpo e da alma. Já não é somente um sentimento, é também uma presença física. Esta é a grande comédia: não sabemos onde estamos tristes, simplesmente estamos tristes.
   E essa tristeza profunda causa indiferença e nos faz indiferentes aos momentos de alegria. Quando estou alegre sei que esta alegria passará; e até desejo que passe logo para que eu possa voltar a saber que estou triste. A alegria misturada à tristeza nunca é boa.
   Gostaria que a tristeza passasse, mas como ela nunca passa então só me resta esperar a alegria passar, pois esta, esta sim sempre passa. Mas depois volta. Por que a alegria não permanece?
Talvez ela não goste de mim. Talvez eu seja muito triste para ser alegre. Entre ser e estar eu sou triste, mas às vezes estou alegre.
   Os olhos tristes falsificam o sorriso. O sorriso não alegra os olhos e isso faz o conjunto do rosto ficar estranho, grotesco: a boca sorrindo com os olhos tristes. Não são sorrisos forçados, são espontâneos, mas são sorrisos tristes. Um mero separar de lábios para agradar na comédia da vida. Movimentos involuntários, reflexos condicionados dos músculos do rosto que se desfazem da mesma maneira que apareceram mostrando que a vida não tem muito sentido. E assim termino como comecei: com o mesmo sorriso triste.

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Projeto Em Frente Brasil


   Recentemente saiu a notícia do projeto Em Frente Brasil que visa combater a criminalidade violenta. Tal projeto foi lançado em cerimônia oficiosa e pomposa pelo governo federal, tal como era feito no governo Lula. Projetos de nomes bonitos lançados em cerimônias bonitas e muito puxa-saquismo entre os integrantes, egos exacerbados.
   A Força Nacional será colocada inicialmente em cinco municípios do País. Força Nacional esta, idealizada e criada em 2004 pelo então Ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos no governo Lula. Márcio Thomaz Bastos, depois que deixou o ministério, trabalhou como advogado. Entre os casos famosos em que trabalhou, foi o advogado de defesa de empreiteiras na Operação Castelo de Areia e na Operação Lava Jato. Em 1992, juntamente com o jurista Evandro Lins e Silva, participou da redação da petição que resultou no impeachment do ex-presidente da República Fernando Collor e depois foi agraciado com o cargo de Ministro da Justiça no governo Lula.
   Os cidadãos brasileiros já ouviram falar da Força Nacional aqui e ali, mas agora, o governo Bolsonaro, através do Ministro Sérgio Moro, coloca a Força Nacional na linha de frente. Não obstante a intenção deste projeto Em Frente Brasil ser nobre, não é uma mudança estrutural. Os municípios não precisam de uma Força Nacional atuando por alguns meses tal qual se coloca o Exército nos morros. Os municípios e os estados precisam de mais policiais, mais equipamentos, melhores condições. Os estados e os municípios precisam de maior autonomia legal e de arrecadação, pois estão todos endividados com o governo federal.
   A mim este projeto parece uma medida paliativa que, com o tempo, se tornará inócua. A pompa durante o lançamento do projeto foi uma bela jogada de marketing, talvez para dar à população o senso comum de que o governo está fazendo algo profundo contra a criminalidade.
Até agora não vi nada neste governo Bolsonaro que me chamasse a atenção. Foram mudanças superficiais, nenhuma mudança estrutural, como a descentralização do poder do governo federal para os estados e municípios.
   Revogar decretos e leis do governo anterior não significa muita coisa, são medidas passageiras, pois o próximo governo, se for da oposição, revogará os decretos do Bolsonaro. Temos esse ciclo no Brasil há décadas, mas mudanças estruturais: nenhuma.
   É uma pena, pois eu tinha muitas esperanças no governo Bolsonaro, mas, repito, até agora não vi nada que me chamasse a atenção.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

A Rebelião das Massas


   A massa tende à violência. Nunca entendi muito bem o significado dessa expressão. Aliás, nunca entendi muito bem o significado de “massa” no tocante à seres humanos. “Massa” seria uma multidão enfurecida? Nesse sentido tivemos manifestações de “massas’ que foram pacíficas e isso contraria uma multidão enfurecida.
   Talvez “massa” seja no sentido de manipulação, de que as “massas” são manipuláveis como uma massa de pão onde o padeiro bate nela até dar-lhe a forma desejada.
   Talvez "massa" seja a multidão frequentadora de estádios de esportes, como o futebol.
   Mas qual é a quantificação de “massa”? Quantas pessoas são necessárias para compor uma “massa” de pessoas?
   “Massa” então não seriam 999 pessoas, pois bastaria acrescentar mais uma pessoa tendo mil para compor uma “massa”? Qual o limite de pessoas que compõem uma “massa”?
   Sabemos que o conceito de multidão é quantitativo e visual e que “massa”, para Ortega y Gasset, “é o homem médio. Deste modo se converte o que era meramente quantidade – a multidão – numa determinação qualitativa: é a qualidade comum, é o mostrengo social, é o homem enquanto não se diferencia de outros homens, mas que repete em si um tipo genérico”.
   “Vocês que fazem parte dessa massa”, como diz a música; então não estou me incluindo nesta “massa” sendo que nem sei qual é esta “massa”. Sendo um dos conceitos de sociedade “a interação psíquica entre os indivíduos”, então faço parte dessa e de várias “massas”.
   Mas entendemos que a palavra “massa” não tem um significado exclusivamente político, pois “A vida pública não é só política, mas, ao mesmo tempo e ainda antes, intelectual, moral, econômica, religiosa; compreende todos os usos coletivos e inclui o modo de vestir e o modo de gozar”.
   Ainda que “massa”, a rigor, pode se definir como um fato psicológico, sem a necessidade que os indivíduos se aglomerem, como podemos saber se uma pessoa é massa ou não?
   Segundo Ortega y Gasset, “Massa é todo aquele que não se valoriza a si mesmo – no bem ou no mal – por razões especiais, mas que se sente “como todo o mundo”, e, entretanto, não se angustia, sente-se à vontade ao sentir-se idêntico aos demais”. Mas ao mesmo tempo ele diz que esse homem se sentirá medíocre e vulgar, mas não se sentirá “massa”.
   Talvez aí esteja o significado de “massa” como fato psicológico. Porém, o homem médio que se sente medíocre e vulgar, mas que não se sente “massa” é um homem individual e isto afasta a definição de “massa” como fato psicológico. E se este homem estiver no meio de uma multidão em uma manifestação e não estiver se sentindo “massa”, ainda assim é um fato psicológico individual.
   Talvez “massa” seja no sentido de boiada que segue o sinuelo. O sinuelo é aquele ou aqueles bois mansos que vão na frente da boiada para dar-lhes a direção que o condutor da boiada determinar. Então, nesse sentido, a “massa” de pessoas segue a opinião dos “formadores de opinião”, dos sinuelos que, por sua vez, seguem a opinião do condutor.
   Neste ponto do estudo, para ter uma “rebelião das massas” se faz necessário que o condutor da “massa” assim o queira. Então não é uma “rebelião das massas”, é uma rebelião do condutor das “massas”. E esta “massa” tenderá à violência se o condutor quiser, a não ser que as coisas escapem do seu controle.
   Não vou me estender nesta parte, pois um estudo mais completo desse “escapem do seu controle” demanda tempo e não é o objetivo deste texto.
   Então, o que é “massa”?
   No meu entender é um conceito extremamente vago e idiota. É mais um dos tantos conceitos implantados para manipular... a “massa”.
   E se a “massa” for composta de pessoas esclarecidas, deixa de ser “massa”? Neste caso vamos chamar de quê?
   Se a população de uma sociedade tiver boa educação e um bom nível de esclarecimento ainda assim se chamará de “massa”?
   São várias questões ainda não respondidas pela massa cinzenta.

terça-feira, 30 de julho de 2019

A Mais Valia de Marx

   Entendendo a mais-valia de Marx. Não entrarei profundamente na mais valia absoluta e na mais valia relativa, mas deixo aqui as conceituações de Marx, que não servem para muita coisa:
Chamo de mais valia absoluta a produzida pelo prolongamento do dia de trabalho, e de mais valia relativa a decorrente da contração do tempo de trabalho necessário e da correspondente alteração na relação quantitativa entre ambas as partes componentes da jornada de trabalho (O Capital, Livro 1, Vol. I, p. 363).
   Vamos tomar como exemplo o atacado e o varejo.  Quando compramos no varejo (de uma até duas ou três, ou mais mercadorias, até um certo número estipulado pelo fabricante e/ou pelo comerciante) a mercadoria tem um determinado valor. Quando compramos pelo atacado, a mercadoria, unitariamente, sai por um valor menor. No caso, segundo Marx, este valor é o valor de troca, posto que o valor de uso é intrínseco à mercadoria, o valor de uso já nasce com a mercadoria. Grosso modo, o valor de uso é a própria mercadoria, é o produto, é o valor que cada um dá à mercadoria não importando seu valor de troca, ou seja, não importando por quanto (em dinheiro ou capital) a pessoa vende ou compra a mercadoria. Algumas vezes o valor de uso é o valor de troca, outras vezes não.
   Ao comprar uma caixa de, por exemplo, água sanitária, o valor unitário (valor de troca, o preço) de cada recipiente é um determinado valor, mesmo eu não concordando com o preço e achando aquele valor (valor de uso para mim) muito caro. Utilizo o exemplo de água sanitária porque é bastante apropriado quando se estuda Karl Marx.
   Ao comprar um recipiente apenas, o valor é maior. Quando estamos dentro de um supermercado que vende por atacado temos uma caixa de água sanitária cujas unidades recipientes tem um determinado valor. Caso eu comprar a caixa toda, obviamente pagarei esse determinado valor. Porém, se eu abrir a caixa e retirar somente um recipiente, o valor deste recipiente aumenta automaticamente.
   Posso dizer, neste ponto, que aí está a mais valia de Marx (o valor excedente), pois, para o fabricante, o valor de produção da água sanitária é o mesmo. Seu custo e seu lucro já estão embutidos neste valor de produção. O preço que pagamos a mais quando levamos um único recipiente em relação a levarmos a caixa toda é, neste sentido, a mais valia de Marx, pois não há nada que justifique financeiramente este aumento no preço.
   Mas podemos dizer que o que justifica este aumento de preço é a quantidade da mercadoria (relação quantitativa entre mais valia e lucro, segundo Marx). Quanto mais compramos, menor preço pagamos. Assim é em praticamente tudo. Compramos uma dúzia de ovos, o preço é um; compramos uma bandeja de ovos, o preço é menor. Compramos um único livro de O Capital, o preço é um; compramos todos os volumes de uma vez só, o preço é menor.
   Obviamente temos, neste processo, os intermediários. Aí a trama se complica. Cada mercadoria tem um ou mais intermediários até chegar no consumidor final, por exemplo, o comerciante dono de mercado que compra no atacado e vende para o consumidor final, é um intermediário. Cada intermediário leva a sua parte aumentando o valor final. Até aí tudo bem. Este é o processo normal desde a produção até a venda final.
   Vemos, então, que temos uma estratificação no processo de troca de mercadorias onde cada camada tem o seu lucro (ou mais valia). Analisando-se assim, isoladamente, podemos chegar à conclusão segura de que a solução seria eliminar os intermediários. Porém, analisando-se a sociedade como um todo, tal solução é inviável pois acabaria em concentração de poder, totalitarismo, fim da humanidade como a conhecemos.
   Poderíamos aventar a possibilidade de que a mais valia seria também o que se chama de especulação, ou seja, aumentar o valor tendo por base uma situação futura e, obviamente, incerta. Por exemplo, a especulação do próprio dinheiro, a usura da qual Sócrates falava, emprestar dinheiro a juros. Teríamos aí, de certa maneira, a mais valia (o valor excedente).
   Vemos, então, que a mais valia não é simplesmente um valor excedente que resulta exclusiva e obrigatoriamente do lucro, posto que o lucro é uma parte financeira do processo de produção e venda. E digo, agora, processo de produção e venda, pois a venda faz parte do processo de produção, pois não teria sentido produzir uma mercadoria sem vendê-la sendo que estamos falando daquilo que Marx chamava de Capitalismo.
   Então, analisando-se neste sentido, a mais valia de Marx existe, porém, ela resulta da falta de moral e da falta de honestidade em cada camada do processo de produção, ou seja, resulta da falta de moral e da falta de honestidade de cada indivíduo envolvido no processo.
   Mais valia, taxa de mais valia, lucro e taxa de lucro são coisas distintas para Marx. Porém, Marx se perde na explicação dessas distinções. Basicamente, lucro, para Marx, é coisa exclusiva do empresário, do capitalista malvado. Ele fez um estudo em O Capital considerando tal estudo de forma geral, mas esqueceu-se de que os negócios feitos por um consumidor no mercado da esquina numa rua de um bairro de uma cidade são diferentes dos negócios entre países e que, no meio disso, tem inúmeros níveis e tipos de negócios que se diferenciam por si só.
   Atirar-se esta expressão - mais valia - de forma vaga e imprecisa na sociedade e ligando-a única e exclusivamente ao lucro, temos que, quando se fala a palavra “lucro” as pessoas automaticamente raciocinam como se lucro fosse uma coisa errada, malvada, mas todo mundo quer ter lucro. Não fosse assim, todos trabalharíamos de graça e todos morreríamos de fome; ou, então, eliminamos o dinheiro e adotamos o processo de escambo total (troca direta de mercadorias total), coisa impossível e até um tanto ingênua atualmente.
   Lucro, neste sentido no qual estou falando, posso dizer que lucro é também o salário do trabalhador. Não fosse assim, então o trabalhador deve transformar-se num capitalista para que possa ter lucro, mas daí voltaremos a toda a discussão de Marx que envolve capital, processo de produção, mais valia, lucro, taxa de lucro, valor de uso, mercadoria, valor de troca, etc, entrando, de novo, num processo sem fim.
   Donde conclui-se: caso você não quer ser um capitalista malvado, então não tenha lucro e mantenha-se a vida inteira na classe dos trabalhadores e seja explorado a vida inteira pelo capitalista malvado, pois no momento em que você tiver lucro, você deixa de ser um trabalhador e passa a ser um capitalista malvado.
   Então, a questão resume-se na resposta da seguinte pergunta: o que é lucro?
   Lucro seria o valor excedente cobrado na mercadoria? Neste caso, então lucro é a mais valia de Marx.
   Neste momento se faz necessário discernir o que é mercadoria para Marx. Basicamente, mercadoria para Marx é tudo, incluindo bens e serviços, e até o próprio ser humano. A força de trabalho também é uma mercadoria no sentido marxiano... ou marxista.
   Então, sendo lucro o valor excedente que um trabalhador cobra de seu patrão, logicamente, este trabalhador está usufruindo da mais valia. E sabemos que mais valia é pecado mortal para Marx. E isto transforma automaticamente o trabalhador num capitalista ganancioso. Um chefe de alguma agremiação de trabalhadores, por exemplo, um sindicato, quando está negociando com os patrões, de certa forma ele está negociando a mais valia (ou lucro) para os trabalhadores, pois a força de trabalho, para Marx, faz parte do processo de produção. Neste momento, “nosso capitalista recobra sua fisionomia costumeira com um sorriso jovial”.
   Obviamente podemos dizer que a mais valia vale somente para o capitalista, não vale para o trabalhador, pois este não tem lucro, tem somente o seu salário e o salário não é lucro. E assim desmanchamos o sorriso jovial do nosso capitalista. Então, a mais valia não está ligada ao lucro, são coisas distintas. E separamos trabalhador de capitalista, pois o capitalista, para Marx, é um não-trabalhador. E, desta forma, separamos em classes financeiras a humanidade que existe em cada ser humano.
   E voltamos à pergunta anterior: o que diabos é lucro?
   Talvez algum leitor saiba me responder essa pergunta, ou, algum leitor com moral e honestidade verá que a resposta dessa pergunta é que lucro é uma coisa individual, pessoal, intrínseca a cada negócio e que depende da satisfação pessoal de cada um dos envolvidos naquele negócio. Mesmo lucro sendo qualquer vantagem, benefício (material, intelectual ou moral) que se pode tirar de alguma coisa, ainda assim, o lucro em si não é malvado. Malvadas são as pessoas que escrevem 2.582 páginas em uma obra que, além de não conseguir responder nada, causam uma confusão imensa na sociedade.

domingo, 28 de julho de 2019

Eu

Temos o "eu ontológico", o "eu cognoscente",
O "eu verdadeiro", o "eu falso",
O "eu em si", o "eu inconsciente",
O "eu como ser", o "eu como ato",

O "eu consciente", o "eu sujeito",
O "eu que nega", o "eu matéria",
O "eu que afirma", o "eu objeto",
O "eu que tanto-faz-como-fez (esse inventei agora").

O "eu penso, logo existo", o "eu existo, logo penso",
O "eu independe" do "eu que depende" (sem evitar o jogo de palavras).
E temos também o "não-eu" que é o "eu" que não sou eu
Que lembra de não esquecer do mundo.
Talvez esqueci de algum"eu".
É que são tantos "eus" que eu mesmo já nem sei quem sou.
Autor: Eu.