sábado, 18 de abril de 2020

Método Laubach ou Método Paulo Freire?

RESUMO
O presente artigo tem por escopo, entre outras coisas, analisar o conteúdo do artigo Método Paulo Freire ou Método Laubach?, do historiador David Gueiros Vieira, no qual o mesmo levanta a hipótese de que o educador Paulo Freire, Patrono da Educação Brasileira, teria plagiado seu método do professor norte-americano Frank Charles Laubach. Para tanto, iniciei comparando as informações contidas no artigo do historiador com as informações de duas biografias oficiais de Paulo Freire mostrando as discrepâncias entre as mesmas. Em seguida busquei na Hemeroteca Digital Brasileira (Biblioteca Nacional) notícias em periódicos da época entre 1940 e 1949 para comprovar ou discordar das informações do artigo. As buscas referem-se à época e ao tempo de permanência de Frank. C. Laubach em território brasileiro e à análise das informações contidas. O presente estudo concentrou-se no artigo que originou a alegação de plágio inculcando a ideia de que Paulo Freire teria feito uma cópia do método do professor Laubach, sendo este artigo utilizado como uma das referências no livro Desconstruindo Paulo Freire e no Projeto Escola sem Partido que tramita na Câmara Federal. Após a análise, concluí que não há provas do referido plágio como alegado no artigo.
Palavras-chave: Paulo Freire, Laubach, Método.


Introdução
O artigo do historiador David Gueiros Vieira Método Paulo Freire ou Método Laubach?, publicado em 09 de março de 2004, aborda a hipótese de que Paulo Freire teria elaborado uma artimanha que pegou e o método que hoje é conhecido como Método Paulo Freire foi apadrinhado por toda a esquerda, nacional e internacional, inclusive pela ONU e é nada mais do que uma cópia do Método Laubach, porém com teor filosófico totalmente diferente.
David Gueiros Vieira é PHD em História da América Latina, Mestre em história dos Estados Unidos da América, conferencista e um dos maiores especialistas brasileiros em História da Questão Religiosa do Brasil segundo o site do Núcleo de Estudos de História Social da Cidade (NEHSC) da Coordenação Fortaleza (Fortaleza-CE), da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e faleceu em 30 de novembro de 2017 aos 88 anos.
Seu artigo ganhou popularidade no Brasil, principalmente na internet, sendo usado atualmente como uma das referências no Livro Desconstruindo Paulo Freire (p. 115) e no Projeto Escola sem Partido que tramita na Câmara Federal.
O texto abaixo é apenas uma parte e foi publicado originalmente no site Mídia sem Máscara (www.midiasemascara.org/) que está fora do ar ou não existe mais.
O artigo completo pode ser encontrado na internet e no acervo do Instituto Paulo Freire no link:


Naquele ano, de 1943, o Sr. Paulo Freire já era diretor do Sesi, de Pernambuco — assim ele afirma em sua autobiografia — encarregado dos programas de educação daquela entidade. No entanto, nessa mesma autobiografia, ele jamais confessa ter tomado conhecimento da visita do educador Laubach a Pernambuco. Ora, ignorar tal visita seria uma impossibilidade, considerando-se o tratamento VIP que fora dado àquele educador norte-americano, pelas autoridades brasileiras, bem como pela imprensa e pelo rádio, não havendo ainda televisão. Concomitante e subitamente, começaram a aparecer em Pernambuco cartilhas semelhantes às de Laubach, porém com teor filosófico totalmente diferente. As de Laubach, de cunho cristão, davam ênfase à cidadania, à paz social, à ética pessoal, ao cristianismo e à existência de Deus. As novas cartilhas, utilizando idêntica metodologia, davam ênfase à luta de classes, à propaganda da teoria marxista, ao ateísmo e a conscientização das massas à sua “condição de oprimidas”. O autor dessas outras cartilhas era o genial Sr. Paulo Freire, diretor do Sesi, que emprestou seu nome à essa “nova metodologia” — da utilização de retratos e palavras na alfabetização de adultos — como se a mesma fosse da sua autoria. Tais cartilhas foram de imediato adotadas pelo movimento estudantil marxista, para a promulgação da revolução entre as massas analfabetas. A artimanha do Sr. Paulo Freire “pegou”, e esse método é hoje chamado Método Paulo Freire, tendo o mesmo sido apadrinhado por toda a esquerda, nacional e internacional, inclusive pela ONU (VIEIRA, 2004).

Biografias
Ao analisar o texto completo, principalmente no que concerne à biografia de Paulo Freire, pois segundo consta no artigo, o missionário Frank Charles Laubach (1884-1970) visitou o Brasil em 1943 e o autor cita que, segundo a autobiografia do próprio Paulo Freire, ele, neste ano, era diretor do SESI de Pernambuco:
 No entanto, nessa mesma autobiografia, ele jamais confessa ter tomado conhecimento da visita do educador Laubach a Pernambuco. Ora, ignorar tal visita seria uma impossibilidade, considerando-se o tratamento VIP que fora dado àquele educador norte-americano, pelas autoridades brasileiras, bem como pela imprensa e pelo rádio, não havendo ainda televisão.

Na bibliografia do artigo de Vieira não consta a citada autobiografia de Paulo Freire e também não consta o livro Paulo Freire, uma Biobibliografia (GADOTTI et al., 1996), publicado em 1996.
No livro Paulo Freire, uma Biobibliografia (GADOTTI et al., 1996) encontra-se que Paulo Freire nasceu em Recife, PE, em 19 de setembro de 1921 (p. 28), sendo que faleceu em 2 de maio de 1997. Paulo Freire em 1943 tinha, então, 22 anos de idade. Na mesma obra consta que Freire ingressou aos 22 anos de idade na secular Faculdade de Direito do Recife e casou-se, em 1944, antes de concluir seus estudos universitários, com a professora Elza Maria Costa Oliveira. Consta ainda que Freire ocupou o cargo de Diretor do setor de Educação e Cultura do SESI de 1947 a 1954 e foi Superintendente do mesmo de 1954 a 1957 (p. 33).
        No livro Paulo Freire, uma História de Vida (FREIRE, 2017), publicado originalmente em 2005 (um ano depois do artigo de Vieira), livro este que ganhou o 2º lugar do Prêmio Jabuti 2007 na categoria Biografia, de Ana Maria Araújo Freire, viúva de Paulo Freire, sua segunda esposa, consta que Freire ingressou como aluno no Colégio Oswaldo Cruz (COC) em Recife no ano de 1937 (p. 57) e de 1939 a 1941 atuou como auxiliar de disciplina e em 1941 foi promovido para professor de língua portuguesa tendo lecionado no COC até 1947 (p. 67). Então em 1943 Paulo Freire estava no COC, ano em que ingressou na Faculdade de Direito de Recife e ficou até 1947:
Paulo começou a trabalhar no SESI-PE em 01 de agosto de 1947 [tinha então 25 anos], como assistente da Divisão de Divulgação, Educação e Cultura, nomeado pela Portaria n. 20, de 17/7/1947, assinada por Cid Feijó Sampaio, diretor do Departamento Regional do SESI, de acordo com a Portaria n. 113 do então Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, Art. 22, alínea h, de 20/7/1946, devendo perceber um salário mensal de Cr$ 2.000,00 (dois mil cruzeiros). Nesse mesmo ano, quando completou a graduação em bacharel em Direito, Paulo foi promovido a diretor da Divisão de Educação e Cultura, através da Portaria n. 43, de 19/11/1947, assinada pelo mesmo diretor do Departamento Regional do SESI, de acordo com o Regulamento do SESI, Art. 22, alínea h, aprovado pela Portaria do MTIC, n. 113, de 20/7/1946, com o salário mensal de Cr$ 4.000,00 (quatro mil cruzeiros) (pp. 71-72).


        Lembrando que a visita do missionário Frank Charles Laubach ocorreu em 1943 e que o método Paulo Freire ficou conhecido em 1963 por ocasião das 40 horas de Angicos.
       Temos aí um hiato de 20 anos entre a visita de Frank C. Laubach e a implementação do Método Paulo Freire.


Periódicos
Para solucionar o problema de datas ocasionado pelo artigo do historiador David G. Vieira, recorri ao site da Biblioteca Nacional Digital do Brasil da Fundação Biblioteca Nacional, fundação pública vinculada ao Ministério da Cultura. A Biblioteca Nacional (BN) é o órgão responsável pela execução da política governamental de captação, guarda, preservação e difusão da produção intelectual do Brasil, órgão este com mais de 200 anos de história, é a mais antiga instituição cultural brasileira. A BN se caracteriza como uma biblioteca nacional por:
•    ser beneficiária do instituto do Depósito Legal;
    elaborar e divulgar a bibliografia brasileira corrente, através dos Catálogos online;
   ser o centro nacional de permuta bibliográfica, com campo de ação internacional.
         Temos duas formas de acesso ao site da Biblioteca Nacional Digital:

 1 - http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/

        Optei pelo link 1 por apresentar resultados mais completos.
Ao acessar o site da Hemeroteca Digital Brasileira efetuei a pesquisa na aba Período com os parâmetros Período: 1940-1949; Local: Todos; Periódicos: Todos; e Termo de pesquisa: Laubach; como podemos ver na figura abaixo:

Figura 1. Tela de Pesquisa 1

                                                                      Fonte: O Autor (2018).

        A pesquisa retornou 61 ocorrências com o termo Laubach na consulta em 275 acervos e 4.278.858 páginas:

Figura 2. Tela de Resultados 1

Fonte: O Autor (2018).


Figura 3. Tela de Resultados 2
Fonte: O Autor (2018).


As 61 ocorrências, como podemos ver na parte de cima da figura 2 ao lado do botão Pesquisar em azul, estão distribuídas em 20 jornais (figuras 2 e 3): 12 do Rio de Janeiro, 1 de Pernambuco, 2 do Maranhão, 1 do Rio Grande do Sul, 1 da França, 1 de São Paulo, 1 do Rio Grande do Norte e 1 de Minas Gerais. Dessas 61 ocorrências, 58 tratam do professor Fank Charles Laubach e as outras 3 são casos de homônimos não tendo relação com o presente estudo.

Em análise prévia das 58 ocorrências, selecionei aquelas que tem relação direta com presente estudo.
        Pesquisando nos resultados retornados encontrei a mesma notícia em 3 jornais: A MANHÃ (RJ), JORNAL DO BRASIL (RJ) e GAZETA DE NOTÍCIAS (RJ), neste último, edição 00055(1), datada de 6 de março de 1943, ocorrência 2, página 2, a notícia abaixo:

                                                                          Figura 4. Notícia 1


Fonte: Gazeta de Notícias (RJ), Hemeroteca Digital Brasileira (2018).


O Brasil poderá abrigar 900 milhões de habitantes
Novo método de alfabetização - Seu emprego em grande escala no nosso país
O Dr. Frank C. Laubach, representante do “Comitê para a Alfabetização do Mundo”, de Nova York, que acaba de regressar ao seu país, depois de uma permanência de mais de dois meses no Brasil (o grifo é meu), visitou também a Colômbia, o Equador, o Peru e a Bolívia, procurando introduzir o seu “Método Chave” destinado à alfabetização de adultos onde obteve os melhores resultados”.

Então vemos que Laubach permaneceu de dois a três meses no Brasil em 1943.
Depois a notícia segue trazendo informações sobre seu método e sua aplicação no Brasil, entre outras coisas:

“Esse método é tão fácil que qualquer pessoa pode ensinar a outra sem ter necessidade de um treinamento especial. Em português, esse método consta de 12 lições, cada uma das quais exige de 20 a 30 minutos de estudo. Dessa forma o professor precisa apenas dedicar umas 6 horas de ensino real a seus alunos, pois o estudante poderá completar o resto por si mesmo. Os professores voluntários deverão ensinar apenas a um aluno de cada vez.
O governo brasileiro - declarou o dr. Laubach - experimentará esse novo método até obter resultados práticos de suas possibilidades de êxito, empreendendo então uma campanha em grande escala para sua divulgação. Todas as pessoas alfabetizadas terão exortadas a cumprir o dever patriótico de “dedicar 6 horas ao Brasil”. Se esse apelo for correspondido na amplitude que é de esperar, dentro de 2 anos não haverá mais analfabetos no Brasil. [...]
O tempo de aprendizagem depende em grande parte do número de letras de cada alfabeto. No caso de idiomas em que o alfabeto tem poucas letras como acontece na Malásia e no Havaii, a aprendizagem pode ser feita num único dia. Na Espanha e em Portugal, um aluno inteligente pode aprender a ler todas as letras de seu vocabulário comum em apenas uma semana ou 10 dias. Os adultos conhecem em média 5.000 palavras, enquanto as crianças conhecem apenas umas 600 ou 700.
Eis a razão pela qual os adultos podem aprender mais rapidamente. [...]
        Não posso deixar de consignar também minha profunda admiração pela maneira como o Brasil conseguiu resolver o seu problema racial. As raças aqui se misturam sem nenhum preconceito, como nunca vi em parte nenhuma do mundo. Domina aqui também um espírito de bondade e caridade que excede o de qualquer outro país. Se há no mundo um país que se pode considerar um verdadeiro paraíso - esse país é o Brasil. Exceto para os analfabetos, mas acredito que esse problema fundamental estará dentro em breve resolvido”.

A notícia acima, aparentemente, não tem o nome do autor. Procurei o expediente nos jornais para averiguar se encontrava o nome dos autores das notícias, mas não logrei êxito em encontrar o expediente. Como o nome do autor da notícia não se faz tão necessário para o presente estudo, não me aprofundei nesta busca, pois o que interessa é o tempo de permanência de Laubach no Brasil.
Conforme apurei - e tais dados podem ser facilmente verificados por outros pesquisadores - o Dr. Laubach esteve no brasil em 1943 permanecendo aqui por mais de dois meses, de março até maio, aproximadamente, sendo que nesta época Paulo Freire tinha 22 anos de idade, trabalhava como professor de língua portuguesa no Colégio Oswaldo Cruz (COC) em Recife e ingressava na Faculdade de Direito de Recife onde ficou até 1947.
Não encontrei a autobiografia de Paulo Freire citada pelo historiador David G. Vieira onde ele afirma que Freire declarou que em 1943 já era diretor do SESI de Pernambuco. Contudo, mesmo que Freire tivesse afirmado isso, os documentos aqui citados não comprovam o fato, pois Freire ocupou o cargo de Diretor do setor de Educação e Cultura do SESI de 1947 a 1954 e foi Superintendente do mesmo de 1954 a 1957.
Lembrando que Paulo Freire ganhou notoriedade com seu método em janeiro do ano de 1963 no fato conhecido como As 40 horas de Angicos, porém, em 1960 Freire já realizava trabalhos com educação fazendo parte do Movimento de Cultura Popular (MCP) como um de seus líderes mais atuantes dirigindo a Divisão de Pesquisas. O método utilizado pelo MCP era diferente do Método que viria a ser conhecido como Método Paulo Freire, pois aquele utilizava-se bastante de cartilhas e este, como se sabe, não enfatizava o uso de cartilhas, além do que, o método do MCP era estruturalmente diferente do Método Paulo Freire.
No tocante à questão do plágio sugerido pelo historiador David G. Vieira posso adiantar que esta é uma questão difícil de aventar, pois, como veremos abaixo, na época foi levantada a hipótese de o próprio Frank Laubach ter plagiado seu método do professor brasileiro Ribeiro Campos.
        Na edição de 26 de fevereiro de 1947, edição 00046(1), página 6, ocorrência 4, do JORNAL DO BRASIL (RJ), assinada pela mesma inicial F., na coluna Educação e ensino com o título Um ensina ao outro, no trecho que interessa ao presente estudo vemos o seguinte:
“Há no método de Laubach dois pontos essenciais: o didático, que combina estampas e palavras para inocular a faculdade de ler nos mais rudes analfabetos e o propriamente pedagógico, que confere a qualquer indivíduo, apenas alfabetizado, o encargo de inculcar aos outros o segredo de sua libertação. Este último, confessa Laubach a um repórter de Seleções, não foi invenção sua, mas lhe foi sugerido por um cacique alfabetizado das Filipinas, que, contaminado pelo missionário, lhe oferecera esta receita infalível: “Todo aquele que já está alfabetizado terá que ensinar a outro que não o esteja. E quem não fizer isto, mando matar”. O nome deste truculento alfabetizador não ficou perpetuado na história, mas o seu método, logo endossado por Laubach, ficou conhecido pelo dístico: “Um ensina ao outro” e diz o repórter “que desde então se espalhou pelo mundo”.
A educação deste evangelizador atingiu o próprio coração do Mahatma Gandhi. “Eu não considero o analfabetismo o problema magno da Índia; o problema econômico é o mais premente”, dissera-lhe, em um ... [palavra ilegível] de bom senso, esse profeta singular. Mas floreteando com astúcia, seu interlocutor objetivou-lhe que, se ele Gandhi fosse analfabeto, milhões de criaturas que o admiram jamais teriam ouvido falar dele. “Eu me vi atrapalhado por um momento, confessa o Dr. Laubach, mas subitamente uma resposta perfeita me pareceu vir do céu. O Sr. tem razão, Sr. Gandhi, disse-lhe eu, mas se, porventura o Sr. fosse analfabeto e não tivesse escrito livros tão valiosos e também nós não os soubessemos ler, milhões de criaturas que o admiram jamais teriam ouvido falar do senhor”. Colocado em face da possibilidade dessa catástrofe, Gandhi capitulou e, em breve, entrou no combate ao analfabetismo, dizendo: “Se cada um que aprender tomar a seu cargo ensinar a um ignorante, em pouco tempo poderemos alfabetizar toda a Índia”. E assim, sob os auspícios dessa figura tão mundialmente famosa, adquiriu novo prestígio o processo do cacique filipino de ‘Um ensina ao outro’”.

        No total são sete escritos na coluna Educação e Ensino, assinadas pelo mesmo F. Não irei transcrevê-las todas, mas a transcrição do trecho abaixo da edição 00049(1), datada de 01 de março de 1947, ocorrência 5, página 10, do mesmo JORNAL DO BRASIL (RJ), com o título O Método Laubach, também é pertinente ao estudo:
“Confundir os propósitos dessa campanha com os objetivos confessados de Laubach, é estabelecer uma tremenda confusão, que perturbará toda gente. Laubach nada inventou, afinal. Seu sistema de combinar estampas e palavras para facilitar a aprendizagem da leitura é um dos mais antigos que se conhecem. E nossos livros didáticos infantis sempre o usaram. Sabe-se também que, para ensinar a ler rapidamente, sobretudo a indivíduos isolados, todo processo é bom, até mesmo o da soletração, que era usado geralmente no Brasil até o século passado. O que faz simpatizar com Laubach é o seu ardor missionário, que o leva a peregrinar pelo mundo, procurando tornar possível a criação simples e legível de alfabetos, em países em que não havia nenhuma noção de uma linguagem escrita. Fora daí, todo o seu esfôrço é perdido. Ao seu processo pode se equiparar o do Professor patrício Ribeiro de Campos, que adota os mesmos recursos para os mesmos objetivos. E tão semelhantes são os dois processos (e tão fúteis e pouco originais), que Laubach está sendo acusado, insistentemente, de haver plagiado o Professor Ribeiro, quando o mais provável é que nunca tenha ouvido falar dele, nem de sua pedagogia brachipedeutica”.

        Com relação ao trecho da coluna transcrito acima encontrei na edição 12484(1), ocorrência 3, página 2, do jornal A NOITE (RJ), datada de 05 de fevereiro de 1947:

Figura 5. Notícia 2
 


Fonte: A Noite (RJ), Hemeroteca Digital Brasileira (2018).

O AMERICANO TERIA PLAGIADO O MÉTODO PEDAGÓGICO DO PROFESSOR BRASILEIRO
Fala a A NOITE o Sr. Ribeiro de Campos, inventor do sistema Brachypedêutico - Como alfabetizar os adultos - Observações à margem da campanha promovida pelo Ministério da Educação
Às vésperas da execução do Plano de Educação para Adultos, falou a A NOITE o Sr. B. Ribeiro de Campos que foi diretor da extinta “Campanha Pró Alfabetização do Brasil”, cuja finalidade era criar escolas para adultos.
Imitação Servil
- É certo que seu método de ensino - o Brachypedêutico - está sendo plagiado por um missionário americano?
- De fato. No número de dezembro de 1944, as Seleções do Reader’s Digest trazem, como seu primeiro artigo, a entrevista com o missionário Dr. Fank C. Laubach, que faz uma cópia fiel de algumas lições do meu livro “Como aprender a Ler e a Escrever” que foi publicado em 1937. Até mesmo as recomendações que faço ao professor são copiadas quase com as mesmas palavras, alterada apenas a ordem.

- Que pretende?
- Pretendo dar à publicidade a 2ª edição da referida obra, revista e melhorada, certo de que irá desempenhar o papel que o jornalista americano Mc Evoy previu, referindo-se ao missionário Laubach”.


            Em 6 de fevereiro de 1945 (dois anos antes das duas notícias anteriores), na edição 07601(1), página 9, do jornal O JORNAL (RJ), a notícia “Alfabetização ao fim de dezesseis lições” já falava de plágio do método brasileiro do professor Ribeiro Campos (nas notícias o nome do professor está grafado de duas maneiras, Ribeiro Campos e Ribeiro de Campos):


PLÁGIO DE UM MÉTODO BRASILEIRO
            Mas é que entre nós já existe um método racional de alfabetização, cujo autor se sente plagiado pelo dr. Laubach no princípio fundamental de seu método, que é o da supressão da memória e a substituição desta pelo uso de um dos aspectos da imaginação. Nesta base científica o professor Ribeiro de Campos, doutor em filosofia e letras pela Faculdade de S. Bento (São Paulo), elaborou em 1928 um sistema de racionalização do ensino, ao qual ele chamou de “Pedagogia Brachypedêutica”, que quer dizer - ensino breve.

        Muitos alunos não apresentam os progressos que devem apresentar, mais por falta de preparação didática dos professores do que por sua incapacidade psicológica - diz-nos o autor do método nacional. Édison, o gênio das invenções, foi, quando criança, expulso da escola que frequentava porque, dizia o professor, era supinamente estúpido. Os motivos de fracasso (fora os casos de anomalia) são, portanto, de ordem patológica ou pedagógica. Partindo desse princípio, observado ao vivo em duas de suas sobrinhas aparentemente retardadas, aquele professor voltou-se para os estudos de psicologia e pedagogia infantis e conjugou mais intimamente os dois aspectos do ensino: o fator método e o fator psicológico. E, seu método, o ensino é ministrado pelo aspecto objetivo, que facilita a matéria dentro da própria matéria; pelo aspecto psicológico, que facilita a matéria em face do aluno e pelo sistema de imagens para substituir a memória, cujo emprego tanto se verifica nos métodos comuns, principalmente pelo estudo pessoal do aluno fora da classe.         Na orientação braquipedêutica, esse estudo é dispensado em virtude de um dos aspectos da imaginação que compreende as percepções auditivas, percepções visuais e modificações anátomo-fisiológicas do aparelho de fonação com as respectivas imagens.

Trata-se justamente do processo que o dr. Laubach adotou. O educador brasileiro, porém, está tranquilo. Acha que apenas 5% de seu sistema teria sido imitado e até se orgulha que com tão pouco o missionário americano, ou seu articulista, possam curar o mundo do analfabetismo assim tão rapidamente. Mas não lhe consta que exista em língua portuguesa, a não ser o livro de sua autoria publicado em 1935, outro trabalho ... [palavra ilegível] dentro do seu sistema. Por outro lado, estranha a velocidade do suposto método de Laubach, porque 16 lições não chegam a representar a mínima parte dos fonemas necessários à alfabetização em língua portuguesa ou em língua espanhola. E muito menos lições de cinco minutos. Duvida também o professor Ribeiro Campos daquela concepção de Gandhi, segundo a qual o líder político e intelectual da Índia relega a plano secundário o analfabetismo de seus concidadãos. Também lhe parece gratuita a afirmação de que a Índia tenha 225 línguas, quando nem o mundo inteiro atinja a esse número”.

Plágio
            O plágio trata-se de uma questão de ética e de uma questão jurídica. Segundo Galuppo, 2011:

Podemos definir o plágio como cópia dissimulada da forma de obra exteriorizada de terceiro com o intuito de passar-se por seu autor. Duas consequências decorrem dessa definição. Em primeiro lugar, o que a lei de direitos autorais protege é a forma da obra, e não a ideia nela contida (art. 8º, inciso I da lei 9.610/1998). Em segundo lugar, o que caracteriza o plágio não é a identidade objetiva entre os textos (que caracterizaria a apropriação de obra alheia), mas a simples intenção subjetiva de copiar. Sobre o primeiro aspecto, e no caso de textos científicos, a lei é clara, afirmando: “No domínio da ciência, a proteção recairá sobre a forma literária ou artística, não abrangendo o seu conteúdo científico ou técnico, sem prejuízo dos direitos que protegem os demais campos da propriedade imaterial” (§ 3º do art. 7º da lei 9.610/1998). Também estão excluídas da proteção jurídica “a citação (...) de passagens de qualquer obra, para fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, indicando se o nome do autor e origem das palavras (art. 46, III da lei 9.610/1998) e as “paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções da obra originária nem lhe implicarem descrédito” (art. 47 da mesma lei) (GALLUPO, 2008).


Como pudemos ver, o que a lei de direitos autorais protege é a forma da obra, e não a ideia nela contida. Mas não obstante as questões legais, até por causa da época em que, supostamente, ocorreu o plágio do método de Laubach, a questão principal é a questão ética.
Booth et al. Elencam alguns princípios éticos:
           Os pesquisadores éticos não roubam, plagiando ou reivindicando os resultados de outros.
           Não mentem, adulterando informações das fontes ou inventando resultados.
           Não destroem fontes nem dados, pensando nos que virão depois deles.
   Outros princípios da ética da pesquisa são menos óbvios, mas implícitos:
           Pesquisadores responsáveis não apresentam dados cuja exatidão têm motivos para questionar.
           Não encobrem objeções que não podem refutar.
           Não ridicularizam os pesquisadores que têm pontos de vista contrários aos seus, nem deliberadamente apresentam esses pontos de vista de um modo que aqueles pesquisadores rejeitariam.
           Não redigem seus relatórios de modo a dificultar propositalmente a compreensão dos leitores, nem simplificam demais o que é legitimamente complexo (BOOTH et al. 2008, p. 326).
Ainda conforme Booth et al.:
Mais desafiadoras, no entanto, são aquelas ocasiões em que os princípios éticos nos levam além de proibições e exigem que ajamos com espírito de colaboração. Muitos filósofos têm afirmado que o problema ético essencial não reside apenas em evitar a violação de obrigações em relação aos outros, mas, sim, em nos unirmos a eles com um projeto mútuo de desenvolver o que os gregos chamavam de ethos, ou caráter. Ao pensarmos nas escolhas éticas dessa maneira, como uma construção mútua do ethos, já não enfrentamos mais uma escolha simples entre nossos próprios interesses e os interesses dos outros, mas o desafio de encontrar um outro caminho que seja bom para ambos (BOOTH et al., 2008, pp. 326-327).


       E essa escolha ética vale tanto para quem comete plágio quanto para quem acusa. Acusar alguém de um crime tipificado em lei sem ter provas da sua acusação, antes da questão jurídica, tem a questão ética. Faz-se necessário colher as provas através de um trabalho de pesquisa para não ser injusto com quem se acusa.


Por exemplo, o dramaturgo inglês Willian Shakespeare foi acusado de ter plagiado Romeu e Julieta de outro autor. Na verdade, na época, haveria cinco versões diferentes do drama, com pequenas alterações e novos personagens, sendo uma prática comum na época, contou. Outro escritor clássico, o espanhol Miguel de Cervantes, autor de Dom Quixote de La Mancha, chegou a escrever ao rei da Espanha contra as cópias e versões que sua obra sofria (STJ, 2012).

E este é somente um exemplo. Poderia elencar outros, alguns mais atuais, mas não se faz necessário.

Conclusão
Como vimos, a questão de plágio nestes casos depende da prova na forma da lei, pois métodos de alfabetização, e de ensino em geral, trazem vários pontos em comum como utilização de figuras, aprendizagem por meio de sílabas, letras, fonemas, etc. Acusar alguém de plágio, nestes casos, como ocorreu com base no artigo do historiador, torna-se um problema embaraçoso quando não se tem provas definitivas.
Apegar-se somente na ideia que um determinado autor teve e tentar relacioná-la à ideia de outro autor não caracteriza de modo algum o plágio. Fosse assim, todos que tiveram ou tem a ideia de escrever um livro, um artigo, ou que inventaram um método, etc., incorreriam em plágio, além disso, teríamos que perscrutar qual foi o primeiro indivíduo que teve tal ideia (tarefa monumental, senão impossível) e todos seríamos plagiários desse indivíduo. Para caracterizar plágio, a prova deve ser evidente e estar embasada em fatos, documentos e provas testemunhais, todos somados, que comprovem o plágio. Pois, como vimos, a lei protege a forma da obra e não a ideia nela contida. Caso não fosse assim, teríamos sérios problemas jurídicos, pois as ideias fazem parte dos seres humanos e não há como saber quem teve qual ideia primeiro. Por isso a lei protege a forma da obra, e não a ideia nela contida.

        Fiz um comparativo, a ser publicado, entre o Método Laubach e o Método Paulo Freire no tocante à metodologia e à forma, e encontramos algumas semelhanças e algumas diferenças entre ambos, mas as semelhanças, podemos afirmar, não configuram plágio. Independentemente da publicação posterior do comparativo, este presente estudo traz em si mesmo um conjunto de evidências, que somadas, não deixam dúvidas que a alegação do historiador, no tocante ao plágio, e de seus sucessores que, porventura, utilizam seu artigo como base, não procede.

A escolha do título Método Laubach ou Método Paulo Freire? foi devida ao título do artigo Método Paulo Freire ou Método Laubach?.
A intenção do presente estudo não foi defender ou ofender alguém, mas somente elucidar a questão. Se o Método Paulo Freire contém doutrinação esquerdista ou teor filosófico marxista que dão ênfase à luta de classes, à propaganda da teoria marxista, ao ateísmo e a conscientização das massas à sua condição de oprimidas, essa é uma outra análise a ser feita.
Não abordei aqui o fato de os métodos em questão estarem ou não registrados na forma da lei por não se fazer necessário ao estudo.

        Espero ter mantido os princípios éticos por mim elencado no presente estudo e, repetindo, não intencionei ofender alguém, mas, como os mesmos princípios éticos citam pontos de vista contrários, desde que esses pontos de vista contrários não tendam a ridicularizar alguém, fiz este presente estudo com o objetivo de encontrar um outro caminho que seja bom para ambos e espero ter contribuído para o avanço da ciência.


Referências

BRASIL. Biblioteca Nacional Digital. Hemeroteca Digital Nacional. Disponível em <http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/>. Acesso em 20 set. 2018.
BOOTH, Wayne C., COLOMB, Gregory G., WILLIAMS, Joseph M. A Arte da Pesquisa. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
FREIRE, Ana Maria Araújo. Paulo Freire, uma história de vida. 2. ed. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2017.
GADOTTI, Moacir et al. Paulo Freire, uma Biobiliografia. São Paulo: Cortez/Instituto Paulo Freire/UNESCO, 1996.
GALUPPO, Marcelo Campos. Plágio e acusação de plágio: aspectos jurídicos. In: ANAIS DA 63ª REUNIÃO ANUAL DA SBPC, Goiânia, GO, 2011. Disponível em <http://www.sbpcnet.org.br/livro/63ra/resumos/PDFs/arq_1400_404.pdf>. Acesso em 10 out. 2018.
Instituto Paulo Freire. Disponível em <http://www.acervo.paulofreire.org>. Acesso em 07 out. 2018.
JUSBRASIL. Plágio: quando a cópia vira crime. Superior Tribunal de Justiça, 2012. Disponível em <https://stj.jusbrasil.com.br/noticias/3174944/plagio-quando-a-copia-vira-crime>. Acesso em 10 out. 2018.
Projeto Escola sem Partido. Disponível em <http://www.escolasempartido.org/artigos-top/178-metodo-paulo-freire-ou-metodo-laubach>. Acesso em 10 out. 2018.
McEVOY, J. P. Um ensina ao outro. Seleções do Reader's Digest. Tomo VI n° 35, dezembro de 1944.
SANTOS, Thomas Giulliano Ferreira dos et al. Desconstruindo Paulo Freire. Porto Alegre: História Expressa, 2017.
VIEIRA, David Gueiros. Método Paulo Freire, ou Método Laubach? Disponível em <http://www.acervo.paulofreire.org:8080/jspui/bitstream/7891/742/3/FPF_PTPF_01_0334.pdf> Acesso em 26 set. 2018.

6 comentários:

  1. Frank Laubach veio ao Brasil, incluindo visitou Recife, em fevereiro de 1943, apresentar o método de alfabetização construtivista que usava palavras geradoras do dia a dia para o processo de aprendizagem, a mesma base de toda a tal pedagogia de Paulo Freire. Naquela ocasião o Ministro Gustavo Capanema mandou imprimir milhares de exemplares em espanhol da cartilha de Laubach para que o Brasil adotasse o método.
    http://memoria.bn.br/DocReader/029033_12/11558
    Na época Paulo Freire com 22 anos era professor de língua portuguesa no Colégio Oswaldo Cruz (COC) em Recife. Todos os jornais de 1943 e o governo badalaram a exaustão a vinda de Laubach e seu método de alfabetização de adultos, em especial, em Recife, sendo assim historicamente é impossível negar que Paulo Freire não tenha conhecido o método 20 anos antes da fraudulenta meca da pedagogia revolucionária de Angicos.
    http://memoria.bn.br/DocReader/030015_06/23345
    Em fevereiro de 1947, o JB do Rio publicou notícia de que o governo federal estava estudando o plano nacional de educação de adultos e adolescentes com base no Método de Laubach, o que foi implementado, pois Frank Laubach cedeu os direitos de tradução e aplicação do seu método para o governo brasileiro.
    http://memoria.bn.br/DocReader/030015_06/45148
    Em 16 de maio de 1947, o governo do Estado de Pernambuco iniciou um novo Plano de Ensino Supletivo do Estado fazendo referência no Jornal Diário de Pernambuco à metodologia de Laubach como exemplar.
    http://memoria.bn.br/DocReader/029033_12/26062
    Paulo Freire começou a trabalhar no SESI-PE em 01 de agosto de 1947 [tinha então 25 anos], como assistente da Divisão de Divulgação, Educação e Cultura, nomeado pela Portaria n. 20, de 17/7/1947 e foi promovido a diretor da Divisão de Educação e Cultura, através da Portaria n. 43, de 19/11/1947, assinada pelo mesmo diretor do Departamento Regional do SESI.
    Ou seja, Laubach era famoso na época (1943-1947) e a grande referência de ensino para alfabetização de adultos no Brasil, não Paulo Freire. Assim, novamente se evidencia que é historicamente impossível que o jovem professor pernambucano Paulo Freire não tenha conhecido a metodologia de Laubach antes de “inventar a sua”.
    Paulo Freire não plagiou o método de Laubach, pois não estamos aqui em um processo criminal, mas apenas numa revisão de fatos históricos, também não adaptou o método, na verdade simplesmente o usou, pois o método de Laubach era a base do programa de ensino nacional brasileiro em vigor em 1947 quando ele passou a trabalhar no SESI-PE. Entretanto, usou-o para objetivos mais revolucionários do que de alfabetização e amor, ao simplesmente, usar como palavras geradoras, não aquelas do dia a dia e da vida do aluno, seja ela religiosa ou revolucionária, mas as puramente de interesse da revolução comunista brasileira, em especial, para o teatro de Angicos de 1963 com o Presidente Joao Goulart que só tevê como intensão a campanha populista de esquerda para as eleições que se aproximavam em 1965.
    Afim, Paulo Freire nunca foi um grande, inovador e amoroso pedagogo, pois jamais se formou, e nem uma pessoa que amava os oprimidos e analfabetos, mas tão somente um falso humanista revolucionário histérico.

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    1. "Se o Método Paulo Freire contém doutrinação esquerdista ou teor filosófico marxista que dão ênfase à luta de classes, à propaganda da teoria marxista, ao ateísmo e a conscientização das massas à sua condição de oprimidas, essa é uma outra análise a ser feita."

      Paulo Freire tem mais fama do que qualquer outra coisa.
      O problema é que ele enfiou socialismo/comunismo em toda a obra dele, em praticamente todos os livros dele. E isso perverteu toda a parte educacional dos livros dele, se é que é possível ter uma parte educacional quando se tenta manipular mentes em vez de ensiná-las.
      Esse artigo escrevi mais por pesquisa pessoal minha, eu estava fazendo um curso no qual tive que ler quase toda a obra de Paulo Freire... não foi fácil. O homem se repetia demais, era redundante, muito prolixo e enfadonho. Mas afetou de uma forma não muito boa várias pessoas no Brasil e no mundo.

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  2. Não entendi as alegações do professor Ribeiro de Campos. As publicações citadas por ele como sendo fonte do plágio de Laubach, A Seleções do Reader's de 1944 e o livro "Como aprender a ler e a escrever" de 1937 são posteriores a 1935, ano que Laubach já alfabetizava adultos na Filipinas com seu método. Ou eu estou enganado?? Como iria plagiar em 1935 métodos divulgados em publicações em 1937 e 1944?? Ele viajou no tempo?? Sinceramente não entendi.

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    1. Ele viajou no tempo. Eu coloquei somente para demonstrar que "plágio" em se tratando de métodos de ensino qualquer um pode alegar plágio do seu método.

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    2. Sim, dependendo da falta de noção da pessoa ela pode alegar até ser o próprio Jesus Cristo. Todavia, para se alegar algo ser fruto de plágio é imperativo que esteja sujeito a corrente do tempo. A não ser que o sujeito tenha uma máquina do tempo para plagiar algo no futuro e a divulgue no passado. Nesse caso não é alegação é fantasia. Já no caso de Freire ele estavam em Pernambuco quando Frank Labauch divulgou seu método, foi noticiado pela impressa e pelo Governador do Estado. Pelo que li até o momento sobre este caso, não encontrei uma linha de Paulo Freire citando o educador Frank Labauch. Freire presenciou a época que um educador americano esteve no seu Estado apresentando um método de "Alfabetização para Adultos" (não um método qualquer, mais comprovadamente eficaz que alfabetizou centenas de adultos na Filipinas) e anos depois ele elabora também um método de "Alfabetização para Adultos", mas curiosamente ele não menciona nem uma vírgula sobre Frank Labauch, educador americano que possuía um método eficaz de alfabetização e que esteve em seu Estado. Na minha opinião (não estudei a fundo o assunto) mas como alguém vendo o assunto de fora, Paulo Freire tomou conhecimento sim de todo o método de Labauch, ele era diretor do SESC (se não me engano) na época, como não iria ter contato com o material apresentado pelo educador americano, mesmo indiretamente??? Bom, a alegação que Freire plagiou o método de Labauch é bem possível e muito plausível. E se Freire escreveu sua bibliografia e ocultou este evento em Pernambuco, a presença de um educador americano com um método de Alfabetização para Adultos (um profissional que ocupada a mesma posição que ele, com trabalho de educação de adultos como o dele) então tem algo de estranho nisso.

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  3. E a cartilha de alfabetização do Frank laubach nunca existiu e se existiu; ela se desenvolve a partir de quando e como ?

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