Nós, Brasileiros, somos um povo inteligente, criativo, o
problema é essa cultura da mentira e do fingimento que se instalou. Isso leva à
perda do senso das proporções (discernimento), leva ao raciocínio metonímico, leva
à aversão ao conhecimento, leva ao emburrecimento, leva à baixeza moral. Decai a inteligência, decai a moral e vice-versa. Decai a moral, decai a inteligência. Acontece automaticamente e quase ao mesmo tempo: decai uma, decai a outra. Por outro lado, aumenta uma, aumenta a outra.
Antes de penetrar no assunto - e já penetrando -, analisarei signo, significado e referente.
Signo é tudo aquilo que tem um ou mais simbolismos posto que um signo pode ter vários referentes. Tudo na vida são signos. Toda palavra é um Signo, mas nem todo Signo é uma Palavra.
Signo, no dicionário, basicamente é sinal indicativo;
símbolo. Posso relacionar signo com “os nomes das coisas” do bom e velho, mas
ainda moderno Aristóteles. Tudo no mundo tem um nome que significa o que a
coisa é, seja esta coisa física ou não física.
Lembrando que "coisa", em qualquer dicionário, encontraremos o seguinte ou algo parecido, pois todos os dicionários convergem: "tudo o que existe ou possa existir, de natureza corpórea ou incorpórea".
"Coisa" em filosofia, num sentido filosófico, é tudo o que há e tudo o que existe e possa a vir existir. Tudo o que há refere-se a todas as coisas (incorpóreas e corpóreas) e tudo o que existe refere-se somente às coisas físicas (corpóreas).
Exemplo: Lápis é uma coisa corpórea; Liberdade é uma coisa incorpórea. Porém, "lápis" há e existe; existe fisicamente e há enquanto conceito. Liberdade somente há, pois não existe fisicamente. Qual o tamanho da Liberdade (altura, largura e profundidade - as 3 dimensões), qual a cor, etc. Contudo, sabemos que essa tal Liberdade manifesta-se na realidade.
Um signo também é uma letra, uma palavra ou uma expressão
composta de duas ou mais palavras. As letras do alfabeto são, nesse sentido,
signos. Cada letra representa, refere-se a seu fonema específico, a seu som
específico. Uma letra é um sinal gráfico, um signo. A letra “a”, por exemplo,
representa o fonema /a/, o som aaaaaaaaaaaa, onda sonora que se propaga pelo ar
e chega aos ouvidos do ouvinte. A letra “a” é o signo, seu significado é: primeira
letra do nosso alfabeto. Seu referente é o fonema /a/, o som aaaaaaaaaa.
Porém, um signo pode ser também um cheiro, um gosto, uma cor, etc. Exemplo: estou andando na rua e sinto um perfume, um cheiro bom, de rosas, olho para os lados e não veja as tais rosas, nem um vaso na janela, mas sei que aquele cheiro é de rosas posto que já cheirei rosas, então já tem um símbolo atrelado a este signo.
Outra circunstância: estou andando na rua e sinto um perfume, cheiro bom, ou um fedorão, mas seguiremos com perfume - é melhor -, porém, não identifico qual o referente deste perfume, sei que é um cheiro bom, mas não sei se é comida, flores, etc. O fato de gostar do cheiro não implica em simbolismo.
Mario Ferreira dos Santos, no seu Tratado de Simbólica, coloca que tudo é símbolo, a realidade é simbólica.
A Estátua da Liberdade: num primeiro momento ela simboliza a Liberdade, num segundo momento pode simbolizar um presente que a França deu para os EUA, então teremos dois simbolismos atrelados ao mesmo signo.
Caso eu fizer o sinal da Cruz sabemos o que isso significa, qual(is) o(s) simbolismo(s).
A palavra “lápis” é o signo que se refere ao objeto físico
lápis. A palavra “liberdade” é o signo que se refere ao objeto não físico
liberdade; e assim por diante. Toda palavra é um signo, mas nem todo signo é uma palavra.
Significado é significar um signo através de outros signos. Todo significado é genérico posto que nos dá uma boa idéia do referente (o que a coisa é), porém, não nos diz com exatidão o que a coisa é. Dentro do significado temos os vários sentidos cujos veremos adiante.
Significado, no dicionário, é relação de reconhecimento, de
apreço; valor, importância, significação, significância. Porém, para nosso
entendimento, “significado” também é um signo explicado por outras palavras.
Significado também é dizer o que a coisa é através de palavras, dizer o que uma
palavra significa através de outras palavras. Mas até aí estamos somente no campo das palavras.
Lápis - instrumento para escrever, desenhar ou riscar, que
consiste geralmente em um estilete de grafite revestido de um invólucro de
madeira.
Liberdade - grau de independência legítimo que um cidadão,
um povo ou uma nação elege como valor supremo, como ideal.
Dentro do significado temos os vários sentidos que veremos
adiante.
"Definição" é delimitar o objeto de estudo, estabelecer limites, é a significação precisa e delimitada. O "significado" é genérico, a "definição" é específica.
Exemplo: o significado de lápis é "instrumento para escrever, desenhar ou riscar, que consiste geralmente em um estilete de grafite revestido de um invólucro de madeira".
A definição de um lápis seria o significado mais as características específicas (categorias aristotélicas do lápis): "instrumento para escrever, desenhar ou riscar, que consiste geralmente em um estilete de grafite revestido de um invólucro de madeira, sendo que este lápis é da cor verde, formato sextavado, tem uns 18 cm, tem uma virola que segura uma borracha na ponta, etc".
Podemos perceber que nem todos os lápis são da cor verde e nem todos tem o formato sextavado, etc, porém, o significado é o mesmo para todos os objetos que tem um bastão de grafite, uma camada de madeira em volta e servem para rabiscar, escrever e desenhar no papel, por isso é genérico. Tem também lápis de cor, lápis de cera, etc, porém, todos são lápis em relação ao conceito.
Referente é o que a coisa é em si. É aquilo ao que o signo e
o significado se referem na realidade.
Tem também "signo, significado e significante"; ou "signo, interpretante e objeto". Depende do ponto de vista que se olha: da tal da semiologia ou da tal da semiótica. No fim são tudo a mesma coisa, mas prefiro a tríade, a trindade - quase divina: signo, significado e referente. Fica mais claro.
Referente é o que a coisa é, tanto na realidade física
quanto na realidade metafísica. Lembrando que estamos vendo conceitos básicos,
metafísica aqui refere-se ao significado da palavra etimologicamente falando:
do latim metaphysica, do gr. tà metaphysiká, "os (tratados) depois da
física"... aquilo que está além da física.
Lembrando que Física, no sentido que estamos falando vem,
basicamente, do grego phusikês, "ciência, estudo da natureza", ou seja,
aquilo que está além da natureza física, além das coisas físicas, corpóreas. Lembrando que os Gregos discerniam entre Natura Naturans e Natura Naturata.
A etimologia das palavras tanto pode ajudar quanto
atrapalhar, porém, faz parte do aprendizado você distinguir entre uma coisa e
outra.
Signos e significados encontramos prontos em qualquer
dicionário. O referente encontramos na realidade.
Os signos estão organizados de forma alfabética nos
dicionários. Cada signo tem seu significado e tem também seus sentidos, ou
seja, um signo tem seu significado genérico (básico) e tem dois ou mais
sentidos aos quais ele pode se referir. Sentido: aquilo que uma palavra ou frase podem significar num contexto determinado.
Os vários sentidos os quais uma palavra pode ser empregada também é, grosso modo, o que alguns linguistas como Saussure chamava de Significante/Significado ("Mas estes termos (significante/significado) ainda são equívocos. Não ganhamos essa palavra que nos falta e que designaria sem ambiguidade possível seu conjunto", Saussure é meio confuso nessa parte, por isso tomaremos aqui "essa palavra que nos falta" como sendo 'sentidos'), e Peirce chamava de Interpretante.
Darei como exemplo de "vários sentidos" essas duas frases com a palavra Inteligência:
"Aquela pessoa tem inteligência" e "Aquela pessoa trabalha numa agência de inteligência". A palavra, o signo (toda palavra é um signo, mas nem todo signo é uma palavra) é a mesma: "inteligência", porém, de acordo com o contexto muda o sentido da palavra, mas sem se afastar do significado que em si é genérico.
Vou tomar agora como exemplo a palavra “categoria” analisando-se o dicionário:
substantivo
feminino
1 conjunto de pessoas ou
coisas que podem ser abrangidas ou referidas por um conceito ou concepção
genérica; classe
Ex.:
ele pertence à c. dos superdotados
2 grau negativo ou
positivo de excelência; qualidade
Ex.: um trabalho de alta c.
...
6 Rubrica:
esportes.
cada
um dos grupos em que, por sua idade, peso, desempenho etc., se repartem os
desportistas
Ex.: lutador da c. peso pesado
...
8 Rubrica:
filosofia.
no
aristotelismo, cada um dos conceitos que formam o conjunto dos gêneros
ou divisões primeiras do ser (substância, qualidade, quantidade, relação etc.)
...
10 Rubrica:
linguística.
cada
uma das classes de elementos do sistema linguístico, organizada de acordo com
um determinado critério: semântico, gramatical, funcional etc.
Exs.:
c. de palavras
c. do tempo
c. do
discurso
Houaiss.
Vemos que o primeiro significado é seu
significado genérico, básico. Os outros são o que se chama de sentidos nos
quais podemos empregar a palavra. Podemos perceber que os vários sentidos não
fogem do significado genérico, básico. Exemplo: o sexto sentido (rubrica:
esportes) refere-se à categoria de pessoas; o décimo sentido (rubrica:
linguística) refere-se à categoria de coisas. Porém, isso não é uma fórmula mágica, são somente parâmetros os quais você utiliza para melhor entendimento, para melhor interpretar um texto - escrito ou falado. Você não precisa andar com um dicionário e uma gramática embaixo do braço, mas já está pronto ali... faça uso. Aliás, você já anda com um dicionário e uma gramática na mão todos os dias, você anda com uma biblioteca gigantesca na mão: seu celular com internet.
Então temos vários sentidos nos quais
podemos empregar uma palavra, porém, mesmo assim não podemos fugir disso, não
podemos inventar sentidos para as palavras, porque se o fizermos, perde-se o
referente da realidade. O referente nós captamos no conjunto da frase, do
enunciado, das orações, dos parágrafos, etc.
A menor unidade da língua é a palavra,
mas por que não é a letra? Porque uma letra é somente um sinal gráfico de um
som. Nós não nos comunicamos por grunhidos: aaaaaa, ggggg, mmmm, rrrrrrr, grrrrr, etc.
Um signo para ter um significado na comunicação precisa ser uma palavra,
precisa ser o nome de uma coisa.
Nós juntamos as letras e formamos as
palavras, juntamos as palavras e formamos frases, juntamos frases e formamos
parágrafos, juntamos parágrafos e formamos capítulos, juntamos capítulos e
formamos livros, juntamos livros e formamos enciclopédias, compêndios, etc. E
assim podemos seguir em divisões de gênero, espécie, sub-espécies, etc. E todos
precisam estar organizados analítica e logicamente entre si.
A gramática é o conjunto de prescrições
e regras que determinam o uso considerado correto da língua escrita e falada.
Contudo, a gramática não é somente esse conjunto de regras, pois a gramática
representa, grosso modo, os signos e os significados com seus sentidos. O referente trata-se da
coisa na realidade. Posso dizer também que o referente trata da parte analítica
e lógica.
Contudo, deixo bem claro que signo,
significado (com vários sentidos) e referente é um conjunto, uma trindade - quase divina - e não se
pode analisar separadamente em questão de raciocínio.
Repito: deixo bem claro que signo,
significado (com vários sentidos) e referente é um conjunto, uma trindade - quase divina - e não se
pode analisar separadamente em questão de raciocínio.
Repito de novo: deixo bem claro que
signo, significado (com vários sentidos) e referente é um conjunto, uma trindade - quase divina - e
não se pode analisar separadamente em questão de raciocínio.
E aqui já faço uma distinção entre
pensamento e raciocínio. Pensar, todo mundo nasce sabendo pensar. É preciso
aprender a raciocinar, organizar e concatenar os pensamentos, estabelecer
relações lógicas entre coisas e coisas, entre fatos e fatos e entre coisas e
fatos e vice-versa.
Raciocínio (modo de pensar); modo de articular, organizar,
concatenar os pensamentos, um pensamento organizado logicamente após o outro.
Toda comparação envolve uma relação e vice-versa, relação aqui no sentido de
relacionar, não de relatar. Aquela relação de Aristóteles, uma relação surgida
naturalmente: dobro, metade. - Dois é o dobro de quê? - Dele mesmo, oras! Vejam a
relação natural: dois é o dobro de alguma coisa, está relacionado com outra
coisa; uma coisa não pode ser o dobro - ou a metade - de nada ou dela mesma, mas não me estenderei
nisso.
Vou dar um exemplo de um chavão, bem
prático, para entendermos como funciona o processo signo-significado-referente:
“Nunca ouvi falar disso, mas não tem cabimento”. Um sujeito fala alguma coisa
para esse animal e ele responde com a pérola acima. Temos as várias variações dessa mentalidade. Um sujeito fala alguma coisa e o animal responde: "Não é bem assim", e você pergunta: "Se não é bem assim como estou falando, como é então?" e o animal responde: "Como é eu não sei, a coisa não é tão simples assim, é mais complexa e por ser complexa eu não sei explicar e bla bla bla".
“Nunca ouvi falar disso” é um
pensamento e “mas não tem cabimento” é outro pensamento, gramaticalmente (na palavra falada e na palavra escrita) são duas orações - frases, orações, períodos... essa coisa toda. Lembrando que expressamos os pensamentos e raciocínios através da
palavra falada e da palavra escrita. Tudo aquilo que falamos e escrevemos reflete como é a nossa mente, nossa cabeça. Quando você fala ou escreve deve
expressar um raciocínio, senão estará somente divagando. O conjunto “Nunca ouvi
falar disso, mas não tem cabimento” não é um raciocínio. São somente dois
pensamentos desordenados expressados em palavras que formam essas duas orações que formam essa frase. O animal está dizendo que
nunca ouviu falar daquilo (que o outro falou; seja uma afirmação, uma
pergunta, etc), mas está chegando à conclusão imediata de que não tem
cabimento. Ora, se nunca ouviu falar - ele mesmo admite isso - como é possível
chegar numa conclusão, seja ela com cabimento ou não? Caso ele respondesse: "Nunca ouvi falar disso, mas tem cabimento", daria no mesmo. O correto seria responder: "Nunca ouvi falar disso, mas vou informar-me, vou pesquisar". Aí temos um raciocínio, uma concatenação de pensamentos de acordo com a realidade. Devido a eu não ter conhecimento do assunto devo, obrigatoriamente, informar-me sobre.
Espero que o leitor tenha percebido que
o animal em questão é um jumento. Ele é burro no sentido de analfabeto funcional, não percebe
isso e ainda se acha o gostosão.
Ele poderia ter dito: "Nunca ouvi falar disso, mas vou pesquisar, informar-me". Aí temos um raciocínio.
Tudo o que você fala e escreve são seus pensamentos e raciocínios materializados. As ondas sonoras são físicas, a tinta no papel é física.
A tal frase “Nunca ouvi falar disso,
mas não tem cabimento” na letra fria da gramática está correta (signo,
significado e regras), porém, falta o referente, falta a parte
analítica-lógica do raciocínio. Então a gramaticalidade se perde automaticamente,
pois a linguagem não é somente palavras ordenadas em regras gramaticais. A
linguagem deve expressar idéias, raciocínios, conceitos, etc, de forma clara.
Aliás, faço uma pergunta: o que veio
primeiro, a linguagem ou a gramática?
A resposta é óbvia: a linguagem. Ou
estava lá o ser humano nos primórdios (seja esse primórdio do tempo das
cavernas ou do tempo de Adão e Eva) sem saber falar uma determinada língua e
caiu uma gramática pronta do céu? E daí olharam aquele livro cheio de sinais estranhos e chegaram à
conclusão: agora vamos aprender a ler e a falar!
A gramática foi surgindo,
estruturando-se ao longo do tempo. A esmagadora maioria das regras gramaticais
surgiram com uma base na realidade, com um referente na realidade. E não o
contrário.
A linguagem é uma convenção e não uma
invenção (veja só de novo, signos e significados com seus sentidos; invenção e
convenção). Alguns nomes de coisas foram inventados, mas no momento em que
foram associados ao objeto ganham um significado e tornam-se uma convenção e
não dá para mudar isso. Exemplo: a palavra, o nome, o signo “lápis” tem um
significado. Quando o cara que inventou o lápis, sabe-se lá quando (vá
pesquisar), nominou de lápis, seja lá qual tenha sido o processo de nominação
utilizado pelo vivente na época - uma característica do lápis, etimologia, etc
- ou simplesmente o cara resolveu chamar de lápis porque quis, mas a partir desse
momento tornou-se uma convenção. Alguns nomes têm a ver com a coisa em si. E
não dá para mudar isso porque perde-se a comunicação. Se mudarmos qualquer um
dos dois - signo e/ou significado - bagunça-se o referente.
Por exemplo, caso eu definir, significar
um lápis como região glútea, ao me expressar os outros não saberão do que estou
falando, perderão o referente. Imagine a frase: Você tem uma região glútea aí?
Ou se eu falar: Você tem um lápis aí para me dar?, referindo-me à região glútea
do cara. Dará problema.
Mas vamos a um exemplo mais elaborado e
deixar a jocosidade de lado. Estado ético. “Vamos implantar um Estado Ético no
Brasil”. Aparentemente é uma coisa boa, um Estado Ético, um Estado baseado na
honestidade e na moralidade. Porém, o signo “ético” na expressão não se refere
às normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade
social. O signo “ético” refere-se ao ajuste entre as normas sociais e as
necessidades da produção, isso no sentido Gramsciano, Antonio Gramsci. Então o
vivente está falando em criar leis, ajustar as normas sociais às necessidades
da produção, seja lá quais forem elas.
Vamos a outro exemplo: Hegemonia
Cultural. Hegemonia é supremacia, influência preponderante exercida por cidade,
povo, país etc. sobre outros. Cultural vem de cultura. Então “hegemonia
cultural” é a predominância de uma cultura sobre todas as outras. Qual cultura?
A que está predominante no momento histórico da sociedade, seja lá qual for essa
cultura. Para Gramsci, “hegemonia cultural” é a predominância do socialismo
sobre todas as outras culturas. Então quando um cara desses fala em “hegemonia
cultural” ele está falando em implantar o socialismo. Numa tacada só Gramsci
definiu o socialismo/comunismo como uma cultura - o que de fato é -, mas
transformou o significado de um signo, alterou a convenção da língua baseado em
nada, tirou do ânus dele.
É assim que você vira socialista sem
nem perceber, repetindo chavões os quais você nem sabe o que significa e,
quando descobre, daí já não importa mais, pois você já está emburrecido e imoral. Daí para ser amoral é um pulinho.
Eu poderia falar aqui de Heidegger e
tantos outros que, para ler, precisa-se de um dicionário de termos
Heideggerianos, ou Gramscianos, ou Hegelianos ou da PQP. Dicionários estes que,
muitas vezes, ultrapassam mil páginas. Nada contra esses autores, mas perde-se a
clareza dos escritos deles. Parece-me estranho que se tenha de ler um dicionário de termos e expressões próprias, um glossário individual, para entender o quê o autor escreveu. Vários autores dessa Filosofia e Literatura moderna e contemporânea tem essa mania feia de inventar exageradamente termos e expressões próprias que mudam o signo e/ou significado fazendo perder e/ou confundir o referente. E assim vamos emburrecendo. Se formos pegar Marx - não no sentido pejorativo de
pegar -, a coisa é mais brutal ainda. Marx não trabalha com definições, ele
trabalha com determinações. Vai desdobrando o objeto até o infinito na intenção
de concretizá-lo - como se consegue desdobrar um objeto de estudo até o infinito
e depois concretizá-lo é uma coisa que me escapa. Marx não define nada, vai
desdobrando tudo até virar uma confusão mental na qual nem ele mesmo entende
mais do quê ele estava falando. Porém, na escrita desses caras sempre há um significado oculto, um truque lá que confunde os idiotas que não sabem interpretar um texto.
Não é à toa que ainda se discute certos
autores há 300, 400, 500 anos - ou mais - e não se chega sequer a uma conclusão
básica sobre o quê o cara está falando. E nesse momento o burro da parada é sempre você,
leitor. Você que não entende a genialidade deles. Você que está refutando
eles... e como você ousa refutá-los? É a discussão sem fim, é a crítica radical de tudo quanto existe. Este é, grosso modo, o significado oculto.
Essa frase já se tornou um chavão no
Brasil: “Olha lá, o cara está refutando tal autor... ha ha ha!”
Vamos analisar. Refutar, nesse sentido,
significa afirmar o contrário de; desmentir, negar. Mas o cara está realmente
refutando, está afirmando o contrário? Ou está somente apontando um erro, dando
combate por meio de argumentos?
Se o autor da refutação está afirmando
o contrário, então é uma refutação e você está certo no seu enunciado: ele está
mesmo refutando tal autor. Mas, nesse momento, você sabe se o “refutador” está
certo ou errado? Você já leu o autor em questão que o outro está refutando? Se
não leu, então cala a boca porque não tem referente no que você fala. Aah, mas
tem 50 outros que afirmam o contrário do “refutador”. Sim, e daí? Pergunto de
novo: você já leu o autor em questão? Se não leu, então como você sabe se são os
50 que estão certos ou se é o “refutador” que está certo? Você está
raciocinando somente pela parte quantitativa e está esquecendo a parte
qualitativa. São várias variáveis envolvidas no processo de raciocínio.
Você sequer conhece os significados dos
signos e quer dar palpite? Você nem sabe o que é um palpite e o que é uma
opinião. Provavelmente você é daqueles que fala que vai dar a sua opinião... e
sempre o que vem depois é um palpite, geralmente furado.
Um palpite, neste sentido, é uma coisa
saída da sua cabeça ignorante do assunto. Uma opinião requer um embasamento, uma
razão suficiente (leia Mário Ferreira dos Santos, Lógica e Dialética, e você saberá o que é uma
razão suficiente e verá que é bem simples). Mas deixarei aqui um gostinho:
“Princípio da Razão suficiente.
Este princípio é também considerado como um
dos princípios lógicos. Poderia ser exposto assim: um enunciado é verdadeiro ou
falso; se pretende ser ele verdadeiro, necessita uma razão que o fundamente,
que o apoie. Chama-se a essa razão de "suficiente" quando, por si, é
bastante para servir-lhe de completo apoio.
É
uma razão suficiente, quando não falta mais nada para que o enunciado seja
verdadeiro.”
Você
usa isso todo dia e não sabe. Quando você diz: “O cara está se contradizendo”,
você está dizendo que a razão dele não foi suficiente, ou seja, o que ele disse
depois não serviu de apoio ao que ele disse antes. Veja só como é simples,
nesse caso. “Nunca ouvi falar disso, mas não tem cabimento”, não tem referente
porque a razão “mas não tem cabimento” não serve de apoio ao
enunciado anterior “nunca ouvi falar disso”.
Às vezes
a razão suficiente é o próprio referente não expresso em palavras. Temos um
político - já que a política está em voga - berrando no microfone: “Prometo acabar com o desemprego no Brasil!”. O
verbo acabar é um signo e tem um significado. O referente você capta no
conjunto da frase. Esse animal está dizendo que não terá mais nem UM desempregado
no Brasil. Ora, isso é impossível de se fazer na realidade. O referente, nesse caso, é impossível,
portanto, esse animal ou está mentindo ou não sabe do que está falando. E isso
sequer é uma promessa. Só se promete o que é possível de se cumprir. Se ele
tivesse gritado: “Prometo diminuir o desemprego no Brasil!”, aí teríamos uma
promessa com um referente factível na realidade. Para saber se ele cumprirá a
promessa, vote nele. O animal se elege e daí emprega um parente que estava
desempregado. A promessa estará cumprida, pois ele não disse de quanto iria diminuir o
desemprego.
A
parte analítica e lógica, mencionada antes, é dela que você capta o referente,
é o raciocínio analítico que leva à lógica. Você raciocina, faz um processo de
análise nas catracas (engrenagens) da sua cabeça e chega a uma conclusão, e esta, pode ter
lógica ou não. É, nesse sentido, o pensamento natural do ser humano. Você,
provavelmente, caso chegou até aqui na leitura, durante o texto devem ter
passado coisas na sua cabeça, pensamentos, raciocínios, talvez devaneios até,
ou seja, você estava fazendo um processo de análise deste texto e talvez leu até aqui
porque achou péssimo, mas quer ver no que isso vai dar. Mas fez um processo
de análise natural na sua cabeça e chegou a uma conclusão e esta conclusão pode
ter lógica ou não. Caso a sua conclusão tenha lógica, então você encerra o
processo de análise ou se aprofunda no assunto, estuda um pouco mais, informa-se um pouco mais. Caso a conclusão não tenha
lógica, então se faz necessário que você analise um pouco mais, estude mais, informe-se mais. Fazemos isso o tempo todo. Então vemos que essa tal de lógica é o que vem depois dessa tal de analítica.
Veja
bem, no Organon de Aristóteles - sempre esse cara - o substantivo “lógica” está
ausente. Aristóteles não raciocinava com “lógica”, essa palavra nem existia, o logos significava outra coisa. Lá
nessa época Grega, no meio do mato, ele raciocinava com “analítica”. Para citar
somente Pinharanda Gomes, o substantivo Lógica está ausente no Organon. “O
substantivo lógica é forma tardia, mais devida ao eclectismo alexandrino e
romano do que ao magistério liceal.” Então, é mais apropriado falar em
Analítica Aristotélica. Vemos que, além de cronologicamente na história, a
lógica, como a conhecemos atualmente, surge naturalmente depois da analítica. É
o processo natural de análise que você faz na sua cabeça. Você faz automaticamente um processo de análise, chega a uma conclusão e esta conclusão pode ter lógica ou não. Isso tudo se chama, também, raciocínio.
E,
no meio disso tudo, temos a razão e a emoção. Razão no sentido de raciocínio,
não no sentido de certo ou errado. E “emoção” no sentido de emoções, sentimentos, vontades, desejos, sensações, intenções... é, nesse caso, a parte psicológica do ser humano.
O
ser humano é um ser racional E um ser emocional. Não tem como separar,
dissociar a razão da emoção aí dentro de você como se o ser humano tivesse uma
chavezinha nas costas: pec, agora estou no modo razão; pec, agora estou no modo
emoção. Ao ler meu texto, provavelmente ele evocou raciocínios em você e provocou alguma emoção: “É, até concordo em parte com o que esse cara escreveu, mas não estou
gostando muito deste texto”. Razão e Emoção.
É
impossível separar a Razão da Emoção em um ser humano, mas é possível causar um
desequilíbrio e fazer as pessoas reagirem pela emoção com que as palavras e as coisas causam
no vivente, seu comunista ou seu capitalista. Daí vem aquela pergunta: Você
sabe o que é “ser um comunista”? Ou um capitalista? Se não souber, então você
está pensando por chavões, reage automaticamente pela emoção. Você já não tem raciocínio.
Reage toda afetadinha e já está burro. Esvaziou um signo de significado (e de sentidos) e colocou
no lugar uma emoção.
“Nunca
ouvi falar disso, mas não tem cabimento”: reação pela emoção. Mais ou menos
assim: “Como esse cara ousa me falar ou perguntar uma coisa que eu não sei?
Será que esse cara não sabe que tudo o que eu não sei não existe?”
Chegamos
nesse ponto: “A ignorância é fonte de autoridade intelectual”, Olavo de Carvalho.
Vou falar agora sobre Olavo de Carvalho, aliás, já vinha falando e você que não percebeu.
Quando ele fala: "O Brasileiro raciocina metonimicamente". O que é metonímia? É uma figura de linguagem que consiste no uso de uma palavra fora do seu contexto semântico normal, por ter uma significação que tenha relação objetiva com seu referente. Por exemplo: "O cara lá está montado no ouro". Você quis dizer que o cara lá tem dinheiro, é rico. Você trocou "ouro" por "dinheiro". "Bebi uma garrafa de cachaça". Você quis dizer que bebeu a cachaça da garrafa. Você trocou a ordem sintática. Figuras de linguagem são recursos estilísticos, devem ser usadas com parcimônia, com economia. Quando você faz muito isso, você troca as palavras e você troca o seu raciocínio. Você já não entende mais as coisas. Pensamento/raciocínio, linguagem e comportamento - abaixo discorro um pouco mais para entender como uma afeta a outra, como se muda o comportamento das pessoas através da mudança da linguagem, das palavras.
Essa afetação toda que o Brasileiro tem, da qual o Olavo fala, grosso modo, vem do eufemismo, outra figura de linguagem: palavra, locução ou acepção mais agradável, de que se lança mão para suavizar ou minimizar o peso conotador (sentido figurado) de outra palavra. "Vossa Excelência está faltando com a verdade". O cara quis dizer que o outro está mentindo e, de certa forma, é uma metonímia também, trocou as palavras. E trocou a palavra "verdade" pela palavra "mentira", que nem sinônimos são. São as nuances da língua. Em alguns casos é até aceitável falar "você está faltando com a verdade", mas em outros casos não. Ao usar de muitos eufemismos você minimiza a gravidade da coisa, você tira a importância do referente, no caso, você minimiza a gravidade da mentira que o outro contou.
E temos também a sinonímia no sentido de usar sinônimos em demasia. Cada palavra é um signo, é um nome de uma coisa e tem um significado e vários sentidos. Quando se usa sinônimos deve-se ter cuidado para que não se altere o significado e/ou o sentido da sentença, da frase. Um sinônimo utilizado erradamente pode alterar o referente da frase. No exemplo acima nem são sinônimos, verdade e mentira são coisas diferentes, neste caso, opostas. Este ditado: "Voltar às coisas mesmas" é isso, é usar as palavras certas nos lugares certos, chamar as coisas pelos nomes.
Então, grosso modo, do raciocínio metonímico vem a burrice e com o raciocínio eufemístico vem essa afetação toda, essa pose toda onde o cara é burro, não percebe, mas se acha o gostosão.
No Brasil, ao lermos um texto no jornal, num livro, etc, de maneira geral, a entonação afetada na voz surge naturalmente mesmo que você queira ler o texto normalmente sem dar entonação nenhuma na voz.
Fiz esse interregno sobre o véio Olavo porque se fez necessário.
De onde vem as idéias? A neurociência não sabe, mas se você ler, absorver informações, estudar, vivenciar, etc, estará aparelhando seu cérebro com conhecimento e, um belo, dia, isso volta em forma de idéias. O que eu já escrevi até agora neste texto, 99,9 % não são idéias minhas e o que continuarei escrevendo também não serão idéias minhas. São coisas que li, estudei, interpretei, raciocinei, "queimei a mufa". São coisas que caras muito mais sabidos do que eu já queimaram a mufa raciocinando e deixaram pronto para nós, basta ler. Mas não, você não quer ler, você quer reinventar a roda todos os dias. Quer fazer uma roda quadrada. O ser humano se comunica, basicamente pela palavra falada e pela palavra escrita. Você, que não lê, está perdendo 50% do conhecimento humano. A palavra falada se esvanece no ar, você precisa ler para sedimentar o conhecimento. Mas não há uma ordem de prioridade entre a palavra falada e a palavra escrita, as duas são importantes.
Mas vamos
a outra forma de pensamento por chavões. Tem palavras na Língua Portuguesa - e
em qualquer língua - que não batem, não casam, não "fecham". Tem orações que não batem, não
casam também; frases, parágrafos, etc. Por exemplo, vou formular uma frase: “A
pedra da bola pegou fogo e veio o cachorro e comeu, daí o cachorro saiu voando
e explodiu”. Na ortografia e na sintaxe até está correta a frase. Mas, e o
referente que decorre da semântica? Ache um referente nisso aí. Ache um sentido (semântica) nessa frase.
Pois
é, “nunca ouvi falar disso, mas não tem cabimento” é a mesma coisa. É a pedra
da bola...
Aquela frase daquele ministro do STF: “Toda
tirania deve ser afastada, inclusive a tirania da maioria que elege o Executivo
e o Congresso.” É a pedra da bola que pegou fogo. É um jumento zurrando.
Vamos interpretar. “Tirania” em qual sentido está empregado na frase? Não fica claro. Ele trocou conceitos por palavras. Tirania: poder soberano usurpado e ilegal; governo de tirano. Neste sentido, “tirania” implica em um tirano e isso por si é a minoria. Então ele estava falando da “minoria da maioria”?!?
Vamos, por descargo de consciência, interpretar que ele estava falando de “tirania” enquanto opressão. Ora, o referente você entende pelo conjunto da frase. Quem elege o Executivo e o Congresso? São os eleitores, e o próprio Ministro é um eleitor, então ele mesmo se chamou de tirano, de opressor e não percebeu. Mas estranhamente ele acertou.
O problema da parte semântica é esse. Percebam que a frase em questão está correta ortograficamente e sintaticamente, mas cagou-se na semântica. Ele fez “relação” entre coisas que não tem como relacionar, ele juntou palavras da Língua que não dá para juntar. É como se eu falasse ou escrevesse: “A pedra da bola pegou fogo”. Ortograficamente e sintaticamente está correta a frase, mas encontrem um sentido (semântica) nessa frase.
Vamos mais além analisando a frase. A expressão “tirania da maioria” já é em si imbecil. Democracia é a vontade da maioria, então “tirania da maioria” é a tirania da democracia. Pronto, agora tirania é democracia e democracia é tirania, guerra é paz, liberdade é escravidão e por aí vai. Este é o problema de trocar conceitos por palavras e ficar juntando palavras aleatoriamente. Perde-se, de certa forma, o contato com a realidade, fica-se meio insano. É a pedra da bola que pegou fogo. É aquela anedota de um louco oferecendo 100 reais para outro louco subir pelo facho de luz da lanterna e o outro responde: “Está achando que sou bobo, quando eu estiver no meio você desliga a lanterna e eu caio”. É mais ou menos a mesma falta de lógica. Conversa de doido.
Quando
se junta palavras, signos da língua que não dá para juntar acontece isso daí.
Emburrecimento. E quando decai a inteligência, decai a moral e vice-versa. Decai a moral, decai a inteligência, acontece quase ao mesmo tempo, mas vai indo paulatinamente, aos poucos, o vivente não percebe que está ficando burro, pois a inteligência é uma das poucas coisas (senão a única) que quanto mais você perde, menos você se dá conta de que está perdendo. Por exemplo: caso você tenha duas notas de 50 reais e perde uma, você se dá conta. Agora, meça quantitativamente a inteligência, diga-me quanto de inteligência você tem. O famoso QI - Quociente de Inteligência - é quantitativo no resultado, mas é somente uma convenção em números. Aliás, o "teste de QI" não existe. O que existe é o teste de Idade Mental. O QI é o resultado da fórmula (IM/IC)x100. Idade Mental dividida pela Idade Cronológica e o resultado é multiplicado por 100, para não restarem frações. Então, essa fórmula diz somente se a sua idade mental corresponde à sua idade cronológica. A média aritmética de vários QIs é somente isso, a média. Por essa média você sabe se está acima ou abaixo da média, mas essa fórmula diz somente se a sua idade mental corresponde à sua idade cronológica. É somente um parâmetro, um bom parâmetro, mas nada além disso. Eu poderia falar ainda sobre o teste de IM - aquelas várias questões -, quem faz ele? Como são elaboradas as questões? Qual a cultura de quem elabora essas questões? Você faz um teste desses hoje, dará um resultado; você repete o mesmo teste depois de um mês, dará o mesmo resultado? E existem testes de IM para várias faixas de idade?
Nunca fiz e nunca pretendo fazer tal teste, vai que eu descubra que sou um idiota. Ou, talvez, vai que eu descubra que sou um gênio. Ou pior ainda: vai que eu descubra que estou na média da mediocridade. Mas, enfim, vamos passar para outro objeto do assunto.
Lembremo-nos que a esmagadora maioria das regras gramaticais estão calcadas na realidade, vieram da realidade, e não o contrário. Aconteceram ao longo do tempo na humanidade, a linguagem foi se desenvolvendo, mas sempre com base na realidade, em algum referente. E quando você inverte esse processo, você, de certa forma, inverte o raciocínio analítico, tenta chegar a uma conclusão sem ter analisado sequer as partes que compõem o todo, tenta entender o todo através de somente uma ou duas partes - isso é impossível. E a base de tudo é a linguagem.
Você não precisa decorar a gramática, nem o dicionário - até porque é impossível -, mas falando, lendo e escrevendo, e, às vezes, consultando o dicionário e a gramática para dirimir uma provável dúvida, você vai longe, vai aprendendo por "osmose". Lendo textos bem escritos você aprende a forma correta da escrita. Tem autores - vários - que fazem pouco uso da gramática, mas escrevem de forma correta e não é porque somente "aprenderam lendo", mas aprenderam a captar o referente das coisas, das frases.
Um adendo. Dentro da gramática temos a ortografia, a sintaxe e a semântica - e outras. Mas vamos tomar por base essas três. Ortografia: conjunto de regras estabelecidas pela gramática normativa que ensina a grafia correta das palavras. Sintaxe: parte da gramática que estuda as palavras enquanto elementos de uma frase, as suas relações de concordância, de subordinação e de ordem. Semântica: estudo sincrônico ou diacrônico da significação como parte dos sistemas das línguas naturais, o componente do sentido das palavras e da interpretação das sentenças e dos enunciados.
Erro ortográfico, por exemplo, é trocar "ç" por dois "s", escrever "caza" em vez de "casa". Erro sintático, por exemplo, "Nós vai lá"; há um erro de concordância do sujeito com o verbo; o correto é "Nós vamos lá". Quando você troca "mais" por "mas" há dois erros: de ortografia e de semântica. Nem sempre erros ortográficos e/ou sintáticos levam a erros semânticos, por exemplo: "Nós vai lá!", há erro sintático, mas você capta o referente, a semântica da frase, você entende o que o cara quis dizer. Porém, muitos erros ortográficos e sintáticos levam a um erro semântico, você não capta o sentido da frase porque o animal não sabe escrever ou falar. Então, quando estiver lendo um livro (ou qualquer outra coisa) procure identificar e discernir entre ortografia, sintaxe e semântica.
A maioria comete erros de semântica, erra nos sentidos das palavras, das orações, das frases, enfim, do referente. Neste sentido, o referente também se confunde com a semântica, sentido das palavras, da interpretação de texto, das frases, sejam elas faladas ou escritas.
Para entendermos melhor que a tal da linguagem não são somente palavras e a tal da gramática não são somente regras inventadas, elas tem uma base na realidade. Vamos a um exemplo simples. A palavra "de" é o nome de uma coisa. É um signo também. É o nome da preposição "de". "Vou DE um lugar para o outro". Caso escrevesse "Vou um lugar para o outro". Ficaria esquisito. A conjunção "para", "Vou de um lugar PARA o outro". Caso escrevesse - ou falasse - "Vou de um lugar o outro". Ficaria estranho. E isso acontece porque quem vai, vai de um lugar para o outro. Ninguém vai de um lugar para o outro e fica parado. E se falar "Vou para casa" e ficar parado ou for para outro lugar, há um erro semântico, perde-se o referente na realidade.
É óbvio que, talvez, o leitor raciocine agora: "Mas e se eu mudar de idéia?" Eu falo: "Vou para casa" e mudo de idéia e não vou. Bom, aí esse raciocínio surgiu devido a essa base dada acima. Vejam como as coisas na linguagem acontecem naturalmente quando se raciocina. Signo, significado e referente.
Vamos
a outro exemplo. “Politicamente Correto”. Expressão bastante em voga hoje em
dia. Mas o que é isso? Qual é o referente?
“Politicamente”,
ocupar-se de política, fazer política. “Correto”, que se corrigiu, isento de
falha, ou, em outro sentido, possuidor de bom caráter.
Então
“politicamente correto” é a pessoa que é correta na política; é a pessoa que
tem uma política correta; é uma coisa que se corrigiu ao fazer política; é
alguém possuidor de bom caráter ao fazer política... ou o que é isso, qual o
referente?
Por
exemplo, a pessoa que é correta na política, necessariamente é um político; mas
a pessoa que tem uma política correta não necessariamente é um político, pode
ser um cidadão que tem uma política de vida e segue ela. Então são
coisas diferentes.
Não
se sabe qual é o referente porque um imbecil qualquer juntou duas palavras
nessa expressão onde uma palavra altera o significado da outra.
E
daí aparece outro imbecil - ou o mesmo - que se julga o supremo sabedor da
verdade, um ser iluminado, que inventa, caga uma definição para essa expressão
sem referente. E a definição inventada, por não ter referente na realidade é
automaticamente esdrúxula, completamente subjetiva.
“O
termo ‘politicamente correto’ é usado para descrever expressões, políticas ou
ações que evitam ofender, excluir e/ou marginalizar grupos de pessoas que são
vistos como desfavorecidos ou discriminados, especialmente grupos definidos por
gênero, orientação sexual ou raça”.
Ou
essa: “Politicamente correto é utilizado como um título para classificar algo
ou alguém que segue as normas e leis estabelecidas por uma instituição oficial”.
Tem
outras "definições", tem até dossiê, estudos, artigos
sobre o tal “politicamente correto”. A coisa vai tomando proporções gigantescas
que, pelo seu próprio tamanho, torna-se impossível saber o que é isso. Vira um
ente abstrato, uma coisa transcendental pairando no ar que ninguém sabe o que
é, mas todo mundo imagina que existe; vira um imaginário popular, um fabulário popular, um senso comum.
“Politicamente
correto”, evitar o uso de certas palavras preconceituosas em relação a grupos
de gênero, raça, orientação sexual e sabe-se lá mais o quê.
Ora,
quais palavras devo evitar? Existe uma lista de palavras que devo evitar? Claro que não existe tal lista, mas as
palavras que você deve evitar são as palavras preconceituosas em relação aos
grupos ali. Mas a subjetividade continua e o resultado é catastrófico.
Você
me chama de uma coisa e eu me ofendo, reajo pela emoção. Pronto. Acrescentei
uma palavra na tal da lista que não existe. E o absurdo não pára de crescer.
Quando
dizem que o politicamente correto é uma forma de censura, concordo; mas o
estrago, acredito eu, vai mais além. Causa emburrecimento. Decai a inteligência, decai a moral e vice-versa. Mas não confunda Inteligência com astúcia maligna. A inteligência é ligada ao bem, ao belo e à verdade. A astúcia maligna é a caricatura satânica da inteligência. A astúcia maligna, por exemplo, é o jeitinho brasileiro, levar vantagem em tudo, malandragem, mentira, enganação, lograr os outros, subir na vida pisando nos outros, baixeza moral. É a mentira. Mentir todo mundo nasce sabendo fazer ou aprende depois, mas quê inteligência precisa para mentir, enganar os outros e não cumprir acordos? Nenhuma. Basta ser um sem-vergonha jeitoso nas palavras e ganhar fama e dinheiro. A partir daí as pessoas emburrecidas julgam que alguém é inteligente somente porque tem fama e dinheiro. Esquecem o que essa pessoa fez para chegar lá, como ela fez, de que maneira, etc. Decai a inteligência decai a moral e vice-versa, uma vem de arrasto da outra.
Chavões no Direito
Vamos a alguns exemplos da realidade que, no Brasil, já quase não se sabe mais o que é realidade ou o que é ficção. A Lei 12.711/2012, a lei de cotas raciais e seu decreto 7.824/2012. Há a expressão "autodeclarados" pretos, pardos e indígenas. Ora, quando uma lei usa e/ou cria um termo ou uma expressão deve especificar no parágrafo seguinte: considera-se "autodeclarados" para os devidos fins desta lei... e estabelecer alguns parâmetros. Na lei de cotas raciais não há tal coisa, então o que vale é o sentido gramatical. Todo esse pessoal que entrou nas cotas raciais e agora está sendo acusado de fraude e tendo seu diploma cassado, entrou dentro da lei. As tais bancas que estão surgindo, após 8 anos da promulgação da lei, são criadas por portaria de algum Reitor e a lei de cotas está em vigor, ou seja, uma portaria de um Reitor regulamenta e altera uma lei aprovada pelo Legislativo e pelo Executivo. As tais bancas é que decidem agora pelo critério fenotípico quem pode entrar ou não nas cotas raciais. Em última instância, essas pessoas estão decidindo quem é preto, pardo ou indígena no Brasil.
Outro exemplo. Inciso LVII do artigo 5º da Constituição: "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". Este inciso é a causa desse imbróglio todo da prisão em segunda instância. Ele não é claro, nem preciso. Segundo os parâmetros de clareza, concisão, precisão e aplicabilidade na realidade, toda lei no seu texto escrito deve observar os 4 parâmetros em conjunto, não somente um, dois ou três. No caso desse inciso, ele é conciso, mas não é claro nem preciso e por isso não tem como executar, aplicar na realidade. "Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória"... tá, mas e quando o cara vai preso? A culpabilidade está ligada à prisão do elemento. Não tem clareza no texto. Ele trata da presunção de inocência, mas pelo se entende o cara só perde a inocência depois do último do último do último... recurso no STF. Não tem precisão. É por isso que o STF já julgou 4, 5, 6 vezes, sei lá quantas vezes, a prisão em segunda instância. Julga ao fedor do momento, agora pode, agora não pode...
Para entender a aplicabilidade na realidade vamos imaginar que o inciso tivesse a seguinte escrita: "ninguém será preso até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". Teríamos um inciso claro, conciso e preciso, mas também não seria aplicável (executável) na realidade. Ninguém mais iria preso no Brasil. Eu poderia sair na rua e dar 6 tiros num vivente só para ver de que lado o Cristão cai e iria na Delegacia, jogaria a arma fumegando ainda, com o cano quente, em cima do balcão do policial plantonista e diria: "matei um cara lá e registra logo isso que estou com pressa". Eu iria preso somente depois do último do último do último... recurso no STF. Esse é o problema da burrice quando não se sabe mais escrever um simples texto de uma lei. Decai a inteligência, decai a moral e vice-versa. É automático isso, decai a moral, decai a inteligência, acontece quase ao mesmo tempo.
Mais um. A Lei do Abuso de Autoridade (Lei 13.869/2019). No parágrafo único do artigo segundo diz: "Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo". Ora, "qualquer outra forma de investidura ou vínculo...", até a tia do cafezinho é um agente público, portanto, uma autoridade e está enquadrada nessa lei. Ela me traz um cafezinho frio, eu reclamo, discutimos... e pronto. Processo ela por abuso de autoridade, mas a minha intenção será tentar ganhar um dinheiro do órgão público por "danos morais". A tia do cafezinho é circunstancial. E se alguém acha isso um absurdo, lembro que o Brasil é a terra do absurdo e que quando saiu a lei de cotas raciais há 8 anos pouquíssimos perceberam a nhaca que iria dar e está dando hoje. Pouquíssimos perceberam a nhaca do inciso LVII. A coisa vai num crescendo, aumentando, o "exagero da verdade que inevitavelmente transforma-se num absurdo". Exagero da verdade no caso é mentira, mentir até tudo transformar-se num absurdo completo. Um texto subjetivo demais enseja inúmeras interpretações, cada um interpreta como quer e, a partir daí, vale a interpretação da "otoridade" cuja interpretação é subjetiva na essência porque o texto é subjetivo na essência. Nem a "otoridade" sabe do quê o texto está falando. Que maravilha isso.
Com base nesses exemplos acima - eu poderia citar mais, ficaríamos aqui meses falando da subjetividade das nossas leis, da margem de interpretação, da famosa "brecha" na lei que vem dessa subjetividade absurda no texto escrito -, então eu pergunto: dos 513 deputados, 81 senadores e mais todo o pessoal envolvido (Executivo e Judiciário) ninguém percebe isso? Ninguém leu o texto "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória" e se perguntou: tá, mas e quando o cara vai preso? Ninguém se perguntou: tá. mas o que é autodeclarado preto, pardo e indígena? Qual é o referente dessa coisa? Como se dará isso na realidade? Como se aplicará tal lei? Como se executará tal lei?
E nem falei do excesso excessivamente excessivo do número de leis vigentes que temos no Brasil. Temos em torno de 190 mil leis vigentes, em vigor, estão valendo. E o Congresso não pára de cagar leis diariamente, uma mais absurda do que a outra. Alguns dizem 180 mil leis, outros dizem 200 mil leis. É tanta lei que mesmo que se fizesse um mutirão - um puxirão - não teria como se chegar ao número exato. Tem estudos de juristas que falam que num país como o Brasil o ideal seria ter um mínimo de 500 e um máximo de mil leis vigentes. Temos 190 vezes mais e a esmagadora maioria subjetiva demais. Que maravilha!
A realidade jamais se adaptará a um texto escrito. É ao contrário: o texto escrito é que deve ser de acordo com a realidade. Mas enfim, vamos passar para outro tema, outro objeto do assunto.
Vou
aqui, para o nosso entendimento, propor uma diferença entre chavão e ditado. Um
mesmo enunciado pode ser um chavão ou um ditado. Um chavão é uma frase, uma
expressão que se repete abusivamente e que perde, por isto, o valor expressivo.
Um ditado é uma máxima, uma frase, uma citação retirada de um contexto.
Por
exemplo: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. Essa citação pode
ser um chavão como pode ser um ditado. Caso você leu, ao menos, o capítulo no
qual esta citação está inserida e você a usa em uma situação na vida parecida ao
contexto, então é um ditado. Caso você não leu, ao menos, o capítulo, então
você está pegando a palavra sagrada da Bíblia e transformando-a em um chavão
imbecil. Apesar do enunciado, da citação ter um significado em si, ainda assim
fica uma coisa meio esquisita você utilizá-la sem relação com o contexto
original. Isto se aplica a qualquer citação de qualquer autor. No mínimo, se faz
necessário que você tenha lido alguma coisa para usar uma citação, senão é um chavão.
A
linguagem não são somente palavras. É através da linguagem que o ser humano
expressa seu raciocínio. O modo como uma pessoa fala ou escreve reflete como é a cabeça dessa pessoa. Por isso que conversando 30 minutos com uma pessoa que nunca vimos na vida temos condições de saber se esta pessoa tem um certo raciocínio ou não. É óbvio que existem mais coisas envolvidas, por exemplo, na hora da conversa a pessoa pode estar ansiosa, nervosa, mas pelo período da conversa percebe-se isso. Aí entram a Razão e a Emoção.
Tudo o que você fala e escreve são seus pensamentos e raciocínios materializados. A linguagem não são somente palavras... ou, a linguagem não é somente palavras, como queira.
Pensamento/raciocínio,
linguagem e comportamento. É outra tríade indivisível. Alterando qualquer uma
dessas três, automaticamente você altera as outras duas. A mais fácil de mudar
é a linguagem. Em uma sociedade grande, como a brasileira, o processo é
demorado, mas alterando a linguagem você altera o pensamento/raciocínio e o comportamento
das pessoas. Podemos agir mais diretamente no raciocínio e/ou no comportamento. Por exemplo, eu entro em uma seita e daqui uns meses ou um ano estarei saindo de fraldas na rua cantando mantras. Meu comportamento foi alterado através da mudança da linguagem e do raciocínio.
Caso o leitor ainda não tenha se convencido da importância da linguagem, das palavras, dos signos, significados (e seus sentidos) e da relação com seus referentes, então peço ao leitor que pense ou raciocine com uma frase formada por palavras que você nunca ouviu ou leu na sua vida. Forme uma frase com palavras que você nem sabe que existe. Tente expressar aos outros (ou a você mesmo) um pensamento ou raciocínio com palavras que você desconhece totalmente. Quando você conseguir fazer isso, daí eu revejo tudo o que escrevi sobre a linguagem. Quando você conseguir fazer isso, daí tudo o que já foi escrito e falado por vários autores sobre a linguagem estará errado. Por outro lado, é óbvio que isso é impossível (pensar e/ou raciocinar em palavras que não sabemos que existem ou nunca ouvimos ou lemos), mas raciocinando em cima disso você entenderá o que significa: "No princípio tudo era verbo". Você entenderá que quando decai a inteligência, decai a moral e vice-versa.
Já encerrando, senão farei um livro aqui, mas deixo links ao final para quem quiser perder mais tempo lendo sobre pensamento/raciocínio, linguagem e comportamento, como uma afeta as outras. São textos ainda incompletos, talvez o leitor acrescente alguma coisa.
Poderia discorrer sobre outros exemplos de chavões corriqueiros, mas vou deixar alguns aqui a título de informação.
“Não é bem assim”. “Tenho meus direitos”. “Tinha que ter uma lei para isso”. “Para um bom entendedor meia palavra basta”. “Tempo é dinheiro”. "Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". “Capaz que isso é verdade”. “Estado democrático de direito”. “Estão atacando as instituições”. "O impossível é impossível somente até alguém torná-lo possível". “A pressa é inimiga da perfeição”. "O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente". “Futuro melhor para as próximas gerações”. "Quem pode mais, chora menos". "Liberal na economia e conservador nos costumes". "Desta vida não se leva nada". "Eu trabalho a semana inteira, tenho direito a me divertir". “A esperança é a última que morre”. "Não existem verdades absolutas". “O gigante acordou”. “Doa a quem doer”. "A política é a arte do possível". “Consulte o pai dos burros”. E por aí vai.
E a cada chavão proferido, o animal repete: “É somente uma expressão que utilizei”. E durante o dia o animal fala uns 50, 100 chavões, mas cada um é somente uma expressão que ele utilizou. Nada tenho contra os chavões e palpites em si, o problema é a constância, a repetição quantitativa. E o problema também é que a partir daí tudo será transformado em palavras vazias. Tudo o que a pessoa fala é automaticamente sem referente. O animal transforma tudo o que fala e escreve em palavras vazias de referente, às vezes, vazias até de significado. O ditado popular: Palavras bonitas, mas vazias de conteúdo!
Caso for dar um palpite, deixe bem claro que é um palpite: “Olha, não tenho muito conhecimento desse assunto, o que vou falar é um palpite, lá vai...” e daí você dá seu palpite. Ou diga: “Não sei, não tenho uma opinião formada”. Mas nessa hora sempre tem um animal que insiste: “Ué, você não tem opinião sobre as coisas?” E temos as variações dessas imbecilidades, cujas quais não me estenderei.
Analisando somente o último: “consulte o pai dos burros”, é um chavão porque uma pessoa burra não consulta o dicionário, um burro, por definição, não quer aprender, tem aversão ao conhecimento. Quem consulta o dicionário é porque está querendo aprender, portanto, é inteligente, e mais portanto ainda: o dicionário é o pai dos inteligentes. Porém, o dicionário em si não é o bambambam da coisa toda, mas é um parâmetro básico.
Quando você profere um chavão do alto da sua ignorância você está reagindo pela emoção, está toda afetada, porque, provavelmente, você não sabe o significado da palavra ou da expressão, mas faz uma vaga idéia na sua cabeça. É esse tipo de burrice que leva à canalhice, à baixeza moral. Decai a inteligência, decai a moral e vice-versa. Decai uma, decai a outra automaticamente.
O texto ficará nessa linguagem coloquial, sem revisão (talvez revise depois, sei lá, ou vou revisando com o tempo), pois estou com o raciocínio preguiçoso hoje. Ficarão faltando algumas coisas, mas como se diz: “Deus morreu, Marx morreu e eu mesmo não estou me sentindo muito bem”. Nesta circunstância, isso é um chavão ou um ditado?
Deus está morto, então vamos ressuscitá-lo.
Links:
https://julioseibei.blogspot.com/2024/07/pensamento-e-raciocinio.html
https://julioseibei.blogspot.com/2021/03/a-linguagem-nao-e-somente-palavras.html
https://julioseibei.blogspot.com/2019/07/esboco-de-filosofia-8-pensamento.html
https://julioseibei.blogspot.com/2020/02/esboco-de-filosofia-9-raciocinio.html
https://julioseibei.blogspot.com/2020/08/esboco-de-filosofia-10-importancia-da.html