sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Vento e Fogo


Vento que venta,
Vento que voa,
Leva para longe
O que amaldiçoa.

Fogo que queima,
Fogo que foge
Para longe de mim.
Fogo que arde.

Vento que assopra
Com o pulmão de Deus,
Atiça o fogo na alma
De quem já morreu.

Condenado às chamas,
Envolto nas nuvens
Da fumaça eterna.
Não caiu no fogo,
Mas está prestes
A perder sua alma.

Não serás purificado
Sem pedir perdão.
Serás amaldiçoado
Pelo teu coração.
Serás julgado
Pela oração.

Vento que venta,
Fogo que queima,
Vento que voa.
Fogo que teima
Na vida eterna
Do Deus que reina.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

A Morte da Poética


Um poeta tem conhecimento
Da língua na qual escreve.
Eu escrevo com sentimento,
Mas não penso no que escrevo.

Não faço escansão dos versos,
Não faço escansão do poema,
Somente cuido da rima, de certo,
Pois a rima dá música ao poema.

Mas a musicalidade não é tudo,
É preciso uma certa técnica.
Inspiração sempre ajuda,
Mas a técnica... é a técnica.

Sem técnica não tem arte.
Sem arte não tem poema.
E um poema mal feito é a morte,
É a morte do poema.

Escrever com inspiração!
De certo modo ajuda
Escrever com o coração...
Mas o coração não é tudo.

Somos feitos de vários órgãos,
Somos feitos até de ilusão.
A ilusão não é um órgão,
Mas, depende da interpretação.

O poeta escreve para si mesmo.
Às vezes, para os outros.
Se eu não leio o que escrevo,
Então, estou morto.

Quem lerá estes versos?
Quem saberá interpretá-los?
Um poema é feito de sentimentos
E sentimentos são análogos.

Mas um poema exige técnica.
Exige que se deixe bem claro.
É como escrever uma crônica
Onde tenha versos rimados.

Aí o poema fica confuso:
Se ler verso por verso, a rima até ajuda,
Mas na compreensão de tudo
O sentimento que foi passado, muda.

Então vem a explicação:
O poeta passa sentimentos
Que os outros entenderão,
Apesar dos pensamentos.

Eu sinto da mesma forma que você,
Mas tenho outros pensamentos.
Eu vejo o que outro ser humano vê
E tenho os mesmos sentimentos.

É uma questão de interpretação.
Eu interpreto meus sentimentos
E escrevo meus pensamentos
Para que você tenha sentimentos.

Sentir e pensar são duas formas.
Aquela vem primeiro na lógica,
Esta, é mais como uma arma
Que funciona de forma fisiológica.

A química do corpo pode ser mudada.
O alimento que comemos,
Não é o mesmo da alma.
Sentimentos e pensamentos.

Estamos na dualidade
Onde tudo se confunde.
Eu sinto de verdade,
Mas o pensamento me ilude.

E voltamos à técnica
Onde tudo se corrige.
Esta é a poética
Onde o poema vive.

Mosca Chata


Mas que mosca chata.
Sempre me atazanando.
Entre vários tapas
Ela sai ganhando.

Parece sempre a mesma mosca.
Parece que ela me escolheu.
Não é a mosca da sopa,
Pois essa já morreu.

É minha mosca particular.
Mesmo sendo sempre outra,
Vive a me atazanar.

Mas que mosca chata.
Não tenho pena de te matar...
Agora acertei o tapa.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Medo da Morte


Não tenho medo da morte
Se eu for ateu vou para o nada
Se eu acredito em Deus
Vou para a eternidade

Mesmo que eu vá para o inferno
Há uma dúvida que paira
Mesmo Deus sendo eterno
Essa dúvida é que mata

Também posso ir para o céu
Meus pecados não são graves
É assim que eu me julgo
Mas não garante a eternidade

O medo da morte é o medo de sofrer
Se eu morrer dormindo
Não tenho medo de morrer
Talvez tenha medo do infinito

Não digo que não penso nisso
A morte é uma certeza
Talvez tenha um mecanismo
Onde a dúvida seja a beleza

A beleza de não saber da morte
De não pensar nela diariamente
É um esquecimento que promove
Uma confusão tremenda na mente

Se Deus for assim tão cruel
Que nos faz ficar nessa dúvida
Talvez seja melhor ser ateu
Ou acreditar em Lúcifer

Como se fosse uma escolha
Entre pensamentos e sentimentos
Mas a morte não é uma escolha
Olho para cima e vejo o firmamento

Nunca fui religioso
Mas acredito em Deus
É um pensamento perigoso
Bem como em ser ateu

Essa dúvida entre acreditar
Ou não acreditar em Deus
É o que nos faz pensar
Que devemos ser ateus

Quem poderá dizer ao certo
Quê acontece depois da morte?
Se vamos para o inferno
Ou se é um jogo com a sorte

Não tenho medo da morte
Deixarei o meu legado
Mas a dúvida na morte
Favorece o diabo

Ser ou não ser
Eis a questão
Morrer ou viver
Qual a solução?

sábado, 12 de janeiro de 2019

Irmãos Portugueses

Aos irmãos portugueses Escrevo de alma lavada: O Brasil não foi colônia Em eras passadas. A mentira histórica Foi calculada e medida. Usaram a dialética Para mentir a mentira. Nesse cálculo sujo Com o esquadro e o compasso, Construíram muros Que serão despedaçados. Espíritos imundos Que a Deus responderão. Com a certeza dos anos A sua sentença terão. A história não contada Agora vem à tona: Da Coroa Portuguesa O Brasil não foi colônia! Dois séculos roubados De um país grandioso. Os crimes perpetrados Foram demais insidiosos. De uma nação Cristã Tiraram os sonhos. A vossa filosofia vã Não passa de um engodo. Às armas e à guerra, Às rosas e aos lírios. Sem derramar sangue Faremos teu martírio. Com a alma de um monge E o espirito de um guerreiro Escalaremos os montes E alcançaremos os obreiros. Antes de Napoleão Com seu projeto oculto, O espírito de Sebastião Ainda impera absoluto. Estamos preparados Com olhar esfíngico e fatal. O ocidente renovado É Brasil e Portugal. Deixo este recado, Sinto isto e escrevo isto: As glórias do passado Renasceram em Cristo.