sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

O Brasileiro


   A maioria do mundo não sabe nada sobre o Brasil além de algumas ideias vagas sobre carnaval, samba, futebol e talvez uma pitada de cinema sobre pobreza e criminalidade. Para essas pessoas, este artigo será um despertar cruel.

   Sempre tive a idéia de melhorar o Brasil, mas depois de vários anos percebi que o Brasil era um navio afundando, com corrupção cada vez mais desavergonhada, pessoas degradadas e uma sociedade que estava desmoronando. Eu nunca conheci um burocrata ou político honesto no Brasil.

   Esta é uma faceta do politicamente correto, um veneno que corrói as entranhas dos valores ocidentais.

   Quando eu era criança, crescendo no Brasil, aprendi que “o poder e/ou o dinheiro determinam o que é certo oou errado”. O poder era frequentemente abusado, com aqueles no controle agindo como se tivessem o direito dado por Deus de explorar e dominar os outros. A demonstração de autoridade pode ser tão extrema que questioná-la ou esperar que os que estão no poder cumpram seu dever pode levar a retaliação. As autoridades pareciam acreditar que seus cargos não eram para servir aos outros, mas para ganho pessoal.

   As pessoas que mostraram respeito pareciam ter aceitado humildemente uma posição inferior e subserviente. Pessoas gentis tinham que esconder sua compaixão, pois ser legal era visto como uma fraqueza.

   No Brasil, raramente vi alguém com autoridade tomar a iniciativa de resolver um problema pelo qual era responsável. Vi várias coisas erradas, mas não apenas ninguém em posição de autoridade fez o que era certo, – algo totalmente ao alcance deles – como também as autoridades e colegas o ameaçam com graves consequências se você der sequência ao caso. Desprovidos de empatia, eles também zombam e escarnecem de você que tenta fazer o certo e escarnecem da vítima.

   Uma vez, como Funcionário Público Federal, denunciei um "colega" porque ele estava fazendo atendimentos particulares dentro do setor de informática usando os materiais do serviço público. Tal denúncia resultou em nada, pelo contrário, o chefe do setor ainda ficou "de mal" comigo por ter denunciado o "colega". Ainda denunciei ele no site oficial do governo, o Sougov.br, e um ano depois nada foi feito, acredito que quem foi para uma lista negra fui eu. Antes de denunciá-lo conversei sozinho com ele sobre o fato, ele ficou quieto na hora como se eu não estivesse na sala e depois começou a fazer intrigas pelas minhas costas jogando os outros contra mim. Imaginem então se alguém denunciará um rico e poderoso no Brasil. Num país onde tudo termina em pizza, onde o denunciante que faz a coisa certa é chamado de cagoeta e o criminoso é a vítima.

   O brasileiro confunde fazer a coisa certa com cagoetagem porque o brasileiro só denuncia alguém quando é para levar vantagem e/ou prejudicar esse alguém, essa é a verdadeira cagoetagem. Fazer a coisa certa porque é a coisa certa a se fazer não faz parte da mentalidade do brasileiro, por isso essa impunidade toda. No Brasil vive-se numa pasta mental onde ninguém entende conceito nenhum de Ética e Moral, então é mais simples e "pragmático" levar vantagem em tudo mesmo sabendo que outros serão prejudicados. Muitos prejudicam os outros de propósito. Quando você faz a coisa certa lhe perguntam: "Mas o que você ganhou com isso?" e "Você nem conhecia o cara."

   Sim, há um elemento de sadismo aqui. Há algum grau de prazer que os brasileiros sentem na dor sofrida pelos outros. A atitude das autoridades é como a do burocrata que disse que seu uísque Black Label tem um gosto muito melhor porque ele sabe que a maioria dos brasileiros não pode se dar ao luxo de bebê-lo.

   Isso deixa os outros confusos. Se eles tivessem poder, mesmo que fossem corruptos, em uma situação em que não havia nada a ganhar ou perder – nenhum suborno a receber, já que ambas as partes eram pobres e não havia nenhum risco de ofender alguém bem relacionado – eles fariam a coisa certa e registrariam o suposto estuprador. Esses brasileiros não fariam nada, nem mesmo levantariam um dedo, a menos que houvesse uma recompensa: dinheiro ou sexo. A apatia deles era infinita.

   Fazer seu trabalho pode ser considerado afeminado por aqueles acima de você. Se você pode tirar o corpo fora, você é considerado macho. Nessa cultura, raramente há orgulho ou honra em fazer o que é certo. Se você chamar um encanador para reparos, ele achará que se sairá mal se não fazer alguma lambança. Ele pode deliberadamente fazer um trabalho de má qualidade, mesmo que fazê-lo bem não leve mais tempo. Uma complexa teia de arrogância, egoísmo, servilismo, casteísmo, tribalismo e pensamento mágico impulsiona esse comportamento. Ele mostra seu desprezo por você e leva a melhor sobre você deixando uma bagunça. Seu cliente, como o outro lado da mesma moeda, pode muito bem desprezar e explorar alguém que fez bem o seu trabalho.

   Se você fizer um trabalho ruim, isso significa que você não será chamado de volta? Isso não importa para as pessoas que sequer possuem padrões e que não pensam no futuro. Há pouco feedback positivo para aqueles que querem fazer um serviço bem feito, ser justos ou fazer produtos melhores. A sua promoção a um cargo superior tanto no serviço público ou no serviço privado virá do famoso QI (Quem Indica), não virá da sua competência, ao contrário, quanto mais puxa-saco e boçal você for mais você subirá na hierarquia.

   Equidade, justiça, confiança, empatia e imparcialidade são estranhas para muitos brasileiros. Eles têm dificuldade em dizer a diferença entre o certo e o errado. Eles são indiferentes, mesmo quando nenhum custo está associado a ser justo. Além disso, se eles pudessem fazer o bem sem nenhum custo pessoal, eles ainda prefeririam não fazê-lo, porque isso pode ser visto como um sinal de fraqueza.

   Os brasileiros são doutrinados a serem submissos e escravas mentais. A manipulação é tão profunda que os brasileiros se dirigem àqueles que estão um pouco acima deles em autoridade como “senhor”. Eles tendem a ser servis, bajuladores e puxa-sacos. Isso não deve ser confundido com respeito, porque o respeito é estranho aos brasileiros. Quando eles o chamam de “senhor”, isso reflete a visão deles de você apenas como a figura mais forte na interação, consistente com a visão deles de que o poder determina o que é certo. Eles vão depreciá-lo no momento em que você estiver em uma posição mais fraca.

   Ou você é superior ou inferior – portanto, ou você é abusador ou abusado, ou você é opressor ou é oprimido. A igualdade é impossível. Um visitante aprende muito rapidamente que dizer “por favor” e “obrigado” é visto como um sinal de fraqueza e é reservado para aqueles que desejam se rebaixar.

   A constituição e as leis têm pouco valor. As únicas forças que impulsionam essas instituições são subornos e conexões. Quer você se aproxime dos mais altos líderes políticos ou dos burocratas mais mesquinhos, eles exigem subornos aberta e descaradamente.

   Os malandros das ruas são altamente valorizados e os criminosos que fogem da justiça são celebrados. Os corruptos de colarinho branco se proliferam, os políticos brasileiros são os piores do mundo, todos eles são estelionatários que enganam o povo com promessas que sabem nunca cumprirão. E o povo, estúpido, acredita sempre.

   Quando alguém é enganado em uma sociedade em que ninguém confia em ninguém, ele raramente busca justiça contra o trapaceiro. Em vez disso, ele engana os outros. Os homens abusam das mulheres, as mulheres abusam dos homens, as mulheres e os homens abusam das crianças e as crianças abusam dos animais. Os animais se defendem e atacam como podem, os que não viram "filhos pets" viram animais de rua. Os brasileiros de castas superiores abusam dos de castas inferiores, enquanto as pessoas de castas inferiores lutam com outras pessoas de castas inferiores para determinar quem é superior. É um ciclo perpétuo de desconfiança e arbitrariedade.

   As pessoas no mundo falam sobre um sistema de quatro ou cinco castas. Isso deixa a questão confusa, pois isso dá uma sensação exagerada de estrutura. Na realidade, existem 200 milhões de castas no Brasil. Todas as interações são sobre avaliar você. Você acaba oprimindo os outros ou sendo oprimido. As chamadas pessoas de casta inferior são mais conscientes da casta do que as pessoas de casta superior, porém, essas pessoas são subservientes ao extremo.

   A maioria dos problemas de casta no Brasil é descrita nas notícias no tempo passivo e no gerúndio. Fulano de tal foi oprimido e abusado. Fulano de tal estará fazendo tal coisa. Sim, a vítima é uma pessoa de casta inferior, mas o opressor geralmente é de uma casta igualmente baixa. Quando uma pessoa de casta inferior sobe no poder, ela adora exibi-lo para aqueles de castas superiores. Que melhor maneira de mostrar poder do que abusar dos outros e se safar se você é poderoso ou – se você é um encanador – deixando uma bagunça? Pessoas diferentes exibem poder de acordo com o que podem fazer. Funcionários públicos (burocratas) adoram abusar do seu poderzinho porque sabem que são fracassados e é o máximo que subirão na hierarquia de status na sociedade.

   Muitas pessoas mentem descaradamente. Todo mundo sabe que todo mundo mente, mas todo mundo mente de qualquer maneira. Muitos brasileiros se convencem de suas mentiras até que não consigam mais diferenciar entre fato e ficção. Mesmo que você não precise ou queira, você tem que exagerar e mentir, pois sabe que seu ouvinte se calibrará de acordo com o que você diz. As conversas geralmente são impulsionadas por ganhos materiais pessoais. Toda transação é um jogo de soma zero – ou talvez um jogo de soma negativa, pois o sadismo pode fazer parte da equação.

   Você pode achar que estará seguro se trabalhar com membros da família, mas eles podem se tornar seus maiores inimigos, pois até eles o trairão. A honra não faz parte do código social. Os brasileiros são pessoas atomizadas e não conhecem a lealdade. Os brasileiros escondem dinheiro em suas próprias casas e não contam nem mesmo aos membros da família. Entre os mais ricos, "cultura" é viajar para turismo, exibir a casa, mostrar os carrões, andar com roupas caras de marca, ser pedante (exibir um conhecimento que não possui), sinalizar virtudes as quais sequer sabe o que significam, enfim, falsidade e fingimento.

   Eu nunca (estou usando a palavra deliberadamente) tive um contrato honrado no Brasil. Quando você subornar, você deve fazê-lo com habilidade. Se você tiver uma disputa legal, o juiz e a polícia aceitarão subornos de ambos os lados dessa disputa. Seu advogado conspirará com o lado oposto e com o juiz bem na sua frente para maximizar os subornos. Isso pode parecer inacreditável, mas isso não muda a realidade. No chão de fábrica, o PM (Policial militar) inventará mil formas de pedir suborno sem que pareça que está pedindo suborno, o Policial Civil a mesma coisa. A Polícia fedral, como lida com ricos e poderosos, a diferença das outras Polícias é a quantia pedida.

      Fico surpreso que os que estavam no poder não esperassem servilismo ou reverência. Durante anos, me senti desconfortável, como se não estivesse cumprindo minha parte da transação, a menos que pagasse subornos. Muitas vezes o pedido de suborno é velado, nas entrelinhas.

   As palavras para a maioria das virtudes não vêm das línguas nativas do Brasil. Mas só porque as palavras entraram na língua não significa que os brasileiros aceitem essas virtudes; elas foram e se tornaram uma fachada para velhos hábitos.

   Todo mundo constrói cercas altas e muros sólidos ao redor de sua propriedade. Todo mundo faz isso no dia em que compra uma propriedade, porque seus vizinhos invadirão suas terras se puderem. É difícil para um brasileiro entender por que as pessoas não constroem cercas. Nem tanto é pela segurança, o brasileiro diz "vai que um ladrão entra na casa", mas mora 30 anos no mesmo lugar e nunca sequer um ladrão tentou entrar. Uma parente minha construiu um muro de 2 metros de altura nos fundos da casa porque não aguentava mais as pessoas passando pelo pátio dos fundos da casa dela. Tinha um carreiro porque os brasileiros(as) não querem dar mais 10 passos até a esquina, então atravessam o terreno dos outros - o conceito de propriedade privada não existe mais no Brasil -, essa parente me falou que quando estava na sala dos fundos - aquela sala da "bagunça" onde fica a sala com a televisão e a cozinha numa peça só - ficava com a porta dos fundos aberta e volta e meia aparecia algum desconhecido que enfiava a cara na porta, dava um vistaço na casa dela e cumprimentava "tudo bem vizinha?". Todos conhecidos dos vizinhos que moravam ao lado da casa dela. Então ela construiu um muro, mais porque não aguentava mais o desrespeito do que por segurança.
   No primeiro fim de semana após terminado o muro, os vizinhos dos fundos que todo fim semana ficavam de bebedeira, começaram a gritar: "Olha o muro de Berlim, a vizinha quer separar as pessoas". Eu estava lá nesse dia. Esses vizinhos completamente bêbados e cantando/gritando músicas sertanejas, pagode, funk e sei-lá-mais-o-quê gritavam de vez em quando: "Olha o muro de Berlim.". Eu já tinha anteriormente pedido várias vezes para eles falarem com os amigos deles para não atravessarem o pátio, mas foi infrutífero. Naquele dia demos boas risadas porque sabíamos que quando eu fosse conversar com eles no outro dia eles seriam completamente submissos, o que de fato aconteceu, pois minha parente já era um tanto idosa e a falta de respeito do brasileiro(a) é uma coisa impressionante, mas impressionante no mau sentido.

   Existem pessoas boas, sãs, morais e racionais no Brasil, mas tenho mais dedos do que o número total de brasileiros que são assim. Pelos padrões brasileiros, nossa família era decente, mas subserviente. Isso, de certa maneira, me protegeu de muita depravação e tornou possível ignorar as histórias que ouvi. Meu irmão mais velho enlouqueceu a ponto de tentar se matar se entupindo de remédios, todos remédios "tarja preta" com receitas. Fico pensando: como é possível um médico entupir um paciente de remédios fortes sabendo que ele têm problemas mentais e que certamente não saberá tomar tais remédios na hora certa? Ele carregava uma sacola cheia de remédios como rivotril e outros à base de donepezila. Quando o encontrei deitado no chão da casa da nossa mãe, ele estava cinza, não estava pálido, estava da cor cinza. Minha irmã tinha chamado o Samu e estava esperando faziam uns 30 minutos. Eu falei para ela tirar o carro da garagem para levarmos ao hospital. Pedi para meu filho mais velho ajudar-me a levantá-lo, pois meu irmão é grande. Ao caminhar até o carro deu uma reação e ele vomitou. No vômito, lembro-me, tinha umas 10 ou mais pílulas todas inteiras ainda não digeridas.
   No hospital, já desmaiado, ele foi entubado e saíram dele 3 litros de um líquido amarelo-esverdeado que eu perguntei ao médico o que era aquilo. Ele respondeu que era tudo remédio não absorvido misturado com líquidos e ácidos estomacais. O médico ainda olhou para ele entubado na maca e disse: "Se tivessem demorado mais uns 10 minutos" e balançou a cabeça negativamente várias vezes dando a entender que ele não teria sobrevivido. Depois, esse médico, ao ver que eu não era rico, mas ganhava bem, "sugeriu" levar meu irmão para um outro hospital particular cuja UTI seria melhor, pois nesse hospital ele o colocaria numa UTI coletiva, o que aceitei depois de suborná-lo.

   Entre os brasileiros comuns, as conversas giram em torno de calúnias, fofocas sobre amigos, discussões sobre celebridades, futebol, empulhações sarcásticas maldosas, superstições e animosidade em relação a outros grupos. No trabalho, os brasileiros homens falam de futebol, da celebridade gostosa da semana e de trabalho (porque estão no trabalho senão nem disso falariam); as mulheres falam de novelas, de coisas fúteis de mulher, do celebridade gostoso da semana e de trabalho (porque estão no trabalho senão nem disso falariam).

   Não creio que eu tenha entendido os conceitos de honra e lealdade até ler bastante e chegar na idade adulta. A palavra "verdade" para os brasileiros significa a sua própria verdade sem ter nada a ver com o referente da coisa em si. A(o) brasileiro(a) é ensinado a mentir e ser falso desde pequeno, seus pais fazem isso porque assim aprenderam dos seus pais. O(a) brasileira(o) é castigado desde pequeno quando fala a verdade. Sempre com o chavão de "temos de aprender a nos comportar". Temos de ser comportadinhos!
   O princípio fundamental para entender o Brasil é que ele é uma sociedade amoral e irracional desprovida de valores. Quaisquer valores que você tentar incutir deslizarão como água na sarjeta.

   Tenho visto uma piora contínua da sociedade brasileira. Qualquer graça e civilidade que os missionários cristãos e colonizadores incutiram nos brasileiros foram lentamente corroídas.

   Com o tempo, percebi que, para a maioria dos imigrantes brasileiros, isso levava a uma necessidade compulsiva de recriar o Brasil nos guetos para os quais se mudaram. Eles procuraram os cheiros familiares, o barulho e a agitação constante. Eles recriaram o emocionalismo sem fim, conflitos infrutíferos, caos e endogamia intelectual. Recriavam o barulho imbecil, a gritaria constante no Brasil, a estupidez do carnaval do pão e do circo.

   Quando vão para o exterior se perguntam por que eles confiam tanto?. O que nos impediria de roubar tudo que estivesse à vista? A maioria dos imigrantes nunca compreende verdadeiramente o significado de “confiança” e “gratidão”. Pior, eles descobrem que reclamar muitas vezes leva a benefícios – a única coisa com a qual eles realmente se importam no mundo multicultural. Valores humanistas e civilizacionais nunca chegam a emocioná-los. A esamgadora maioria dos Braisleiros que vão para o exterior, a primeira coisa que reclamam é a tal "falta de calor humano". Confundem festa e bebedeira com calor humano.

   As estatísticas não ressoam na psique brasileira. Não há sensação de uma área cinzenta; tudo é preto ou branco, sem apreciação por nuances, o brasileiro tem somente dois neurônios: o tico e o teco. Ou ele é contra ou é a favor ou é tanto-faz-como-fez. Isso leva o brasileiro a ser massa de manobra porque tem somente 3 decisões. Essa falta de proporcionalidade leva à indecisão e à incapacidade de valorizar as coisas. No final, emoções desenfreadas impulsionam a vida. Eu carreguei comigo uma parte dessa mesma mentalidade. Realinhar meu pensamento com a razão, a moralidade e os valores Cristãos foi uma tarefa difícil. O Cristianismo, bem ou mal, é o único movimento, vamos dizer assim, que conserva a Ética e a Moral: os 10 Mandamentos.

   Não tive uma educação privilegiada, sempre estudei por conta, mesmo tentando o meu máximo, me livrar dos vícios da mentira e do fingimento e remodelar meu pensamento levou décadas. Qualquer crença errônea da qual tomei conhecimento e tentei mudar colidiu com outras crenças e padrões mentais profundamente arraigados. Era como tentar substituir um tijolo quebrado no castelo de minhas construções cognitivas sem desestabilizar toda a estrutura. Às vezes, eu tinha que ficar bêbado apenas para encontrar uma sensação fugaz de sanidade.

   Com o tempo, percebi que comecei a dormir melhor e me senti mentalmente mais livre. Até meu corpo começou a mudar, e a nuvem mental que entupiu meus pensamentos começou a se dissipar. Uma sensação reconfortante de que aqueles ao meu redor me apoiavam foi imensamente útil. Os pensamentos confusos e contraditórios que causaram estresse crônico começaram a desaparecer.

   Aquuilo que chamam de "Política" no Brasil se resume a estelionato e sempre foi assim. Ruy Barbosa naquela famosa frase dele "De tanto ver o poder se agigantar na mãos do maus, etc, etc... o homem chega ter vergonha de ser honesto". Essa frase foi proferida em meio a um discurso no Senado na época no Rio de janeiro, Ruy era senador, discurso este do caso Satélite II, um caso de corrupção, isso a uns 115 anos atrás. Lembrando que Ruy Barbosa fpoi aquele que queimou a maioria dos registros sobre a escravatura nao Brasil e apoiou o golpe no Imperador, depois Ruy pediu desculpas, mas é bem típico do brasileiro: faz a porcaria e depois pede desculpas da boca para fora, não por um arrependimento sincero, mas por uma questão de vaidade.
   Mário Ferreira dos Santos escreveu um texto chamado "Brasil, um país sem esperança?" dizendo que por não termos seguido as lições do Barão de Mauá deixamos de ser a maior nação do mundo e que perdemos várias oportunidades, mas não a esperança, isso na década de 1960. Mário arrematou dizendo que o problema é que falta ao brasileiro uma vontade resoluta para por em execução as soluções, ou seja, chamou o brasileiro de indolente e preguiçoso. O brasileiro, muitas vezes, sabe o problema, sabe a solução definitiva, mas o "hi hi hi levei vantaji" o impede de por em prática tal solução definitiva, pois sua mente é voltada somente para levar vantagem em dinheiro, sexo e/ou poder. O brasileiro quando se apresenta alguma oportunidade para ele, o primeiro pensamento é "o que vou ganhar com isso?". Não há mais aquela normalidade de as duas partes ao entrar em um negócio saírem satisfeitas as duas. Na mente do brasileiro os dois entram com a única intenção de levar vantagem, de um lograr o outro.

   O sistema Judiciário brasileiro, junto com aquilo que chamam de Política, são os piores do planeta. O sistema judiciário é totalmente corrupto. Minha mãe, certa feita, descobriu que a operado de telefonia estava cobrando duas contas no débito em conta fazia mais de ano. Num mês apareciam dois valores, por exemplo, R$189,43 e R$196,83. Conseguimos os extratos, falamos com o banco que confirmou que os descontos estavam sendo feitos, ou seja, não era um "erro do sistema" somente no papel, o dinheiro saiu da conta corrente. tiramos a conta do débito em conta e de posse dos documentos conseguidos acionamos um advogado para cobrar o ressarcimento. Depois de um ano e várias conversas com o advogado e o processo se desenrolando, na última vez que falamos com ele, isso tem uns 15 anos, ele nos informou que todos os processos desse tipo estavam bloqueados pelo STF porque o STF estava juntando informações de vários casos do mesmo tipo e daria uma decisão conjunta que resultaria numa Súmula Jurisprudencial que se estenderia a todos os outros casos, o que confirmei depois porque achei tão estranho que parecia papo de advogado, mas não era.
   Na época até fiz uma analogia com o advogado para ver se eu havia entendido. Perguntei se era como se o STF pegasse uns 20 casos de homicídio, decidisse que todos os 20 eram inocentes e isso se estenderia para todo o Brasil. Ele confirmou que, analogamente, era isso mesmo. Argumentei que era um absurdo, pois no aspecto Legal e Jurídico cada caso é um caso com suas atenuantes e agravantes. Ele concordou, mas disse que nada mais havia para ser feito a não ser esperar. Até hoje não sabemos se saiu a tal jurisprudência do STF e se saiu, não foi nos informado nada. Venceram pelo cansaço.
   Esse é o sistema jurídico brasileiro, corrupto na essência onde as decisões há anos vem de cima para baixo, os acordos são feitos lá em cima entre a elite financeira criminosa do Brasil. Os advogados no Brasil, caso você tiver uma sorte extrema daquelas mitológicas, você terá um advogado medíocre, porém honesto que, provavelmente, perderá a causa, ou seja, você terá a razão e perderá a causa.

   Os brasileiros não conseguem entender o respeito pelo indivíduo. Falar com eles sobre “direitos” só leva à confusão. Eles não conseguem diferenciar entre direitos “negativos” e “positivos”. Só sabem repetir como papagaios: "tenho meus direitos". Por exemplo, quando ensinados sobre direitos de propriedade, eles aprendem a proteger sua propriedade, mas não reconhecem os direitos dos outros. As mulheres, quando ensinadas que o estupro é uma violação, podem começar a vê-lo em todas as situações e usá-lo como uma ferramenta para explorar os homens. À medida que são apresentados ao conceito de direitos, eles deixam de aceitar suas vidas miseráveis para adotar uma mentalidade ressentida e de vítima. O vitimismo e o coitadismo imperam no Brasil. Até a pessoa mais rica e poderosa - não interessa quem for - o brasileiro considera que, no fundo, ela é uma vítima do sistema!

   Você não pode ensinar nada de bom às pessoas até que elas tenham os fundamentos da ética, moralidade, racionalidade, causalidade e outros valores. Sem esses fundamentos, os frutos da civilização servem apenas para transformar as tendências hedônicas muitas vezes ocultas das pessoas em algo mais malévolo. Cada fruto civilizacional – educação, roupas ocidentais, prosperidade, instituições ocidentais – foi pervertido no Brasil.

   O Brasil de hoje carece até mesmo do vago Estado de Direito que existia antes da chegada dos europeus. É por isso que será uma melhoria quando o Brasil eventualmente entrar em colapso e o sistema autoritário semelhante ao comunismo Chinês ou Coreano do Norte tomar conta do Brasil, mas acredito que nem assim o brasileiro cairá em si.
   O Cristianismo foi “alimentado” por superstições brasileiras, batuques, cultos evangélicos e macumba. A gramática caiu no esquecimento e a Língua Portuguesa virou uma espécie de dialeto repleto de gírias e neologismos estrangeiros.

   A educação e as roupas ocidentais foram adotadas com uma mentalidade de culto colonial. O foco está na obtenção de certificados e no uso de ternos, como se esses símbolos externos por si só conferissem status e benefícios materiais. Da mesma forma, a educação não é vista como um meio de promover o crescimento intelectual ou evoluir para se tornar um ser humano melhor. Em vez disso, impulsionada por desejos animalescos, conveniência e busca antiética de recursos, a maioria dos brasileiros despreza a ideia de autoaperfeiçoamento.

   A educação aplicada a uma mente irracional que processa informações por meio do pensamento mágico torna-se onerosa, tornando essas pessoas piores do que suas contrapartes sem instrução.

   A mente brasileira deveria ter se tornado moral e racional e imbuída de honra, disciplina, respeito e integridade, antes de ser formalmente educada e provida dos frutos da civilização ocidental. Infelizmente, isso teria sido, na melhor das hipóteses, um processo de milênios.

   Na economia, existe um conceito de “armadilha da renda média”. Prefiro chamar a situação do Brasil de “armadilha de baixa renda”, economia de crédito onde todos estão endividados de alguma maneira, seja com dívidas no banco mesmo, em alguma loja ou pagando impostos escorchantes. Ao contrário das crenças dos economistas profissionais, essas armadilhas têm fundamentos culturais; é virtualmente impossível escapar. O brasileiro é um escravo pagador de impostos!

   A prosperidade não levou à paz social nem ao crescimento intelectual e espiritual. Os brasileiros não entendem o conceito de conforto. A maioria dos brasileiros ricos constroem casas extravagantes não por conforto, mas para exibir riqueza, ostentação e controlar os mais pobres do que eles. Pior, a prosperidade fácil que é essencialmente resultado dos avanços tecnológicos ocidentais, descarrilou a busca da racionalidade e da moralidade. As mídias sociais são uma plataforma para a troca de mitos, superstições e pornografia. A revolução da TI não leva iluminação para as partes mais pobres do mundo!

   Hoje, o Brasil está mais entrincheirado no pensamento mágico e na superstição do que no passado. O hedonismo é galopante e as famílias já desmoronaram.

   Quando elevados a altos cargos, a maioria dos brasileiros se torna arrogante e sádica. Isso é mais uma crença genuína de que a arrogância e o sadismo definem poder e classe do que um desejo de mascarar sua incompetência e fraquezas psicológicas. Isso também serve como uma maneira de lidar com o complexo de inferioridade profundamente arraigado instilado por sua cultura. Qualquer graça e civilidade que já foram imbuídas nos brasileiros pelos colonizadores foram corroídas.

   A riqueza criada no mundo hipnotiza os brasileiros. No entanto, eles não conseguem entender os fundamentos dessa riqueza. Eles igualam o Ocidente aos estereótipos de Hollywood: garotas de saias curtas, promiscuidade, bebida e drogas, ostentação de riqueza, trabalho em escritórios luxuosos e controlar os outros. Esta é a verdadeira alma brasileira, uma vez obscurecida pela moral vitoriana e pelas restrições evangélicas. É um retorno a uma cultura hedonista pré-colonial, pré-vitoriana.

   O Brasil acabará por anular todos os benefícios que obteve do Ocidente e voltará aos seus modos pré-coloniais. Ele vai desmoronar por completo, e eu não ficaria surpreso se grande parte de sua população fosse vítima da guerra e da fome e diminuísse para o nível que era antes da chegada dos europeus. Aliás, a Eupora em si já colapsou também. Os "Europeus" aqui mencionados referem-se aos europeus de antigamente, não aos europeus de hoje que são um arremedo dos seus antepassados.

   A maioria dos brasileiros não consegue pensar em nada além de dinheiro, sexo e sobrevivência – exatamente o que você esperaria de uma sociedade com um QI abaixo do de macaco. Todo valor ocidental dado a eles foi caricaturado e corrompido para esses fins.

   Os brasileiros não têm Dez Mandamentos. Eles estão tão inconscientes desses valores que permanecem alheios, mesmo que sejam apresentados à força a eles. Não há nada que você possa fazer sobre isso, exceto tentar entender o que a imigração do Brasil e do resto do Terceiro Mundo fará com o Ocidente.

 Adaptado de Jayant Bhandari 
@JayantBhandari5

[Este artigo foi adaptado de um discurso recente proferido na conferência da Property and Freedom Society em Bodrum, Turquia.]

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