domingo, 23 de fevereiro de 2025

Como um monte de caracteres de um código-fonte transforma-se em "voltagens"?


Introdução

   Essa pergunta me foi feita por um conhecido e, apesar de eu ter dado uma explicação rápida e satisfatória na hora percebi que essa dúvida, ainda que simples, é bastante pertinente. Então resolvi desenvolver o assunto e a coisa foi aumentando até resultar nestas laudas.

   Vejam bem, as informações aqui presentes apesar de serem bastantes básicas, são completas, mas de forma alguma encerram o assunto. Contudo, por uma questão de tamanho do artigo optei por deixá-lo de forma básica.

   Um computador funciona, logicamente, movido à eletricidade. Em grego, a palavra "elektron" significa âmbar, pois foi através do âmbar que foi descoberta a eletricidade e a partir desse vocábulo surgiram as palavras elétron e eletricidade.

   Há cargas elétricas positivas e negativas. As cargas de nome igual (mesmo sinal) se repelem e as de nomes distintos (sinais diferentes) se atraem.
Elétron - partícula mais leve que leva carga elétrica negativa.
Próton - partícula de carga elétrica positiva.
Nêutron - tem quantidades iguais de cargas elétricas positiva e negativa.

   Um corpo tem carga negativa, se nele há um excesso de elétrons e carga positiva, se há falta de elétrons em relação ao número de prótons.

   Note que os termos carga elétrica "negativa" e carga elétrica "positiva" são convenções para distinguir as cargas. Poderiam ter chamado de carga branca e carga preta, carga yin e carga yang, sei lá.

   Graças à força do seu campo eletrostático uma carga pode realizar trabalho ao deslocar outra carga por atração ou repulsão. Essa capacidade de realizar trabalho é chamada de potencial. Quando uma carga for diferente da outra haverá entre elas uma diferença de potencial.

   A Diferença de Potencial (ddp), mais conhecida como Tensão Elétrica, tem como unidade fundamental o volt (V), por isso é conhecido popularmente como voltagem que não é um termo tecnicamente correto, mas é usual. Quando fala-se aqui de voltagem entenda-se Diferença de Potencial ou Tensão Elétrica.

   A Corrente Elétrica, por sua vez, é simplesmente o fluxo de elétrons. Essa corrente é produzida pelo deslocamento de elétrons através de uma ddp (tensão) em um condutor (fio de cobre, por exemplo). A unidade fundamental de corrente é o ampère (A). O termo Amperagem, que também não é um termo tecnicamente correto, refere-se à Corrente Elétrica.

   A fonte de alimentação converte a corrente alternada (AC - Alternate Current) da sua casa para corrente contínua (DC - Direct Current) necessária para o funcionamento do seu computador.

   Ela é a responsável por converter os 110 ou 220 volts da rede elétrica para as voltagens básicas de 3.3V, 5V e 12V (que são voltagens baixas) fornecidas nas diferentes saídas da fonte de alimentação do computador, além de filtrar a corrente e atenuar picos de tensão. Alguns dos problemas que causam travamentos, erros na instalação de programas, etc, são ocasionados por problemas elétricos.

   Vejam bem, em programação estamos, grosso modo, manipulando voltagens, pois um computador é uma máquina movida à eletricidade e são voltagens que correm por seus circuitos eletrônicos através da corrente elétrica. Não falarei aqui das frequências, pois o assunto se estenderia demais sem ter razão para tal uma vez que o escopo do artigo não é esse, contudo, deixo aqui um resumo: na corrente elétrica a Frequência é o número de vezes que uma onda se repete ou quando completa um ciclo positivo-para-negativo. Quanto mais ciclos ocorrerem por segundo, maior a Frequência.

   Os famosos "bits" são representados por voltagens. Um bit 0 em um determinado circuito representa uma determinada voltagem. Um bit 1 num determinado circuito representa uma voltagem também, e essa voltagem é um valor em volts, inclusive zero. Por exemplo, num circuito, um bit 0 pode ser 0,2V e em outro circuito um bit 0 pode ser 0,5V. O bit 0 geralmente é um valor próximo de zero volt, mas depende do circuito.

   As funções dos transistores, dos resistores, dos capacitores e etc, envolvem aumentar voltagens, diminuir voltagens, conduzir o fluxo e armazenar cargas elétricas para que cada circuito receba a voltagem correta.

   Há certo tempo atrás os travamentos em sistemas operacionais, programas, etc, ocorriam mais por problemas de Hardware do que de Software; da seguinte forma: em um determinado circuito da placa mãe, por exemplo, deveria passar uma determinada voltagem, mas devido ao componente (capacitor, resistor, etc) não suportar essa voltagem, para mais ou para menos, ele apresentava mau funcionamento e interrompia o fluxo da eletricidade fazendo a execução do programa travar. Esse mau funcionamento poderia ser causado pela má qualidade do componente, por aquecimento do computador, etc. Daí tinha-se de reiniciar o computador. Para resolver esse problema criou-se o conceito de "limites" além de, com o tempo e novas tecnologias foram descobrindo novos materiais, como o silício.

   Um exemplo bem claro desses limites são as memórias RAMs. Elas funcionam, geralmente, com voltagens de até 5V (as DDR5 trabalham com 1,1V; as DDR4 trabalham com 1,2V; as DDR3 trabalham entre 1,35-1,5V; DDR2 com 1,8V e DDR com 2,5V). Um bit 0 pode ser, por exemplo, uma voltagem de 0 a 1V, ou seja, se é enviado 0,5V como sendo um bit 0 a memória aceitará. Esses números são apenas exemplos, a faixa varia muito, porém, são sempre voltagens muito baixas e dentro dos limites estabelecidos pelo fabricante. E temos ainda, nas memórias RAMs, a Taxa de dados (Mb/s) e a Taxa de transferência (GB/s) que também operam dentro de limites pré-estabelecidos.

   Às vezes, essa mudança aleatória de voltagem (e/ou de frequência) pode ocorrer por aquecimento dos componentes do circuito. Antigamente ocorriam mais travamentos porque os computadores esquentavam demais e isso acarretava em mudança nas voltagens internas e quando determinado componente recebia uma voltagem errada ele interrompia o fluxo.

   Cada componente de um circuito eletrônico é fabricado para trabalhar com uma determinada voltagem e uma determinada frequência. Um exemplo claro é ligar em 220 volts uma fonte de alimentação que está colocada para trabalhar em 110 volts. A fonte queimará ou se for uma fonte de boa procedência terá um mecanismo de proteção para evitar a queima dos componentes, ou se for uma fonte que tolera 90 Volts AC até 240 Volts AC dispensando a chave de mudança 110/220, não queimará.

   Se acontecer um pico muito elevado de tensão na rede elétrica, esse pico passará tão rápido e atingirá os componentes do circuito e somente depois o fusível queimará. Nesse caso, diz-se que a fonte "torrou". A não ser que tenha um bom No-Break entre a fonte e a tomada.

   E se você ligar o computador em 110 volts com a fonte colocada em 220 volts, ele irá ligar, acenderá as luzinhas, mas não funcionará, pois não tem energia suficiente para seus componentes que foram fabricados para trabalhar naquelas determinadas voltagens, às quais não estão sendo fornecidas apropriadamente. Não terá "força".


Código-Fonte em Voltagens

   Como que um monte de caracteres de um código-fonte transforma-se em voltagens?

   Quando o vivente está programando, ou seja, virando noites digitando em uma determinada linguagem de programação e ingerindo quantidades absurdas de café, prejudicando o estômago e o fígado e ficando pançudo, ele está, indiretamente, determinando voltagens que passarão pelos circuitos, por exemplo, da placa mãe.

   Uma placa mãe é uma placa de circuito eletrônico com seus diversos componentes. Um processador, grosso modo, também é uma placa de circuito eletrônico, porém, em tamanho muito mais reduzido, é um circuito integrado.

   O código-fonte com seus comandos e instruções é compilado em um processo que não dá para ser explicado minuciosamente aqui, pois envolve análise léxica, análise sintática, análise heurística, etc, e não vem ao caso.

    O computador armazena e movimenta as informações de forma eletrônica, podendo utilizar um valor de corrente elétrica. Para um computador representar eletricamente todos os símbolos da linguagem humana seriam necessárias mais de 100 voltagens diferentes. Uma máquina assim, além de ter custo elevado, seria difícil de construir. Dessa forma, num passado não muito distante, optou-se por construir máquinas binárias capazes de entender apenas dois valores diferentes, o 0 e o 1.
   
   Apesar de que a Computação Quântica está vindo aí com seus qubits (Bits Quânticos) que executam algoritmos quânticos multidimensionais, ainda usaremos computadores clássicos por um bom tempo. Um bit binário clássico pode representar apenas um único valor binário, como 0 ou 1, o que significa que ele só pode estar em um dos dois estados possíveis. Um qubit, no entanto, pode representar um 0, um 1 ou qualquer proporção de 0 e 1 na superposição de ambos os estados, com uma determinada probabilidade de ser 0 e uma determinada probabilidade de ser 1, tipo o Gato de Schrödinger, mas não vem ao caso. Além disso, um computador quântico necessita de um hardware diferente que, atualmente, um Computador Quântico é do tamanho de um carro, assim como antigamente quando os computadores clássicos surgiram ocupavam uma sala inteira.
 
   No link ao final tem maiores explicações sobre Computação Quântica, mas deixo um gostinho:

"Seu computador desktop provavelmente usa um ventilador para esfriar o suficiente para funcionar. Nossos processadores quânticos precisam estar muito frios – cerca de um centésimo de grau acima do zero absoluto – para evitar a “decoerência” ou manter seus estados quânticos. Para conseguir isso, usamos superfluidos super-resfriados. Nessas temperaturas ultrabaixas, certos materiais exibem um importante efeito da mecânica quântica: os elétrons se movem através deles sem resistência. Isso os torna “supercondutores”.
Quando os elétrons passam por supercondutores, eles se combinam, formando "pares de Cooper". Esses pares podem carregar uma carga através de barreiras, ou isolantes, por meio de um processo conhecido como tunelamento quântico. Dois supercondutores colocados em cada lado de um isolante formam uma junção Josephson."
 
   Os "pares de Cooper" foram criados por Sheldon Lee Cooper... bazinga!
 
   Vê-se que Computadores Quânticos também usam eletricidade.
  
   Um bit clássico isolado representa apenas 2 valores, ou seja, em um determinado circuito uma determinada voltagem pode ser um bit 0 ou um bit 1. E esses bits que formam os caracteres são convencionados pela famosa tabela ASCII. A tabela ASCII Completa contém a tabela dos Caracteres de Controle (0 a 31), a tabela ASCII Normal (32 a 127) e a tabela ASCII Estendida (128 a 255).

   Porém, não confunda a tabela ASCII com o padrão Unicode, mais conhecido pelo seu esquema de padronização de transformação (UTF - Unicode Transformation Format). Este é outro assunto que também não vem ao caso agora.

   Para a letra "a" se formar na tela do monitor o processador envia para a placa de vídeo a sequência 01100001 que trabalhará essas voltagens e as enviará ao monitor. O monitor, por sua vez, iluminará os pixels correspondentes nas cores determinadas formando a letra "a" na tela. A letra "A" maiúscula é a sequência 01000001. Cada símbolo da tabela ASCII tem a sua sequência pré-determinada, convencionada.

   É assim que são formadas as letras, as palavras, as frases, etc. Um caractere é formado por uma sequência pré-convencionada de bits. A letra "a" minúscula, por exemplo, é a sequência 01100001 de oito bits, um Byte. E cada um desses bits representa, em um determinado circuito, uma voltagem magnetizada em algum lugar como a memória RAM, o HD/SD, etc, cabendo ao processador interpretar esses bits, ou seja, interpretar a sequência de voltagens. O Clock, de maneira geral, é a medida de tempo, é a velocidade com que o processador trabalha essas voltagens. O Clock do processador é medido em MHZ - MegaHertz (ou atualmente, em GHz - GigaHertz); o Hertz é a unidade da frequência.

   O monitor tem as linhas e as colunas que formam a resolução (o conceito de resolução é mais amplo, aqui se optou por esse conceito básico).

   Por exemplo, a resolução 1440x900 num monitor Widescreen: são 1440 colunas por 900 linhas. A interseção dessas linhas e colunas formam os pixels. A resolução 1440x900 tem 1.296.000 pixels (1440 multiplicado por 900). Quanto maior a resolução, maior o número de pixels e, tecnicamente, melhor será a definição da imagem.

   Nos antigos monitores CRT (Catodic Ray Tube - Tubo de Raios Catódicos), tinha um canhão de elétrons que bombardeava uma camada de fósforo (aquela cor de diarréia no tubo quando o monitor estava desligado) fazendo os pixels brilharem em uma determinada cor formando a imagem.

   Nos monitores LCD (Liquid Cristal Display - Tela de Cristal Líquido) o fósforo foi substituído pelo cristal líquido e a iluminação é feita por tubos fluorescentes embutidos na lateral e, às vezes, atrás do LCD e temos uma superfície de eletrodo comum e uma barra de eletrodo simples que controlam quais cristais líquidos respondem a qual carga elétrica dispensando o canhão de elétrons. Os monitores de LED são telas de LCD nos quais a iluminação é feita por LEDs. Atualmente temos monitores LED, OLED (Organic Light Emitting Diode), QLED (Quantum Dot LED), IPS (In-Plane Switching), TN (Twisted Nematic), etc. Os monitores de plasma não vingaram.
 
   A placa de vídeo envia as voltagens necessárias para o monitor e a intensidade da iluminação faz os pixels brilharem em determinadas cores. É uma propriedade do material empregado desde a antiga camada de fósforo ao atual cristal líquido que ainda é o mais utilizado.

   Esses materiais quando submetidos a uma determinada voltagem com uma determinada iluminação brilham numa determinada cor. Num monitor colorido cada pixel é composto por um conjunto de 3 pontos: verde, vermelho e azul; e cada um desses pontos pode exibir 256 tonalidades diferentes da mesma cor (vermelha, verde e azul - RGB, Red, Green e Blue).

   Basicamente, o processador forma a sequência de bits, envia para a placa de vídeo que, por sua vez, envia para o monitor, formando as imagens.

   Mas ainda não respondemos à pergunta: "Como que um monte de letras de um código-fonte transforma-se em voltagens?".


Respondendo à Pergunta

   Vamos tomar como exemplo, o teclado.

   Ao pressionar a tecla "a" em um teclado um sinal eletrônico é enviado à CPU (entenda-se aqui por CPU o gabinete com todos os seus componentes; a definição de CPU não é bem essa, mas para esse artigo vamos tomar essa definição), e esse sinal que vai para a CPU, ou seja, aquela sequência pré-determinada de bits da letra "a" minúscula é processada e percorre todo o caminho anteriormente citado até chegar ao monitor que desenha a letra "a" iluminando os pixels correspondentes na posição desejada na tela.

   Posição esta determinada pela interseção das linhas e colunas. Ou seja, a letra "a" se formará com uma determinada cor em um lugar na tela determinado pelo código-fonte do programa que está sendo executado. Esse processo atualmente é transparente até para o programador.

   Em um monitor Touchscreen o processo é basicamente o mesmo com a diferença de que a tela faz o papel do teclado.

   Essa programação pode ser feita através de um IDE (Integrated Development Environment - Ambiente Integrado de Desenvolvimento), que são os programas que fazem programas, tipo Eclipse, Delphi, NetBeans, etc, ou pode programar no bloco de notas, escovando bits como antigamente. Os IDEs tem a vantagem de já virem com o compilador embutido e o sujeito só fica "montando as caixinhas" ou você pode usar um IDE como um editor de texto de luxo, à sua escolha.

   O teclado possui um microprocessador em seu interior que interpreta a forma como as teclas são pressionadas e cada tecla do teclado tem seu próprio sinal eletrônico, bem como todos os outros componentes de um computador tem a sua arquitetura com seu respectivo padrão de funcionamento.

   Quando instalamos um programa no computador esse programa vem com seu código-fonte onde tem as informações da localização das imagens na tela, das cores das imagens, etc.

   Ou seja, todo o processamento de um computador pessoal comum é feito, basicamente, em cima da formação de imagens na tela. Por isso que um jogo exige um bom processador, uma boa placa de vídeo e um bom monitor, pois as imagens estão em constante movimento e o processador está sempre "recalculando" as voltagens e frequências fazendo a tela dar a impressão de que a imagem está se movendo quando na verdade os pixels estão se acendendo e se apagando e brilhando em diferentes tonalidades de cores.

   Mais ou menos como aqueles painéis eletrônicos de anúncios onde as letras dão a impressão de que ficam passando de um lado para o outro, sendo que essas letras nada mais são do que LEDs (ou lâmpadas) estáticas acendendo e apagando numa determinada sequência.

   Um processador tem milhões/bilhões de transistores dentro dele. Um processador já mais antigo Intel Core i7 de 4ª geração, por exemplo, com a tecnologia de 22 nm (nanômetros), possuía, aproximadamente, 1 bilhão e 600 milhões de transistores de layout. Apesar de que existe uma diferença entre transistores esquemáticos e transistores de layout, mas não vem ao caso. De transistores esquemáticos esse processador tem, aproximadamente, 1 bilhão e 400 milhões. Já o Intel Core i9-13900K, de 2022, tem 10 nm e 14 bilhões de transistores. O AMD Ryzen 9000 baseado na arquitetura Zen 5 traz 8,315 bilhões de transistores com litografia de 4nm.

   O nanômetro é uma medida de distância, assim como o centímetro também o é. Um nanômetro corresponde a um milímetro dividido em 1 milhão de partes iguais. Pega-se uma única dessas partes e multiplica-se por 4 e temos o tamanho de um transistor de 4 nm. O "troço" é pequeno mesmo.

   A função básica do transistor, geralmente feito de silício (que é um material abundante na natureza e próprio para isso), é chavear (tipo um interruptor de luz) a passagem do sinal elétrico e amplificar esse sinal, quando for o caso.

   As voltagens que passam pelo processador podem ser transformadas (aumentadas e mudadas de sentido de fluxo) formando as sequências de voltagens (bits) que cada programa determina.

   As diversas imagens que se formam na tela e que não fazem parte da tabela ASCII, são sequências de bits pré-determinadas pelos diversos programas que o computador executa, ou seja, é a programação que consta do código-fonte de um determinado programa.

   Para evitar processamento excessivo do processador, existe o conceito de memória cache, que pode ser a do processador, pode ser a do HD, pode ser armazenada na memória RAM, etc.

   O cache armazena, por exemplo, a sequência de bits de uma página inteira já desenhada na tela para que o processador não tenha o trabalho de recalcular esta página. Quando esta página for chamada de novo, a sequência estará pronta no cache.

   Por isso que, por exemplo, quando você abre um site pela primeira vez, a página demora mais para se formar do que a segunda vez (com o computador funcionando sem desligar, pois, ao desligar ou reiniciar o computador, as memórias cache geralmente são apagadas).

   Não estamos falando aqui de conexão ao site, mas da formação de imagens após a conexão estabelecida.

   Na primeira vez, o processador tem que fazer todos os cálculos (entenda-se por cálculos, a montagem da sequência de bits [voltagens]); na segunda vez, a página é chamada já pronta no cache (quando estiver armazenada em um cache). Praticamente, todos os navegadores fazem cache. A tecla F5 (atualizar) verifica no servidor do site e não no cache para trazer a página atualizada. Não confunda.

   Para entender melhor: quando você minimiza uma página, ao maximizar, ela é buscada no cache.

   Quando o programador digita seu código-fonte, as sequências de bits estão sendo magnetizadas como em algum lugar no computador cada qual na sua respectiva voltagem em arquivos de texto, por exemplo (podem ser arquivos de imagens, etc), geralmente situados no HD/SD em uma pasta que o programador criou para salvar seu código-fonte. Arquivos de texto são mais simples de serem manipulados e permitem acesso mais fácil ao seu conteúdo.

   As famosas "extensões de arquivos" (.doc, .docx, .jpg, .pdf, etc) são informações magnetizadas em forma de voltagens que instruem o sistema operacional em qual formato é o arquivo e isso permite ao sistema saber se ele está apto a abrir o arquivo nativamente ou se precisa de um programa extra, por exemplo, um leitor de PDF que saiba ler aquelas voltagens específicas.

   Durante a compilação os arquivos do código-fonte (não todos) são transformados em arquivos binários. Arquivos binários têm seu conteúdo armazenado no formato binário, ou seja, em sequências de bytes respeitando uma determinada estrutura.

   Esses arquivos podem ser visualizados como uma tabela onde cada linha possui um determinado conjunto de campos (colunas). Cada linha dessa tabela terá um número que identificará sua posição no arquivo. Por essas características os arquivos binários têm a vantagem de permitir o acesso aleatório às posições.

   Quando você abre um arquivo binário com seu editor de texto preferido no GNU/Linux aparece uma sequência de caracteres estranhos. Cada um desses caracteres é uma sequência de bits (voltagens), sendo que um arquivo binário pode conter qualquer tipo de conteúdo, imagens, sons, versões comprimidas de outros arquivos, etc.

   E por que aparecem os caracteres estranhos?

   Simples. É porque um editor de texto, um leitor de PDF, um programa de imagens, etc, não sabem interpretar arquivos binários, eles não foram feitos para isso. Para ler e ditar arquivos binários você precisa de um Editor de Arquivos Binários que praticamente sabe ler essas voltagens básicas específicas e não precisa de um compilador, um interpretador, etc, ou seja, um intermediário.

   E assim, de forma brusca, chegamos ao fim. Mas acredito que a pergunta foi respondida de maneira satisfatória.

* Escrito em 2013 e reescrito nesta data.
 
Sobre Computação Quântica:
 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

O Brasileiro


   A maioria do mundo não sabe nada sobre o Brasil além de algumas ideias vagas sobre carnaval, samba, futebol e talvez uma pitada de cinema sobre pobreza e criminalidade. Para essas pessoas, este artigo será um despertar cruel.

   Sempre tive a idéia de melhorar o Brasil, mas depois de vários anos percebi que o Brasil era um navio afundando, com corrupção cada vez mais desavergonhada, pessoas degradadas e uma sociedade que estava desmoronando. Eu nunca conheci um burocrata ou político honesto no Brasil.

   Esta é uma faceta do politicamente correto, um veneno que corrói as entranhas dos valores ocidentais.

   Quando eu era criança, crescendo no Brasil, aprendi que “o poder e/ou o dinheiro determinam o que é certo oou errado”. O poder era frequentemente abusado, com aqueles no controle agindo como se tivessem o direito dado por Deus de explorar e dominar os outros. A demonstração de autoridade pode ser tão extrema que questioná-la ou esperar que os que estão no poder cumpram seu dever pode levar a retaliação. As autoridades pareciam acreditar que seus cargos não eram para servir aos outros, mas para ganho pessoal.

   As pessoas que mostraram respeito pareciam ter aceitado humildemente uma posição inferior e subserviente. Pessoas gentis tinham que esconder sua compaixão, pois ser legal era visto como uma fraqueza.

   No Brasil, raramente vi alguém com autoridade tomar a iniciativa de resolver um problema pelo qual era responsável. Vi várias coisas erradas, mas não apenas ninguém em posição de autoridade fez o que era certo, – algo totalmente ao alcance deles – como também as autoridades e colegas o ameaçam com graves consequências se você der sequência ao caso. Desprovidos de empatia, eles também zombam e escarnecem de você que tenta fazer o certo e escarnecem da vítima.

   Uma vez, como Funcionário Público Federal, denunciei um "colega" porque ele estava fazendo atendimentos particulares dentro do setor de informática usando os materiais do serviço público. Tal denúncia resultou em nada, pelo contrário, o chefe do setor ainda ficou "de mal" comigo por ter denunciado o "colega". Ainda denunciei ele no site oficial do governo, o Sougov.br, e um ano depois nada foi feito, acredito que quem foi para uma lista negra fui eu. Antes de denunciá-lo conversei sozinho com ele sobre o fato, ele ficou quieto na hora como se eu não estivesse na sala e depois começou a fazer intrigas pelas minhas costas jogando os outros contra mim. Imaginem então se alguém denunciará um rico e poderoso no Brasil. Num país onde tudo termina em pizza, onde o denunciante que faz a coisa certa é chamado de cagoeta e o criminoso é a vítima.

   O brasileiro confunde fazer a coisa certa com cagoetagem porque o brasileiro só denuncia alguém quando é para levar vantagem e/ou prejudicar esse alguém, essa é a verdadeira cagoetagem. Fazer a coisa certa porque é a coisa certa a se fazer não faz parte da mentalidade do brasileiro, por isso essa impunidade toda. No Brasil vive-se numa pasta mental onde ninguém entende conceito nenhum de Ética e Moral, então é mais simples e "pragmático" levar vantagem em tudo mesmo sabendo que outros serão prejudicados. Muitos prejudicam os outros de propósito. Quando você faz a coisa certa lhe perguntam: "Mas o que você ganhou com isso?" e "Você nem conhecia o cara."

   Sim, há um elemento de sadismo aqui. Há algum grau de prazer que os brasileiros sentem na dor sofrida pelos outros. A atitude das autoridades é como a do burocrata que disse que seu uísque Black Label tem um gosto muito melhor porque ele sabe que a maioria dos brasileiros não pode se dar ao luxo de bebê-lo.

   Isso deixa os outros confusos. Se eles tivessem poder, mesmo que fossem corruptos, em uma situação em que não havia nada a ganhar ou perder – nenhum suborno a receber, já que ambas as partes eram pobres e não havia nenhum risco de ofender alguém bem relacionado – eles fariam a coisa certa e registrariam o suposto estuprador. Esses brasileiros não fariam nada, nem mesmo levantariam um dedo, a menos que houvesse uma recompensa: dinheiro ou sexo. A apatia deles era infinita.

   Fazer seu trabalho pode ser considerado afeminado por aqueles acima de você. Se você pode tirar o corpo fora, você é considerado macho. Nessa cultura, raramente há orgulho ou honra em fazer o que é certo. Se você chamar um encanador para reparos, ele achará que se sairá mal se não fazer alguma lambança. Ele pode deliberadamente fazer um trabalho de má qualidade, mesmo que fazê-lo bem não leve mais tempo. Uma complexa teia de arrogância, egoísmo, servilismo, casteísmo, tribalismo e pensamento mágico impulsiona esse comportamento. Ele mostra seu desprezo por você e leva a melhor sobre você deixando uma bagunça. Seu cliente, como o outro lado da mesma moeda, pode muito bem desprezar e explorar alguém que fez bem o seu trabalho.

   Se você fizer um trabalho ruim, isso significa que você não será chamado de volta? Isso não importa para as pessoas que sequer possuem padrões e que não pensam no futuro. Há pouco feedback positivo para aqueles que querem fazer um serviço bem feito, ser justos ou fazer produtos melhores. A sua promoção a um cargo superior tanto no serviço público ou no serviço privado virá do famoso QI (Quem Indica), não virá da sua competência, ao contrário, quanto mais puxa-saco e boçal você for mais você subirá na hierarquia.

   Equidade, justiça, confiança, empatia e imparcialidade são estranhas para muitos brasileiros. Eles têm dificuldade em dizer a diferença entre o certo e o errado. Eles são indiferentes, mesmo quando nenhum custo está associado a ser justo. Além disso, se eles pudessem fazer o bem sem nenhum custo pessoal, eles ainda prefeririam não fazê-lo, porque isso pode ser visto como um sinal de fraqueza.

   Os brasileiros são doutrinados a serem submissos e escravas mentais. A manipulação é tão profunda que os brasileiros se dirigem àqueles que estão um pouco acima deles em autoridade como “senhor”. Eles tendem a ser servis, bajuladores e puxa-sacos. Isso não deve ser confundido com respeito, porque o respeito é estranho aos brasileiros. Quando eles o chamam de “senhor”, isso reflete a visão deles de você apenas como a figura mais forte na interação, consistente com a visão deles de que o poder determina o que é certo. Eles vão depreciá-lo no momento em que você estiver em uma posição mais fraca.

   Ou você é superior ou inferior – portanto, ou você é abusador ou abusado, ou você é opressor ou é oprimido. A igualdade é impossível. Um visitante aprende muito rapidamente que dizer “por favor” e “obrigado” é visto como um sinal de fraqueza e é reservado para aqueles que desejam se rebaixar.

   A constituição e as leis têm pouco valor. As únicas forças que impulsionam essas instituições são subornos e conexões. Quer você se aproxime dos mais altos líderes políticos ou dos burocratas mais mesquinhos, eles exigem subornos aberta e descaradamente.

   Os malandros das ruas são altamente valorizados e os criminosos que fogem da justiça são celebrados. Os corruptos de colarinho branco se proliferam, os políticos brasileiros são os piores do mundo, todos eles são estelionatários que enganam o povo com promessas que sabem nunca cumprirão. E o povo, estúpido, acredita sempre.

   Quando alguém é enganado em uma sociedade em que ninguém confia em ninguém, ele raramente busca justiça contra o trapaceiro. Em vez disso, ele engana os outros. Os homens abusam das mulheres, as mulheres abusam dos homens, as mulheres e os homens abusam das crianças e as crianças abusam dos animais. Os animais se defendem e atacam como podem, os que não viram "filhos pets" viram animais de rua. Os brasileiros de castas superiores abusam dos de castas inferiores, enquanto as pessoas de castas inferiores lutam com outras pessoas de castas inferiores para determinar quem é superior. É um ciclo perpétuo de desconfiança e arbitrariedade.

   As pessoas no mundo falam sobre um sistema de quatro ou cinco castas. Isso deixa a questão confusa, pois isso dá uma sensação exagerada de estrutura. Na realidade, existem 200 milhões de castas no Brasil. Todas as interações são sobre avaliar você. Você acaba oprimindo os outros ou sendo oprimido. As chamadas pessoas de casta inferior são mais conscientes da casta do que as pessoas de casta superior, porém, essas pessoas são subservientes ao extremo.

   A maioria dos problemas de casta no Brasil é descrita nas notícias no tempo passivo e no gerúndio. Fulano de tal foi oprimido e abusado. Fulano de tal estará fazendo tal coisa. Sim, a vítima é uma pessoa de casta inferior, mas o opressor geralmente é de uma casta igualmente baixa. Quando uma pessoa de casta inferior sobe no poder, ela adora exibi-lo para aqueles de castas superiores. Que melhor maneira de mostrar poder do que abusar dos outros e se safar se você é poderoso ou – se você é um encanador – deixando uma bagunça? Pessoas diferentes exibem poder de acordo com o que podem fazer. Funcionários públicos (burocratas) adoram abusar do seu poderzinho porque sabem que são fracassados e é o máximo que subirão na hierarquia de status na sociedade.

   Muitas pessoas mentem descaradamente. Todo mundo sabe que todo mundo mente, mas todo mundo mente de qualquer maneira. Muitos brasileiros se convencem de suas mentiras até que não consigam mais diferenciar entre fato e ficção. Mesmo que você não precise ou queira, você tem que exagerar e mentir, pois sabe que seu ouvinte se calibrará de acordo com o que você diz. As conversas geralmente são impulsionadas por ganhos materiais pessoais. Toda transação é um jogo de soma zero – ou talvez um jogo de soma negativa, pois o sadismo pode fazer parte da equação.

   Você pode achar que estará seguro se trabalhar com membros da família, mas eles podem se tornar seus maiores inimigos, pois até eles o trairão. A honra não faz parte do código social. Os brasileiros são pessoas atomizadas e não conhecem a lealdade. Os brasileiros escondem dinheiro em suas próprias casas e não contam nem mesmo aos membros da família. Entre os mais ricos, "cultura" é viajar para turismo, exibir a casa, mostrar os carrões, andar com roupas caras de marca, ser pedante (exibir um conhecimento que não possui), sinalizar virtudes as quais sequer sabe o que significam, enfim, falsidade e fingimento.

   Eu nunca (estou usando a palavra deliberadamente) tive um contrato honrado no Brasil. Quando você subornar, você deve fazê-lo com habilidade. Se você tiver uma disputa legal, o juiz e a polícia aceitarão subornos de ambos os lados dessa disputa. Seu advogado conspirará com o lado oposto e com o juiz bem na sua frente para maximizar os subornos. Isso pode parecer inacreditável, mas isso não muda a realidade. No chão de fábrica, o PM (Policial militar) inventará mil formas de pedir suborno sem que pareça que está pedindo suborno, o Policial Civil a mesma coisa. A Polícia fedral, como lida com ricos e poderosos, a diferença das outras Polícias é a quantia pedida.

      Fico surpreso que os que estavam no poder não esperassem servilismo ou reverência. Durante anos, me senti desconfortável, como se não estivesse cumprindo minha parte da transação, a menos que pagasse subornos. Muitas vezes o pedido de suborno é velado, nas entrelinhas.

   As palavras para a maioria das virtudes não vêm das línguas nativas do Brasil. Mas só porque as palavras entraram na língua não significa que os brasileiros aceitem essas virtudes; elas foram e se tornaram uma fachada para velhos hábitos.

   Todo mundo constrói cercas altas e muros sólidos ao redor de sua propriedade. Todo mundo faz isso no dia em que compra uma propriedade, porque seus vizinhos invadirão suas terras se puderem. É difícil para um brasileiro entender por que as pessoas não constroem cercas. Nem tanto é pela segurança, o brasileiro diz "vai que um ladrão entra na casa", mas mora 30 anos no mesmo lugar e nunca sequer um ladrão tentou entrar. Uma parente minha construiu um muro de 2 metros de altura nos fundos da casa porque não aguentava mais as pessoas passando pelo pátio dos fundos da casa dela. Tinha um carreiro porque os brasileiros(as) não querem dar mais 10 passos até a esquina, então atravessam o terreno dos outros - o conceito de propriedade privada não existe mais no Brasil -, essa parente me falou que quando estava na sala dos fundos - aquela sala da "bagunça" onde fica a sala com a televisão e a cozinha numa peça só - ficava com a porta dos fundos aberta e volta e meia aparecia algum desconhecido que enfiava a cara na porta, dava um vistaço na casa dela e cumprimentava "tudo bem vizinha?". Todos conhecidos dos vizinhos que moravam ao lado da casa dela. Então ela construiu um muro, mais porque não aguentava mais o desrespeito do que por segurança.
   No primeiro fim de semana após terminado o muro, os vizinhos dos fundos que todo fim semana ficavam de bebedeira, começaram a gritar: "Olha o muro de Berlim, a vizinha quer separar as pessoas". Eu estava lá nesse dia. Esses vizinhos completamente bêbados e cantando/gritando músicas sertanejas, pagode, funk e sei-lá-mais-o-quê gritavam de vez em quando: "Olha o muro de Berlim.". Eu já tinha anteriormente pedido várias vezes para eles falarem com os amigos deles para não atravessarem o pátio, mas foi infrutífero. Naquele dia demos boas risadas porque sabíamos que quando eu fosse conversar com eles no outro dia eles seriam completamente submissos, o que de fato aconteceu, pois minha parente já era um tanto idosa e a falta de respeito do brasileiro(a) é uma coisa impressionante, mas impressionante no mau sentido.

   Existem pessoas boas, sãs, morais e racionais no Brasil, mas tenho mais dedos do que o número total de brasileiros que são assim. Pelos padrões brasileiros, nossa família era decente, mas subserviente. Isso, de certa maneira, me protegeu de muita depravação e tornou possível ignorar as histórias que ouvi. Meu irmão mais velho enlouqueceu a ponto de tentar se matar se entupindo de remédios, todos remédios "tarja preta" com receitas. Fico pensando: como é possível um médico entupir um paciente de remédios fortes sabendo que ele têm problemas mentais e que certamente não saberá tomar tais remédios na hora certa? Ele carregava uma sacola cheia de remédios como rivotril e outros à base de donepezila. Quando o encontrei deitado no chão da casa da nossa mãe, ele estava cinza, não estava pálido, estava da cor cinza. Minha irmã tinha chamado o Samu e estava esperando faziam uns 30 minutos. Eu falei para ela tirar o carro da garagem para levarmos ao hospital. Pedi para meu filho mais velho ajudar-me a levantá-lo, pois meu irmão é grande. Ao caminhar até o carro deu uma reação e ele vomitou. No vômito, lembro-me, tinha umas 10 ou mais pílulas todas inteiras ainda não digeridas.
   No hospital, já desmaiado, ele foi entubado e saíram dele 3 litros de um líquido amarelo-esverdeado que eu perguntei ao médico o que era aquilo. Ele respondeu que era tudo remédio não absorvido misturado com líquidos e ácidos estomacais. O médico ainda olhou para ele entubado na maca e disse: "Se tivessem demorado mais uns 10 minutos" e balançou a cabeça negativamente várias vezes dando a entender que ele não teria sobrevivido. Depois, esse médico, ao ver que eu não era rico, mas ganhava bem, "sugeriu" levar meu irmão para um outro hospital particular cuja UTI seria melhor, pois nesse hospital ele o colocaria numa UTI coletiva, o que aceitei depois de suborná-lo.

   Entre os brasileiros comuns, as conversas giram em torno de calúnias, fofocas sobre amigos, discussões sobre celebridades, futebol, empulhações sarcásticas maldosas, superstições e animosidade em relação a outros grupos. No trabalho, os brasileiros homens falam de futebol, da celebridade gostosa da semana e de trabalho (porque estão no trabalho senão nem disso falariam); as mulheres falam de novelas, de coisas fúteis de mulher, do celebridade gostoso da semana e de trabalho (porque estão no trabalho senão nem disso falariam).

   Não creio que eu tenha entendido os conceitos de honra e lealdade até ler bastante e chegar na idade adulta. A palavra "verdade" para os brasileiros significa a sua própria verdade sem ter nada a ver com o referente da coisa em si. A(o) brasileiro(a) é ensinado a mentir e ser falso desde pequeno, seus pais fazem isso porque assim aprenderam dos seus pais. O(a) brasileira(o) é castigado desde pequeno quando fala a verdade. Sempre com o chavão de "temos de aprender a nos comportar". Temos de ser comportadinhos!
   O princípio fundamental para entender o Brasil é que ele é uma sociedade amoral e irracional desprovida de valores. Quaisquer valores que você tentar incutir deslizarão como água na sarjeta.

   Tenho visto uma piora contínua da sociedade brasileira. Qualquer graça e civilidade que os missionários cristãos e colonizadores incutiram nos brasileiros foram lentamente corroídas.

   Com o tempo, percebi que, para a maioria dos imigrantes brasileiros, isso levava a uma necessidade compulsiva de recriar o Brasil nos guetos para os quais se mudaram. Eles procuraram os cheiros familiares, o barulho e a agitação constante. Eles recriaram o emocionalismo sem fim, conflitos infrutíferos, caos e endogamia intelectual. Recriavam o barulho imbecil, a gritaria constante no Brasil, a estupidez do carnaval do pão e do circo.

   Quando vão para o exterior se perguntam por que eles confiam tanto?. O que nos impediria de roubar tudo que estivesse à vista? A maioria dos imigrantes nunca compreende verdadeiramente o significado de “confiança” e “gratidão”. Pior, eles descobrem que reclamar muitas vezes leva a benefícios – a única coisa com a qual eles realmente se importam no mundo multicultural. Valores humanistas e civilizacionais nunca chegam a emocioná-los. A esamgadora maioria dos Braisleiros que vão para o exterior, a primeira coisa que reclamam é a tal "falta de calor humano". Confundem festa e bebedeira com calor humano.

   As estatísticas não ressoam na psique brasileira. Não há sensação de uma área cinzenta; tudo é preto ou branco, sem apreciação por nuances, o brasileiro tem somente dois neurônios: o tico e o teco. Ou ele é contra ou é a favor ou é tanto-faz-como-fez. Isso leva o brasileiro a ser massa de manobra porque tem somente 3 decisões. Essa falta de proporcionalidade leva à indecisão e à incapacidade de valorizar as coisas. No final, emoções desenfreadas impulsionam a vida. Eu carreguei comigo uma parte dessa mesma mentalidade. Realinhar meu pensamento com a razão, a moralidade e os valores Cristãos foi uma tarefa difícil. O Cristianismo, bem ou mal, é o único movimento, vamos dizer assim, que conserva a Ética e a Moral: os 10 Mandamentos.

   Não tive uma educação privilegiada, sempre estudei por conta, mesmo tentando o meu máximo, me livrar dos vícios da mentira e do fingimento e remodelar meu pensamento levou décadas. Qualquer crença errônea da qual tomei conhecimento e tentei mudar colidiu com outras crenças e padrões mentais profundamente arraigados. Era como tentar substituir um tijolo quebrado no castelo de minhas construções cognitivas sem desestabilizar toda a estrutura. Às vezes, eu tinha que ficar bêbado apenas para encontrar uma sensação fugaz de sanidade.

   Com o tempo, percebi que comecei a dormir melhor e me senti mentalmente mais livre. Até meu corpo começou a mudar, e a nuvem mental que entupiu meus pensamentos começou a se dissipar. Uma sensação reconfortante de que aqueles ao meu redor me apoiavam foi imensamente útil. Os pensamentos confusos e contraditórios que causaram estresse crônico começaram a desaparecer.

   Aquuilo que chamam de "Política" no Brasil se resume a estelionato e sempre foi assim. Ruy Barbosa naquela famosa frase dele "De tanto ver o poder se agigantar na mãos do maus, etc, etc... o homem chega ter vergonha de ser honesto". Essa frase foi proferida em meio a um discurso no Senado na época no Rio de janeiro, Ruy era senador, discurso este do caso Satélite II, um caso de corrupção, isso a uns 115 anos atrás. Lembrando que Ruy Barbosa fpoi aquele que queimou a maioria dos registros sobre a escravatura nao Brasil e apoiou o golpe no Imperador, depois Ruy pediu desculpas, mas é bem típico do brasileiro: faz a porcaria e depois pede desculpas da boca para fora, não por um arrependimento sincero, mas por uma questão de vaidade.
   Mário Ferreira dos Santos escreveu um texto chamado "Brasil, um país sem esperança?" dizendo que por não termos seguido as lições do Barão de Mauá deixamos de ser a maior nação do mundo e que perdemos várias oportunidades, mas não a esperança, isso na década de 1960. Mário arrematou dizendo que o problema é que falta ao brasileiro uma vontade resoluta para por em execução as soluções, ou seja, chamou o brasileiro de indolente e preguiçoso. O brasileiro, muitas vezes, sabe o problema, sabe a solução definitiva, mas o "hi hi hi levei vantaji" o impede de por em prática tal solução definitiva, pois sua mente é voltada somente para levar vantagem em dinheiro, sexo e/ou poder. O brasileiro quando se apresenta alguma oportunidade para ele, o primeiro pensamento é "o que vou ganhar com isso?". Não há mais aquela normalidade de as duas partes ao entrar em um negócio saírem satisfeitas as duas. Na mente do brasileiro os dois entram com a única intenção de levar vantagem, de um lograr o outro.

   O sistema Judiciário brasileiro, junto com aquilo que chamam de Política, são os piores do planeta. O sistema judiciário é totalmente corrupto. Minha mãe, certa feita, descobriu que a operado de telefonia estava cobrando duas contas no débito em conta fazia mais de ano. Num mês apareciam dois valores, por exemplo, R$189,43 e R$196,83. Conseguimos os extratos, falamos com o banco que confirmou que os descontos estavam sendo feitos, ou seja, não era um "erro do sistema" somente no papel, o dinheiro saiu da conta corrente. tiramos a conta do débito em conta e de posse dos documentos conseguidos acionamos um advogado para cobrar o ressarcimento. Depois de um ano e várias conversas com o advogado e o processo se desenrolando, na última vez que falamos com ele, isso tem uns 15 anos, ele nos informou que todos os processos desse tipo estavam bloqueados pelo STF porque o STF estava juntando informações de vários casos do mesmo tipo e daria uma decisão conjunta que resultaria numa Súmula Jurisprudencial que se estenderia a todos os outros casos, o que confirmei depois porque achei tão estranho que parecia papo de advogado, mas não era.
   Na época até fiz uma analogia com o advogado para ver se eu havia entendido. Perguntei se era como se o STF pegasse uns 20 casos de homicídio, decidisse que todos os 20 eram inocentes e isso se estenderia para todo o Brasil. Ele confirmou que, analogamente, era isso mesmo. Argumentei que era um absurdo, pois no aspecto Legal e Jurídico cada caso é um caso com suas atenuantes e agravantes. Ele concordou, mas disse que nada mais havia para ser feito a não ser esperar. Até hoje não sabemos se saiu a tal jurisprudência do STF e se saiu, não foi nos informado nada. Venceram pelo cansaço.
   Esse é o sistema jurídico brasileiro, corrupto na essência onde as decisões há anos vem de cima para baixo, os acordos são feitos lá em cima entre a elite financeira criminosa do Brasil. Os advogados no Brasil, caso você tiver uma sorte extrema daquelas mitológicas, você terá um advogado medíocre, porém honesto que, provavelmente, perderá a causa, ou seja, você terá a razão e perderá a causa.

   Os brasileiros não conseguem entender o respeito pelo indivíduo. Falar com eles sobre “direitos” só leva à confusão. Eles não conseguem diferenciar entre direitos “negativos” e “positivos”. Só sabem repetir como papagaios: "tenho meus direitos". Por exemplo, quando ensinados sobre direitos de propriedade, eles aprendem a proteger sua propriedade, mas não reconhecem os direitos dos outros. As mulheres, quando ensinadas que o estupro é uma violação, podem começar a vê-lo em todas as situações e usá-lo como uma ferramenta para explorar os homens. À medida que são apresentados ao conceito de direitos, eles deixam de aceitar suas vidas miseráveis para adotar uma mentalidade ressentida e de vítima. O vitimismo e o coitadismo imperam no Brasil. Até a pessoa mais rica e poderosa - não interessa quem for - o brasileiro considera que, no fundo, ela é uma vítima do sistema!

   Você não pode ensinar nada de bom às pessoas até que elas tenham os fundamentos da ética, moralidade, racionalidade, causalidade e outros valores. Sem esses fundamentos, os frutos da civilização servem apenas para transformar as tendências hedônicas muitas vezes ocultas das pessoas em algo mais malévolo. Cada fruto civilizacional – educação, roupas ocidentais, prosperidade, instituições ocidentais – foi pervertido no Brasil.

   O Brasil de hoje carece até mesmo do vago Estado de Direito que existia antes da chegada dos europeus. É por isso que será uma melhoria quando o Brasil eventualmente entrar em colapso e o sistema autoritário semelhante ao comunismo Chinês ou Coreano do Norte tomar conta do Brasil, mas acredito que nem assim o brasileiro cairá em si.
   O Cristianismo foi “alimentado” por superstições brasileiras, batuques, cultos evangélicos e macumba. A gramática caiu no esquecimento e a Língua Portuguesa virou uma espécie de dialeto repleto de gírias e neologismos estrangeiros.

   A educação e as roupas ocidentais foram adotadas com uma mentalidade de culto colonial. O foco está na obtenção de certificados e no uso de ternos, como se esses símbolos externos por si só conferissem status e benefícios materiais. Da mesma forma, a educação não é vista como um meio de promover o crescimento intelectual ou evoluir para se tornar um ser humano melhor. Em vez disso, impulsionada por desejos animalescos, conveniência e busca antiética de recursos, a maioria dos brasileiros despreza a ideia de autoaperfeiçoamento.

   A educação aplicada a uma mente irracional que processa informações por meio do pensamento mágico torna-se onerosa, tornando essas pessoas piores do que suas contrapartes sem instrução.

   A mente brasileira deveria ter se tornado moral e racional e imbuída de honra, disciplina, respeito e integridade, antes de ser formalmente educada e provida dos frutos da civilização ocidental. Infelizmente, isso teria sido, na melhor das hipóteses, um processo de milênios.

   Na economia, existe um conceito de “armadilha da renda média”. Prefiro chamar a situação do Brasil de “armadilha de baixa renda”, economia de crédito onde todos estão endividados de alguma maneira, seja com dívidas no banco mesmo, em alguma loja ou pagando impostos escorchantes. Ao contrário das crenças dos economistas profissionais, essas armadilhas têm fundamentos culturais; é virtualmente impossível escapar. O brasileiro é um escravo pagador de impostos!

   A prosperidade não levou à paz social nem ao crescimento intelectual e espiritual. Os brasileiros não entendem o conceito de conforto. A maioria dos brasileiros ricos constroem casas extravagantes não por conforto, mas para exibir riqueza, ostentação e controlar os mais pobres do que eles. Pior, a prosperidade fácil que é essencialmente resultado dos avanços tecnológicos ocidentais, descarrilou a busca da racionalidade e da moralidade. As mídias sociais são uma plataforma para a troca de mitos, superstições e pornografia. A revolução da TI não leva iluminação para as partes mais pobres do mundo!

   Hoje, o Brasil está mais entrincheirado no pensamento mágico e na superstição do que no passado. O hedonismo é galopante e as famílias já desmoronaram.

   Quando elevados a altos cargos, a maioria dos brasileiros se torna arrogante e sádica. Isso é mais uma crença genuína de que a arrogância e o sadismo definem poder e classe do que um desejo de mascarar sua incompetência e fraquezas psicológicas. Isso também serve como uma maneira de lidar com o complexo de inferioridade profundamente arraigado instilado por sua cultura. Qualquer graça e civilidade que já foram imbuídas nos brasileiros pelos colonizadores foram corroídas.

   A riqueza criada no mundo hipnotiza os brasileiros. No entanto, eles não conseguem entender os fundamentos dessa riqueza. Eles igualam o Ocidente aos estereótipos de Hollywood: garotas de saias curtas, promiscuidade, bebida e drogas, ostentação de riqueza, trabalho em escritórios luxuosos e controlar os outros. Esta é a verdadeira alma brasileira, uma vez obscurecida pela moral vitoriana e pelas restrições evangélicas. É um retorno a uma cultura hedonista pré-colonial, pré-vitoriana.

   O Brasil acabará por anular todos os benefícios que obteve do Ocidente e voltará aos seus modos pré-coloniais. Ele vai desmoronar por completo, e eu não ficaria surpreso se grande parte de sua população fosse vítima da guerra e da fome e diminuísse para o nível que era antes da chegada dos europeus. Aliás, a Eupora em si já colapsou também. Os "Europeus" aqui mencionados referem-se aos europeus de antigamente, não aos europeus de hoje que são um arremedo dos seus antepassados.

   A maioria dos brasileiros não consegue pensar em nada além de dinheiro, sexo e sobrevivência – exatamente o que você esperaria de uma sociedade com um QI abaixo do de macaco. Todo valor ocidental dado a eles foi caricaturado e corrompido para esses fins.

   Os brasileiros não têm Dez Mandamentos. Eles estão tão inconscientes desses valores que permanecem alheios, mesmo que sejam apresentados à força a eles. Não há nada que você possa fazer sobre isso, exceto tentar entender o que a imigração do Brasil e do resto do Terceiro Mundo fará com o Ocidente.

 Adaptado de Jayant Bhandari 
@JayantBhandari5

[Este artigo foi adaptado de um discurso recente proferido na conferência da Property and Freedom Society em Bodrum, Turquia.]

sábado, 8 de fevereiro de 2025

Instalação em Rede de Sistemas Operacionais (Windows, Linux, etc) com o Clonezilla

Clonezilla

LEIA TODO O TUTORIAL ANTES DE SAIR EXECUTANDO COMANDOS

   INSTALAÇÃO DE SISTEMAS OPERACIONAIS EM VÁRIOS COMPUTADORES, DESKTOPS, NETBOOKS, ETC, VIA REDE AO MESMO TEMPO COM O CLONEZILLA.

   Esse tutorial serve para instalar imagens criadas pelo Clonezilla que é um programa de partição/clonagem de imagem/clonagem com funcionalidades bastantes avançadas. Ele ajuda você a fazer a implantação do sistema, backup e recuperação/restauração. Dois tipos de Clonezilla estão disponíveis, Clonezilla live e Clonezilla SE (edição do servidor). Clonezilla live é adequado para backup e restauração de uma única máquina. Enquanto o Clonezilla SE é para implantação em massa, ele pode clonar muitos computadores (mais de 40) simultaneamente. Com alguns hardwares de ponta em um cluster de 42 nós, foi relatada uma restauração multicast a uma taxa de 8 GB/min. O Clonezilla Live traz embutido o Clonezilla lite-server que usaremos para instalação em massa via rede.

   "Clonezilla Live é uma pequena distribuição GNU/Linux inicializável para computadores baseados em x86/amd64 (x86-64). O Clonezilla SE (Server Edition) foi desenvolvido a partir de 2004 e é usado para implantar muitos computadores simultaneamente. É uma ferramenta extremamente útil, no entanto, tem várias limitações. Para usá-lo, você deve primeiro preparar um servidor DRBL E a máquina a ser implantada deve inicializar a partir de uma rede (por ex. PXE / iPXE (em inglês). "
https://clonezilla.org/clonezilla-live.php#google_vignette

   O Clonezilla é baseado no Debian, uma das melhores distribuições Linux.

PREPARAÇÃO

   O tutorial parece extenso, mas é por causa das imagens. Depois de executado uma vez o processo e você "pegar o jeito" verá que a configuração em si do servidor demora, no máximo, uns 10 minutos e o processo todo de instalação demora uma hora, mais ou menos, dependendo do hardware das máquinas, do desempenho da rede, etc.

   Crie um pendrive bootável utilizando o Rufus ou o Ventoy ou outro programa da sua escolha.
   Aqui não será abordada a criação de pendrive bootável, pois existem vários tutoriais na internet e o processo é bem simples.
   Escolha uma das máquinas para ser o servidor, aconselho a escolher a máquina numa das pontas do switch (porta 01 ou a última) para instalar e configurar o sistema com os programas necessários, faça a imagem e use esta máquina como servidor.
   Também não será abordado o processo de criação de imagens com o Clonezilla, pois não é o escopo do tutorial e também tem inúmeros tutoriais na internet.
   Aconselho a utilizar um pendrive/HD/SD usb 3.0 numa porta usb 3.0 tanto para o Clonezilla quanto para a imagem a ser restaurada, pois isso agiliza o processo.
   
   Utilize uma ISO do Clonezilla Live
 
   Acesse o link abaixo para a iso da versão 64 bits:

   Clique na primeira versão no topo da lista e na próxima página clique na versão clonezilla-live-número.versão-amd64.iso (exemplo: clonezilla-live-3.2.0-5-amd64.isoque provavelmente será o último link da página.

   Caso queira a versão 32 bits e/ou em outro formato em vez de iso, acesse o link abaixo, clique em stable-número-versão (exemplo: stable - 3.2.0-5) e escolha as opções que serão apresentadas:
https://clonezilla.org/downloads.php

   Antes de começar a instalação em rede pelo Clonezilla é necessário 1 switch não conectado na internet, pois o Clonezilla fará as vezes de servidor DHCP e distruibuirá IPs para a instalação e, como se sabe, DHCP na rede/subrede é como Highlander: "Só pode haver um!"

   Como é em laboratórios de informática, bastou desconectar o cabo de rede no switch que leva a internet para as máquinas.
   Aqui o switch é gerenciável, porém não distribui IPs, o DHCP está desabilitado.
   Caso o switch que você usará seja gerenciável também, tenha o cuidado de desabilitar o servidor DHCP nele, pois o Clonezilla fará o trabalho de servidor DHCP durante a instalação e se tiver dois DHCPs na rede dará conflito de IPs e as instalações falharão. Depois das instalações você pode voltar às configurações normais.

   Você precisará dois pendrives ou um pendrive e um HD/SD externo.
   Um pendrive bootável com o Clonezilla e um pendrive ou HD/SD externo com a imagem a ser instalada nas máquinas.
   Essa instalação é adequada para laboratórios de informática em escolas, universidades, cursos de informática, etc.

   Geralmente os erros em algumas máquinas acontecem antes dos 50% completados, porém, isso não é regra, é somente uma constatação pela experiência.

   Em um laboratório com 30 máquinas restaurei/formatei 29 máquinas de uma vez só e nenhuma deu erro. Em outros dois laboratórios com 32 máquinas restaurei/formatei 31 máquinas de uma só vez e nenhuma deu erro. O processo todo em cada vez levou em torno de uma hora, porém, o tempo pode variar de acordo com o hardware das máquinas, desempenho da rede, etc.

   No início do Clonezilla não coloque na RAM, esteja certo de que o switch não distribui IPs e aguarde até o final caso quiser ver os logs.

   Comece preparando o BIOS das máquinas para iniciar pela placa de rede (onboard NIC, UEFI boot, etc), isso depende do BIOS da sua placa-mãe.
   Repito: isso depende das configurações de BIOS da placa-mãe.
   Aconselho primeiro a configurar o BIOS de todas as máquinas antes de iniciar o processo de instalação da imagem.
   Veja aí no seu caso e configure para dar boot pela placa de rede, depois volte às configurações normais que você usa.

   Na opção de "Quantos clientes para restaurar?" (Figura 40) coloque o número máximo, por exemplo, caso tiver 30 máquinas na sala/laboratório coloque 29, deixando o servidor de fora; coloque sempre o número máximo de máquinas a serem restauradas.
   Mais adiante veremos o porquê disso, pois pela experiência, quanto mais máquinas melhor, o número de erros diminui.

   Resumidamente:
   - Configure o BIOS das máquinas e desligue-as;
   - Escolha uma das máquinas e configure-a para ser o servidor;
   - Depois que o servidor chegar na tela pedindo para digitar y (Figura 41), deixe o servidor parado nessa tela e vá ligando as máquinas;
   - Aguarde o processo terminar;
   - Caso der erro em alguma(s) máquina(s), refaça o processo com as máquinas que deram erro.

   Você pode entrar nas opções de boot sem entrar no BIOS, cada marca e modelo tem uma tecla para isso, por exemplo, F12, daí escolha Onboard NIC (placa de rede) ou algo parecido.

   Lembrando que as configurações de BIOS mudam de acordo com a marca e o modelo da placa-mãe, mas as opções básicas como iniciar pela placa de rede têm em todas, basta encontrar nas configurações.
   Deixarei aqui como exemplo as imagens do BIOS das máquinas do laboratório com 30 máquinas.

01- Dentro das configurações do BIOS

02- Desabilitando o Secure Boot

03- Desabilitei o Auto OS Recovery e o SuportAssist OS das máquinas Dell porque ficavam interferindo no boot

04- Desabilitei o Auto OS Recovery e o SuportAssist OS das máquinas Dell porque ficavam interferindo no boot

05- Desabilitei o Auto OS Recovery e o SuportAssist OS das máquinas Dell porque ficavam interferindo no boot

06- Habilitei o Legacy Option ROMs, pois se fez necessário

07- Marquei o Legacy External Devices, talvez na sua placa-mãe seja diferente

08- Na sequência de boot deixei marcado somente "Onboard NIC", boot pela placa de rede

09- Depois de salvar, clique em EXIT (ou semelhante) para reiniciar a máquina

   Depois de executar esse processo nas máquinas a serem formatadas/restauradas com a imagem, desligue-as.
   Finalizado o processo de instalação pode voltar o BIOS para as configurações que você usa.
   Lembrando que, na inicialização, você pode entrar nas opções de boot sem entrar no BIOS, cada marca e modelo tem uma tecla para isso, por exemplo, F12, daí escolha Onboard NIC (placa de rede) ou algo parecido.


PREPARANDO O SERVIDOR

   Escolha uma das máquinas para ser o servidor, aconselho a escolher a máquina numa das pontas do switch (porta 01 ou a última) para instalar e configurar o sistema com os programas necessários, faça a imagem e use esta máquina como servidor.

10- Veja como exemplo o cabo de rede da internet desconectado

11- Entrando pelo pendrive após dar F12 (ou del ou outra tecla), depende da sua máquina

12- Utilizei o Ventoy para pendrive de boot e selecionei o Clonezilla

13- Boot in normal mode, opções do Ventoy

14- Escolha a primeira opção e dê enter

15- Selecione a linguagem

16- Mantenha o layout de teclado

17- Inicie o Clonezilla

18- Escolha lite-server Entrar_no_servidor... e dê Enter

19- Inicie o Clonezilla live lite

20- Selecione netboot Clientes inicializam com... e dê enter

21- Selecione start-new-dhcp Iniciar um novo serviço DHCP na LAN

22- Selecione local-dev Usar dispositivo...

23- Conecte o pendrive ou o HD externo com a imagem e aguarde 5 segundos

24- Nesta tela pressione simultaneamente as teclas ctrl+c

25- Selecione o HD externo ou pendrive com a imagem

26- Deixe no-fsck selecionado e dê Enter

27- Selecione a pasta com a imagem (arquivo IMG) e com a tecla tab marque a opção e dê Enter

28- Nesta tela dê Enter

29- Deixe a opção Beginner Modo Iniciante... e dê Enter

30- Selecione massive-deployment Implantação massiva...

31- Selecione from-image Implantação massiva...

32- Selecione restoredisk Restaurar uma imagem para o disco...

33- Selecione a pasta com a imagem novamente

34- Marque o disco de destino usando a barra de espaços e dê Enter

35- Escolha a primeira opção Usar a tabela de particionamento da imagem

36- Escolha Não, pular verificação da imagem... para poupar tempo

37- Aqui você pode escolher a opção que achar melhor para seu caso, eu sempre escolho
poweroff Desligar o cliente ao terminar o processo

38- Aqui escolha broadcast Restauração da transmissão

39- Selecione clients-to-wait Configurar número de clientes para clonar

40- No exemplo está 12, mas coloque o número máximo de máquinas que tiver para formatar

41- Nesta tela aguarde e faça nada, NÃO tecle y agora, deixe o servidor assim

   Agora vá ligando as máquinas clientes para iniciarem pela rede, somente quando todas estiverem ligadas e conectadas o Clonezilla começará a instalação em massa.
   Lembrando que, dependendo do BIOS, tem marcas e modelos nos quais a opção de iniciar pela rede aparece nas opções de boot (tecla F2, F8, etc) não sendo necessário configurar o BIOS. 

   A partir daqui precisa fazer mais nada, basta observar as máquinas sendo restauradas e tendo o sistema instalado.

   Provavelmente o processo todo demorará por volta de uma hora ou menos.
   Na Figura 37, eu sempre escolho poweroff Desligar o cliente ao terminar o processo porque evita prováveis erros de incompatibilidade, além disso, a internet estará desligada, então é melhor configurar o desligamento das máquinas clientes, desligar o servidor, conectar a internet, ligar as máquinas clientes e fazer as atualizações/configurações finais.   

IMPORTANTE:
Quando o Clonezilla terminar o processo de instalação da imagem nas máquinas você poderá digitar y e dar enter no servidor para depois escolher a opção de desligar ou reiniciar o servidor, à sua escolha.

   Veja as imagens abaixo somente a título de informação do processo:

Quando todas as máquinas clientes atingirem essa tela acima, o Clonezilla começará o processo de instalação




   Quando o processo terminar em todas as máquinas você pode digitar y e dar enter no servidor, antes não.
Depois de o processo terminado pode escolher poweroff Desligar.

   Caso tudo correr bem, sem erros em nenhuma das máquinas, pode desligar e/ou reiniciar as máquinas para atualizar o novo sistema instalado.

   Em caso de erros em alguma das máquinas, basta repetir o processo selecionando o número de máquinas faltantes.

   Por exemplo, num primeiro teste que fiz formatei em massa 12 máquinas e deu erro em duas.

   Depois formatei 23 máquinas restantes e deu erro em 6 máquinas, daí repeti o processo nas 6 máquinas.

   Ficou uma única máquina para trás cujo problema era o SD que teve de ser trocado e a instalação feita individualmente.

   Ainda assim é mais vantajoso e demora menos tempo do que instalar máquina por máquina.

   Talvez fique alguma máquina restante a qual você deverá fazer o processo individualmente, porém, isso é um indicativo que o problema é na máquina em si, provavelmente hardware defeituoso.

   Em um laboratório com 30 máquinas restaurei/formatei 29 máquinas de uma vez só e nenhuma deu erro. Em outros dois laboratórios, com 32 máquinas cada, restaurei/formatei 31 máquinas de uma só vez e nenhuma deu erro. O processo todo em cada vez levou em torno de uma hora, porém, o tempo pode variar de acordo com o hardware das máquinas, desempenho da rede, etc.

POSSÍVEIS ERROS


   Em todas as máquinas que deram erro, deu esse mesmo erro:
"No such file or directory", ou seja, não foi encontrado o arquivo ou diretório.
   Esse erro refere-se a algum problema na rede, não sendo do Clonezilla e nem da imagem.
   Provavelmente algum conflito de dados na rede, o que é normal em instalações em massa.
   Bastou repetir o processo e as instalações ocorreram sem erros nessas máquinas que deram erro, sendo que isso comprova que foi alguma falha momentânea na rede, no cabeamento, etc.
   Caso os erros persistirem em uma ou duas máquinas, faça as instalações individualmente, pois o erro daí pode ser específico da máquina: HD/SD, placa de rede, etc.


   Perceba que falhou ao salvar o arquivo em /tmp/...

   Em relação às máquinas que darão erro você pode desligá-las individualmente para não ficar consumindo banda do servidor na instalação ou você pode deixá-las na tela de erro até o final de todo o processo.

   Caso queira ver o log, como indicado na mensagem, são dois arquivos de logs: /var/log/clonezilla.log e /var/log/partclone.log.

   Digite "Enter" em cada máquina, pois os arquivos de logs são individuas e não ficam no servidor e escolha a opção "cmd Entre na linha de comandos do prompt" (veja abaixo):

Digite cat /var/log/clonezilla.log | less para ver o log;
Lembrando que a barra (/) provavelmente estará na tecla :; e o pipe (barra reta) estará na tecla }]º

Observe o log; para avançar use as setas de direção do teclado

Observe o log; para sair digite a tecla q

Digite cat /var/log/partclone.log | less para ver o log

Observe o log, para avançar use as setas de direção e para sair digite a tecla q


CONCLUSÃO

   Como vimos, o processo é bastante simples.
   Independentemente do número de máquinas, o processo levou em torno de 1 hora para finalizar, ou seja, tanto faz com 12 máquinas ou com 23 ou com 30, o processo demorou em torno de 1 hora do mesmo jeito.
   Em um laboratório com 30 máquinas restaurei/formatei 29 máquinas de uma vez só e nenhuma deu erro. Em outros dois laboratórios com 32 máquinas restaurei/formatei 31 máquinas de uma só vez e nenhuma deu erro. O processo todo em cada vez levou em torno de uma hora, porém, o tempo pode variar de acordo com o hardware das máquinas, desempenho da rede, etc.
Aconselho a utilizar um pendrive ou HD/SD externo usb 3.0 com a imagem numa porta usb 3.0, isso agiliza o processo.

   Resumidamente:
   - Configure o BIOS das máquinas e desligue-as;
   - Escolha uma das máquinas e configure-a para ser o servidor;
   - Depois que o servidor chegar na tela pedindo para digitar y (Figura 41), deixe o servidor parado nessa tela e vá ligando as máquinas;
   - Aguarde o processo terminar;
   - Caso der erro em alguma(s) máquina(s), refaça o processo com as máquinas que deram erro.

   Na Figura 37, eu sempre escolho poweroff Desligar o cliente ao terminar o processo porque evita prováveis erros de incompatibilidade, além disso, a internet estará desligada, então é melhor configurar o desligamento das máquinas clientes, desligar o servidor, conectar a internet, ligar as máquinas clientes e fazer as atualizações/configurações finais.   

   Geralmente os erros em algumas máquinas acontecem antes dos 50% completados, porém, isso não é regra, é somente uma constatação pela experiência.

   No início do Clonezilla, não coloque na RAM, esteja certo de que o switch não distribui IPs e aguarde até o final caso quiser ver os logs.

Vista geral de um dos laboratórios durante as instalações.




FIM