Uma “entidade”, um ser que me assola e me assombra há tempos vinha insistentemente insistindo – não sei exatamente o porquê – para eu escrever sobre a Larissa de Macedo Machado, nascida em 30 de março de 1993, vulgarmente conhecida como Anitta, a “funkeira” Anitta.
Meu primeiro sentimento foi “prefiro fazer um tratamento de canal dentário à moda antiga e sem anestesia”. Porém, logo após ser tomado por esse pensamento suicida, que me pareceu perfeitamente lógico na hora, lembrei-me de um trecho do livro “A Vida Intelectual, Espírito, Condições, Métodos” do Padre A. D. Sertillanges (Antonin-Gilbert Sertillanges, nascido Antonin-Dalmace Sertillanges), página 159:
“Leibniz utilizava tudo; S. Tomás extraiu dos hereges e dos paganizantes do seu tempo grande número de idéias, sem sofrer de nenhuma. O homem inteligente encontra em toda a parte inteligência, o louco projeta sobre todas as paredes a sombra da sua fronte estreita e inerte. Escolhei o melhor que puderdes; mas procurai que tudo seja bom, largo, aberto ao bem, prudente e progressivo.”
Passei a pesquisar sobre o objeto de estudo em questão: Larissa.
Não me desviarei do caminho ainda que seja um périplo auricular e visual, uma via crucis de chicotadas mentais ante à coleção de bobagens proferidas em tais vídeos, mas isso é o que dá fama e dinheiro no Brasil. E não confundam fama e dinheiro com sucesso, este engloba aqueles, mas são coisas diferentes.
Assistir a seus vídeos com seus “clips” e suas entrevistas até nem foi tão ruim assim, porém, tive que projetar sobre todas as paredes a sombra da minha fronte estreita e inerte para entender como “causa” tanto uma mulher cuja maior façanha é rebolar a excelente protuberância traseira na qual as celulites ali presentes ressaltam o charme e a beleza - apesar de que toda mulher quando meio curvada as celulites somem -, coisa que, em si, não desabona ou dá mérito à Larissa em nada, pois acredito que ela nasceu assim dotada naturalmente daquilo que os jovens chamam atualmente de “raba”.
No decorrer do texto os leitores perceberão que, durante a presente investigação, tive de aprender algumas palavras desse dialeto parecido com a Língua Portuguesa que os jovens da geração Anitta/Felipe Neto utilizam.
De todos, da não muita extensa pesquisa que fiz, os vídeos que me chamaram mais atenção foram a entrevista da Larissa no programa Podpah (https://www.youtube.com/watch?v=3BQTpR-_I1g), além de um onde ela conversa com a Gabriela Prioli e outro no qual ela faz uma tatuagem naquela região onde me parece que a cada entrevista ela faz questão de citar, aquela região entremeio às nádegas. Nada contra, pois tal região era bastante citada também pelo filósofo Olavo de Carvalho, com a diferença de que ele referia-se não à sua própria região, mas a de seus desafetos, mandava-os para essa região.
Até entendo que a Larissa tem a sua linha de perfumes íntimos e faça o seu “jabá”, pois todos temos contas para pagar – apesar de que as contas dela devem ser bem maiores do que as minhas e devem estar sempre em dia – contudo, quando alguém chega no ponto de ter de usar perfume para disfarçar “cheiro de cu” - palavras da Larissa -, tal pessoa deve procurar um médico imediatamente, pois não é normal exalar tal odor a ponto que os outros sintam à distância... ou o ânus deve estar tão lasseado que não consegue mais fechar.
Brincadeiras à parte, no vídeo onde a Larissa canta com Caetano Veloso e Gilberto Gil percebi um certo talento musical nela, mas também percebi um certo desprezo dos dois em relação à Larissa, coisa feia isso, deselegante até; caso não queriam estar ali era só não estarem ali... como de fato não estavam. Ela estava interpretando a música. Intérprete é isso. Posso estar errado, mas pelo que eu percebi, eles se deram mal e ela foi grande.
Não sou um “expert” no assunto, sou duro de ouvido, mas escrevo como um ouvinte que gostou e considerou agradável o que ouviu. Talvez ela devesse investir mais nesse estilo; não mudar de estilo – seja lá qual for o estilo dela; ela chama de funk, como se ela fosse um James Brown de saias -, não mudar de estilo, mas cantar às vezes alguma coisa onde não sinta tanta necessidade atávica de rebolar e/ou esfregar a “raba” em alguém, pois a “raba” despenca com a idade e o que fica é o talento musical. E uma mulher balzaquiana como a Larissa tem o seu valor, fisicamente falando... mas sabe como é... o público da Larissa é majoritariamente adolescente, o público dela é praticamente uma comunidade onanista.
Para não fugir do estilo sugiro à Larissa que grave o funk do Ariano Suassuna: “Rutherford, Bohr, modelos atômicos, um cavalo morto é um animal sem vida, em redor do buraco tudo é beira...”; percebam a musicalidade intrinsecamente natural dessas palavras!
Esse funk ficaria bem na voz anasalada da Larissa. Eu admiro as pessoas que falam pelo nariz e cantam metade pelo nariz e metade pela boca.
Um trecho da entrevista no Podpah que eu faço questão de ressaltar é a parte na qual a Larissa discorre sobre o início de carreira dela. Quase fui às lágrimas!
De novo, brincadeiras à parte, fiquei admirado com a persistência e a resiliência da Larissa. Gostaria de ser assim!
Gostaria de ter acreditado em mim mesmo na tenra idade e investir no meu talento como ela fez com o seu – se é que tenho algum. Nessa parte da entrevista no Podpah lembrei do Olavo de Carvalho quando ele falava da cultura do “caranguejo no balde”, da cultura da mentira e do fingimento, do “não vai dar certo”, cuja é comum no Brasil
Por três ocasiões a Larissa acreditou nela mesma; mesmo com a própria família dizendo que “não vai dar certo”. Na primeira, com a música “Menina Má”, na segunda com a música que não me recordo agora (é só ver o vídeo) e na terceira com o “Show das Poderosas”; aí a Larissa virou a Anitta!
Tem um trecho de um vídeo que circulou nas redes sociais onde a Anitta fala que não queria se meter em política, “eu sou uma cantora”, disse ela, “vocês que me fizeram fazer isso”. Lembrei do Roberto Carlos que durante toda a carreira dele nunca se meteu em grupinhos ideológicos e/ou políticos e nunca ninguém se meteu com ele, pois não deve ser fácil brigar com um cara com a popularidade do Rei. Popularidade esta que a Anitta deveria almejar.
Está aí uma coisa que eu gostaria de ver: a Larissa ser chamada de Rainha Anitta, mas num reinado conquistado pelo talento musical e não somente por saber rebolar a bunda.
O Brasil não tem um prêmio Nobel, não tem um cantor, uma cantora, uma banda, um grupo, um esportista, etc, de sucesso mundial. Teve Pelé, Ayrton Senna e incluo Oscar Schimdt, mas é só. Um país como o Brasil deveria ser um celeiro de pessoas de sucesso.
São três coisas: Talento, Vontade e Esforço. É um equilíbrio entre essas três coisas. O brasileiro acredita que somente o talento basta: nada mais falso. Como exemplo cito o Pelé. Ele depois dos treinos ficava sozinho treinando chutes, cabeçadas, etc, e olha que ele tinha um talento enorme para jogar futebol, nasceu para isso. E teve o apoio do pai dele, o Dondinho. Toda pessoa de talento que tenha vontade, que goste daquilo que faz, ela se esforça, mas precisa do apoio de alguém. E todos nós temos algum talento específico, basta saber qual. Em outro texto discorrerei mais sobre isso.
No vídeo com a conversa com a Gabriela Prioli onde a Anitta perguntou se “um vereador seria um deputado municipal?” as pessoas debocharam da Anitta, porém, o raciocínio dela estava correto. Um vereador é do poder legislativo municipal, um deputado estadual é do poder legislativo estadual e um deputado federal é do poder legislativo federal. Um vereador poderia se chamar deputado municipal. É uma questão de nomes. A falta de conhecimento em algum assunto não implica em burrice, porque se for assim, eu sou completamente burro no assunto “ter fama e dinheiro”.
O filósofo Aristóteles começa o tratado Categorias, o primeiro tratado do Organon, a obra Analítica dele, falando do “nome das coisas”. O nome das coisas é importante, mas é uma convenção do ser humano; importante também é o referente: o que a coisa é na realidade, a substância. A Anitta raciocinou de forma correta.
Lembrando que vereador pode ser chamado de Edil também, pois na antiga Roma, Edil era o funcionário ou magistrado cuja função era observar e garantir o bom estado e funcionamento de edifícios e outras obras e serviços públicos de interesse comum, como ruas e o tráfego, abastecimento de gêneros e de água, condições de culto e prática religiosa etc; nas municipalidades do Império Romano, funcionário administrativo regular. Um prefeito pode ser chamado de Edil também.
Gostaria de ver e ouvir a Anitta cantando músicas gospel, pois como ela mesmo diz, começou cantando na Igreja. Pessoas como Elvis Presley, Roberto Carlos, Roberta Flack, Madonna, entre vários outros, cantavam/cantam também músicas de Igreja, as chamadas músicas gospel.
Pessoas de sucesso fazem o que lhes é do seu talento, mas sempre levam em consideração o que outros dizem somente para formar sua opinião. Essa segunda premissa é o meu defeito.
Termino por aqui. Apesar de a Anitta ter um olhar bordeline, dedos maleáveis que se dobram para trás com uma facilidade impressionante e aquelas unhas que devem ser muito afiadas, fiquei admirado com a capacidade de raciocínio dela. Não apaixonado, mas admirado.
Para quem já sofreu lanhada nas costas com unhas afiadas de mulher sabe do que estou falando.
Não virei um fã da Anitta, pois não sou fã de ninguém, nem de mim mesmo, mas a Anitta virou minha considerada, sangue bom!
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