quarta-feira, 4 de setembro de 2024

O Banquete


   Saboreando "O Banquete" de Arístocles, vulgo Platão (plato - ombros largos), chamou-me exótica atenção o relato de Aristófanes sobre os três gêneros da natureza de antanho da humanidade. Resolvi, então, compor excêntrico texto com toda humildade.

   Lembrando que "Humildade", do grego HUMUS, significa "terra", coisa que a broderagem grega não tinha em abundância devido a dificuldade de se achar algum herói humilde na mitologia Grega. Temos Aedos, mas esta daemon era mais propriamente a personificação da vergonha e do pudor do que da humildade em si... então não vale.

   Ante à provocação do texto, tentarei, tal qual Ulisses na Odisséia, tentarei escapar a nado - com vigorosas braçadas - do violento mar das críticas evitando o ímpeto de ser mais satírico ainda do que Aristófanes.

   Vamos aos excertos:

"Na verdade, Erixímaco, disse Aristófanes, é de outro modo que tenho a intenção de falar, diferente do teu e do de Pausânias. Com efeito, parece-me os homens absolutamente não terem percebido o poder do amor, que se o percebessem, os maiores templos e altares lhe preparariam, e os maiores sacrifícios lhe fariam, não como agora que nada disso há em sua honra, quando mais que tudo deve haver.
   É ele com efeito o deus mais amigo do homem, protetor e médico desses males, de cuja cura dependeria sem dúvida a maior felicidade para o gênero humano. Tentarei eu portanto iniciar-vos em seu poder, e vós o ensinareis aos outros. Mas é preciso primeiro aprenderdes a natureza humana e as suas vicissitudes. Com efeito, nossa natureza outrora não era a mesma que a de agora, mas diferente.
Em primeiro lugar, três eram os gêneros da humanidade, não dois como agora, o masculino e o feminino, mas também havia a mais um terceiro, comum a estes dois, do qual resta agora um nome, desaparecida a coisa; andrógino era então um gênero distinto, tanto na forma como no nome comum aos dois, ao masculino e ao feminino, enquanto agora nada mais é que um nome posto em desonra.
   Depois, inteiriça era a forma de cada homem, com o dorso redondo, os flancos em círculo; quatro mãos ele tinha, e as pernas o mesmo tanto das mãos, dois rostos sobre um pescoço torneado, semelhantes em tudo; mas a cabeça sobre os dois rostos opostos um ao outro era uma só, e quatro orelhas, dois sexos, e tudo o mais como desses exemplos se poderia supor.
   E quanto ao seu andar, era também ereto como agora, em qualquer das duas direções que quisesse; mas quando se lançavam a uma rápida corrida, como os que cambalhotando e virando as pernas para cima fazem uma roda, do mesmo modo, apoiando-se nos seus oito membros de então, rapidamente eles se locomoviam em círculo.
   Eis por que eram três os gêneros, e tal a sua constituição, porque o masculino de início era descendente do sol, o feminino da terra, e o que tinha de ambos era da lua, pois também a lua tem de ambos; e eram assim circulares, tanto eles próprios como a sua locomoção, por terem semelhantes genitores. ..."

   O excerto é auto-explicativo e não demanda muitos comentários.
   Aristófanes, como todo bom dramaturgo intensamente satírico - sarcástico até -, descreve anedoticamente a origem de sermos assim como somos fisicamente: cabeça, tronco e membros; porém, tínhamos quatro braços, quatro pernas, uma cabeça, dois rostos, quatro orelhas e dois sexos. Provavelmente transávamos com nós mesmos. Veja só, já tínhamos há 2.500 anos a habilidade de futére com nós mesmos. Tínhamos três gêneros: masculino, feminino e andrógino... e também já tínhamos a tal diversidade que alguns usam como desculpa para enlaçar-se com criancinhas.
   Pelo que se entende tinha-se três tipos de pessoas, sendo que cada gênero habitava num corpo próprio e quando precisávamos correr das vicissitudes da vida dávamos uma cambalhota ficando com os oito membros no chão e nos locomovíamos como caranguejos com rostos... sigamos.

"Eram por conseguinte de uma força e de um vigor terríveis, e uma grande presunção eles tinham; mas voltaram-se contra os deuses, e o que diz Homero de Efialtes e de Otes é a eles que se refere, a tentativa de fazer uma escalada ao céu, para investir contra os deuses. Zeus então e os demais deuses puseram-se a deliberar sobre o que se devia fazer com eles, e embaraçavam-se; não podiam nem matá-los e, após fulminá-los como aos gigantes, fazer desaparecer-lhes a raça - pois as honras e os templos que lhes vinham dos homens desapareceriam nem permitir-lhes que continuassem na impiedade.
   Depois de laboriosa reflexão, diz Zeus: "Acho que tenho um meio de fazer com que os homens possam existir, mas parem com a intemperança, tornados mais fracos. Agora com efeito, continuou, eu os cortarei a cada um em dois, e ao mesmo tempo eles serão mais fracos e também mais úteis para nós, pelo fato de se terem tomado mais numerosos; e andarão eretos, sobre duas pernas. Se ainda pensarem em arrogância e não quiserem acomodar-se, de novo, disse ele, eu os cortarei em dois, e assim sobre uma só perna eles andarão, saltitando." Logo que o disse pôs-se a cortar os homens em dois, como os que cortam as sorvas para a conserva, ou como os que cortam ovos com cabelo; a cada um que cortava mandava Apolo voltar-lhe o rosto e a banda do pescoço para o lado do corte, a fim de que, contemplando a própria mutilação, fosse mais moderado o homem, e quanto ao mais ele também mandava curar.
   Apolo torcia-lhes o rosto, e repuxando a pele de todos os lados para o que agora se chama o ventre, como as bolsas que se entrouxam, ele fazia uma só abertura e ligava-a firmemente no meio do ventre, que é o que chamam umbigo. As outras pregas, numerosas, ele se pôs a polir, e a articular os peitos, com um instrumento semelhante ao dos sapateiros quando estão polindo na forma as pregas dos sapatos; umas poucas ele deixou, as que estão à volta do próprio ventre e do umbigo, para lembrança da antiga condição. Por conseguinte, desde que a nossa natureza se mutilou em duas, ansiava cada um por sua própria metade e a ela se unia, e envolvendo-se com as mãos e enlaçando-se um ao outro, no ardor de se confundirem, morriam de fome e de inércia em geral, por nada quererem fazer longe um do outro. E sempre que morria uma das metades e a outra ficava, a que ficava procurava outra e com ela se enlaçava, quer se encontrasse com a metade do todo que era mulher - o que agora chamamos mulher quer com a de um homem; e assim iam se destruindo. ..."

   Nós tínhamos uma força e um vigor terríveis, mas éramos (e ainda somos) presunçosos e tentamos escalar ao céu.
   Zeus não gostou nada disso e, como castigo, partiu-nos ao meio... Zeus deu no meio da humanidade!
   Daí vem o porquê de procurarmos a cara metade e morrermos abraçados no casamento: é um castigo de Zeus!
   Lembrando que, na Bíblia, Deus castiga a humanidade com o trabalho, mas isso é outra estória.
   Zeus não quis perder a idolatria dos seres humanos... e está tendo pleno êxito nisso até os dias atuais: a idolatria segue firme, forte e rija.
   Nós, seres humanos, já não estávamos satisfeitos no episódio da Torre de Babel na Bíblia quando tentamos trepar aos céus pela primeira vez e fomos castigados com o embaralhamento da língua que gerou a confusão suprema de não nos entendermos mais... se é que já nos entendíamos.
   Acredito que procurando na história encontraremos mais passagens em outras mitologias onde o ser humano tenta, em vão, subir aos céus para massacrar deuses. De certa maneira, até hoje fazemos isso.
   Interessante é o trecho onde Aristófanes descreve como Apolo poliu algumas pregas do ser humano e outras Apolo teve a gentileza de deixar rugosas para lembrar-nos da antiga condição.  Lembramo-nos disso todos os dias quando vamos aos pés!
   Vamos adiante.

"Tomado de compaixão, Zeus consegue outro expediente, e lhes muda o sexo para a frente - pois até então eles o tinham para fora, e geravam e reproduziam não um no outro, mas na terra, como as cigarras; pondo assim o sexo na frente deles fez com que através dele se processasse a geração um no outro, o macho na fêmea, pelo seguinte, para que no enlace, se fosse um homem a encontrar uma mulher, que ao mesmo tempo gerassem e se fosse constituindo a raça, mas se fosse um homem com um homem, que pelo menos houvesse saciedade em seu convívio e pudessem repousar, voltar ao trabalho e ocupar-se do resto da vida.
   E então de há tanto tempo que o amor de um pelo outro está implantado nos homens, restaurador da nossa antiga natureza, em sua tentativa de fazer um só de dois e de curar a natureza humana. Cada um de nós portanto é uma téssera complementar de um homem, porque cortado como os linguados, de um só em dois; e procura então cada um o seu próprio complemento. Por conseguinte, todos os homens que são um corte do tipo comum, o que então se chamava andrógino, gostam de mulheres, e a maioria dos adultérios provém deste tipo, assim como também todas as mulheres que gostam de homens e são adúlteras, é deste tipo que provêm.
   Todas as mulheres que são o corte de uma mulher não dirige muito sua atenção aos homens, mas antes estão voltadas para as mulheres e as amiguinhas provêm deste tipo. E todos os que são corte de um macho perseguem o macho, e enquanto são crianças, como cortículos do macho, gostam dos homens e se comprazem em deitar-se com os homens e a eles se enlaçar, e são estes os melhores meninos e adolescentes, os de natural mais corajoso. Dizem alguns, é verdade, que eles são despudorados, mas estão mentindo; pois não é por despudor que fazem isso, mas por audácia, coragem e masculinidade, porque acolhem o que lhes é semelhante. Uma prova disso é que, uma vez amadurecidos, são os únicos que chegam a ser homens para a política, os que são desse tipo. E quando se tornam homens, são os jovens que eles amam, e a casamentos e procriação naturalmente eles não lhes dão atenção, embora por lei a isso sejam forçados, mas se contentam em passar a vida um com o outro, solteiros.
   Assim é que, em geral, tal tipo torna-se amante e amigo do amante, porque está sempre acolhendo o que lhe é aparentado. Quando então se encontra com aquele mesmo que é a sua própria metade, tanto o amante do jovem como qualquer outro, então extraordinárias são as emoções que sentem, de amizade, intimidade e amor, a ponto de não quererem por assim dizer separar-se um do outro nem por um pequeno momento. E os que continuam um com o outro pela vida afora são estes, os quais nem saberiam dizer o que querem que lhes venha da parte de um ao outro.
   A ninguém com efeito pareceria que se trata de união sexual, e que é porventura em vista disso que um gosta da companhia do outro assim com tanto interesse; ao contrário, que uma coisa quer a alma de cada um, é evidente, a qual coisa ela não pode dizer, mas adivinha o que quer e o indica por enigmas. Se diante deles, deitados no mesmo leito, surgisse Hefesto e com seus instrumentos lhes perguntasse: Que é que quereis, ó homens, ter um do outro?, e se, diante do seu embaraço, de novo lhes perguntasse: Porventura é isso que desejais, ficardes no mesmo lugar o mais possível um para o outro, de modo que nem de noite nem de dia vos separeis um do outro? Pois se é isso que desejais, quero fundir-vos e forjar-vos numa mesma pessoa, de modo que de dois vos tomeis um só e, enquanto viverdes, como uma só pessoa, possais viver ambos em comum, e depois que morrerdes, lá no Hades, em vez de dois ser um só, mortos os dois numa morte comum; mas vede se é isso o vosso amor, e se vos contentais se conseguirdes isso.
   Depois de ouvir essas palavras, sabemos que nem um só diria que não, ou demonstraria querer outra coisa, mas simplesmente pensaria ter ouvido o que há muito estava desejando, sim, unir-se e confundir-se com o amado e de dois ficarem um só. 0 motivo disso é que nossa antiga natureza era assim e nós éramos um todo; é portanto ao desejo e procura do todo que se dá o nome de amor."

   Zeus, tendo piedade de nós, compadeceu-se de nos ter cortado ao meio e ter nos obrigado a reproduzir-nos na terra tal como as cigarras - talvez fez isso para nos ensinar humildade (humus, terra) -, mas arrependeu-se e colocou-nos os órgãos genitais na frente, como é até hoje, para reproduzirmos macho na fêmea... ainda bem!
   Devia ser ruim copular a terra.
   Cada homem é uma téssera da mulher e vice-versa, são complementares, não são sexos opostos como sonha nossa vã filosofia moderna.
   Aristófanes segue dizendo que os homens e as mulheres que estão na procura da sua cara metade são um corte de tipo filé-mignon de linguado extraído do gênero andrógino. Os adúlteros e adúlteras também vem do gênero andrógino, mas são um corte de tipo comum da espada de Zeus, o açougueiro. As lésbicas são o corte de uma mulher (gênero feminino) e os que são corte de um macho (gênero masculino) são os homossexuais masculinos procurando sua cara metade.
   A partir do trecho

"...e enquanto são crianças, como cortículos do macho, gostam dos homens e se comprazem em deitar-se com os homens e a eles se enlaçar, e são estes os melhores meninos e adolescentes,..."

vemos que a coisa descamba para uma junção de Paidí (criança) com Philia (amizade íntima) onde Aristófanes arremata sugerindo que todo político é gay e pedófilo com um casamento de fachada porque a "nobreza obriga":

"Uma prova disso é que, uma vez amadurecidos [os cortículos do macho], são os únicos que chegam a ser homens para a política, os que são desse tipo. E quando se tornam homens, são os jovens que eles amam, e a casamentos e procriação naturalmente eles não lhes dão atenção, embora por lei a isso sejam forçados, mas se contentam em passar a vida um com o outro, solteiros."

   Depois, em outra ocasião, o espevitado Aristófanes, na sua peça "As Nuvens", prega uma peça em Sócrates ajudando a ferrar a vida dele acusando-o de corromper a sociedade, não a dos Poetas Mortos, mas a dos Bróderes Vivos.
   Deixando Aristófanes de lado, O Banquete todo é de uma broderagem descarada, principalmente a parte onde a ciumenta invejosa Alcibíades chega desabridamente embriagado e tem um ataque de pelanca quando vê Sócrates refocilar-se no colo do licencioso Agatão:

"E Sócrates: - Agatão, vê se me defendes! Que o amor deste homem se me tornou um não pequeno problema. Desde aquele tempo, com efeito, em que o amei, não mais me é permitido dirigir nem o olhar nem a palavra a nenhum belo jovem, senão este homem, enciumado e invejoso, faz coisas extraordinárias, insulta-me e mal retém suas mãos da violência. Vê então se também agora não vai ele fazer alguma coisa, e reconcilia-nos; ou se ele tentar a violência, defende-me, pois eu da sua fúria e da sua paixão amorosa muito me receio.
- Não! - disse Alcibíades - entre mim e ti não há reconciliação. Mas pelo que disseste depois eu te castigarei;"

   Qual "castigo" Alcibíades deu em Sócrates não sabemos se ficou somente nas palavras ou se Alcibíades partiu para a ação punitiva na prática "castigando" Sócrates..
   O que sabemos é que os Gregos distinguiam o amor em sete tipos diferentes: o Eros (amor erótico) , a Philia (amizade íntima), o Ludus (amor lúdico ou sedutor), o Storge (amor familiar), a Philautia (amor próprio), o Pragma (amor companheiro) e o Ágape (amor universal).
   Os integrantes da vida noturna de O Banquete, envoltos em túnicas, chitons e sacos de batata coloridos - mas sem nada por baixo -, depois do banquete mandavam as serviçais mulheres embora e caíam apetitosamente no Simpósio alimentando-se quase que exclusivamente do Eros.

   Para quem quiser uma abordagem mais austera e completa:


sexta-feira, 19 de julho de 2024

Pensamento e Raciocínio

   "O Brasileiro perdeu a capacidade de raciocinar com várias variáveis e constantes por trás dos fatos, um pensamento um pouco mais complexo e o Brasileiro se perde todo".

   "O Brasileiro demora dias, semanas, meses, anos, décadas para perceber uma coisa que deveria perceber na hora".

   Pensamento é o ato ou efeito de pensar, são as idéias, conceitos, etc.

   Raciocínio é a concatenação de pensamentos, é a aplicação da Razão.

   As "várias variáveis" podemos encontrar no tratado Categorias do Organon de Aristóteles - não explicarei aqui sobre as Categorias e nem sobre o Organon, pressuponho que o leitor esteja em um estágio básico sobre Filosofia.

   As "várias variáveis", grosso modo, são as categorias elencadas por Aristóteles: Quantidade, Qualidade, Estado, Relação, etc. Ainda que alguns elenquem 10 categorias, na verdade são nove, pois a primeira, a Substância, é o que a coisa é; e para sabermos o que a coisa é devemos analisar as nove categorias. Algumas coisas não podemos enquadrar nas nove categorias, mas podemos analisar tantas quantas forem possíveis de acordo com a coisa analisada. Não confunda "Substância" com "Essência", pois esta refere-se mais à forma das coisas, aquela mais ao formato e à materialidade das coisas.

   E as variáveis não são as categorias em si. Os nomes das categorias em si juntamente com o que elas são na realidade (referente) são as constantes; e o conteúdo das categorias são as variáveis.

   Por exemplo: "Não tenho preço, tenho valor". Nada mais errado nesse chavão. As categorias a serem analisadas e as quais podemos enquadrar, neste sentido, os termos "preço" e "valor", são as categorias "quantidade" e "qualidade", respectivamente.

   Contudo, preço e valor, quando usados e comparados na mesma frase tornam-se quantitativos, ou seja, neste sentido tornam-se sinônimos (unívocos), mas preço e valor não podem ser comparados em qualidade, pois, neste caso, os dois referem-se implicitamente ao caráter e o caráter é qualitativo e preço é quantitativo. Valor, dependendo do sentido, pode ser quantitativo ou qualitativo. Por exemplo, "Valor Humano" é uma expressão aceitável porque se refere ao Ser Humano e não o relacionamos e/ou o comparamos a preço e isso não é uma questão de mera semântica, não é uma questão de formato, é uma questão de forma, de essência, no caso, popularmente dizendo, de bom senso, ou seja, é o óbvio apodítico. Lembrando que "óbvio apodítico" é uma expressão redundante, pois todo óbvio em si é apodítico, aliás, neste sentido podemos dizer que "óbvio" é sinônimo de "apodítico".

   Às vezes utilizamos figuras de linguagem para reforço do que se quer dizer, porém, figuras de linguagem, como o nome diz, são linguagem figurada que não expressam a realidade em si, por isso, Figuras de Linguagem devem ser usadas com economia, com parcimônia, e somente como um recurso estilístico de fala ou escrita.

   Não devemos falar ou escrever seriamente que temos "42 reais de caráter" ou "284 quilos de caráter" ou "936 metros de caráter".

   O caráter de um ser humano é qualitativo (no tratado "Categorias" de Aristóteles encontramos o que é Qualidade, neste sentido). Alguém pode, neste momento, argumentar que um mentiroso, por exemplo, é mentiroso porque conta várias mentiras, cuja qualidade de cada mentira é de pouca monta (só faz mal para ele mesmo), então, neste sentido, a qualidade de mentiroso caracteriza-se pela quantidade de mentiras, não pela qualidade em si de cada uma. Isto é válido no raciocínio.

   O que não é válido são as palavras empregadas; foi um truque utilizado pelo autor do texto.

Veremos:

   Neste trecho "a qualidade de mentiroso caracteriza-se pela quantidade de mentiras", o correto é "a qualidade de mentiroso caracteriza-se pela soma da quantidade de mentiras" e vemos que "qualidade" fica distinta sem dúvidas de "quantidade". Sem o acréscimo de "soma da" confunde-se qualidade com quantidade dando a impressão mental de que são a mesma coisa e isso pode levar a entendimento errado das essências das coisas "qualidade" e "quantidade".

   E, mesmo no trecho "a qualidade de mentiroso caracteriza-se pela quantidade de mentiras" vemos que está distinta a separação entre "qualidade" e "quantidade", porém, pode causar confusão. "Mentira" em si é qualitativa e a soma da quantidade de "mentiras" não determina a qualidade de cada mentira isoladamente mesmo sendo cada mentira de pouca gravidade em relação aos outros.

   Do mesmo modo que se eu contar uma única mentira na vida cuja qualidade seja gravíssima em malignidade, implica que o resultado, o estrago causado por essa mentira caracterizaria meu caráter como sendo de péssima qualidade, um mau caráter. Isso até eu me arrepender e me redimir e nunca mais mentir.

   Percebem, de acordo com o que foi dito anteriormente, surgindo agora Ética e Moral, o que veremos a seguir.

   Separando-se de Aristóteles, mas não completamente, seguirei com Mário - qual Mário? -, adiante o leitor encontra:

"§ 59 Mas esses valores são valores do homem, por isso são valores humanos (em grego, valor é axiós e o homem é antropos, daí chamarem-se esses valores de axioantropológicos). ...

Por essa razão, cada ato humano é mais ou menos digno, segundo tenha mais ou menos valor. A dignidade dos atos continuados marca seu valor."

   Mário Ferreira dos Santos; Cristianismo, A Religião do Homem.

   A Ética é eterna, a Moral é mutável, humana, factível, caduca; a Ética é invariante, a Moral é variante.

   Por exemplo: não matar é um Princípio Ético, porém, a discussão Moral é em torno se eu posso ou não matar em legítima defesa própria ou de terceiros.

"§ 63 A Ética estuda o dever-ser humano, a Moral descreve e prescreve como se deve agir para realizar este dever-ser. ..." Idem.

"§ 64 Aqueles que dizem que a Ética é vária porque a Moral é vária, confundiram a Moral com a Ética. Essas confusões provocaram inúmeros mal-entendidos e promoveram muita agitação entre os que desejavam atacar a Ética. ..." Idem.

   Esta confusão muito bem apontada por Mário persiste até os dias atuais no Brasil. É grande a quantidade de pessoas que trocam metonimicamente chamando o que é Moral de Ética e vice-versa, ou seja, não sabem o referente (o que a coisa é) nem de uma nem de outra. Tem a mente confusa, vivem numa pasta mental.

   Dizendo-se em Ética estamos dizendo em Princípios, e Princípio é aquilo que está no início, antes não precisa ter nada, nem uma explicação em palavras, pode até ter uma explicação em palavras, mas não se faz necessário. O ser humano nasce sabendo o que é um Princípio.

   Princípio é a base da Ética. Ética é fazer o certo e não fazer o errado. O certo e o errado são Princípios, por exemplo: não mentir, não matar, não roubar, etc. Moral é como se deve aplicar a Ética, como se deve aplicar esses princípios. E da má aplicação da Moral surgem os termos Imoral e Amoral. Toda e qualquer discussão surgida em torno de um Princípio Ético chama-se de Discussão Moral, ou seja, não existem discussões Éticas, somente existem discussões Morais. Lembrando que "discussão", neste sentido, é a ação de analisar detalhadamente levantando questões sérias a respeito de algo para se chegar a alguma solução... tem nada a ver com a semântica popular de "briga oral".

   São princípios porque estão no início. Caso eu perguntar, por exemplo: "Por que é errado matar?"

   A única resposta possível, depois de muito queimar a mufa, é: "Matar é errado porque o ser humano nasce sabendo disso". É um Princípio!

   Mesmo um psicopata, um serial killer, sabe que matar é errado. O porquê (o motivo, a razão suficiente) de ele matar é outra discussão que não cabe aqui no momento, mas podemos afirmar que é uma questão de Moral justamente porque enseja em si uma discussão e a Ética é perene, é invariante. Princípios Éticos não se discutem, pois são invariantes. Matar é errado; o porquê as pessoas se matam é uma discussão Moral. Um psicopata sabe que matar é errado, senão não faria tramoias para esconder a imoralidade/crime, mataria a céu aberto e não se preocuparia sequer em ser preso. Onde podemos deduzir que a falta de Moral leva à loucura.

   Homicídio, por exemplo, é crime tipificado nos Códigos Penais de vários países - sua base é o Princípio Ético Não Matar -, porém, matar em legítima defesa própria ou de terceiros é uma discussão Moral que, após muito debate, acaba por ser sacramentada no Código Penal e vira Lei. Mesmo as atenuantes e agravantes de um homicídio (se foi premeditado ou não, etc) são questões Morais.

   Caso eu fosse um sujeito essencialmente ético eu jamais mataria alguém, seja por legítima defesa minha ou de terceiros. Eu preferiria ser morto, pois sou essencialmente ético e não admito nenhuma discussão Moral a respeito dos Princípios Éticos. E isso vale também para "Não Mentir, Não Roubar, Não Adulterar, Não Trair, etc".

   Talvez a única pessoa que conseguiu isso na história da humanidade foi Jesus Cristo, que preferiu morrer do que abdicar dos seus Princípios, porém, Cristo admitia a discussão Moral para os outros, pois Ele perdoava, desde que a pessoa não incorresse no mesmo erro: "Vá e não peques mais." Talvez Cristo tenha sido duro demais consigo e leniente demais contigo, ou seja, talvez Cristo foi rígido demais com ele mesmo e leniente com os outros, pois julgou toda a humanidade inocente.

   Vejam bem, não estou dizendo aqui do aspecto religioso da coisa, estou dizendo do aspecto Ético e Moral para se entender-se com propriedade a diferença entre Ética e Moral.

   O correto é dizer "Eu tenho Princípios Éticos!". O correto é dizer "Eu tenho Valor Humano". O correto é dizer "Eu tenho Moral"; e não confunda Moral com Reputação, são coisas distintas que até podem ser sinônimas, contudo, são coisas distintas, diferentes, separadas em relação ao referente, ao quê representam na realidade. Reputação, em se tratando de pessoas na linguagem cotidiana refere-se mais às profissões e/ou ocupações, pois Moral é o gênero e reputação é a espécie. Por exemplo: eu posso ser um médico de renome internacional, mas sou um "filho da prostituta" como pessoa, ou seja, tenho reputação, mas não tenho Moral.

   Lembrando que "sinônimo" no dicionário: "diz-se de ou palavra de significado semelhante a outra e que pode, em alguns contextos, ser usada em seu lugar sem alterar o significado da sentença".

   Sinônimos em Aristóteles na tradução de Pinharanda Gomes:

"Chamam-se 'sinónimos' quando simultaneamente têm o mesmo nome e esse nome significa comunidade de nome e identidade de essência. Assim, por exemplo, tanto um homem como um boi recebem o nome de animal. O nome é o mesmo em ambos os casos, e de igual modo é a mesma a definição, pois, se nos perguntarem o que se pretende significar em ambos os casos com esse nome, em que referimos a essência de animal , a definição a dar será a mesma."

   Pinharanda Gomes, Organon, Tratado Categorias.

 

   Sinônimos (Unívocos) em Aristóteles na tradução de Mário Ferreira dos Santos:

"Por outro lado, unívoco[1] diz-se do que tem ao mesmo tempo comunidade de nome e identidade de noção. Por exemplo, um homem e um boi são ambos "animais"; com efeito, não somente o homem e o boi são chamados pelo nome 10 comum de animal, mas sua definição é a mesma, pois se desejarmos saber qual é a definição de cada um deles, em que cada um deles realiza a essência de animal, então a definição, que se deverá dar, é a mesma.



[1]              Unívoco (synônimon opõe-se a homônymon) diz-se dos nomes, ou conceitos que são idênticos em natureza e em nome." 


   Percebemos que, gramaticalmente, na Língua Portuguesa "sinônimo" é semelhante ao "sinônimo" de Aristóteles, porém, são coisas distintas essencialmente, ou seja, na essência, ou mais seja ainda, vai de acordo com o contexto. No exemplo de "animal" Aristóteles referiu-se ao gênero "animal" e à definição de "animal" que é a mesma quando nos referimos a um homem ou a um boi.  "Distinto" aqui é no sentido de "que se pode distinguir bem" e tem semelhanças e diferenças quando comparáveis em suas essências. Sinônimos são coisas semelhantes na essência, porém, na Língua Portuguesa "sinônimos" leva o significado dado anteriormente de acordo com o dicionário. Aristóteles não estava referindo-se às expressões gramaticais, mas à essência das coisas enquanto gênero. Mais adiante abordo Gênero e Espécie com autoridade.

   Abrindo um parêntese: na realidade, dizer-se que "duas coisas são iguais" é somente uma expressão linguística gramatical, pois não existem duas coisas iguais. Admitindo-se que "duas coisas são iguais" fere de morte o Princípio da Identidade que, juntamente com os Princípios da Não-Contradição e do Terceiro Excluído são temas já discutidos na história da humanidade, cuja realidade incontestável já foi demonstrada e provada, não há mais discussões em torno disso. Cotidianamente dizemos que "esta caneta é igual àquela, são iguais", e está valendo, contudo, devemos ter a consciência de que não existem coisas iguais. Fecha parêntese.

   Preço é quantitativo e valor também é, valor, neste sentido comparativo com preço, remete a preço, vira sinônimo de preço pela simples razão de estarem juntos na mesma frase, no mesmo raciocínio. Para deixar bem claro, caso você quiser ser irônico, escarnecedor até, então use a frase referindo-se a um desafeto: "Você tem valor, não tem preço, né?", porém, não aconselho, pois um dos maiores problemas do brasileiro é escarnecer individualmente dos outros porquê tem aversão ao conhecimento.

   A Quantidade em si é uma constante e a Qualidade em si é outra constante, porém, uma coisa tem 12 de quantidade e outra coisa tem 4.865.123 de quantidade, ou seja, é uma variável.

   Por exemplo, em programação (aqui usarei a linguagem PHP), temos uma constante determinada pelo seu nome: $variavel.

   Contudo, o valor dessa variável é o que varia e este valor pode ser uma palavra, um número, etc. É como uma gaveta de uma escrivaninha, a gaveta é sempre a mesma (constante), mas o que está dentro da gaveta pode variar (variável). E, um dia, essa gaveta e/ou a escrivaninha inteira podem ser trocadas vindo a serem variáveis, porém, não entrarei agora nessas questões "metafísicas" da lei da Causalidade.

   O que nos interessa aqui são os conceitos básicos de variáveis e constantes nas frases no tocante ao raciocínio. Lembrando que "raciocínio" é a aplicação da Razão e a Razão é, neste sentido, o intelecto, a inteligência como um todo.

   Raciocínio é a concatenação de pensamentos. No tratado "Lógica e Dialética" do filósofo Mário Ferreira dos Santos encontramos a diferença entre Pensamento e Raciocínio, junto com outras explicações "matadoras" do Mário como, por exemplo, a explicação dos Princípios da Lógica Formal e/ou da Ontologia e/ou da Filosofia e/ou da vida mesmo: Identidade, Não-Contradição e Terceiro Excluído. Num outro texto tratarei esses importantes Princípios, pois eles brotam da realidade.

   Sobre Pensamento e Raciocínio, como exemplo coloco a frase: "Temos de aprender a pensar".

   Nada mais errado, pois o ser humano já nasce sabendo pensar, um bebê com 6 semanas de vida já tem ondas cerebrais, então já pensa. Como um bebê na barriga da mãe pensa, a ciência não sabe, mas se tem ondas cerebrais já pensa. Raciocínio é a concatenação de pensamentos. A popular expressão "linha de raciocínio" é uma redundância, pois raciocínio em si implica em ordenação de pensamentos, concatenação, pensamentos um após o outro ordenados logicamente.

   O correto é dizer: "Temos de aprender a raciocinar"!

   "O Brasileiro perdeu a capacidade de raciocinar com várias variáveis e constantes por trás dos fatos, um pensamento um pouco mais complexo e o Brasileiro se perde todo".

   Lembro em 1998 o Enéas Carneiro no programa do Ratinho falando em George Soros. Foi a primeira vez que ouvi tal nome. "O consórcio capitaneado pelo bilionário George Soros comprou a Vale do Rio Doce", além de outras coisas que ele falou. A internet estava em seu começo, então a informação ficava restrita ao rádio, jornal e televisão (a grande propaganda, aquilo que chamam de grande mídia) . Tive interesse em saber quem era esse bilionário cujo nome nunca tinha ouvido e fui pesquisar de acordo com os meios disponíveis: perguntando para outras pessoas, acessando lan house (existiam poucas), etc. Para minha surpresa, conhecidos, familiares, etc, perguntavam "por que tu quer saber quem é esse cara?"

   Eu respondia que o Enéas falou desse bilionário com tanta propriedade que eu tinha interesse em saber, pois comprar a Vale do Rio Doce implicou, na época, em comprar praticamente a maior parte da exploração de minérios no Brasil. O desdém foi grande, comentários do tipo "o que isso interessa, isso não vai aumentar teu salário no fim do mês!, etc".

   A aversão ao conhecimento do brasileiro é uma coisa medíocre, abjeta, nojenta e, por isso, ele leva dias, meses, anos, décadas para perceber uma coisa que deveria perceber na hora.

   Acredito que o brasileiro não sabe que conhecimento não ocupa espaço.

   Vamos a um exemplo de raciocínio e pensamento.

   A frase: "Nunca ouvi falar, mas não tem cabimento!"

   Essa frase é composta de dois pensamentos jogados ao vento em forma de duas orações: é uma estupidez. Quem se expressa assim está reagindo com afetação emocional egotista tentando humilhar o outro, tentando dar o popular "carteiraço intelectual", mas não percebe que já se auto-humilhou.

   Mesmo que eu respondesse dizendo: "Nunca ouvi falar, mas tem cabimento!", seria a mesma estupidez, pois se eu mesmo estou admitindo que nunca ouvi falar, que não tenho conhecimento do assunto, então, portanto, não tenho como chegar a alguma conclusão, seja ela com ou sem cabimento.

   Para ter raciocínio eu devo responder: "Nunca ouvi falar disso, mas pesquisarei, vou me informar sobre esse assunto!"... aí temos um raciocínio adequado à realidade como todo raciocínio deve ser. As frases na palavra falada e na palavra escrita devem ser raciocínios. Raciocínio não é somente aquilo que chamamos de "conceito", imagens mentais abstratas que estão somente dentro da nossa mente, estas podem ser raciocínios como podem ser pensamentos. Ao expressarmos palavras (faladas ou escritas) o "conceito"  deve ser chamado de "significado", "definição" ou "somente estamos dizendo sobre a coisa sem significá-la ou defini-la".

   Pessoas que não conseguem concatenar frases, que não sabem significar e/ou definir uma coisa, que dizem coisas sem nexo, pessoas que sequer sabem que existe o assunto e o objeto do assunto, essas pessoas são analfabetas. Até podem ter um diploma, um certificado, uma qualificação, mas não têm preparo, conhecimento, não têm capacitação.

   Assunto é o Gênero, objeto do assunto é a Espécie.

   Raciocínio é concatenação de pensamentos.

   No Brasil você fala "laranja" a pessoa responde "troféu", você fala "A", a pessoa responde "G", "B", nunca responde "A" e ainda teima que está certa.

   Por exemplo, você fala "laranja" e a pessoa responde "troféu". Daí você indaga que estamos falando sobre a laranja, a fruta cítrica. A pessoa responde: "É que ontem eu estava no ônibus, na rua, no carro, enfim, e vi um sujeito carregando um pacote de laranjas e lembrei que o Brasil é um dos maiores produtores de laranjas e uma vez vi numa revista que o Brasil ganhou um prêmio de maior exportador de laranjas, por isso você falou laranja e eu respondi troféu".

   - Tudo bem, entendi, mas podemos voltar a debater sobre a "laranja"?

   - Podemos, mas você entendeu, né?

   - Entendi, podemos voltar à "laranja"?

   E, no decorrer da conversa, essa pessoa dirá que foi você quem deu a entender "troféu" quando falou "laranja" e insistirá que está certa e, logo depois, afirmará que foi você quem falou "troféu" acusando-o do que ela fez.

   A falta de raciocínio leva à perda de memória. O brasileiro sequer lembra o que fez ontem; o tempo de um ano atrás é uma vida passada para o brasileiro, dez anos atrás são 10 vidas passadas. O brasileiro, em uma conversa um pouco mais prolongada, lembra somente da última frase e raciocina com esta última frase, com raríssimas exceções de pessoas.

   Talvez por isso o brasileiro seja massa de manobra da politicalha, de charlatões de toda linha, de gurus de auto-ajuda, de "coachs", etc. O brasileiro raciocina somente com chavões, com palavras-gatilho, com frases feitas, etc.

   Exemplo bem claro de assunto e objeto de assunto: quando fala-se em "laranja" deve-se responder "laranja" e debater sobre o objeto de assunto, o tema "laranja". Mesmo que você responda "banana" e insista que está certo alegando que as duas são frutas, você não está percebendo o problema. "Frutas" é o assunto, "laranja" e "banana" são dois objetos do assunto "Frutas", são dois temas do mesmo assunto, porém são distintos, pois você sabe que uma laranja é diferente de uma banana. Fruta é o gênero, laranja e banana são espécies do gênero "Fruta".

   Você me dá uma laranja e eu te dou uma banana, mas as duas são frutas!

   Isso nos remete à Aristóteles, ao Geral e aos Particulares, ao todo e as partes, ao Gênero e as Espécies. O Gênero sempre é maior quantitativamente do que as Espécies que o compõe.

   Gênero "animal"; Espécies "humana", "bovina", "eqüina", "suína", etc.

   Porém, não podemos comparar um ser humano com um cavalo enquanto espécies, pois são coisas diferentes e distintas. Um ser humano é um animal racional, um cavalo é um animal irracional. Ainda que você sinta mais simpatia por animais irracionais de espécie diferente da sua, você deve entender isso. Ainda que você chame alguém de "cavalo" (ou de "égua") você deve entender que isso não é uma comparação, é uma metonímia em forma de escárnio ou é uma simples jocosidade dependendo do grau de amizade que você tem com a pessoa. Lembrando que as comparações são feitas entre as semelhanças e as diferenças entre as espécies.

   Lembrando também que, neste trecho do enunciado anterior "semelhanças e as diferenças", a conjunção "e" significa "esta coisa em conjunto com esta outra coisa", ou seja, as duas tem de ser analisadas e consideradas conjuntamente, não somente uma ou somente outra, como no caso da conjunção "ou". Quando se fala ou escreve "e/ou" significa que podemos analisar tanto isoladamente como em conjunto.

   Mais um exemplo da realidade sobre gênero e espécie: nessas discussões sobre "liberação da maconha" sempre aparecem vários imediatamente berrando e babando "mas o álcool e o cigarro são drogas e também são liberados". Idiotas assim sequer raciocinam, pois estão pensando somente no assunto "drogas", no gênero, no "assuntão"... e continuarão insistindo estupidamente que este tipo de relação e comparação é possível neste momento da conversa.

   Vamos lá. Como o ser humano classifica as drogas? Isto são convenções, bem como a língua é uma convenção (no sentido de acordo entre as pessoas), são convencionados pelo ser humano, é uma espécie de acordo verbal, um contrato social.

   Nós, seres humanos, classificamos as drogas pelos seus efeitos e você sabe que o efeito da maconha é diferente do efeito do álcool, do cigarro, da cocaína, etc. Os rituais de consumo são diferentes, o álcool é líquido, a maconha é sólida, etc, mas a pessoa idiota não enxerga essas diferenças e semelhanças. Então, neste momento da conversa, não cabe relacionar e/ou comparar objetos de assunto (espécies) diferentes e distintos. Porém, o imbecil insistirá repetindo que "são drogas, não são... vai negar?"

   É óbvio que não vou negar essa realidade de que são drogas de acordo com a convenção vinda dos efeitos entorpecentes e deletérios para o organismo humano, mas você não percebe que são coisas diferentes e distintas na realidade, e você, por ser idiota, pensa somente no assunto "drogas", não raciocina com as espécies, com outras variáveis e constantes e demora não sei quanto tempo para perceber isso... e tem uns que demoram anos, décadas.

   Quando discute-se vários objetos de assunto ao mesmo tempo (e o brasileiro, muitas vezes, discute vários assuntos ao mesmo tempo) nunca chegaremos a alguma conclusão sobre nada, ficaremos discutindo eternamente sobre o "sexo dos anjos" e não resolveremos problema nenhum, pelo contrário, em debates desse tipo vence a afetação emocional baseada no egotismo com seus interesses escusos e somente são aprovadas em Lei coisas prejudiciais para a sociedade brasileira porque todos são analfabetos.

   Vejam bem, expressei-me "porque todos são analfabetos" visto que caso tivesse utilizado "porque a esmagadora maioria é analfabeta" cada leitor se incluiria na categoria de não-analfabeto.

   É o Brasil!

*As duas frases do início do texto são do filósofo brasileiro Olavo de Carvalho e uma complementa a outra. Não foi a propósito esmiuçá-las, na medida do possível.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Instalar e Configurar o Slackware Linux - 2025

 
Instalação completa e configuração do Slackware 15 passo a passo com imagens.

INTRODUÇÃO

   Até pegar o jeito, tenha em mãos durante a instalação e a configuração uma cópia impressa da instalação; ou se tiver outro computador abra este artigo e vá seguindo ele.
   Lembre-se que o Slackware é "faça você mesmo".
   Basta ter paciência e ir lendo as informações apresentadas.

   Foi seguida a instalação padrão, praticamente dando Ok e Enter. Depois, nas configurações, "ajeitamos" o sistema.
   Nos comandos fdisk e cfdisk foi particionado o disco (HD ou SSD) e foi instalado o LILO. Na máquina tem o Debian instalado com o GRUB, bastando, na reinicialização após instalado o Slackware, escolher no BIOS o disco para dar boot.

   Esta instalação serve também caso você tenha somente um disco na máquina.
   Caso você tenha outro Linux já instalado ou tenha o Windows instalado você deve instalar o gerenciador de inicialização LILO no MBR, como veremos.

   Será uma instalação padrão com os pacotes padrões com o fim de que um iniciante, com alguma boa vontade, possa instalar e configurar o Slackware para usá-lo como quiser. Porém, veja bem, é uma instalação básica, mas que supre as necessidades básicas como leitor de pdf, editor de texto, vídeo, áudio, etc.

   O artigo ficou extenso por causa das imagens, mas executadas uma vez a instalação e a configuração você verá que é bastante fácil, não demanda muito tempo e entenderá um pouco mais de Linux.

   Depois de instalado e reiniciado, o Slackware entrará na "tela preta" da linha de comando na qual você deverá logar como root com a senha configurada na instalação, como veremos.

   Optei pela versão 1X (estável) em vez da Current. A versão 15.0 é a mais recente e foi lançada em fevereiro de 2022.
   A diferença é que a versão Current é uma espécie de "rolling release" que atualiza constantemente, pode ser considerada uma versão "beta" ou, grosso modo, de"testes" do Slackware, tipo a versão "testing" do Debian, mas não exatamente.
   Na versão Current o Kernel também é atualizado a cada mudança trazendo suas vantagens e desvantagens.
   Segundo a página oficial:
"Slackware-Current é a ramificação de desenvolvimento do Slackware que depois é lançada como uma versão estável quando considerada pronta (e depois dividida novamente como ramificação de desenvolvimento para a próxima versão). É semelhante em função às ramificações de teste de outras distribuições sendo que as mesmas ressalvas se aplicam para a Current."

   As versões 1X (14.2, 15.0, etc) são as versões estáveis.

   Em relação ao Slackware para os iniciantes sempre aconselho a versão 1X porque o Slackware já é naturalmente "faça você mesmo", então é melhor optar pela versão estável e, no futuro, quando estiver mais "tampinha", mais "expert" em Slack, passe para a versão Current.

   IMPORTANTE: no arquivo /etc/slackpkg/mirrors só pode ter um único link descomentado e tem de ser obrigatoriamente o link de um dos repositórios da versão instalada.
   Caso você instalar a atual versão estável 15.0 (nesta data - abril de 2024) obrigatoriamente deve descomentar o link desta versão no arquivo mirrors.
Caso descomentar o da versão Current você terá problemas de inicialização, travamentos, o sistema pode quebrar, etc.
Durante o artigo lembrarei disso várias vezes.

Planejamento

   Tratando-se de Slackware é imprescindível fazer um planejamento.
Caso a instalação seja feita com um sistema já instalado (seja ele Linux ou Windows ou outro), verifique o espaço no HD/SSD, anote o nome da partição ou do espaço onde instalará o Slackware para que depois durante a instalação você não se perca no processo.
   Instalei com a interdace gráfica XFCE, sendo que desabilitei o KDE Plasma e os Games na instalação, mas você pode deixar se quiser. Aqui desabilitei porque o KDE deu problemas de travamento em relação aos hardwares das duas máquinas, hardwares estes que são praticamente modernos: uma com processador Intel core i5, 16GB de memória RAM DDR4 e SSD; outra com processador AMD 6 cores, 24GB de RAM DDR3 e SSD... coisas do Slackware.
   Na máquina com processador AMD FX-6100 (3.3GHz), 24 GB de RAM e SSD nem tentei com KDE, fui direto com o XFCE.
   Nas conclusões ao final fiz algumas observações pessoais.
   Durante a instalação, como veremos, você poderá executar comandos para verificar onde será instalado o Slackware.

INSTALAÇÃO



Escolha o link:
slackware64-15.0-install-dvd.iso

   Salve a imagem ISO e grave ela num pendrive bootável.
   Para fazer um pendrive bootável use o Ventoy ou o Rufus. Não será demonstrado aqui, pois é bastante fácil, basta uma pesquisa em algum dos Oráculos da internet (Google, Bing, ChatGPT, etc).
   Ligue o computador e dê boot pelo pendrive.

   A instalação do Slackware começará.
   Talvez nem todas as telas a seguir se apresentem para todos porque a instalação ficou bem completa, mas daí é só observar e ir pulando as imagens sequencialmente.
   Para ver em tamanho maior, clique na imagem.

01- Tela de apresentação do Ventoy com ISOs para instalação.


02- Boot em modo normal.


03- Tecle ENTER nesta tela de apresentação.


04- Digite 1 e tecle ENTER.


05- Use as setas de direção para navegar.


06- Procure Português Brasil (qwerty/br-abnt2.map) com a seta para baixo.


07- Selecione Português Brasil (qwerty/br-abnt2.map) e dê ENTER.


08- OK, the new map is now installed...
Digite 1 e dê ENTER.


09- Digite "root", sem as aspas, para logar.


10- CASO VOCÊ TENHA SOMENTE UM HD/SSD na máquina pode pular para a imagem 12.
Como eu tenho 4 (2 SSDs e 2 HDs) entrei com fdisk porque o cfdisk não reconhece os outros discos, a não ser que tu digite:
# cfdisk /dev/sdx, onde x é a letra do disco (/dev/sda, /dev/sdb, etc).
      Porém, mesmo assim o cfdisk não traz as informações necessárias, então, usa-se o fdisk e depois o cfdisk.
# fdisk -l
          # fdisk /dev/sdc

11- Command (m for help): p
Depois digita-se "p" (sem as aspas) para aparecer as informações do disco.
E assim vai se fazendo para todos, no caso 4 discos (/dev/sda, /dev/sdb, /dev/sdc, /dev/sdd) e vai se anotando qual é qual disco para não instalar o Slackware por cima de um sistema já instalado, no meu caso, o Debian.

Command (m for help): q
Para sair do fdisk após cada fdisk /dev/sdx digita-se "q" em
Command (m for help): _
e repete-se a operação para todos os discos.

O SSD para instalação do Slackware será o /dev/sdc.
Daí segue-se com cfdisk para facilitar.

USE SEMPRE AS SETAS DE DIREÇÃO E ANTES DE DAR "ENTER" VERIFIQUE SEMPRE AS OPÇÕES MARCADAS.

Caso configure para ser um servidor aconselho a configurar, no mínimo, uma partição /var em separado e com um um bom tamanho, talvez uns 30% do tamanho total do HD/SSD, e uma swap em separado.
Aqui particionaremos somente a swap deixando o restante no padrão da instalação. 


12- Entrando nas configurações do disco.
No meu caso digitei # cfdisk /dev/sdc.
Caso você tenha somente um HD/SSD digite somente cfdisk.


13- Device already...
Apareceu esta tela indicando que já tem um sistema de arquivos, no caso o ext4, pois é um disco que eu usava para salvar dados.
Caso teu HD/SSD for novo, pulará para a imagem seguinte.


14- Deixe a opção "gpt" marcada e dê ENTER.


15- Nesta tela marque a opção "New" (faremos o particionamento) e dê ENTER.


16- No meu caso instalarei no SSD inteiro fazendo somente a partição swap. Você pode particionar de acordo com a sua conveniência. Basta pesquisar no Oráculo "como criar partições no Slackware", tanto para servidor como para desktop.
Aqui não farei particionamento, pois não é o escopo do artigo, além do que, cada HD/SSD tem um tamanho diferente e fazer um particionamento pode confundir um iniciante.
Como o SSD mostra 447.1GB, coloquei 445.1GB para deixar 2GB de swap.
Caso quiser, seja mais generoso com a swap colocando 5 ou 10 GB.
Dê ENTER.


17- Selecione "Free space" com 2GB, deixe ou marque a opção "New" e ENTER.


18- Coloque 2G em Partition Size e ENTER.


19- Selecione "Type" e ENTER.


20- Selecione Linux swap e ENTER.


21- Nesta tela verifique se o particionamento está de acordo com o que foi feito, marque a opção WRITE e dê ENTER para gravar as mudanças no disco.
Caso cometer algum erro, selecione QUIT e refaça o particionamento. Ao selecionar WRITE e dar ENTER, as mudanças serão gravadas no disco.
Depois somente deletando as partições feitas e refazendo tudo do zero.


22- Digite "yes" para confirmar e ENTER.
As mudanças serão gravadas no disco.


23- Nesta tela marque a opção "Quit" e dê ENTER.


24- Agora vamos começar a instalação propriamente dita do Slackware.
Digite "setup" (sem as aspas) e ENTER.


25- Selecione a opção KEYMAP e ENTER.


26- Selecione novamente o teclado Português Brasil (qwerty/br-abnt2.map) e ENTER.

27- Digite 1 para confirmar e ENTER.
Caso quiser, antes pode digitar alguma coisa como "ç", testar acentos, etc.


28- Caso tiver dois sistemas, terá duas swap, como é o caso.
A swap no disco /dev/sda6 desmarquei o asterisco (*) com a barra de espaços, pois é a swap do Debian.
Selecione a swap configurada para o Slackware verificando o dispositivo, no caso, /dev/sdc2 e o tamanho e ENTER. Você verifique o seu dispositivo. Caso for instalação única, terá somente uma swap.


29- A opção serve para verificar se o seu disco rígido possui erros, a verificação pode demorar horas. No meu caso, o Slackware está sendo instalado em um SSD novo e, provavelmente, sem falhas, por isso deixei a opção "No".


30- Será pedida uma confirmação, dê ENTER.


31- Nesta tela selecione a partição para a instalação do Slackware, no meu caso, é /dev/sdc1 Linux 446G.


32- Deixe o padrão de formatação e dê ENTER.


33- Deixe como ext4, mas você pode escolher outro sistema de arquivos, se souber o que está fazendo.
Dê ENTER e aguarde terminar a formatação até aparecer a próxima tela.


34- Nesta tela não adicionaremos outra partição. Poderia adicionar a partição do Debian, mas no meu caso deixarei para configurar depois. Selecione a opção da imagem (--- (done adding...)) e ENTER.
Talvez esta tela não apareça para quem está instalando somente o Slackware num HD/SSD novo.


35- Nesta tela de confirmação verifique se é a partição correta, no meu caso, /dev/sdc1, e ENTER. Talvez no seu caso seja /dev/sda1 ou outra.


36- Nesta tela deixe "Yes" e ENTER. Está pedindo se gostaria de adicionar partições FAT ou NTFS (DOS ou Windows). Talvez esta tela não se apresente para alguns.


37- No caso ele achou o pendrive, selecione a opção marcada na imagem (--- (done, continue...)), pois não queremos adicionar o pendrive na tabela de partições. Caso você tenha Windows instalado, selecione a opção com NTFS ou deixe para depois de instalado quando atualizar e configurar o LILO.


38- Dê ENTER para confirmar.


39- Deixe marcada a opção padrão, pois todo pendrive bootável geralmente é uma unidade virtual de CD/DVD. Dê ENTER.


40- Deixe como "auto" e ENTER.


41- Desmarquei com a barra de espaços o KDE Plasma e a opção Games, pois não é em todo hardware que isso funciona corretamente.
Futuramente você pode instalar essas opções.


42- Selecione "full" e ENTER. Aguarde terminar a instalação, levará vários minutos, em torno de meia hora, o tempo depende da capacidade de processamento de cada máquina, aguarde até a próxima tela.
Caso der alguma tela com mensagem de erro, infelizmente você deverá reiniciar e recomeçar todo o processo.


43- Deixe a opção "Skip making a USB..." marcada e ENTER.


44- Instalação do LILO, Deixe marcado "simple" e ENTER.


45- Deixe a opção "Standard" marcada e ENTER.


46- Deixe em branco e ENTER.
Não vamos adicionar nenhum parâmetro manualmente ao LILO.


47- Instalei o LILO no MBR.
Mesmo que tu tenhas outro sistema Linux já instalado e instalará o Slack num espaço livre no mesmo disco, instale o LILO no MBR. Caso o outro sistema seja o Windows, também instale o LILO no MBR.
No meu caso, com Debian e GRUB; Slack e LILO, selecionarei o sistema pelo BIOS depois, pois mesmo instalando o LILO no MBR por cima do GRUB, fica mais fácil regravar o GRUB no MBR e dar um update-grub no Debian com OS-PROBER, pois prefiro utilizar o GRUB, mas vai de cada um.
O MBR é o primeiro setor do primeiro disco conectado na placa-mãe. No meu caso com 4 discos, o MBR é o setor do disco conectado no slot 01 da placa-mãe que, no caso, não é nenhum dos dois discos SSDs onde estão o Debian e agora o Slackware.
Para os iniciantes: sempre instale o LILO no MBR.
Como eu avisei: para o Slackware sempre deve se fazer um planejamento ANTES de instalar o sistema.


48- "gpm", deixe Yes e ENTER.


49- Configure a internet. Deixe "yes" e ENTER.


50- Coloque o hostname, coloquei slackie, coloque um nome de sua escolha.


51- Domínio coloquei slackie também, pode colocar "localdomain" caso quiser.


52- Deixe "No" e dê ENTER. Não vamos configurar VLAN.


53- Deixe "NetworkManager" marcado e ENTER.


54- Deixe "Yes" marcado para confirmar e ENTER.


55- Aqui confirme com ENTER.


56- Nesta tela selecione e marque os serviços que tu quer que iniciem com o sistema.
Deixei no padrão e ENTER.


57- Deixe "No" e ENTER, depois pode se configurar outras fontes.


58- Deixe no padrão do Local Time e ENTER.


59- Eu deixei selecionado "America/Sao_Paulo", mas você pode escolher de acordo com o Estado no qual mora. Caso não tiver o Estado, escolha um próximo ou com o mesmo fuso horário.


60- O editor de texto padrão no terminal eu selecionei o "vim", mas você pode deixar no padrão se quiser.


61- Eu selecionei o XFCE como interface gráfica.


62- Deixe "Yes" e dê ENTER para inserir a senha de root.


63- Digite a senha, ela não aparecerá, mas está sendo gravada. Anote a senha, pois precisará dela para entrar no sistema depois do reinicio.


64- Repita a mesma senha e ENTER.


65- Pressione ENTER.


66- Sistema instalado, dê ENTER.


67- Selecione "EXIT" e dê ENTER.


68- Retire o pendrive e ENTER.


69- Deixe "Reboot" selecionado e dê ENTER.


   Após o reinicio deverá entrar no seu Slackware instalado.
   Na próxima etapa veremos as configurações.


CONFIGURAÇÕES

   Vamos às configurações básicas.
   Depois de reiniciar você cairá na tela inicial do Slackware, tela esta que sumirá automaticamente de acordo com as configurações.


Tela inicial padrão, selecione Linux e dê ENTER.


Digite root e a senha > Enter > startx (comando para iniciar a interface gráfica)> Enter.


01- Abra o terminal. Caso o terminal estiver como "Bash-5.1#" ou algo parecido clique com botão direito dentro da janela preta > Preferences e na janela que se abrirá marque a opção "Run command as login shell" > Close.


02- Feche e abra o terminal que agora estará com o prompt do shell.


03- Antes de tudo atualizaremos o sistema, mas primeiro vamos configurar o teclado temporariamente no terminal (senão não aparecerá quando digitar barra, acentos, etc), depois configuraremos permanentemente.
No terminal aberto digite:
setxkbmap -model abnt2 -layout br


04- Vamos configurar um repositório. Abra o arquivo digitando:
vim /etc/slackpkg/mirrors
ou
nano /etc/slackpkg/mirrors

Para editar no vim pressione a tecla Insert, faça a alteração > Esc > para salvar e sair Shift + : (dois pontos), solte o Shift e digite wq ficando assim no canto inferior esquerdo :wq > Enter. Não pressione a tecla +, é somente a tecla Shift e a tecla : (dois pontos). Para salvar sem sair no vim digite somente  w e dê enter.
Para salvar no nano pressione ctrl+o (letra o) e dê Enter; para sair ctrl+x.


05- Descomentei a linha do espelho mais próximo, no caso, o Brasil. Verifique se é a versão do Slackware que você instalou: Slackware64-15.0 ou Slackware64-current. Só pode ter uma única linha de espelho descomentada.

***Verifique bem se é a versão correspondente, caso você descomentar um espelho da Current e teu sistema for o 15.0 e você executar "slackpkg update" isso pode quebrar o sistema logo de início e você terá de reinstalá-lo.***


06- Vamos configurar as opções de tela e energia para não ficar deslogando e logando durante os processos de atualização do sistema. Depois você pode reverter isso para opções da sua escolha.
Vá em Applications > Settings > Power Manager.
Na tela acima mova os cursores deslizantes conforme indicado > Close.


07- Vamos configurar o teclado de forma permanente. Abra o terminal, digite o comando "setxkbmap -model abnt2 -layout br" e dê Enter. Edite o arquivo /etc/profile.
# setxkbmap -model abnt2 -layout br <enter>
# vim /etc/profile <enter>
ou
# nano /etc/profile <enter>

   Para editar no vim pressione a tecla Insert, faça a alteração > Esc > para salvar e sair Shift + : (dois pontos), solte o Shift e digite wq ficando assim no canto inferior esquerdo :wq > Enter. Não pressione a tecla +, é somente a tecla Shift e a tecla : (dois pontos). Para salvar sem sair no vim digite somente w e dê enter.
   Para salvar no nano pressione ctrl+o (letra o) e dê Enter; para sair ctrl+x.


08- Comente e acrescente na posição indicada:
# Model layout keyboard
                setxkbmap -model abnt2 -layout br
como na imagem. Salve e saia.

Obs.: Geralmente quando setamos na interface gráfica o teclado, o mouse, etc, é um intermediário que mudará, por exemplo, o arquivo /etc/profile ou outro de acordo com a configuração escolhida.
Tendo isso em mente, percebe-se o valor do aprendizado às vezes configurando manualmente o sistema.


09- Testando a configuração:
# source /etc/profile
Deverá retornar nenhum erro. Caso retornar erro verifique se você digitou certo.


10- Configurando o teclado na interface gráfica. Vá em Applications(Aplicações) > Settings(Configurações) > Keyboard(Teclado) > Na janela vá na aba Layout, desabilite a opção "Use system defauts(Use o padrão do sistema)" > clique em +Add > na lista selecione Portuguese(Brazil) ou acrescente English(US) e coloque Portuguese(Brazil) para cima com a seta ao lado. Clique em Close.
Veja a imagem.
Se não estiver em Português, já colocaremos todo o sistema em Português.


11- Logo após a instalação deve-se seguir sequencialmente religiosamente os passos abaixo até a imagem 20, onde tem a seqüência resumida.
Inicializando o banco de dados (verifique se está conectado na internet):
# slackpkg update gpg
Caso pedir digite "y".


12- Atualizando o sistema recém instalado:
# slackpkg update
Aguarde terminar. Durante as atualizações aconselho a não mexer no sistema, não abrir telas, etc, aguarde terminar, pois é a primeira atualização.


13- Instalando/atualizando novos pacotes:
# slackpkg install-new
Cairá na próxima tela.


14- Nesta janela deixe o padrão, dê Enter e aguarde terminar; poderá demorar vários minutos, pois é a primeira instalação e o DVD com a ISO geralmente vem desatualizado, o que é normal para qualquer sistema.


15- Dando um upgrade no sistema:
# slackpkg upgrade-all
Digite a senha, se pedir. Aguarde terminar, poderá demorar uns 30 minutos, pois é a primeira instalação e o DVD com a ISO geralmente vem desatualizado, o que é normal para qualquer sistema.
O upgrade-all pode demorar uns 30 minutos ou mais, pois ele fará um upgrade de todo o sistema, todos os arquivos, mas isso é necessário nesta fase pós-instalação.
Caso aparecer uma janela pedindo para selecionar os pacotes a serem atualizados/upgrade deixe no padrão e dê ENTER.
Aconselho a não mexer no sistema (abrir janelas, navegador, etc) enquanto o upgrade é realizado.


16- Nesta janela deixe o padrão, dê Enter e aguarde terminar.


17- Parará numa tela como esta. Dê Enter.


18- Pressione qualquer tecla.

19- Caso esta tela aparecer escolha a opção letra "O" e dê Enter.


20- Limpando pacotes. Esse comando é necessário após um upgrade-all:
# slackpkg clean-system (caso pedir a senha, digite-a)
# reboot
Aguarde reiniciar.

A seqüência quase que religiosa é:
       # slackpkg update gpg
 # slackpkg update
      # slackpkg install-new
      # slackpkg upgrade-all
        # slackpkg clean-system
# reboot

   A seqüência acima recomendada no site oficial do Slackware somente é necessária em duas ocasiões: logo após a instalação e quando for mudar de uma versão para outra, por exemplo, da 14.2 para a 15.0. Somente nesses dois casos.

   Para atualização regular do sistema basta:
$ sudo slackpkg update

   Caso você instalou o Slack em dual-boot com outro Linux no mesmo disco terá de entrar no outro sistema e atualizar o Grub executando, por exemplo no Debian, "sudo update-grub" ou "sudo update-grub2" ou "sudo grub-mkconfig -o /boot/grub/grub.cfg" para atualizar o Grub. Isso se você não instalou o LILO no MBR, caso você tenha instalado o LILO no MBR tendo o outro sistema no mesmo disco, o controle do boot será do LILO.

   Caso for utilizar "slackpkg clean-system" futuramente abrirá uma janela na qual você deverá escolher os programas que quer desinstalar deixando-os marcados, os que não quiser desinstalar basta desmarcar usando a barra de espaços.

   Para atualização regular com upgrade dos pacotes execute a cada mês:
$ sudo slackpkg update
$ sudo slackpkg upgrade-all


21- Criando um usuário e senha para logar pela interface gráfica:
# adduser slackie
Eu escolhi o nome slackie, você escolha o nome que quiser, mas você pode digitar somente adduser e dar Enter que ele perguntará qual o nome do usuário, depois vá dando Enter com cuidado até chegar na senha.


22- Digite a senha > ENTER > repita a senha > Enter.
Terminará com "Account setup complete".


23- Agora vamos adicionar o usuário aos grupos básicos:
# usermod -G wheel,floppy,audio,video,cdrom,plugdev,power,netdev,lp,scanner slackie
No lugar de slackie ao final do comando tu coloca o nome do teu usuário.
Depois confira:
# groups slackie

   A próxima etapa é configurar para iniciar pela interface gráfica, caso você queira iniciar sempre pelo prompt e depois digitar startx, deslogue como root e logue com o usuário e senha que você criou e vá para a imagem 29, mas não recomendo.


24- Configurando o gerenciador de janelas para iniciar, no caso o xfce, mas o comando serve para todos (KDE, Gnome, etc), pois é usado para selecionar um desktop ou gerenciador de janelas..
# xwmconfig


25- Marque XFCE (ou o que você instalou) e OK > Enter.


26- Digite "clear" para limpar a tela.


27- Configurando para iniciar direto pela interface gráfica. Edite o arquivo /etc/inittab:
# vim /etc/inittab (usei o vim, use teu editor de texto preferido). 
Outra opção:
# nano /etc/inittab


28- Na linha 25 ou próximo à linha 25, deixe como na imagem acima, comente a linha colocando um # e acrescente a outra linha. Salve e saia.
   # id:3:initdefault:
id:4:initdefault:

   Para editar no vim pressione a tecla Insert, faça a alteração > Esc > para salvar e sair Shift + : (dois pontos), solte o Shift e digite wq ficando assim no canto inferior esquerdo :wq > Enter. Não pressione a tecla +, é somente a tecla Shift e a tecla : (dois pontos). Para salvar no vim digite somente w e dê enter.
   Para salvar no nano pressione ctrl+o (letra o) e dê Enter; para sair ctrl+x.

   A linha id:4:initdefault: configura o sistema para iniciar sempre pela interface gráfica.
   Caso você queira iniciar pela linha de comando e digitar "startx" toda vez deixe o default como 3.


29- Reinicie:
# reboot


30- Aqui vemos o Slack já na interface gráfica estilosa.
Na tela de login selecione como default o Xfce (Xfce Session) ou o gerenciador de janelas que tu escolheu na instalação, pois se tu instalou outro gerenciador de janelas e configurou o mesmo com xwmconfig este parâmetro nesta janela deverá ser o mesmo do gerenciador de janelas. É preciso fazer isso somente uma vez.
Digite a senha de usuário criada anteriormente.


31- Entramos agora como usuário (não como root), abra o terminal e o terminal também estará como Bash-5.1# ou algo parecido.
Clique com botão direito dentro da janela preta > Preferences e na janela que se abrirá marque a opção "Run command as login shell" > Close. Feche e abra o terminal. Estará tudo em Inglês, já colocaremos tudo em Português.


32- Configurando o teclado na interface gráfica.
Vá em Applications(Aplicações) > Settings(Configurações) > Keyboard(Teclado) > Na janela vá na aba Layout, desabilite a opção "Use system defauts(Use o padrão do sistema)" > clique em +Add > na lista selecione Portuguese(Brazil) ou acrescente English(US) e coloque Portuguese(Brazil) para cima com a seta de direção. Veja a imagem. Não mexa nas outras opções. Clique em Close. Se não estiver em Português já colocaremos todo o sistema em Português.


33- Habilitando sudo no Slackware. Abra o terminal.
Para ver o ID do usuário:
$ id -u
Anote a saída, no caso, 1000.


34- Entrando como root:
$ su -
e digite a senha de root criada na instalação.
Abra o arquivo:
# vim /etc/group
ou
# nano /etc/group

   Para editar no vim pressione a tecla Insert, faça a alteração > Esc > para salvar e sair Shift + : (dois pontos), solte o Shift e digite wq ficando assim no canto inferior esquerdo :wq > Enter. Não pressione a tecla +, é somente a tecla Shift e a tecla : (dois pontos). Para salvar no vim digite somente w e dê enter.
   Para salvar no nano pressione ctrl+o (letra o) e dê Enter; para sair ctrl+x.


35- Acrescente no final do arquivo a linha com o ID:
sudo:x:1000:slackie (no lugar de slackie coloque o nome do teu usuário).
Salve e saia.


36- Abra o arquivo:
# vim /etc/profile


37- Procure a linha
# Set the default system $PATH: (deverá estar na linha ~23)
Comente a linha:
# PATH="/usr/local/bin:/usr/bin:/bin:/usr/games"

e acrescente uma linha assim:
PATH="/usr/local/bin:/usr/bin:/bin:/usr/games:/sbin:/usr/sbin"
Salve e saia.

   Para editar no vim pressione a tecla Insert, faça a alteração > Esc > para salvar e sair Shift + : (dois pontos), solte o Shift e digite wq ficando assim no canto inferior esquerdo :wq > Enter. Não pressione a tecla +, é somente a tecla Shift e a tecla : (dois pontos).
   Para salvar no nano pressione ctrl+o (letra o) e dê Enter; para sair ctrl+x.


38- Confirme:
# source /etc/profile


39- Abra o arquivo:
# vim /etc/sudoers


40 - Procure a linha root ALL=(ALL:ALL) ALL (~linha 80) e acrescente abaixo a linha slackie ALL=(ALL:ALL) ALL
Substitua slackie pelo nome do usuário que você escolheu. Salve e saia. No vim talvez seja necessário para salvar e sair acrescentar um ponto de exclamação para forçar a saída, caso pedir, :wq!

   Para editar no vim pressione a tecla Insert, faça a alteração > Esc > para salvar e sair Shift + : (dois pontos), solte o Shift e digite wq ficando assim no canto inferior esquerdo :wq > Enter. Não pressione a tecla +, é somente a tecla Shift e a tecla : (dois pontos). Para salvar no vim digite somente w e dê enter.
   Para salvar no nano pressione ctrl+o (letra o) e dê Enter; para sair ctrl+x.


41- Reinicie:
# shutdown -r now
ou
# reboot

Aguarde reiniciar e entre no sistema.


42- Atualizando. Abra o terminal e digite:
$ sudo slackpkg update
digite  a senha de root e dê Enter.


43- Agora vamos colocar o Slack em Português, caso já não estiver. 
Abra o terminal e entre como root:
$ su -
e a senha.
Entre no diretório:
# cd /etc/profile.d
Abra o arquivo:
# vim lang.sh


44- Deixe o arquivo lang.sh conforme a imagem.
Comente a linha na posição indicada e acrescente as outras quatro.
# export LANG=en_US.UTF-8
export LANG=pt_BR.UTF-8
LANGUAGE=pt_BR
LC_ALL=pt_BR
LC_MESSAGES=pt_BR
Salve e saia.

   Para editar no vim pressione a tecla Insert, faça a alteração > Esc > para salvar e sair Shift + : (dois pontos), solte o Shift e digite wq ficando assim no canto inferior esquerdo :wq > Enter. Não pressione a tecla +, é somente a tecla Shift e a tecla : (dois pontos). Para salvar sem sair no vim digite somente w e dê enter.
   Para salvar no nano pressione ctrl+o (letra o) e dê Enter; para sair ctrl+x.


45- Modifique o arquivo lang.csh também:
# vim lang.csh


46- Procure a linha abaixo, comente e acrescente:
# setenv LANG en_US.UTF-8
setenv LANG pt_BR.UTF-8
Salve e saia.


47- Digite "exit"duas vezes para fechar o terminal.


48- Faça o Log Out (Sair) como na imagem.


49- Encerre a sessão, clique em Log Out.
E logue novamente e verá que os menus ficaram em Português Brasileiro.


50- Menu Aplicações já traduzido.


51- Menu Encerrar sessão traduzido.


52- Agora vamos configurar a data e a hora.
Vamos tornar o arquivo rc.ntpd executável. Este serviço vem por padrão no Slack.
Abra o terminal e logue como root:
$ su -
Digite a senha.
Tornando executável:
# chmod +x /etc/rcd.d/rc.ntpd
Parando o serviço:
# sh /etc/rc.d/rc.ntpd stop


53- Edite o arqivo /etc/ntp.conf.


54- Acrescente na posição indicada "server gps.ntp.br iburst nts", sem as aspas.


55- Execute:
# ntpdate gps.ntp.br
# hwclock --systohc --localtime
# sh /etc/rc.d/rc.ntpd start
# date

   Em relação ao servidor ntp, talvez futuramente quando você notar que o horário e a data estão desajustados, você terá de procurar outro servidor ntp para colocar no arquivo, mas daí após o comando "ntpdate gps.ntp.br" dará uma mensagem de que não foi possível sincronizar, então é tranqüilo.


56- Agora se quiser pode executar um sudo "slackpkg clean-system" que aparecerá uma tela parecida como esta acima. Como instalei o Netbeans e o Openjdk para este propósito, eles apareceram na tela.
Você seleciona com a barra de espaços os programas que quiser excluir e desmarca os que quiser deixar tirando o asterisco.
É tipo o Painel de Controle > Programas, do Janelas da Microsoft.


57- Grub com Debian e Slackware. Na instalação o Slackware estava em /dev/sdc, agora está em /dev/sda, coisas do Linux. Para fixar deve-se setar o numerozão enorme do UUID.


   E assim terminamos as configurações básicas.
   Essas configurações que fizemos aqui são o básico, são as configurações que já vem por padrão em outros sistemas, já vem prontas na instalação.


CONFIGURAÇÕES EXTRAS

Instalar o Google Chrome no Slackware:

Instalar o Conky:

Instalar o Java e o Netbeans:



CONFIGURANDO O LILO

   Deixarei aqui links onde tem como configurar o LILO.




   Abra o terminal e entre no arquivo /etc/lilo.conf e mude as opções de acordo com as suas necessidades.

   Abaixo temos o arquivo /etc/lilo.conf em sua configuração padrão de acordo com a instalação.
   No caso, instalei no MBR, como vimos, e depois regravei o GRUB do Debian por cima.
   Observem que a linha boot= /dev/sda indica que foi instalado no MBR, caso estivesse boot= /dev/sda1 indicaria que foi instalado na partição.

# LILO configuration file
# generated by 'liloconfig'
#
# Start LILO global section
# Append any additional kernel parameters:
append=" "

boot = /dev/sda
# This option loads the kernel and initrd much faster:
compact

# Boot BMP Image.
# Bitmap in BMP format: 640x480x8
  bitmap = /boot/slack.bmp
# Menu colors (foreground, background, shadow, highlighted
# foreground, highlighted background, highlighted shadow):
  bmp-colors = 255,0,255,0,255,0
# Location of the option table: location x, location y, number of
# columns, lines per column (max 15), "spill" (this is how many
# entries must be in the first column before the next begins to
# be used. We don't specify it here, as there's just one column.
  bmp-table = 60,6,1,16
# Timer location x, timer location y, foreground color,
# background color, shadow color.
  bmp-timer = 65,27,0,255

# Standard menu.
# Or, you can comment out the bitmap menu above and 
# use a boot message with the standard menu:
#message = /boot/boot_message.txt

# Wait until the timeout to boot (if commented out, boot the
# first entry immediately):
prompt
# Timeout before the first entry boots.
# This is given in tenths of a second, so 600 for every minute:
timeout = 1200
# Override dangerous defaults that rewrite the partition table:
change-rules
  reset
# Normal VGA console
vga = normal
# Ask for video mode at boot (time out to normal in 30s)
#vga = ask
# VESA framebuffer console @ 1024x768x64k
#vga=791
# VESA framebuffer console @ 1024x768x32k
#vga=790
# VESA framebuffer console @ 1024x768x256
#vga=773
# VESA framebuffer console @ 800x600x64k
#vga=788
# VESA framebuffer console @ 800x600x32k
#vga=787
# VESA framebuffer console @ 800x600x256
#vga=771
# VESA framebuffer console @ 640x480x64k
#vga=785
# VESA framebuffer console @ 640x480x32k
#vga=784
# VESA framebuffer console @ 640x480x256
#vga=769
# End LILO global section
# Linux bootable partition config begins
image = /boot/vmlinuz
  root = /dev/sdc1
  label = Linux
  read-only
# Linux bootable partition config ends


   Vamos para a conclusão.

CONCLUSÃO

   Assim terminamos e temos um sistema funcional. A partir daqui é com você.
   Todos esses comandos na maioria das distribuições não são necessários executar, pois o sistema já vem pronto com os arquivos configurados, sendo que na instalação você já escolhe o usuário.
   No Slackware é diferente, pois é um sistema "faça você mesmo".
   Optei por uma configuração padrão, pois daí você pode utilizar o Slack como quiser bastando instalar os programas da sua preferência.
   Na instalação, caso você souber o que está fazendo, pode optar por não instalar determinados pacotes e realizar uma instalação mínima.
   Como esse artigo foi voltado mais para iniciantes o melhor foi fazer instalação e configuração genéricas.

   Eu, particularmente, não uso Slackware no dia a dia.

    Mas enfim, como dizem: enquanto o cursor estiver piscando, há vida!



REFERÊNCIAS