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segunda-feira, 28 de novembro de 2022
Um Poema Engraçado
sábado, 26 de novembro de 2022
Gado
GADO: conjunto de animais (carneiros, cavalos, bois, cabritos, etc.) criados para diversos fins.
Coletivo: alfeire, armentio, gadaria, rebanho, tropa, etc.
Tem gado bovino, gado suíno, gado eqüino, gado ovino, etc.
Sinuelo: porção de gado, acostumado a ser conduzido, que se junta aos bois e cavalos bravos com a finalidade de a estes servir de guia. Gado manso utilizado nos trabalhos rurais.
O sinuelo que é aquele gado manso que vai na frente e a manada vai "de atrás". O sinuelo é o formador de opinião, mas é gado também.
O sinuelo é conduzido pelo vaqueiro que, por sua vez, é conduzido pelo dono da fazenda.
O sinuelo pode ser aquele tutuber, deputag, aquele influenciador(a), aquela celebridade da semana, pode ser até um presidente, etc, mas é gado também. Porém, é um gado remunerado que sabe que é gado manso, contenta-se em ser gado, admite ser gado manso com um cincerro (sineta) no pescoço e uma cincha para ser montado, e ainda sente orgulho disso porque julga não fazer parte da manada (são os idiotas úteis).
Em toda manada tem os desgarrados, aqueles que, aparentemente, parecem rebeldes, mas não são, pois perdem-se do rebanho porque são tontos ou ficam apreciando a paisagem enquanto a boiada passa (são os inocentes úteis). Daí vem o vaqueiro com o cavalo (que é gado também) e traz o desgarrado de volta ao rebanho... e todos vivem felizes para sempre!
quinta-feira, 24 de novembro de 2022
Socialismo/Comunismo
Socialismo/comunismo é a concentração de poder e dinheiro nas mãos de poucas pessoas às custas da miséria e do sofrimento da esmagadora maioria das pessoas. O ser humano vira um escravo pagador de impostos. É o governo de psicopatas malignos, bandidos, mentirosos.
terça-feira, 12 de abril de 2022
Gramsci, a Grande Propaganda e o Senso comum
Fazendo uma análise da situação, em alguns pontos, no Brasil, à lamparina de Antonio Gramsci – uma hora com base na situação, outra com base nos escritos de Gramsci, indo e vindo - com relação a alguns trechos do Volume 2 dos Cadernos do Cárcere. Aliás, este volume 2 é uma dificuldade imensa encontrá-lo no mercado editorial brasileiro. Eu o tinha – e tenho - em PDF, mas queria o volume 2 em celulose para completar a coleção. Os volumes 1, 3, 4, 5 e 6 encontram-se com facilidade, porém, o volume 2 está sempre “indisponível” ou “esgotado” mesmo em sites de grandes editoras. As razões dessa “falta” não me cabem aqui analisar, mas deixarei, mais adiante, algumas meditações neste sentido à luz do maçarico do próprio Gramsci.
O volume 2 que tenho, encontrei num sebo depois de muito garimpar por uns dois anos. Isso já tem uns três anos, mas escrevo agora porque terminei as labutações mentais em torno dos Cadernos do Cárcere com o intuito de libertar-me da preocupação de não ter estudado alguma coisa de Gramsci.
Citarei alguns trechos (coisa que não gosto muito de fazer),
mas a análise em questão exige, mesmo que seja para despertar o interesse do
leitor por Gramsci.
Gramsci começa fazendo uma pergunta: “Os intelectuais são um
grupo autônomo e independente, ou cada grupo social tem uma sua própria
categoria especializada de intelectuais?” GRAMSCI, Antonio, Cadernos do
Cárcere, volume 2, página 15.
E segue discorrendo sobre o assunto, como veremos adiante.
Neste volume 2, o que nos interessa, além desta primeira parte (intelectuais),
são algumas partes dos Cadernos Miscelâneos e a parte do Jornalismo (Caderno 24,
de 1934).
“Por isso, seria possível dizer que todos os homens são
intelectuais, mas nem todos os homens têm na sociedade a função de intelectuais
(assim, o fato de que alguém possa, em determinado momento, fritar dois ovos ou
costurar um rasgão no paletó não significa que todos sejam cozinheiros ou
alfaiates).” GRAMSCI, Antonio, Cadernos do Cárcere, volume 2, página 18.
Gramsci começa o Caderno 12 (1932), caderno este que faz
parte da compilação que forma o volume 2 (livro 2), fazendo apontamentos e
notas dispersas para um grupo de ensaios sobre a história dos intelectuais.
Lembrando que o corcunda Gramsci escreveu seus Cadernos do Cárcere quando
estava numa das prisões do Mussolini (a prisão romana de Regina Coeli) onde ali
residiu comendo e bebendo de graça por 8 “felizes” anos (1926-1934) e produziu
as Cartas do Cárcere e os Cadernos do Cárcere, o que não trouxe muita
felicidade para a humanidade.
Várias partes dos Cadernos do Cárcere tem uma validade intrínseca
em relação à realidade, porém, vai da moral de quem aplica tais conhecimentos e
técnicas, ou seja, pode-se usar tanto para o bem como para o mal.
A moralidade de uma técnica reside no uso que se faz dela e
não na técnica em si. Ninguém é “dono” de uma técnica. Podemos usar uma arma de
fogo tanto para nos defender como para assaltar, bem como podemos furar o olho
de alguém com uma caneta ou utilizar um livro para iniciar um incêndio que pode
alastrar-se pela sociedade.
“O caso é diverso para os intelectuais urbanos: os técnicos
de fábrica não exercem nenhuma função política sobre suas massas instrumentais,
ou, pelo menos, é esta uma fase já superada; por vezes, ocorre precisamente o
contrário, ou seja, que as massas instrumentais, pelo menos através de seus
próprios intelectuais orgânicos, exerçam uma influência política sobre os
técnicos.
O ponto central da questão continua a ser a distinção entre
intelectuais como categoria orgânica de cada grupo social fundamental e
intelectuais como categoria tradicional, distinção da qual decorre toda uma
série de problemas e de possíveis pesquisas históricas.” Idem, página 23.
“É necessário fazer algumas distinções: 1) para alguns
grupos sociais, o partido político é nada mais do que o modo próprio de
elaborar sua categoria de intelectuais orgânicos...
2) o partido político, para todos os grupos, é precisamente
o mecanismo que realiza na sociedade civil a mesma função desempenhada pelo
Estado, de modo mais vasto e mais sintético, na sociedade política, ou seja,
proporciona a soldagem entre intelectuais orgânicos de um dado grupo, o
dominante, e intelectuais tradicionais;...”. Idem, página 24.
“A formação dos intelectuais tradicionais é o problema
histórico mais interessante”. Idem, página 25.
Intelectual orgânico, para Gramsci, são os propagandistas
políticos em cada classe (ou categoria). Pode ser um cantor, um jogador de
futebol, um ator, uma atriz, um político, um jornalista, um padre, um pastor, enfim, qualquer analfabeto cumpridor de ordens (condição essencial)
a quem o “partido” carimbe com esse rótulo de “intelectual”; e este ser surge
das sombras da ignorância para ser alçado à condição de “intelectual” e formar
opiniões falando e/ou fazendo bobagens o dia inteiro na grande propaganda. Às vezes
eles se alternam, um sai de cena para dar lugar ao outro, evitando assim a
exposição maçante e excessiva da imagem do “intelectual”, senão todo mundo
perceberá que é um imbecil.
Lembrando que “propagandista político” não se refere
exatamente à política partidária como a conhecemos no Brasil – se é que isso
existe no Brasil. Propaganda política, para Gramsci, é a propaganda do
partido comunista, das idéias comunistas, dos princípios comunistas.
Por exemplo, um padre católico que não usa batina e constantemente
está na grande propaganda (grande mídia) e posta fotos suas com camisetas
apertadas explicitando uma vaidade imensa e faz comentários irrelevantes acerca
da sua própria sexualidade; tal padre nem precisa falar para propagar ideias
comunistas, ele próprio É a propagação de tal subversão, no caso, a
teologia da libertação.
Outro exemplo: um jornalista e/ou comentarista “homem” na
televisão/youtube/jornal que usa sutiã por baixo da roupa achando que ninguém
percebe, isso também é um propagandista ou um “intelectual orgânico”.
Um político corrupto que propõe a descriminalização de
pequenos furtos também é um propagandista a serviço do partidão, mesmo que não
saiba. Como se diz: "esquerdistas e liberais são prostitutas políticas de comunistas".
Um político “didireita” que entra com um projeto para criar
órgão de fiscalização das redes sociais é um propagandista a serviço do partidão,
mesmo que não saiba, pois está sendo usado momentaneamente como “intelectual
orgânico” por ser um analfabeto, um idiota útil.
Uma “cantora” que só sabe rebolar a bunda, tatua o próprio
ânus, além de que, quando abre a boca, só saem obscenidades; é uma propagandista.
Uma apresentadora de programas infantis que está sempre
vestida escassamente com as coxas de fora, às vezes mostrando as polpas da
bunda, também é uma propagandista, no caso uma das piores, pois trabalha
influenciando crianças. Este tipo de apresentadora não precisa sequer mencionar
a palavra “feminismo” porque ela É o feminismo encarnado, a vida dela é
o feminismo em si. Umas até alugam um homem para gerar uma cria.
Um apresentador cujo público é majoritariamente infantil,
mas está sempre promovendo sexualidade, promiscuidade, bizarrices, lambuzando-se
de melecas numa banheira, ensinando veladamente a fazer sexo oral, também é um
propagandista, um dos piores que possa existir.
Um apresentador aparentemente sério na forma, mas cujo
conteúdo é voltado para bizarrices, programas populares no sábado ou domingo de
tarde com mulheres coxudas dançando escassamente vestidas; também é um
propagandista.
Um apresentador de programas de entrevistas cuja forma e
cujo conteúdo são aparentemente sérios, mas pratica a “espiral do silêncio”, ou
seja, entrevista somente quem é da patotinha; também é um
propagandista. Desses, no Brasil, você dá um chute numa touceira, saltam uns 300.
Juízes que se afastam do Direito para praticar política terminam por basear suas decisões com o que sai na grande propaganda corrompendo-se e corrompendo o Direito; são propagandistas.
"Cientistas", "especialistas" de todo gênero que pipocam na grande propaganda; sendo que de cientista e especialista tem somente o nome. São promovidos artificialmente à categoria de "cientistas", sendo que muitos deles falam bobagens que ouviram de orelhada (mesmo sem ter ouvido) ou são pagos para defender interesses escusos; são meros propagandistas.
“O tipo tradicional e vulgarizado do intelectual é dado pelo literato, pelo filósofo, pelo artista. Por isso, os jornalistas – que acreditam ser literatos, filósofos, artistas – crêem também ser os “verdadeiros” intelectuais.” GRAMSCI, Antonio, Cadernos do Cárcere, volume 2, página 53.
O intelectual tradicional, para Gramsci, é o que se chama simplesmente de intelectual, é o verdadeiro intelectual. Aliás, no Brasil tornou-se necessário adjetivar com “verdadeiro(a)” porque as pessoas não sabem mais sequer o significado das palavras. O corcunda Gramsci foi um dos responsáveis, pois tem a mania de desdobrar os conceitos, significados e definições ad infinitum criando novas categorias e/ou classes bagunçando o significado original das palavras. Apesar de que Gramsci, neste ponto, não foi tão pernicioso como Kant, Hegel, Marx, etc, que não trabalham com definições, trabalham com “determinações” e vão desdobrando o objeto de estudo até o infinito na intenção de concretizá-lo, ou seja, desdobram tudo até causar náuseas no leitor e concretizam nada, mas geram um palavrório oco e vazio; palavras bonitas, mas vazias de conteúdo.
E dê-lhe enfiar tal idéia na cabeça dos “jornalistas”
brasileiros: “vocês são intelectuais, vocês são intelectuais, vocês são intelectuais”,
repitam isso até virar verdade... somente na cabeça de vocês. Os "jornalistas" no Brasil - e em grande parte do mundo - não passam de idiotas úteis porque são idiotas e não sabem, mas são úteis para uma determinada causa. É Gramsci sussurrando no ar: "fazer todo mundo virar socialista sem nem perceber".
Na página 75 temos uma passagem interessante: “A teoria de
Freud, o complexo de Édipo, o ódio pelo pai – patrão, modelo, rival, expressão
primeira do princípio de autoridade – colocado na ordem das coisas naturais. A
influência de Freud sobre a literatura alemã é incalculável: ela está na base
de uma nova ética revolucionária(!). Freud deu um novo aspecto ao eterno
conflito entre pais e filhos. A emancipação dos filhos da tutela paterna é a
tese em voga entre os atuais romancistas. Os pais abdicam de seu “patriarcado”
e fazem autocrítica honrosa diante dos filhos, cujo senso moral ingênuo é o
único capaz de quebrar o contrato social tirânico e perverso, de abolir as
coerções de um dever mentiroso. (Cf. Hauptmann, Michael Kramer; e a novela de
Jakob Wassermann, Um Pai).”
Grosso modo, é a “ressignificação” da destruição da família
e da propriedade privada. “Meu pai me oprime”. Lembrando que Freud é aquele
imbecil que escreveu que o ciúme da mulher vem da inveja que ela tem do pênis
masculino.
O tal Complexo de Édipo de Freud é uma invenção maligna que
distorceu brutalmente a cabeça das pessoas. O cocainômano Freud baseou-se na
tragédia grega Édipo Rei de Sófocles para emprestar o nome do seu
Complexo... e as semelhanças terminam aí. Talvez Freud tivesse o desejo de
copular com a própria mãe e transferiu tal desejo para toda a humanidade estuprando
a mente de várias pessoas que ainda acreditam nessa bobagem de “complexo de
édipo”. Freud foi um propagandista, um intelectual orgânico alçado à categoria
de intelectual.
A promoção de imbecis como “intelectuais”, acarreta o efeito
contrário no qual a sociedade passa a tratar estudiosos sérios como não-intelectuais, como caricaturas, malucos do bairro, figuras folclóricas, personagens
histriônicos, teóricos da conspiração, etc, e são excluídos da “comunidade
intelectual respeitável”, ou seja, inverte completamente a coisa e produz uma
sociedade de analfabetos insanos, mas facilmente controlável pela corriola que manda no
partidão, onde os tais intelectuais orgânicos se acham pensadores
independentes, mas são escravos que se acham donos. Gramsci discorre com propriedade que os intelectuais orgânicos se acreditam serem
autônomos e independentes mesmo dentro de seu grupo social onde todos repetem
as mesmas coisas. Isto é feito de propósito, esta é uma das propostas gramscianas:
criar novas classes para ter hegemonia cultural; como veremos agora na parte do
Jornalismo.
“O tipo de jornalismo considerado nestas notas é o que se poderia
chamar de “integral” (no sentido que, no curso das próprias notas, ficará cada
vez mais claro), isto é, o jornalismo que não somente
pretende satisfazer todas as necessidades (de uma certa categoria) de seu
público, mas pretende também criar e desenvolver
estas necessidades e, consequentemente, em certo sentido, gerar seu público e
ampliar progressivamente sua área.” Idem, página 197.
O tal “jornalismo integral” de Gramsci nada mais é do que a
propaganda, ou seja, o jornalista e o jornalismo são desviados de suas funções
precípuas e são transformados em meros propagandistas a serviço da guerra
cultural, ainda que eles saibam ou não. Este “ainda que eles saibam ou não” vem
do conceito gramsciano de “fazer todo mundo virar socialista sem nem perceber”.
Isto se dá através da manipulação do próprio jornalismo.
“... o jornalismo que não somente pretende satisfazer todas
as necessidades (de uma certa categoria) de seu público...”, o jornalismo sai
de suas funções de satisfazer as necessidades de seu público, de fornecer e
transmitir fatos e informações como eles acontecem na realidade e passa a “criar
e desenvolver estas necessidades e, consequentemente, em certo sentido, gerar
seu público e ampliar progressivamente sua área”. O jornalismo vira propaganda
pura e simples que cria novas classes artificiais na sociedade, cria seu
próprio público específico e amplia este público. O jornalismo transforma-se em
propaganda que mente, distorce e manipula a opinião pública numa certa e específica
direção.
Por exemplo: movimentos, coletivos, ONGs, etc. Movimento
feminista, gayzista, anti-racismo, etc. Cria-se um coletivo desses, fornece-se
uma (ou várias causas) e promove-se tal coletivo na grande propaganda – aquilo que
chamam de grande mídia no Brasil, mas que de jornalismo tem mais nada, é
somente propaganda na guerra cultural para destruir a cultura de um país, criar
dissensões, lutas de classes, fragmentar a sociedade, “dividir para conquistar”.
Assim temos uma sociedade majoritariamente analfabeta e insana cujo controle
social torna-se fácil por um grupo específico.
O "jornalismo do tipo integral" cria novas classes, tais como "seu racista", "seu machista", "seu fascista", "seu negacionista", "seu anti-vax", "seu esquerdopata", "feminista", "seu extrema-direita", etc (o espectro político não interessa mais) e amplia essas classes gerando fragmentação da sociedade fazendo todo mundo virar socialista sem nem perceber. Não é preciso mais observar classes na realidade, vamos inventando novas classes e produzindo chavões até que a população passa a se preocupar somente com isso, com coisas irrelevantes, com picuinhas, com mesquinharias.
Exemplos: separação de celebridades passam a ter uma importância incomensurável na sociedade; o biquíni novo da fulaninha vira assunto imprescindível no seio familiar; o último lançamento de um filme é motivo de brigas e discussões ferrenhas; pessoas desmancham amizades consangüineas com parentes, amizades de anos, brigam com conhecidos por causa de um jogador de futebol, por um político, por um cantor, um grupo, uma banda, etc, e ainda postam com vaidade nas redes socais: "corri meu irmão para fora de casa, ele é 'petista', 'bolsonarista', 'lulista', 'morista', 'cirista', ou sei lá que PQP", e postam isso com uma vaidade nojenta.
Destruição da família é isso na realidade, e você, seu idiota útil, grita "Deus, Pátria, Família". Está destruindo sua família por uma pessoa que sequer sabe da sua existência, sequer sabe que você existe; esse político, celebridade, etc, nem sabe que você existe. Quando der um revés na tua vida quem você procurará? Esse político que nem sabe da sua existência e que você nem tem acesso a ele? Um desconhecido? Você mesmo fragmentou a sua vida, virou um átomo solto no mundo berrando "Deus, pátria, família".
“Cada um destes tipos deveria ser caracterizado por uma
orientação intelectual muito unitária e não antológica, isto é, deveria ter uma
redação homogênea e disciplinada; portanto, poucos colaboradores “principais”
devem escrever o corpo essencial de cada número. A orientação redacional deve
ser fortemente organizada, de modo a produzir um trabalho intelectualmente
homogêneo, apesar da necessária variedade do estilo e das personalidades
literárias; a redação deve ter um estatuto escrito, o qual, quando coubesse,
impediria as improvisações, os conflitos, as contradições (por exemplo, o
conteúdo de cada número deve ser aprovado pela maioria da redação antes de ser
publicado).” Idem, página 201.
A “orientação intelectual muito unitária” é a ocupação dos
espaços nas redações por diretores e editores que tenham somente uma mesma
determinada orientação político-ideológica. A partir daí a coisa espalha-se,
alastra-se como um incêndio pela redação e pela sociedade como um todo. Cria-se
uma uniformidade no “jornalismo” em âmbito nacional.
Para analisar como se dá esta uniformidade, vamos tomar como
exemplo, de baixo para cima, um jornal de uma determinada região, um jornal de
âmbito regional que abrange algumas cidades e que não seja de âmbito estadual.
Tal jornal tem seu corpo editorial e redacional, tem seus diretores e editores.
O repórter em seu serviço de rua capta uma notícia e vai investigar. No início
capta algumas informações para dar o começo da reportagem. Este repórter entra
em contato com seu editor específico de sua “página” (policial, coluna social,
política, etc) e comunica ao editor que está fazendo tal reportagem. Pode
acontecer que o editor fale: “nem perca seu tempo, o jornal não publicará isso
porque não faz parte das pautas, da política do jornal”. O repórter então, a
partir daí, será condicionado a buscar notícias as quais ele sabe que serão
publicadas, ou seja, acontece um direcionamento das notícias e tal
direcionamento pode tornar-se pernicioso no sentido de que umas notícias serão
publicadas e outras não. A verdade em si será escamoteada do público e o
repórter, acostumado a isso, não verá nada de errado. Caso o repórter insistir
em tal notícia cujo editor avisou para “não perder seu tempo”, pode acontecer
que o repórter será encostado numa seção sem importância ou perderá o emprego.
É o que se conhece por censura.
Analisando agora de cima para baixo, com relação a jornais
de âmbito nacional, acontece que jornais menores por não terem meios de ação,
neste caso, dinheiro, por serem jornais pequenos, eles captam notícias
nacionais dos jornais maiores, ou seja, jornais menores não tem condições de
terem uma sucursal em cada estado da federação (do país), então as notícias
nacionais replicam de cima para baixo. O que sai num grande jornal, sai nos
vários jornais menores espalhados pelo país e isso dá uma impressão de
veracidade para o leitor, pois o leitor verá a mesma notícia num grande jornal
e no jornal da sua cidade. Muitos jornais pequenos “copiam e colam” notícias
nacionais e apresentam em letras pequenas “via Estadão”, “via Folha de São Paulo”,
etc. Muitas vezes o leitor não percebe que a notícia é a mesma, mas guarda o
fato essencial da notícia em sua cabeça; isso dá uma impressão de veracidade.
De certo modo isto é natural. O problema é quando se extrapolam esses limites o “jornalismo” transforma-se somente nisto: uma uniformidade brutal, inorgânica
e, nas maioria das vezes, mentirosa.
Esta extrapolação de limites, principalmente limites morais, posso exemplificar com o seguinte: um jornal apoia certo político, um prefeito, um governador, etc. Neste jornal sairá somente notícias maravilhosas acerca do governo deste político. Os problemas reais da sociedade serão escamoteados, escondidos do público, mas o público percebe tais problemas na realidade e pela repetição constante de tais notícias lindas sobre o governo, o público pode resultar em dissonância cognitiva, aquele deslocamento das notícias em relação à realidade dos fatos. Em segundo plano, mas não menos importante, o público fica mal informado e/ou desinformado.
“Um organismo unitário de cultura, que oferecesse aos
diversos estratos do público os três tipos supracitados de revista (e, ademais,
entre os três tipos deveria circular um espírito comum), ao lado de coleções de
livros correspondentes, satisfaria as exigências de uma certa massa de público,
que é mais ativa intelectualmente, mas apenas em estado potencial, e que é a
que mais importa elaborar, fazer pensar concretamente, transformar,
homogeneizar, de acordo com um processo de desenvolvimento orgânico que conduza
do simples senso comum ao pensamento coerente e sistemático.” Idem, página 201.
Este “organismo unitário de cultura”, no Brasil, é o
consórcio de imprensa que temos, vários grandes veículos de comunicação
(jornais, televisões, revistas, etc) que estão uniformemente alinhados em uma
certa corrente político-ideológica. As notícias que saem num jornal, saem em
todos e espalham-se nacionalmente como um incêndio formando o senso comum da
população.
O senso comum é o imaginário popular, o fabulário popular.
Senso comum não implica em bom senso e nem em mau senso, pode ser um como pode
ser outro. O problema é quando o senso comum vira somente mau senso, ou seja, somente
determinadas notícias tem permissão de sair na grande propaganda.
É óbvio que muitas das coisas que Gramsci escreveu vieram de
Kant, Croce, Hegel, Marx e vários outros autores. E também é lógico que não há
um controle central que comanda todas as instâncias do processo cultural como
se tivesse um gênio do mal, um vilão de histórias em quadrinhos, uma eminência
parda que sabe de tudo.
Utilizando agora o conceito tirado do Judô, a luta japonesa,
conceito este bem delineado por Yuri Bezmenov, ex-agente da KGB, onde não
precisamos usar a força para barrar um golpe do adversário, ainda mais se o
adversário é mais forte fisicamente. Então usamos a força do adversário contra
ele mesmo, ou seja, desviamos do golpe e damos um empurrão onde o adversário dá
com a cara na parede ou desviamos do golpe, agarramos o braço do adversário e puxamos.
Seguindo neste conceito, muitas vezes basta dar a direção do
movimento e um “empurrãozinho” que o resto vem por si. Também se cria um ou
vários movimentos em torno de uma causa onde a causa é a unidade do movimento e
é o modo como se controla o movimento (ou coletivo), todos em torno de uma (ou
várias) causas. E a grande propaganda dá a devida publicidade e promove uma evidência constante até criar-se um senso comum em torno da causa, causa esta sempre provinda de uma única corrente político-ideológica. De certo modo isto é natural em todo e qualquer grupo, mas
podemos criar grupos e causas artificiais, como foi uma das propostas de
Gramsci. Outros também formularam esta idéia de não somente observar classes
existentes na realidade, mas agora criar “classes artificiais”, porém Gramsci,
segundo meus conhecimentos, foi o autor mais específico neste ponto.
“O senso comum não é algo rígido e imóvel, mas se transforma
continuamente, enriquecendo-se com noções científicas e com opiniões
filosóficas que penetraram no costume. O “senso comum” é o folclore da
filosofia e ocupa sempre um lugar intermediário entre o folclore propriamente
dito (isto é, tal como é entendido comumente) e a filosofia, a ciência, a
economia dos cientistas. O senso comum cria o folclore, isto é, uma fase relativamente
enrijecida dos conhecimentos populares de uma certa época e lugar.” Idem página
209.
Vemos que a proposta de Gramsci é criar o senso comum na
sociedade, aquela única corrente de pensamento que resulta em chavões populares
advindos de uma única corrente filosófica e/ou ideológica.
Como exemplos de senso comum, posso citar a “cultura do estupro”, “racismo estrutural”, homofobia, violência contra a mulher, a polícia sempre é a malvada da história, “estão encarcerando a população”, hoje tal profissão é malvada e amanhã já não é mais, etc, e também vai-se criando novos "sensos comuns", vai-se alternando a publicidade entre os já existentes de acordo com a moda do momento ou de acordo com um único fato que acontece na realidade e este único fato sai na grande propaganda como se fosse o senso comum da população inteira e acontece aquele bombardeio das mesmas "notícias" durante dias, semanas até.
Certas coisas não tem como provar na realidade de um País grande como o Brasil,
então manipulam as estatísticas, e a grande propaganda dá a devida publicidade promovendo o debate na sociedade até a causa transformar-se em projeto de lei que virará lei. Algumas vezes o próprio projeto de lei é, em si, a promoção do debate para depois virar lei. Umas vezes promove-se o debate primeiro, outras vezes entra-se primeiro com o projeto para promover o debate, porém, o resultado final é o mesmo: é aprovada uma lei que ferra com o cidadão, cuja lei, atualmente, somar-se-á com as mais de 190 mil leis vigentes que temos no Brasil. É o cidadão completamente sufocado, infantilizado, analfabeto e insano. É o socialismo, é a proposta de Gramsci: "fazer todo mundo virar socialista sem nem perceber".
Bem como Gramsci escreveu anteriormente sobre as redações e
editoras de livros, ou seja, o mercado editorial, promove-se no mercado
editorial somente uma única corrente filosófica e/ou ideológica e a população
tem somente acesso a esta única corrente. É tirado da população o
contraditório. Como bem escreveu Lênin (além de outros), “o ser humano avança
pelo contraditório”. Porém, a proposta de Lênin, e de Gramsci, não é fornecer o
contraditório para a população, pois assim a população fica mais inteligente.
Como queremos controlar a sociedade, fornecemos somente uma única corrente de
pensamento através do mercado editorial e da grande propaganda e emburrecemos a população afim de controlá-la mais facilmente.
Mesmo que determinado livro de outra corrente seja
publicado, a grande propaganda não dará publicidade e visibilidade a este
livro. É óbvio que nem toda grande editora é comunista, vamos por assim dizer,
mas acontece que por determinado livro não sair na grande propaganda,
obviamente não venderá como deveria e então a editora terá uma certa reticência
em publicá-lo. Caso o livro tenha um conteúdo excelente, mas seja de um autor
desconhecido ou de um autor que não faz parte do “beautiful people” haverá uma
certa resistência em publicá-lo. E se for publicado, tal livro sofrerá um
boicote da “intelectualidade oficial” e da grande propaganda. E isto se dá em várias áreas no Brasil. Concentração de dinheiro e poder, é o tal "organismo unitário de cultura" agindo na realidade, é Gramsci na cara de todo mundo, que oferece a mesma corrente filosófica e/ou ideológica aos diferentes estratos do público.
O problema é que não se tem o controle do processo, como alguns pensam que tem. Cito como exemplo o meu caso do Volume 2 dos Cadernos do Cárcere cujo livro não se encontra no mercado editorial. Gramsci tomou no rabo com a sua própria proposta: controle da grande propaganda. Apesar de que alguns podem elucubrar que este livro não está presente no mercado editorial justamente para que a população não tenha conhecimento, ocasionando assim a confirmação do que Gramsci escreveu. Porém, caso a proposta de Gramsci seja elitizar o conhecimento, isso vai contra ele mesmo. Por outro lado, até admito que isso seja a confirmação do que Gramsci escreveu porque todo comunista é mentiroso ao extremo.
No fim, tudo resulta numa questão de inteligência e moral (ou falta delas - decai a inteligência, decai a moral e vice-versa),
pois nos Cadernos do Cárcere fica bem clara a aversão de Gramsci ao Cristianismo
e, bem ou mal, o Cristianismo ensina a moral para seus praticantes ou, pelo
menos, fornece uma boa base.
Procurei evitar repetir, neste texto, coisas que já estão no
senso comum de quem tem algum conhecimento do assunto, coisas como “destruição
do ocidente”, da moral judaico-cristã, destruição da família, destruição da
propriedade privada, etc, pois isto já é sabido.
Para encerrar, menciono Hugo von Hofmannsthal, escritor e
dramaturgo austríaco que escreveu um livro chamado Idéias Austríacas, Discursos
e Ensaios. Neste livro, Hofmannsthal diz que: “Nada está na real política de
uma nação, que antes não esteja na literatura”. Posso parafrasear: “Nada está
na cultura de uma nação, que antes não esteja na literatura”.
Como Gramsci bem escreveu anteriormente: “O “senso comum” é
o folclore da filosofia e ocupa sempre um lugar intermediário entre o folclore
propriamente dito (isto é, tal como é entendido comumente) e a filosofia, a
ciência, a economia dos cientistas. O senso comum cria o folclore, isto é, uma
fase relativamente enrijecida dos conhecimentos populares de uma certa época e
lugar”.
É um processo de inda e vinda, mas geralmente a literatura
forma o senso comum de uma sociedade, ou seja, vem de cima para baixo, é assim que a literatura age na realidade.
Autores escrevem sua literatura numa linguagem um pouco mais
rebuscada em relação à linguagem coloquial da população, então ocorre uma troca
de palavras até chegar na população, ocorre uma metonímia (troca de palavras).
O problema é quando, nesta troca de palavras, perde-se o conceito original do
autor. Quando, nesta troca de palavras, mantém-se o conceito original do autor,
temos a formação do senso comum, que pode ser um bom senso ou um mau senso. E este senso comum pode ou não, ao longo do tempo, transformar-se em cultura na sociedade.
Por exemplo: Gramsci quem criou e/ou propagou os conceitos e definições de "sociedade civil", "hegemonia cultural", "revolução passiva", "filosofia da práxis", "intelectual orgânico" e outras expressões que já fazem parte do vocabulário das pessoas na sociedade ou fazem parte de determinados grupos.
Em outro texto veremos mais profundamente como se dá essa “troca
de palavras”, pois isso envolve conceitos básicos de linguística tais como
signo, significado (e vários sentidos) e referente. E significados básicos como
conceito, significado e definição.
domingo, 20 de março de 2022
O Brasil é Socialista há Décadas
Primeiro tentarei definir o que é um país socialista usando as definições correntes sobre socialismo e depois tentarei definir, tanto em termos acadêmicos como na realidade, o que é socialismo/comunismo.
Socialismo, segundo uma das definições, é a união do poder
político com o poder econômico; união no sentido de promiscuidade onde a
economia do país fica centralizada e a iniciativa privada aproveita os lucros, e o prejuízo é tirado da arrecadação que sai picada do bolso do cidadão fazendo com que o cidadão não note que, quando chega lá em cima, são três ou quatro montanhas de dinheiro de imposto. O
governo estabelece “agências” controladoras (comitês, conselhos, órgãos
fiscalizadores, “sovietes”, etc) que, através do excesso de burocracia (que se
traduz no excesso de leis) “fiscalizam” a iniciativa privada impondo controles
que, em última instância, sufocam a própria iniciativa privada, ou seja,
colocam o empresariado de joelhos. E o cidadão, por sua vez, fica infantilizado, não consegue
mais resolver os próprios problemas sem ter um intermediário imposto pelo “estado”
(que é formado por pessoas).
A tal “parceria público-privada” que temos de um modo
exacerbado no Brasil é mais uma das características disso. O governo (formado por
pessoas) “fiscaliza”, “controla” e determina as regras. O empresariado somente obedece
a tais regras e, ao mesmo tempo, o empresariado colabora para eleger os “representantes”
do povo gerando um ciclo onde, depois, o empresariado cobra dos “representantes”
do povo o retorno dos seus interesses, geralmente escusos. De certo modo esse “retorno”
se dá através de leis provindas do lobby (promiscuidade entre o poder político
e o poder econômico).
No Brasil temos oligopólios, oligarcas, grupos brigando pelo
poder. Quando um grupo desses vence a “parada” (ou vem um grupo de fora), daí o
país transforma-se em comunista de direito e de fato: concentração total de
dinheiro e poder nas mãos de poucas pessoas através da miséria e do sofrimento
da maioria. Grosso modo, um ditador com a sua corriola que fica acima na
escala hierárquica (o partido-estado, o partido que está acima do estado).
Há décadas, o Brasil, tanto na mentalidade, cultura, no
sistema financeiro, sistema político, sistema administrativo, etc, é
socialista. Óbvio que hão exceções, mas as exceções, como o próprio nome diz,
estão fora da regra, então não podemos analisar somente pela exceção.
Lembrando que “socialismo”, “comunismo”, “capitalismo”, “liberalismo”,
“neoliberalismo”, etc, são somente termos, nomes de coisas (Aristóteles). Não estou dizendo que estas
coisas não existam na realidade, mas chega um momento no qual tem de se olhar para
a realidade para somente depois nominar a coisa. Não podemos nos prender tanto às
definições, porém, as definições são necessárias como base para se raciocinar.
Exemplo: o que causa a pobreza em um país?
O comunista dirá que o capitalismo causa a pobreza num país; o capitalista dirá que o que causa a pobreza é o comunismo. Neste momento tem de se olhar para a realidade!
O que causa a pobreza num país (ou no mundo) depende de várias variáveis, não é tão simples assim. Então, neste sentido, tem de se olhar para a realidade para depois nominar a coisa. Caso você queira dizer que a China, por exemplo, é capitalista... diga; caso queira dizer que a China tem “capitalismo de estado”... diga; caso queira dizer que a China é comunista... diga.
Olhe para a realidade, estude, colha informações, veja o que acontece na
China, analise e depois nomine o que acontece com base na realidade, no certo e
no errado. Dei a China como exemplo, porém, vale para qualquer país.
Sistemas, modelos de sociedade existem vários, mas não
existe um sistema perfeito; o que existe são uns sistemas melhores do que os
outros. Todo sistema, modelo de sociedade, etc, esbarra na moral. Mesmo o
melhor dos sistemas sempre sucumbirá quando alguém trapacear nesse sistema. Não
é à toa que os pais fundadores dos Estados Unidos escreveram que a constituição
deles somente se adequa a uma população que tenha moral. Aliás, a constituição
americana do norte é uma das mais longevas do mundo e isso criou a identidade
da população, terra da oportunidade, da liberdade, etc; apesar de que já está
mudando porque a moral e a cultura tradicional da população vem sendo destruída.
Voltando ao Brasil, vou analisar agora de baixo para cima.
No Brasil temos uma das cargas tributárias (senão a maior) mais elevada do
mundo. São vários impostos que tiram os meios de ação da população, a população
fica sem ter meios de ação (grosso modo, dinheiro) para combater a tal da “elite”.
Impostos como IPVA, IPTU, etc, que não tem razão de existir,
sufocam a população tirando seus meios de ação. O cidadão, mesmo entendendo o
que está acontecendo, não pode fazer nada. Todo imposto, taxa, arrecadação,
etc, vem de alguma lei. As tais "ações afirmativas", bolsa-família (agora auxílio-brasil que virou permanente na lei), bolsa absorvente, bolsa isso, bolsa aquilo, etc, tornam-se permanentes, vai-se mudando somente o nome. Fundão eleitoral, várias leis de "fomento", inúmeras mordomias, etc; isso é socialismo puro: o governo tira do dinheiro do imposto de todos e redistribui para as "minorias", ou seja, dá uma esmola para certas minorias e fica com o grosso do butim. Concentração de dinheiro e poder às custas da miséria e do sofrimento da maioria.
Como exemplo vou analisar o IPVA. Imposto sobre a Propriedade
de Veículos Automotores. O nome está dizendo, você paga um aluguel todo ano para poder
usar seu veículo (carro, moto, etc). Você compra um veículo e o Estado (nem o governo) te
ajudam em nada sendo que na compra já tem impostos embutidos e depois você tem
de pagar o IPVA todo ano senão vem o governo e lhe toma o veículo, ou seja, o
veículo não é seu. Essa é a realidade.
O problema não são, neste sentido, os impostos em si; o problema é o excesso de impostos e o seu aumento progressivo (Marx). Do modo como
as sociedades são organizadas atualmente, organização esta que surgiu
naturalmente ao longo da história da humanidade, é praticamente impossível
acabar com os governos.
Com relação a este ponto, farei um adendo. Como surgiu a
organização atual das sociedades no mundo?
Vamos imaginar lá atrás, na época dos camponeses, vamos por
dizer assim, que um criador de gado, um criador de ovelhas, um plantador de
trigo, etc, no momento que um deles precisava levar as cabeças de gado, por
exemplo, vendidas para quem comprou, teve que existir uma estrada, ou ele teria
que passar pelas terras do outro camponês. Esses camponeses se juntaram e
resolveram construir uma estrada para uso comum. Como cada um deles não poderia
deixar seu trabalho para construir a estrada contrataram um grupo de outras
pessoas para construírem a estrada e pagaram a esse grupo. Esta é uma primeira
idéia de “governo” ou “Estado”. Não entrarei nas definições de governo e Estado,
mas, basicamente, o Estado é permanente, o governo é provisório; o governo é o
gerente do Estado por um determinado período de anos (tempo), depende da
legislação de cada país.
Antigamente no Brasil (e em outros países), não existia a
figura do Delegado de Polícia, do Coronel da PM, do Juíz, etc. Isso veio com o
passar do tempo. De certo modo a sociedade foi se organizando naturalmente.
Dada essa base, volto aos “sistemas”, aos “modelos de
sociedade” cujos quais não existe um perfeito e nunca existirá, porém, existem
uns sistemas melhores do que outros e, mesmo este, sucumbirá à falta de moral, sucumbirá
aos criminosos que trapaceiam no tal “sistema”.
No Brasil, devido à essa baixeza intelectual que leva à
baixeza moral; decai a inteligência, decai a moral e vice-versa, não importa
qual decai primeiro, uma vem de arrasto da outra.
Falando agora no sistema de leis Brasileiro. O nosso sistema de leis é todo ele socialista. A esmagadora maioria dos artigos, parágrafos, incisos, letras, alíneas, etc, das nossas leis são subjetivos o que deixa margem as interpretações. As margens as interpretações são as famosas brechas na lei. O juiz interpreta a lei de uma maneira, o promotor de outra maneira e o advogado interpreta de outra maneira. O que isso ocasiona é que no fim fica valendo a opinião de quem tem mais condições financeiras, mais dinheiro para pagar um bom escritório de advocacia. Por isso que quem tem dinheiro não vai preso aqui no Brasil. Você pode perguntar isso para qualquer Juiz. Ele dirá que quem tem condições de pagar um bom escritório de advocacia não vai preso.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral, com seus TREs) é mais um exemplo de país socialista. Esta estrovenga que leva o nome de "tribunal", só existe no Brasil. O socialismo no Brasil foi aperfeiçoado. Lembrando que todo país que possui conselhos, comitês, órgãos públicos, etc, em excesso, é país socialista. São os tais sovietes da modernidade; e serão usados quando necessário contra a população.
A incompetência reinante em países socialistas é mais uma característica do socialismo/comunismo. Tal incompetência vem da burrice, do analfabetismo funcional, da aversão ao conhecimento, etc. A baixeza intelectual e a baixeza moral são características de países socialistas/comunistas... ou capitalistas, neoliberalistas, etc; como já se disse: chame como quiser, mas olhe para a realidade, foque no certo e no errado, o nome você dá depois.
Segundo Igor Shafarevich, um cientista da computação Russo, no seu livro O Fenômeno Socialista, ele define uma sociedade socialista em dois pontos: uma economia centralizada (que leva à economia de crédito) e uma organização hierárquica em forma de pirâmide. No alto, uma “elite” e, logo abaixo, o segundo escalão, o terceiro, etc, até chegar na base da pirâmide a maioria da população. Concentração de dinheiro e poder nas mãos de poucas pessoas à custa da miséria e do sofrimento da população. Parasitas.
Shafarevich também afirma que toda civilização na história da humanidade começa a desaparecer quando perde a religiosidade, a espiritualidade, etc, chame como quiser. Foi assim com o Império Romano, com os Incas, com os Maias, etc. Aliás, este ponto do livro é interessantíssimo, pois Shafarevich, quando começou suas pesquisas, não estava interessado em saber sobre ascensão e declínio de civilizações, ele queria somente estudar o fenômeno socialista.
Neste momento alguém pode pensar que estou concordando com a
tal “lutas de classes”, porém, tem nada a ver. A história do mundo não é a
história das lutas de classes, até porque é praticamente impossível estratificar
uma sociedade em classes sociais. Podemos estratificar em classes financeiras,
classe A, B, C, D, etc; mas é uma questão quantitativa, não qualitativa. Caso
eu for rico, negro e homossexual, a qual classe social eu pertenço? Caso eu for
branco, pobre (ou rico) e homossexual, a qual classe social eu pertenço? E
também não podemos confundir profissões com classes sociais.
O problema de se raciocinar por grupos e não individualidades
é esse: não se sabe a qual grupo se pertence e, ao mesmo tempo, eu pertenço a
vários grupos e a nenhum grupo. Fico perdido no tempo e no espaço. Vira coisa
de circunstâncias, coisa de momento; num momento sou de tal grupo, no outro
sou de outro grupo, vai da minha vontade, e isso não é individualidade porque o
indivíduo perde a moral e a moral passa a ser a moral do grupo e, por conseguinte,
o indivíduo perde a sua identidade e torna-se presa fácil para o “governo”,
feito por outras pessoas.
Outra característica de uma sociedade socialista é a sua
economia brutalmente centralizada nas mãos de poucas pessoas.
O fato de o Brasil fazer parte do BRICS também é significativo, pois o BRICS não é somente um bloco comercial, o BRICS é o bloco de países reconhecidamente socialistas e/ou comunistas perante o mundo.
Darei agora um exemplo da realidade. Tomarei como base os Estados Unidos que, segundo as definições correntes, ainda é considerado uma sociedade capitalista. Lá, nos EUA, uma pessoa trabalhando de garçom e/ou vendedor ainda consegue economizar um dinheiro por conta própria – até debaixo do colchão ou no banco, tanto faz – durante uns seis ou sete meses - e comprar um carro, usado, óbvio, mas será um carro bom e, dependendo do indivíduo que procurar tal carro, talvez será em estado de novo e tal carro servirá para o que se pretende.
No Brasil, começa que uma pessoa trabalhando de garçom e/ou vendedor não sobra dinheiro para economizar, pois a carga tributária é enorme (o sistema financeiro é centralizado). Porém, vamos dizer que alguém faça um sacrifício e consiga economizar um dinheiro nesses mesmos seis ou sete meses; comprará um carro usado, mas será uma lata velha, com os documentos atrasados e provavelmente cheio de multas que, depois, o cidadão perderá para o governo numa blitz.
Com relação aos financiamentos, no Brasil paga-se 2,5 carros, em média, ao final da quitação. Nos EUA e em outros países, paga-se 1,5 carro, o que é óbvio, a financiadora deve ter o lucro dela porque emprestou o dinheiro, que será pago parcelado, o que é justo. Lembrando que nos EUA isso está terminando, aos poucos, mas está terminando.
No Brasil, a esmagadora maioria ainda pensa que o Brasil é capitalista por causa do consumismo. Ora, o consumismo é característica de sociedades socialistas. Consumismo é consumir de um modo excessivo. "Capitalista" é a pessoa que quer acumular capital. Em sociedades socialistas a propaganda é forte no sentido de "compre agora e economize dinheiro"; economizar gastando?!?
As pessoas se acotovelam, atropelam-se em liquidações porque a grande propaganda as manipula para isso. Compra-se um tênis de marca, por exemplo, e encalacra-se em várias prestações quando poderia ter comprado um tênis que se adequasse ao seu orçamento.
Capitalista, nesse sentido, jamais terá a mentalidade consumista, o que é óbvio. Como acumularei capital se gasto mais do que ganho? Neste ponto entra a sociedade socialista com alta carga tributária e a propaganda excessiva para o consumismo. Muitas vezes, através da grande propaganda - aquilo que chamam de grande mídia foi transformada em instrumento de propaganda - e através dela criam um desejo o qual o cidadão não tinha e a própria propaganda oferece a solução desse desejo (o qual você não tinha). A propaganda age na emoção e não na razão, a propaganda não é feita para você raciocinar, ao contrário, a propaganda excessiva emburrece as pessoas.
No Brasil - e em vários países do mundo - temos somente a grande propaganda (aquilo que chamam de grande mídia), eu chamo de grande propaganda porque de jornalismo tem mais nada.
"§ 1. O tipo de jornalismo considerado nestas notas é o que se poderia ser chamado de "integral" (no sentido que, no curso das próprias notas, ficará cada vez mais claro), isto é, o jornalismo que não somente pretende satisfazer todas as necessidades (de uma certa categoria) de seu público, mas pretende também criar e desenvolver estas necessidades e, consequentemente, em certo sentido, gerar seu público e ampliar progressivamente sua área." Cadernos do Cárcere, volume 2, página 197, Antonio Gramsci.
Esse tipo de "jornalismo", além de vender produtos e serviços inúteis, presta-se também a manipular a sociedade através de mentiras, distorções, fake news, etc. Cria-se uma uniformidade onde tudo a ser publicado tem de passar primeiro pelo crivo (censura) da própria redação. E isso gera que o repórter, por exemplo, vai atrás somente das notícias que ele sabe que serão publicadas. Aquelas notícias às quais o repórter está investigando, mas que não fazem parte da "pauta" do jornal (ou emissora de rádio ou TV), o editor dirá: "nem perca seu tempo, o jornal não vai publicar". E, caso o repórter insistir, será colocado num setor de menor importância ou perderá o emprego. Em algumas redações a coisa está tão concentrada que o repórter, jornalista, etc, sequer escolhe a notícia, a "pauta" vem pronta de cima. As decisões, principalmente de cunho moral, ficam restritas a um grupo reduzido de pessoas.
E antes que alguém diga que o que estou descrevendo é o capitalismo e não o socialismo, lembro que são somente nomes de coisas e, neste sentido, dê o nome que quiser, mas observe a realidade, veja primeiro se a coisa em si é certa ou errada para depois nominá-la.
No Brasil e em boa parte do mundo, alguns órgãos de comunicação utilizam a propaganda como uma técnica nazista:
"Toda propaganda deve ser popular e estabelecer o seu nível espiritual de acordo com a capacidade de compreensão do mais ignorante dentre aqueles a quem ela pretende se dirigir. Assim a sua elevação espiritual deverá ser mantida tanto mais baixa quanto maior for a massa humana que ela deverá abranger. Tratando-se, como no caso da propaganda da manutenção de uma guerra, de atrair ao seu círculo de atividade um povo inteiro, deve se proceder com o máximo cuidado, a fim de evitar concepções intelectuais demasiadamente elevadas." Minha Luta, página 170, Adolf Hitler.
Depois se perguntam como o povo Alemão aceitou que o nazismo promovesse os campos de concentração. A propaganda, utilizada desta maneira, emburrece a população transformando-a em massa de manobra.
"O povo, na sua grande maioria, é de índole feminina tão acentuada, que se deixa guiar, no seu modo de pensar e agir, menos pela reflexão do que pelo sentimento. Esses sentimentos, porém, não são complicados mas simples e consistentes. Neles não há grandes diferenciações. São ou positivos ou negativos: amor ou ódio, justiça ou injustiça, verdade ou mentira. Nunca, porém, o meio termo." Minha Luta, página 173, Adolf Hitler.
A propaganda age na emoção, não no raciocínio; a população fica com a mentalidade de "contra" ou a "favor" sem sequer se perguntar o porquê de ser contra ou a favor de alguma coisa. O sujeito é contra tal coisa, mas não se pergunta porquê é contra, não faz nem um exame interior para saber se realmente (em questões de moral) é contra ou a favor. Então, este sujeito transforma-se em massa de manobra, pois quando for malignamente manipulado para ser a favor desta coisa ele continuará sem se perguntar, agora, se é realmente a favor bem como não se perguntava quando era contra, será jogado de um lado para o outro de acordo com as conveniências da grande propaganda.
Com relação à economia de crédito, característica de países
socialistas, tira-se do cidadão a opção de compra à vista e o cidadão passa a
achar bom ter crédito. Por exemplo, para a esmagadora maioria dos Brasileiros,
caso estragar sua geladeira dentro de casa, sendo que não tem mais conserto; o cidadão
terá que se encalacrar em várias prestações porque senão não conseguirá
adquirir uma geladeira nova. E o cidadão passa a considerar isso bom, mas não
percebe que lhe foi tirada a opção de compra à vista, de barganha, de negociar.
As regras são estabelecidas de cima para baixo de acordo com a promiscuidade do
poder político com o poder econômico, característica de países ditos socialistas.
Com relação à mentalidade da população, cultura, etc, em países
socialistas, como o Brasil, têm-se essa confusão mental, emburrecimento no qual
o cidadão não sabe mais quais as regras da sociedade na qual vive. Promove-se “lutas
de classes” ao extremo, branco contra preto, rico contra pobre, homossexual
contra heterossexual; indivíduos contra indivíduos. Dividir para conquistar. Emburrecer através da propaganda.
Poderia dar várias outras características da realidade de como se faz para identificar os tais “sistemas” de um país, porém, acredito que já é o suficiente.
No original de O Capital está no plural “lutas de classes”,
pois as lutas não devem acontecer somente entre as “classes”, mas entre os
indivíduos da sociedade. É a luta sem fim, discussão, brigas, fragmentação da
sociedade, destruição da família, destruição da propriedade privada, etc.
Porém, eles querem a destruição da sua família, da sua
propriedade privada, não da deles, pois sabem que a família e a propriedade
privada são a única forma de se ter progresso. Como bem disse o filósofo Olavo
de Carvalho: “Eles querem a destruição da SUA família, seu trouxa”.
E, para isso, primeiro emburrecem você, transformam você num
analfabeto funcional que sequer entende o significado das palavras e das
coisas. O analfabeto funcional lê um texto, mas não entende o referente que
está ali escrito porque sequer tem mais o conceito de signo, significado (e
vários sentidos) e referente.
A cultura da sociedade transforma-se numa pasta mental, numa
confusão enorme onde ninguém mais se entende. Fala-se a mesma língua, mas não
se fala a mesma linguagem. As pessoas perdem o gosto pelo conhecimento até nas
coisas mais simples como, por exemplo, sequer querem consultar um dicionário
para ver o significado das palavras, a convenção da língua. E, se não tem
sequer o significado das palavras, como entenderá o referente, o que a coisa é
na realidade?
Não me estenderei aqui em signo, significado (e vários
sentidos) e referente, pois já foi dito em outros textos.
Para encerrar, posso dizer que comunismo, enquanto sistema, é concentração de dinheiro e poder nas mãos de poucas pessoas à custa do sofrimento e miséria da maioria, é o governo de criminosos.
Por isso o filósofo Olavo de Carvalho afirmava que a briga é
entre Cristianismo e comunismo, pois o Cristianismo ensina moral para as
pessoas; faça o certo, não faça o errado e puna quem fizer o errado (criminosos).
No comunismo, usando esse termo corrente, a moral é relativa;
é social, econômica e política, ou seja, fica-se numa confusão mental na qual
não se sabe mais o certo e o errado.
Culturalmente, o problema é essa baixeza intelectual que leva à baixeza moral; decai a inteligência, decai a moral e vice-versa, não importa qual decai primeiro, uma vem de arrasto da outra. Não confunda inteligência com astúcia maligna, são coisas diferentes. A inteligência é ligada ao bem, ao belo e à verdade. A astúcia maligna é a caricatura satânica da inteligência. Astúcia maligna é "dar um jeitinho em tudo", subir na vida pisando em cima dos outros, querer levar vantagem em tudo, mentir, não cumprir acordos, roubar, matar, usar de falsidade, etc.
A realidade se impõe. Veja o certo e o errado, o ser humano nasce sabendo o que é o certo e o que é o errado. A moral vem de princípios como: não mentirás, não matarás, não roubarás, não se corromperás e não corromperás os outros, etc. Isso é moral.