Jeremias C. Sabotai estava caído em frente ao alpendre da casa principal, sendo que Marcos conversava com ele. Jeremias havia levado um tiro do lado esquerdo na altura da barriga, porém não acertou nenhum órgão vital. Faziam três dias que ele estava sendo torturado pela família pervertida de sadomasoquistas que se auto alcunhava de “Os Escolhidos” e tinha chegado de surpresa na região faziam poucos dias. A localidade no interior de um município retirado do mundo tornar-se-ia palco de uma das mais brutais chacinas da história da humanidade.
Jeremias;
que apenas a três dias viu toda sua família morrer nas mãos desses pervertidos:
sua esposa, sua mãe, seus dois filhos e sua irmã; estava caído em frente à
varanda com Marcos sentado à sua frente no penúltimo degrau da escada da varanda,
fazendo chacota da cara dele. Jeremias caído no chão da terra com os pés aos
pés de Marcos. As mulheres, Pâmela e Roseli, uma em cada lado de Marcos, riam
de tudo aquilo. Às vezes, Vera com um mini maçarico portátil em forma de pistola queimava Jeremias por diversão e lambia sadicamente suas feridas.
Jeremias
passou três dias vendo Marcos, Juca, Antônio e Gervásio transarem com as quatro
na sua frente, inclusive às vezes por cima dele. As quatro são Pâmela, Roseli,
Vera e Maria. Além de estuprarem sua esposa, sua mãe e sua irmã, é claro.
Os Escolhidos
consistiam de uma “família” de 11 pessoas errantes: o pai Marcos de 36 anos,
seu irmão mais velho Juca de 38 anos, as duas esposas Pâmela e Roseli, a esposa
Maria de Juca, o filho Peter de Juca, a enteada Vera de 17 anos que fora
escravizada de outra família quando pequena e não lembrava mais disso, Kelly a
filha mais nova de Marcos e Roseli com 9 anos, Gervásio um amigo e simpatizante
sádico da “família” com uns 30 anos, Antônio com 42 anos primo de Marcos e de
Juca e o bebê de 6 meses filho de Pâmela cuja paternidade não se sabia, mas era
tido como o “bebê da família”, ou seja, era de todo mundo.
Os
Escolhidos apossaram-se da propriedade de Jeremias e pretendiam estabelecer
morada por ali durante um tempo, até vagearem de novo. Eles chegaram ali com
duas sacolas de armas e munições, entre pistolas, revólveres, uma espingarda calibre
12, incluindo também uma antiga submetralhadora Beretta M12 de 9mm comprada há
anos clandestinamente de um quartel do Exército.
Jeremias,
apesar de estar debilitado pela tortura e pelo tiro, estava consciente, um
tanto cansado fisicamente, mas consciente mentalmente. Marcos, sentado no penúltimo
dos quatro degraus, inclinou-se em direção a Jeremias apontando o revólver na
intenção de dar fim na vida dele, porém, Pâmela pediu que esperasse mais um
tempo pois gostou de Jeremias. Marcos, nesta hora, distraiu-se e Jeremias
aproveitou-se desta distração e, meio sem jeito, começou a bater com os pés no
revólver. A arma caiu no chão e Jeremias aproveitando-se do vacilo deles, pois
hesitaram alguns segundos ante ao inusitado da reação inesperada; Jeremias, com
os pés descalços, pois estava somente de calças, pegou rapidamente a arma com
os pés encolhendo as pernas segurando o revólver apressadamente com as duas
mãos.
O primeiro a
ser alvejado foi Marcos, com dois tiros. A segunda, com um tiro na cabeça, foi
Pâmela; Roseli foi a terceira com um tiro que pegou entre o ombro e o peito.
Vera que estava sentada no chão afastada uns 3 metros de Jeremias à sua
esquerda foi a quarta com dois tiros rápidos, o primeiro pegou na boca e o
segundo no pescoço. Jeremias, que descarregou a arma ainda meio sentado meio
deitado, pois não deu tempo de levantar - tudo aconteceu muito rápido -, olhou
para os lados, levantou-se, colocou o revólver vazio na cintura, pegou uma
pistola .40 que estava com Pâmela, um revólver 38 de Roseli e outro que estava
na cintura de Marcos.
Olhou de
novo para os lados, inclinou a cabeça primeiro para um lado depois para outro,
gesto que se tornaria constante para certificar-se da morte deles. Jeremias não
demonstrava emoção nenhuma. Deu uns passos em direção à Vera, abaixou-se e
pegou a quinta arma, uma pistola .380. Estava agora com três na cintura e uma
em cada mão. Tirou o vazio da cintura e jogou no chão, colocou a .380 na
cintura e pegou o mini maçarico que estava com Vera e cauterizou de vez a própria
ferida do tiro e largou o mini maçarico no chão.
Saiu
caminhando rente à casa apoiando-se na parede. Antônio, que escutara os tiros, veio correndo e ao dobrar a esquina da casa deparou-se a uns 3 metros com
Jeremias, este levantou o braço atirando duas vezes em Antônio, uma pegou na
cabeça e outra pegou entre o pescoço e o peito. Antônio caiu morto. Jeremias
inclinou a cabeça para um lado e para outro. Virou as costas e voltou em
direção à porta principal da casa onde tinha ficado três dias sendo humilhado,
pisoteado, cuspido, queimado e torturado.
Jeremias
sentou nos degraus e ficou esperando. Após alguns minutos Gervásio também veio
correndo ver o que tinha acontecido. Jeremias atirou de uns 10 metros com duas
armas acertando, pela distância, as pernas e a barriga de Gervásio. Caminhou em
direção a Gervásio caído e este meio em estado de choque olhava-o com um misto
de medo e admiração. Jeremias parou ao lado e com um olhar entediado aborrecido
pisou no pescoço dele, mas não para torturá-lo, é que Gervásio tentava segurar
o sangue que se esvaia da própria barriga e ficava se mexendo muito e isso
poderia atrapalhar a pontaria. Jeremias esticou o braço calmamente e sem
pestanejar atirou duas vezes na cara dele com a .40. Inclinou a cabeça de um
lado para outro, virou-se e foi em direção à casa.
Entrou na
casa que a apenas três dias era seu lar, mas agora representava mais nada. Sua
intenção era pegar as duas sacolas de armas e munições. Ao chegar no quarto que
fora por anos seu quarto de casal onde dormia com sua esposa agora morta jogada
no chão do galpão depois de ser barbaramente torturada e morrer por não
aguentar as torturas e sevícias, Jeremias viu o bebê da “família” em cima da
cama de casal. Chegou ao lado, esticou o braço quase encostando o 38 na cabeça
do bebê da “família”, mas não atirou. Sentiu raiva de si mesmo; não por não
atirar, mas por se segurar em não atirar... e sentiu raiva disso, mas não sabia
mais que emoção era essa.
Tirou as
armas da cintura, sentou na cama, calçou suas meias e botas, vestiu uma camisa
abotoando-a, pegou uma das sacolas colocou as armas dentro ficando com uma na
cintura e outra na mão. Colocou a sacola a tiracolo e sentiu o peso das armas.
Escapou de sua boca um: “pesado”. Pegou a outra sacola de armas, mas devido ao
cansaço e à fraqueza não foi capaz de carregar as duas. Saiu somente com uma
das sacolas a tiracolo.
Logo que
desceu da escada de 4 degraus do alpendre pisando no chão de terra, Kelly de 9
anos, que por ter sido estuprada e sodomizada desde pequena desenvolvera um
hábito de ficar por horas solitariamente em cima de uma árvore, saiu correndo
do mato dos fundos da casa gritando raivosamente com uma faca na mão em direção
a Jeremias. Ele ficou calmamente parado olhando aborrecido com o cenho franzido
esperando-a se aproximar. Meteu uma bala na cara estourando a cabeça dela a uns
dois metros de distância. Inclinou vagarosamente a cabeça de um lado para
outro.
Pensou
alguns segundos no que tinha acontecido. Voltou a entrar na casa, parou ao lado
da cama de casal e estourou a cabeça do bebê da família. Inclinou a cabeça de
um lado para outro certificando-se. Saiu da casa, caminhou em direção à
caminhonete e jogou a sacola no chão do carona. Voltou à casa e pegou a outra
sacola colocando-a junto da primeira.
Fechou a
porta, apertou o alarme fechando as janelas e travando as portas. Ao voltar
para enterrar sua família por um simples sentimento de obrigação, nada além
disso, percebeu que Marcos ainda estava vivo. Foi em direção a ele e no caminho
ao cruzar por Antônio caído morto disparou mais duas vezes no cadáver.
Ao chegar
perto viu que Marcos começava a ficar consciente, pois os dois tiros haviam
pegado na altura da barriga e não o mataram. Jeremias inclinou calmamente a
cabeça para um lado... e depois para outro. Olhou para Vera com a cabeça
estourada e os miolos ensanguentados escorrendo misturando-se com a terra no
chão, pegou o mini maçarico que estava jogado ali e colocou na cintura.
Foi em
direção a um toco de lenha em cujo estava cravado o machado que ele usava para
rachar lenha e se exercitar. Retirou o machado do toco, foi em direção à Marcos
sendo que este agora estava quase que plenamente consciente. Jeremias seguiu
segurando o machado pela ponta do cabo arrastando-o pelo chão. Marcos percebeu
o que iria acontecer e começou a ficar assustado, mas não gritou neste momento,
somente ficou olhando desafiadoramente para Jeremias.
Jeremias
pisou no joelho esquerdo de Marcos e num golpe rápido decepou completamente o
pé esquerdo dele. Ante à violência do golpe as armas caíram da cintura. Marcos
arregalou os olhos, mas não gritou, somente gritou quando Jeremias abaixou-se e
com o mini maçarico cauterizou o cotoco decepado.
Ao som dos berros
de Marcos, Jeremias pegou as armas recolocando-as na cintura, entrou na casa,
pegou o cutelo de tamanho médio que sua esposa tantas vezes usou para preparar
as refeições, e colocando o joelho esquerdo em cima do braço direito de Marcos
firmando-o no degrau de madeira da escada, decepou a mão direita na altura do
pulso. Depois novamente se valeu do mini maçarico.
Passou por
cima de Marcos agora já gritando, berrando, desmaiando e voltando à consciência
e desmaiando de novo e acordando e berrando, ajoelhou-se com um dos joelhos no
braço esquerdo de Marcos e decepou todos os dedos da mão esquerda, mas somente
os dedos. Teve de dar uns 4 ou 5 golpes de cutelo. O mini maçarico entrou em
ação pela última vez.
Marcos agora
já completamente em estado de choque não percebia a própria realidade, seu
olhar era de alguém perdido virando a cabeça de um lado para outro tentando
entender alguma coisa, mas não entendia nada. Nem dor já não sentia mais,
somente pavor genuíno puro de instinto primário.
Aproveitando
o ensejo da situação e o machado que estava dando sopa por ali, Jeremias
inclinou a cabeça de um lado para outro, pegou o machado e alisando o fio dele
pensou no pescoço dos mortos e começou a desmembrar todos os Escolhidos que
estavam ali, um por um - cabeça, tronco e membros separados -, inclusive o bebê
da família, menos Marcos, este foi poupado da decepação completa, pois morreu à
míngua. Ao chegar em Roseli Jeremias percebeu que ela ainda estava viva e
respirando, o tiro não fôra mortal, porém, os golpes de machado completaram o
serviço.
Enterrou sua
família ao pé de um abacateiro que ele mesmo havia plantado anos atrás, entrou
na caminhonete e seguiu pela estrada única de acesso. Depois de uns 200 metros
cruzou com Juca, sua esposa Maria e seu filho Peter vindos a pé pela estrada,
pois tinham ido na “venda”.
Como a
caminhonete tinha película fumê nos vidros eles pensaram que era alguém de Os
Escolhidos que veio dar uma carona. Jeremias parou a caminhonete a uns 10
metros deles, pegou a submetralhadora, abriu a porta e desceu saindo detrás da
porta atirando. Derrubou os três. Inclinou a cabeça de um lado para outro e,
como sempre agora, o olhar calmo, tranquilo e aborrecido com cenho franzido.
Chegou ao
lado de Juca apontando a submetralhadora para a cara dele, este, ainda vivo,
esticou os braços clamando por alguma coisa parecida com piedade ou
misericórdia ou perdão e dizendo falsamente: “pelo amor de deus, não faça isso,
por amor a Jesus...”.
Jeremias
inclinou-se um pouco para a frente e apertou o gatilho. Só parou quando a
máquina descarregou completamente e ainda assim ficou mais alguns segundos
apertando o gatilho.
Jeremias,
antes de entrar na caminhonete, olhou para eles e inclinou calmamente a cabeça
de um lado para outro... entrou e foi embora.